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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lula: crise é sistêmica e solução tem que envolver emergentes

SAN SALVADOR (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, na capital salvadorenha, que a atual crise financeira global é sistêmica e não será resolvida sem a participação dos países em desenvolvimento.

Em seu discurso na sessão plenária de chefes de Estado e de governo da 18a Cúpula Ibero-Americana, em El Salvador, Lula destacou que os atuais mecanismos internacionais foram incapazes de prever a crise e também não estão conseguindo resolver as suas consequências.

"É preciso refundar os mecanismos de governança global, com maior participação dos países em desenvolvimento. É diante das crises que a nossa capacidade de inovar é posta à prova", defendeu Lula em discurso.

Lula acrescentou que os países emergentes não podem ser excluídos dos processos decisórios, pois muitas vezes são os mais atingidos.

"É também necessário repensar os organismos financeiros internacionais, conferindo-lhes a indispensável capacidade regulatória", propôs, dizendo que todos os países são vítimas dos que "especulam com esperanças e vendem ilusões".

O presidente mencionou a reunião extraordinária do Mercosul sobre a crise, na última segunda-feira, em Brasília, e insistiu na tese de que a resposta mais correta às turbulências é maior integração e menos subsídios.

"Por isso continuamos a apostar na conclusão rápida e exitosa da Rodada de Doha", disse Lula. "Interna como internacionalmente, precisamos encontrar respostas que estimulem a economia real e promovam o crescimento."

PAC MANTIDO

Lula também afirmou que o país vai manter o plano de investimentos de 504 bilhões de reais até 2010 previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apesar da turbulência causada pela crise financeira internacional.

"Não podemos permitir que esta crise econômica, fabricada por especuladores que transformaram a economia e o sistema financeiro em um cassino, venha a proibir que um país faça os investimentos que tem que fazer", disse.

Lula chegou na noite de quarta-feira a San Salvador para o encontro do qual participam outros líderes de países da América Latina, como os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do México, Felipe Calderón.

Lula segue nesta quinta-feira para Cuba, onde discute acordos de energia com o presidente Raúl Castro. Ele deve visitar Fidel Castro, que não é visto em público desde julho de 2006, pouco antes de deixar o poder por problemas de saúde.

(Reportagem de Armando Tovar)

VALE corta produção para se adequar a cenário global

SÃO PAULO (Reuters) - A Vale anunciou nesta sexta-feira que vai cortar sua produção de minério de ferro em 30 milhões de toneladas métricas anuais a partir de 1o de novembro para se adequar ao cenário de desaceleração do crescimento da economia global.

A companhia decidiu paralisar a partir deste sábado as atividades de algumas minas, produtoras de minérios de menor qualidade, localizadas nos Sistema Sul e Sudeste, em Minas Gerais. Segundo a Vale, essas unidades apresentam maior custo e produzem minérios de qualidade inferior relativamente aos demais produzidos pela mineradora.

Na sexta-feira passada, o presidente da Vale, Roger Agnelli, havia informado que a companhia iria reduzir a produção em operações de custos mais alto enquanto a demanda se mostrar retraída devido à crise financeira global.

"No futuro, esses minérios poderão enfrentar dificuldades de colocação, tendo em vista a redução de demanda já verificada. Essa é uma ação que visa adequar a oferta da Vale à situação de mercado, evitando a estocagem desnecessária de produtos. Assim, como decorrência das paralisações acima mencionadas, nossos empregados nessas unidades entrarão em férias coletivas", informou a Vale em comunicado.

A companhia também divulgou que duas plantas pelotizadoras, representando cerca de 20 por cento da capacidade nominal de produção de pelotas, vão interromper suas atividades para entrarem em manutenção a partir de novembro.

As atividades da empresa com minério de manganês e ferro ligas no Brasil vão ficar paradas entre dezembro e janeiro do próximo ano. Na França, a planta de ferro ligas de Dunkerque permanecerá desativada até abril de 2009, enquanto na Noruega, na planta de Mo I Rana, a parada para a reforma de um forno se estenderá até junho de 2009.

"Dessa forma, haverá redução de produção de 600 mil toneladas métricas de minério de manganês e 90 mil toneladas métricas de ferro ligas relativamente ao programado para o primeiro semestre de 2009", informou a Vale.

A empresa também vai fazer um corte de 20 por cento na produção de níquel na Indonésia, o que representa uma redução de 17 mil toneladas métricas. Na China, a refinaria de níquel em Dalian vai se manter operando a 35 por cento de sua capacidade nominal de 60 mil toneladas métricas anuais, informou a Vale.

Até a produção de alumínio do grupo vai ser reduzida. A subsidiária Valesul, no Rio de Janeiro, terá sua produção limitada a 40 por cento de sua capacidade de 95 mil toneladas métricas anuais.

"O novo cenário global exige... que a Vale ajuste seus programas de produção em diversos países, o que implicará em redução de ritmo relativamente aos níveis praticados até setembro de 2008", informou a empresa no comunicado, acrescentando que no caso do minério de ferro "não há simplesmente espaço físico disponível para a acumulação de estoques envolvendo dezenas de milhões de toneladas".

