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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Lula pede redução de preços e juros nos financiamentos

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a conclamar a população a manter seus planos de compras e pediu a redução de juros e preços nos financiamentos ao consumidor.

"Se você não estiver devendo, compre as coisas que tem que comprar", disse Lula a jornalistas, em São Paulo, após encontro com a ex-refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Ingrid Betancourt.

Quando questionado se o consumidor poderia sentir-se seguro ao comprar um carro em 48 parcelas, por exemplo, o presidente respondeu "eu acho... movimentar a economia também é responsabilidade nossa."

"Houve um primeiro momento em que aumentou o juro do carro e que aumentou a entrada do carro, é preciso a gente diminuir e facilitar para as pessoas comprarem", disse o presidente.

"Agora é que nós precisamos da compreensão dos empresários. É hora de a gente baixar juro, de a gente baixar preço, é hora de a gente compreender que cada um tem que fazer o seu sacrifício para que a economia brasileira siga crescendo."

Lula reclamou que o dinheiro liberado pelo governo para combater os efeitos da crise financeira global está demorando a chegar ao tomador final.

"Entre o governo tomar as medidas e o dinheiro chegar na ponta está demorando mais que o esperado", disse ele.

Lula voltou a dizer que o Brasil é um dos países mais bem preparados para enfrentar a crise, pois diversificou sua pauta de exportações. "A balança (comercial) está pulverizada em vários países do mundo", disse o presidente.

Em relatório divulgado na sexta-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou o Brasil como o país menos impactado pela crise. A OCDE sinalizou "forte desaceleração" das economias globais, e em relação ao ciclo de crescimento brasileiro previu apenas um "declínio".

"Eu tenho dito que essa crise é uma grande oportunidade para o Brasil e para o mundo e sairemos dela melhores do que entramos", disse Lula.

O presidente não quis comentar pesquisa Datafolha apresentada na sexta-feira, que mostrou sua aprovação pessoal batendo recorde, mesmo em meio à crise.

(Reportagem de Eduardo Simões)

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