(Reportagem de Alberto Alerigi Jr.; Edição de Renato Andrade)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Brasil não precisa do FMI agora, mas crédito é boa idéia--fonte

Por Natuza Nery

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil vê com bons olhos uma nova linha de empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para prevenção à crise, mas avalia que não precisa do dinheiro neste momento, afirmou à Reuters uma fonte próxima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Se a gente vai tomar (dinheiro do Fundo) no futuro, eu não sei, mas não estamos precisando dele agora", disse a fonte nesta quarta-feira sob condição do anonimato.

Nações emergentes, notadamente Brasil e México, reivindicam há anos uma linha de crédito emergencial para prevenção de crises. O FMI corre para aprovar um pacote de medidas com um novo instrumento de liquidez.

A idéia básica é de que o financiamento possa ser acessado por países com fundamentos econômicos sólidos sem que estes sejam obrigados a aderir a um programa de metas rígidas para ter acesso ao dinheiro.

Em 2005, o governo Lula quitou a dívida que tinha com o FMI dois anos antes do vencimento, e comemorou muito por isso.

A expectativa do Palácio do Planalto é de que o Fundo anuncie ainda hoje a nova linha de financiamento.

Procurado, o Ministério da Fazenda não estava imediatamente disponível para comentar.

(Reportagem adicional de Ana Nicolaci da Costa)

BCs estão prontos para seguir corte de juro do Fed

Por Hideyuki Sano e Elizabeth Piper

TÓQUIO/LONDRES (Reuters) - Os Estados Unidos devem cortar a taxa básica de juro nesta quarta-feira, medida que deve ser repetida pelo Banco do Japão, Banco Central Europeu (BCE) e pelo Banco da Inglaterra até o fim da próxima semana, para impulsionar as economias locais.

Apesar de terem dispensado uma ação coordenada, como feito no início de outubro, as autoridades monetárias de diversos países estão fazendo cortes individuas de suas taxas básicas para tentar amenizar os efeitos da pior crise financeira dos últimos 80 anos.

A Hungria tornou-se o mais novo país a procurar ajuda financeira de organismos internacionais. O país acertou um acordo de 25,1 bilhões de dólares para dar suporte à moeda e mercados locais.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), um dos principais financiadores de pacotes de ajuda, disse que se a crise se prolongar e mais países necessitarem de socorro, a instituição poderá ter que arrumar mais recursos.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve --o banco central norte-americano-- deve cortar o juro para 1 por cento nesta quarta-feira, decisão amplamente esperado pelos agentes do mercado. Se o juro foi reduzido para 1 por cento, este será o menor patamar da taxa desde junho de 2004.

O banco central da Noruega também deve reduzir sua taxa básica de juro em 50 pontos-base para 4,75 por cento nesta quarta-feira.

O Banco do Japão, por sua vez, vai considerar a possibilidade de reduzir o juro na reunião do comitê de política monetária de sexta-feira. Mas o BC japonês quer acompanhar os desdobramentos do mercado até lá, antes de tomar uma decisão, afirmou uma fonte à Reuters.

Apostas em um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juro japonesa acabou contribuindo para interromper a recente valorização do iene, a moeda local.

A expectativa de cortes de juro acabou contribuindo para valorizações nos mercados acionários. Em Tóquio, o índice Nikkei encerrou o pregão desta quarta-feira com alta de 7,7 por cento.

Na Europa, o principal índice acionário do continente, o FTSEurofirst 300, subia mais de 4 por cento.

Governos ao redor do mundo já se comprometeram em injetar nos mercados cerca de 4 trilhões de dólares para tentar por fim à crise que nasceu de problemas no mercado imobiliário dos Estados Unidos.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Bovespa desaba 10% e circuit breaker interrompe negócios

SÃO PAULO (Reuters) - A Bolsa de Valores de São Paulo teve os negócios interrompidos pelo circuit breaker nesta quarta-feira, depois que seu principal índice ultrapassou 10 por cento de queda.

Às 17h18, o mecanismo foi acionado quando o Ibovespa, índice com as 66 ações mais negociadas, atingiu desvalorização de 10,03 por cento, aos 35.127 pontos.

Foi a quinta sessão e a sexta vez em um mês que circuit breaker foi acionado, interrompendo as transações devido a perdas acentuadas do índice.

Com a interrupção, os negócios foram suspensos por 30 minutos e serão retomados às 17h48.

O giro financeiro da sessão era de 3,8 bilhões de reais.

O movimento refelete a extensão das perdas dos principais índices das bolsas nova-iorquinas, em meio ao alastramento das previsões de recessão global. O Dow Jones depencava 5,17 por cento e o S&P 500 tinha baixa de 5,86 por cento.

(Reportagem de Aluísio Alves)

BB e Caixa poderão comprar bancos privados

BRASÍLIA (Reuters) - O governo autorizou os dois grandes bancos públicos de varejo brasileiros, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, a adquirirem participações em instituições financeiras privadas, incluindo empresas de previdência.

Em outra iniciativa para viabilizar a injeção de liquidez em setores com dificuldades, o governo também liberou a Caixa para criar uma empresa que atuará como um banco de investimentos, podendo adquirir participação acionária em outras empresas.

As medidas foram adotadas por meio de uma medida provisória publicada nesta quarta-feira. Ao detalhar as mudanças, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que elas visam criar novas alternativas de liquidez para o mercado e negou que haja bancos no Brasil sob risco de quebrar.

"Não tem banco quebrando", disse Mantega durante entrevista.

"O sistema financeiro brasileiro está sólido, é um dos mais sólidos do mundo. O que nós estamos fazendo é criando um conjunto de alternativas e instrumentos para viabilizar a liquidez necessária para não interromper (o ritmo de atividade da economia)."

Segundo Mantega, o governo não determinará ao Banco do Brasil --que tem ações em bolsa-- e à Caixa as instituições financeiras que deverão ser adquiridas, e caberá aos bancos em dificuldades tomar a iniciativa de negociar uma possível venda.

As ações do Banco do Brasil tinham queda de 8,72 por cento, por volta das 14h15, enquanto o índice Bovespa caía 7,36 por cento.

As compras de participação em instituições financeiras pelos bancos públicos poderão ser operações temporárias, de acordo com o ministro.

"Não é uma medida permanente, depois de restabelecidos o crédito e a liquidez, as instituições poderão ser revendidas no mercado", afirmou Mantega.

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) criticou a medida. A entidade classificou como "estatização" a autorização concedida pelo governo ao BB e à Caixa e disse que o processo é um retrocesso.

"A estatização nunca se mostrou caminho eficiente para as economias", afirmou o presidente da entidade, Abram Szajman, em nota.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Mantega afirmou, ainda, que a autorização para que a Caixa atue como banco de investimentos visa especificamente liberar o banco para investir no mercado de construção civil.

"O governo tem dado uma importância grande ao setor imobiliário brasileiro", afirmou. "Essa medida vem no sentido de reforçar esse setor para que ele continue tendo esse desempenho que vem tendo nos últimos dois anos. Para isso, a Caixa estará habilitada a ter participação acionária nas empresas construtoras".

Segundo Mantega, será criada uma entidade chamada de CAIXA-Participações, a exemplo da BNDES-Par, subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que pode ter participação acionária em empresas.

A MP desta quarta-feira também autorizou o Banco Central a realizar trocas de reais por outras moedas com bancos centrais de outros países.

O presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que, na avaliação da autoridade monetária, haveria bancos centrais de países de moeda forte com interesse em realizar essas trocas.

"Mas, de novo, é uma faculdade legal. Vai depender em primeiro lugar de haver algum interesse do Brasil, e depois interesse de outra parte", afirmou a jornalistas.

(Reportagem adicional de Renato Andrade em São Paulo)

sábado, 18 de outubro de 2008

Bovespa devolve ganhos no final, mas fecha semana no azul

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Apoiada nas blue chips, a Bolsa de Valores de São Paulo resistiu enquanto pôde à influência negativa de Wall Street, mas sucumbiu nos últimos minutos, fechando praticamente estável. O movimento não impediu que seu principal índice acumulasse ganho semanal pela primeira vez em quatro semanas.

A contabilização das últimas transações garantiu a reviravolta do Ibovespa, fechando em leve queda de 0,12 por cento, a 36.399 pontos, depois de ter chegado a subir mais de 5 por cento.

Tudo aconteceu numa sessão com giro financeiro de apenas 4,55 bilhões.

O dia foi de constante volatilidade, com os índices das principais bolsas de valores internacionais registrando a queda-de-braço entre o efeito de novos sinais de recessão nos Estados Unidos e a busca de investidores por pechinchas.

A primeira força tinha argumentos fortes: a construção de novas casas nos Estados Unidos caiu para o menor nível desde janeiro de 1991, enquanto a confiança do consumidor norte-americano teve a maior queda desde os anos 1950.

Por isso, foi o que prevaleceu no índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que caiu 1,41 por cento, devolvendo parte de mais da alta de 4 por cento da quinta-feira.

Curiosamente, no entanto, todos os principais índices de Wall Street fecharam a semana no azul, justamente no momento em que o que mercado mais temia começa a se materializar.

Para analistas, com a crise financeira começando a ser equacionada com o anúncio de injeção de capital de governos nos bancos em risco de colapso, a atenção dos investidores deve se voltar mesmo para o tamanho do estrago deixado pela crise.

"Os investidores estão sem uma referência segura, o que pode resultar em diminuição do giro financeiro daqui pra frente", disse o chefe de análise da Link Corretora, Celso Boin Júnior.

Um aperitivo desse cenário já aconteceu nesta sexta-feira, sessão normalmente agitada, visto ser a que antecede o vencimento de opções, na próxima segunda-feira, mas que teve o menor movimento do mês.

Na bolsa paulista, a pressão negativa de Wall Street venceu por pouco a força positiva das ações de empresas domésticas ligadas a commodities, seguindo a recuperação internacional das matérias-primas como petróleo e metais, que no meio do dia patrocinaram fechamento positivo das bolsas européias.

Por aqui, isso se traduziu na alta de 3,56 por cento de Petrobras, a 22,99 reais, seguindo o avanço do petróleo para cima dos 70 dólares o barril. Ou no avanço de 3,6 por cento de Vale, para 23,15 reais.

Na mão oposta, a pressão negativa veio com força de Votorantim Celulose e Papel, desabando 13,6 por cento, a 17,36 reais, e Aracruz, com um mergulho de 9,8 por cento, a 3,33, depois que esta reportar prejuízo de 1,6 bilhão de reais por causa de perdas com derivativos.

(Edição de Vanessa Stelzer)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Briga por opções e queda de commodities pressionam Bovespa

SÃO PAULO (Reuters) - Uma nova rodada de queda nos preços de commodities, combinada com a proximidade do exercício dos contratos de opções, filtrou o efeito positivo de Wall Street sobre a Bolsa de Valores de São Paulo, que voltou a fechar no vermelho nesta quinta-feira.

Noutra sessão de volatilidade intensa, o Ibovespa encolheu 1,06 por cento no final do pregão, para 36.441 pontos. O volume financeiro do dia foi de 5,52 bilhões de reais.

Pela manhã, o noticiário indicava que seria outro dia de massacre nos mercados de ações. De um lado, gigantes financeiros revelaram novos estragos da crise ao divulgarem os resultados do terceiro trimestre.

O Merrill Lynch teve prejuízo de 5,1 bilhões de dólares. O lucro do Bank of New York Mellon caiu 53 por cento, e o Citi teve prejuízo de 2,8 bilhões de dólares, completando 12 meses de perdas.

De outro, dados dos Estados Unidos descortinavam os primeiros sinais incontestáveis de que a recessão já chegou. A produção industrial do país caiu 2,8 por cento em setembro, a maior queda desde dezembro de 1974. E o índice de atividade empresarial no Meio-Atlântico caiu para o nível mais baixo desde outubro de 1990.

A primeira reação foi a mais lógica. Os principais índices das bolsas nova-iorquinas chegaram a desabar mais de 4 por cento, movimento que arrastou o Ibovespa para uma queda de mais de 8 por cento.

Como as bolsas norte-americanas já haviam registrado quedas percentuais diárias desde 1987, os preços bastante baixos das ações atraíram uma onda gigantesca de ordens de compra dos caçadores de barganhas. Com uma recuperação fulminante, o Dow Jones decolou 4,68 por cento.

Por aqui, essa reviravolta foi suficiente apenas para amenizar as perdas do Ibovespa, que ainda refletia a influência da queda generalizada das commodities sobre os preços de algumas das principais ações da carteira.

Petrobras, a pior do índice, viu sua ação preferencial desabar 7,5 por cento, depois de o barril do petróleo ter caído abaixo dos 70 dólares. Vale caiu 2,1 por cento, a 23 reais.

"Mas isso pode ter tido alguma influência do vencimento de opções", disse André Querne, sócio da Rio Gestão de Recursos. As duas ações são as mais importantes desse mercado e também as mais importantes da carteira teórica.

Mas o índice também foi fortemente pressionado pelo setor bancário, já que investidores correram a realizar lucros com algumas das ações que mais subiram no início da semana, depois que o Banco Central ampliou medidas para dar mais liquidez ao sistema financeiro. Unibanco foi a pior do segmento, desabando 6,1 por cento, para 13,80 reais.

A queda só não foi maior por causa da escalada de algumas ações, por motivos pontuais. Gol refletiu bem a queda do petróleo e foi a melhor do índice, escalando 24,3 por cento, a 9,20 reais.

Companhia Siderúrgica Nacional decolou 17,3 por cento, para 29,65 reais, depois de notícias de que um consórcio japonês, incluindo a Nippon Steel e a Itochu, teria decidido comprar 40 por cento da Namisa, unidade de minério de ferro da CSN. A CSN, consultada, disse que não comenta rumores de mercado.

(Reportagem de Aluísio Alves)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Ações despencam 10% e negócios são suspensos

SÃO PAULO (Reuters) - Os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foram suspensos por 30 minutos nesta quarta-feira, depois que o principal índice da bolsa caiu 10 por cento, acionando automaticamente o circuit breaker.

O Ibovespa teve os negócios suspensos quando atingiu os 37.412 pontos, às 14h25, segundo comunicado da Bolsa, e as ações voltarão a ser negociadas a partir das 14h55.

(Reportagem de Renato Andrade; Edição de Vanessa Stelzer)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Planos anticrise impulsionam alta na Bovespa, que sobe mais de 10%

Ajuda ao mercado na Europa e no Brasil animou investidores.
Dia foi de forte alta na Ásia e de recordes positivos na Europa.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) segue a reação positiva dos mercados internacionais e faz um pregão de recuperação nesta segunda-feira (13). Depois da pior semana que os mercados já viveram desde o início da crise financeira atual, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, subia 10,10%, aos 39.205 pontos, às 15h25.

Os investidores reagem bem a uma série de medidas anunciadas em vários países para tentar conter a sangria dos mercados financeiros. A alta vem depois de sete pregões seguidos de perdas - na sexta-feira, o índice Ibovespa havia caído 3,97%, acumulando queda de 44% no ano.


Ajuda européia

No domingo, países da zona do euro se comprometeram a ajudar bancos, o que já se reverteu em medidas anunciadas no mesmo dia por Portugal, Noruega e Emirados Árabes.

Já nesta segunda foi a vez de mais três países ajudarem suas instituições afetadas pela crise: a Grã-Bretanha divulgou a injeção de US$ 63 bilhões em três instituições; na França, foram 360 bilhões de euros; na Alemanha, o plano terá US$ 655 bilhões. O governo da Espanha também anunciou que destinará 100 bilhões de euros em um plano de ajuda para os bancos.


BCs atuantes

Ação coordenada dos BCs também promete injetar bilhões de dólares no mercado, por meio de um programa de liberação de todos os depósitos compulsórios sobre depósitos a prazo, cuja alíquota é de 15%, sobre depósitos interfinanceiros (leasing) e sobre a alíquota adicional de 5% de depósitos à vista e a prazo.


domingo, 12 de outubro de 2008

China promete crescimento estável diante de crise global

PEQUIM (Reuters) - A China irá manter suas políticas de macroeconomia flexíveis e prudentes e procurará expandir a demanda doméstica em virtude do complicado cenário econômico mundial, afirmou o Partido Comunista, que governa o país, neste domingo.

Uma reunião do Comitê Central do Partido alertou que a economia global está desacelerando, ameaçando o crescimento chinês, e que o país iria focar no mercado interno para amortecer possíveis danos.

"Há também algumas contradições consideráveis e problemas na economia doméstica. Precisamos aumentar nosso senso de risco e ativamente responder ao desafio", dizia um comunicado da agência oficial de notícias Xinhua após a reunião de dirigentes.

Ao mesmo tempo, ela dizia que os principais líderes do partido destacaram que a condição geral da economia chinesa era boa. O crescimento continua rápido e o setor financeiro estava operando de maneira estável e saudável.

"As condições fundamentais de crescimento da economia de nosso país não mudaram", afirmou o comunicado.

Graças a controles de capital e a um sistema bancário subdesenvolvido, a China tem sido bastante protegida da crise de crédito mundial.

Mas economistas e políticos já aguardam uma segunda fase de efeitos negativos que podem diminuir a exportação e afetar as fábricas, deixando os empréstimos junto aos bancos nacionais em uma situação amarga.

"A coisa mais importante é lidar bem com as questões de nosso país", declarava o comunicado.

Foi dito que o governo "manteria a estabilidade econômica, financeira e dos mercados de capital continuando a encorajar o crescimento econômico e social,setores que continuam saudáveis e acelerados".

O Banco Central já diminuiu os juros duas vezes para apoiar o crescimento, e economistas esperam por mais facilidades financeiras e o relaxamento de políticas fiscais para incrementar a demanda doméstica.

A reunião aprovou uma série de medidas, incluindo reforma agrária, com a intenção de ampliar seus resultados, já que a China possui uma população de 750 milhões de pessoas que trabalham com a terra, mas o comunicado não deu mais detalhes a respeito.

(Reportagem de Chris Buckley)

sábado, 11 de outubro de 2008

Rússia pede Brasil e emergentes em cúpula do G8 sobre crise

MOSCOU (Reuters) - O ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, conclamou no sábado as nações do G8 a realizar com urgência um encontro de cúpula para lidar com a crise financeira e pediu a participação de países emergentes como o Brasil, informaram agências de notícias russas.

"Nós concordamos com a necessidade de um fórum de alto nível que iria além do clássico Grupo dos Oito, e acreditamos que o fórum deva ser preparado, mas não protelado", disse ele à agência RIA Novosti em Dortmund, na Alemanha.

O G8 é composto por Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, Itália, França, Alemanha, Japão e Rússia.

Lavrov disse que China, Brasil, Índia, África do Sul e México também deveriam comparecer, ecoando proposta do presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse a RIA.

(Reportagem de Melissa Akin)

FMI vê derretimento dos mercados; EUA pedem paciência

Por Jeremy Pelofsky e Emily Kaiser

WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional alertou neste sábado que os bancos endividados estão empurrando o mercado financeiro global para o derretimento, e que as nações ricas falharam até o momento em restaurar a confiança.

Os Estados Unidos pediram paciência enquanto líderes mundiais tentam restaurar a confiança dos mercados financeiros e evitar a pior recessão global em décadas, mas o FMI disse que mais medidas serão necessárias nos próximos meses.

"As intensas preocupações sobre o resgate de alguns dos maiores instituições financeiras dos EUA e da Europa empurraram o sistema financeiro global para perto do derretimento sistêmico", disse o chefe do FMI, dominique Strauss-Khan.

O presidente George W. Bush encontrou-se com os chefes das finanças do G7 e autoridades do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, e afirmou que as nações mais industrializadas do mundo compreenderam a gravidade da crise e trabalharão juntas para resolvê-la.

"Estou confiante de que as maiores economias do mundo podem superar os desafios que enfrentamos", disse Bush, acrescentando que Washington estava trabalhando o mais rápido possível para implementar um pacote financeiro de 700 bilhões de dólares aprovado na semana passada.

"Os benefícios não serão realizados da noite para o dia, mas, quando essas ações foram implementadas, ajudarão a restaurar a estabilidade de nossos mercados e a confiança das nossas instituições financeiras", disse Bush.

A confiança dos investidores está prejudicada e o pânico se espalhou pelos mercados globais, levando as bolsas de valores ao nível mais baixo em cinco anos na sexta-feira e os bancos a ajuntarem o seu capital.

As nações mais ricas do mundo prometeram na sexta-feira tomar todas as medidas necessárias para descongelar os mercados de crédito e assegurar que bancos possam levantar dinheiro, mas não deram detalhes sobre um curso de ação coletivo para evitar uma recessão global mais grave.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

BC: não há limites fixados para atuação no mercado de câmbio

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central anunciou nesta sexta-feira que não há limites fixados para as operações de redesconto bancário e nem para sua atuação no mercado de câmbio.

"O compromisso do Banco Central é com o bom funcionamento dos mercados", acrescentou o BC em nota.

A imprensa brasileira noticiou nesta sexta-feira que o governo estimava gastar até 10 por cento das reservas internacionais nas atuações no mercado cambial, o que representaria cerca de 20 bilhões de dólares.

(Por Daniela Machado; Edição de Alexandre Caverni)

Lula defende resposta política para crise de "dimensões globais"

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira uma "resposta política" para a crise financeira dos mercados internacionais.

Durante evento com empresários em São Paulo, o presidente disse que essa resposta política passa pela adoção de medidas regulatórias para "combater a anarquia" dos mercados financeiros.

Apesar de reconhecer que a crise é bem maior do que o governo brasileiro vinha afirmando até há pouco, Lula não abriu mão do otimismo usual e disse que o Brasil está mais preparado para enfrentar a crise "do que qualquer país do mundo".

"Tenho mostrado mais otimismo do que alguns gostariam... eu não sou homem chegado a vender catástrofes quando não estou vendo catástrofe... conheço o Brasil, sei o que o Brasil já passou, e o Brasil vem se preparando há tempos para se transformar em uma economia sólida", afirmou o presidente.

"O Brasil está mais preparado do que qualquer país do mundo", acrescentou.

(Reportagem de Carmen Munari)

Bovespa desaba 10,2% e circuit breaker paralisa negócios

SÃO PAULO (Reuters) - A Bolsa de Valores de São Paulo ampliou ainda mais as perdas nesta sexta-feira, após a abertura fortemente negativa das bolsas de Wall Street.

Com isso, o Ibovespa aprofundou as perdas para 10,19 por cento, a 33.303 pontos, e o circuit breaker foi acionado. Segundo a administração do pregão, as transações serão retomadas às 11h05.

É a terceira sessão que o mecanismo criado para interromper os negócios em momentos de forte volatilidade é acioniado em duas semanas.

Em Wall Street, os principais índices caíam mais de 7 por cento, em meio ao desespero dos investidores com os riscos de uma recessão mundial, causada pela crise financeira.

(Reportagem de Aluísio Alves; Edição de Alexandre Caverni)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Bush diz a Lula que pacote terá efeitos em outubro, diz fonte

BRASÍLIA (Reuters) - Ao retornar nesta quarta-feira ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, lhe disse que os primeiros resultados do pacote de ajuda aos bancos já poderão ser sentidos em duas semanas e meia, contou uma fonte do Planalto.

Lula tinha telefonado para Bush no fim de semana, e o presidente norte-americano retornou a ligação nesta quarta-feira. Em uma conversa breve, Lula o felicitou pela aprovação do pacote de ajuda ao sistema financeiro e disse acreditar que as medidas vão reequilibrar a economia.

O presidente brasileiro perguntou em quanto tempo os efeitos do pacote seriam percebidos e Bush respondeu que em duas semanas e meia já daria para sentir os primeiros resultados.

Lula disse a Bush que o Brasil está preparado para enfrentar a crise. O presidente dos EUA teria respondido que o Brasil tem a plataforma para enfrentar a crise devido aos bons fundamentos da economia, disse a fonte.

Bush teria reconhecido que os EUA não tiveram a mesma situação porque foram atingidos pela crise em momento de declínio da atividade econômica.

Lula reafirmou a Bush a necessidade de reforçar o controle do sistema financeiro e de que a rodada de Doha, de liberalização do comércio internacional, seja concluída. Para Lula, o acordo daria sinal positivo à economia mundial e minimizaria os efeitos da crise.

O presidente brasileiro convidou Bush a vir ao país para a conferência de biocombustíveis, em novembro, mas o presidente norte-americano disse que por conta da crise ainda não podia confirmar presença.

(Reportagem de Natuza Nery)

FMI reduz previsão de crescimento mundial em 2009 a 3%

WASHINGTON (Reuters) - Em sua pior previsão em anos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quarta-feira que a economia mundial está em uma grande desaceleração, com os Estados Unidos e a Europa já em recessão ou próximos dela.

"A economia mundial está agora entrando em uma forte desaceleração diante do mais perigoso choque dos mercados financeiros maduros desde a década de 1930", disse o FMI em seu relatório Perspectivas Econômicas Mundiais.

O FMI disse que políticas econômicas e regulatórias negligentes provavelmente permitiram que a economia global "excedesse seu limite de velocidade". Além disso, falhas nos mercados e de políticas permitiram que o estresse se aprofundasse. Agora, a economia paga o preço.

O FMI reduziu sua previsão para o crescimento econômico mundial em 2009 para 3 por cento --o menor nível em sete anos--, ante a estimativa de 3,9 por cento feita em julho e alertou que a recuperação será atipicamente lenta.

Neste ano, o crescimento deve ser de 3,9 por cento, abaixo do prognóstico anterior de 4,1 por cento.

(Por Lesley Wroughton)

BC vende dólar pela 1a vez em 5 anos e moeda fecha em queda

Por Fabio Gehrke e Jenifer Corrêa

SÃO PAULO (Reuters) - Em sessão bastante tumultuada, o dólar fechou em baixa nesta quarta-feira, após o Banco Central ter realizado uma série de intervenções no mercado.

A moeda norte-americana encerou cotada a 2,294 reais, em queda de 0,74 por cento, após ter apresentado máxima de 2,530 reais e mínima de 2,280 reais no pregão eletrônico da BM&F.

"Tudo isso na realidade está sendo uma queda de braço entre mercado e BC. Hoje ele (o Banco Central) resolveu mostrar para que comprou esses 210 bilhões (de dólares em reservas)", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

A autoridade monetária realizou nesta quarta-feira três leilões de venda de dólares ao mercado, sem compromisso de recompra. Operações desse tipo não eram feitas desde março de 2003.

Os leilões foram anunciados após as negociações no mercado futuro de dólar terem atingido seu limite máximo de alta de 6 por cento, a 2,462 reais. Com isso, as operações no mercado de balcão permaneceram praticamente travadas durante todo o dia.

"A gente não conseguia pegar cotação, porque o pessoal dizia que não tinha gente no mercado", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da corretora Fair.

O Banco Central ainda vendeu na sessão 1,3 bilhão de dólares em leilão de swap cambial tradicional, anunciado na véspera. Após as intervenções da autoridade monetária, na segunda metade da sessão, o dólar inverteu seu movimento.

"É roleta-russa, é uma briga entre desconfiança e esperança", disse um operador de câmbio que prefiriu não ser identificado, referindo-se à volatilidade apresentada pela moeda na sessão.

Para Galhardo, o avanço apresentado pelo dólar durante a maior parte da sessão e nos últimos dias não ocorre pela ausência de moeda no mercado. "O pessoal não vai liberar todo o recurso, porque isso é proteção... O pessoal está segurando (dólares) por causa da alta."

Os dados sobre o fluxo cambial, divulgados nesta quarta-feira, comprovaram a entrada líquida de dólares no país. O saldo estava positivo em 514 milhões de dólares nos três primeiros dias de outubro, após ter fechado setembro também positivo em 2,8 bilhões de dólares.

(Reportagem de Jenifer Corrêa e Fabio Gehrke)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Índice reduz levemente as perdas após 2a interrupção

SÃO PAULO (Reuters) - Após a sessão ter sido suspensa pela segunda vez nessa manhã pelo circuit breaker, a Bolsa de Valores de São Paulo retomava as operações reduzindo levemente as perdas do dia.

Às 12h56, o Ibovespa despencava 12,11 por cento, para 39.127 pontos. Foi a primeira vez em dez anos que o mecanismo que suspende as operações foi acionado ao atingir 15 por cento de desvalorização.

Com mais de uma hora e meia de negócios paralisados, o giro financeiro era de apenas 1,6 bilhão de reais.

O ritmo vendedor perdeu um pouco a força em linha com Wall Street. O Dow Jones recuava 4,6 por cento e o S&P 500 tinha queda de 5,20 por cento.

Os investidores seguiam tensos com o noticiário envolvendo dificuldades financeiras de grandes bancos europeus, ao mesmo tempo em que se multiplicavam análises de que o mundo enfrentará recessão em 2009.

(Reportagem de Aluísio Alves; Edição de Vanessa Stelzer)

Ações européias têm perda recorde e pior fechamento em 4 anos

LONDRES (Reuters) - As ações européias tiveram queda percentual recorde em um único dia nesta segunda-feira, afundando para o menor patamar de fechamento em quatro anos, à medida que os investidores liquidavam ações e Wall Street despencava.

De acordo com dados preliminares, o índice FTSEurofirst 300 desabou 7,4 por cento, para 1.008 pontos, superando a queda de 6,3 por cento de 11 de setembro de 2001, dia dos ataques que destruíram o World Trade Center em Nova York.

O índice chegou a cair brevemente abaixo da marca de 1.000 pela primeira vez desde o final de 2004, pouco depois de o índice Dow Jones ter recuado abaixo dos 10.000 pontos em Wall Street.

(Reportagem de Sitaraman Shankar e Atul Prakash)

sábado, 4 de outubro de 2008

Bush diz que efeitos do resgate financeiro demorarão a aparecer

WACO, EUA (Reuters) - O presidente dos EUA, George W. Bush, disse neste sábado que os benefícios do plano de resgate financeiro recentemente aprovado vão demorar a aparecer na economia norte-americana.

Um dia depois de ter sancionado o plano de resgate de 700 bilhões de dólares, Bush garantiu à população que o governo seria cuidadoso na implementação da legislação aprovada para aliviar uma crise de crédito que criou turbulência nos mercados financeiro globais.

"Além de atender às necessidades imediatas de nosso sistema financeiro, este pacote ajudará a estimular o crescimento econômico de longo prazo na América", disse Bush em sua mensagem semanal de rádio.

Ele pressionou o Congresso durante toda a semana para aprovar a legislação, que recebeu um duro golpe ao ser rejeitada na segunda-feira pela Câmara dos Deputados. Uma versão modificada que elevou os limites do seguro de depósitos bancários foi aprovada na sexta-feira.

"Estes esforços se tornarão eficazes, embora levem tempo para serem implementados", disse Bush. "Meu governo vai agir o mais rapidamente possível, mas os benefícios deste pacote não serão sentidos imediatamente", afirmou o presidente.

"O governo federal assumirá este plano de resgate num ritmo cuidadoso e ponderado para garantir que seus dólares de impostos sejam gastos com sabedoria", disse Bush, que passa o fim de semana em seu rancho em Crawford, no Texas.

(Reportagem de Tabassum Zakaria)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Europa lança código de conduta para provedores de Internet

ESTRASBURGO (Reuters) - O Conselho da Europa apresentou nesta sexta-feira as diretrizes de um código para proteger a privacidade, a segurança, a liberdade de expressão e a dignidade dos usuários de Internet, focalizando sua atenção nos jogos online.

A iniciativa é voltada aos provedores de Internet e foi elaborada com seus representantes na Europa, a EuroISPA e a ISFE, e consiste em uma série de normas técnicas e morais inspiradas no sentido comum para convencer o setor a autorregulamentar sua atividade empresarial.

O Conselho da Europa recomenda reforçar a informação dada a os internautas sobre seus direitos e deveres, sobre os riscos a que se expõem e às ferramentas para controlá-los, como os antivírus, os filtros e o controle pelos pais.

Com respeito aos jogos em rede, a proposta convida os criadores e editores a "avaliar como o conteúdo do jogo pode influenciar sobre a dignidade humana, a sensibilidade e os valores dos jogadores" e colocá-los em alerta contra a violência, o apelo ao sexo e o racismo.

Um dos pontos chave na iniciativa é poder integrar ao jogo ferramentas como o controle por parte dos pais para filtrar os conteúdos, limites de horário e proibição do acesso em determinados momentos do dia.

A EuroISPA é uma associação que agrupa mais de 1 mil provedores europeus de Internet, enquanto a ISFE congrega editores de jogos de 31 países daquele continente.

(Por Gilbert Reilhac)

Após aprovação de pacote nos EUA, Bovespa fecha na mínima do ano

Mercado brasileiro tem queda de 3,53% e fecha aos 44.517 pontos.
Apesar de ajuda de US$ 700 bilhões, bolsas americanas também caíram.

A aprovação do pacote de ajuda de US$ 700 bilhões a bancos pela Câmara dos Estados Unidos não garantiu um pregão tranqüilo à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta sexta-feira (3), que fechou no menor patamar de pontos de 2008. A queda acumulada é de 30,3% neste ano.

O índice Ibovespa - referência para o mercado nacional - teve desvalorização de 3,53% no dia, terminando o pregão aos 44.517 pontos. O volume financeiro negociado foi pouco superior a R$ 5 bilhões.

Além de ser o mais baixo do ano, o patamar atingido pelo Ibovespa nesta sexta-feira (3) é também o mais baixo desde março do ano passado - portanto, o pior em 19 meses.

Reação 'exagerada'

Mais cedo, o indicador havia registrado alta de mais de 4%, por conta justamente da expectativa de aprovação do pacote. De acordo com Pedro Galdi, da corretora SLW, a reação negativa após a aprovação do pacote foi exagerada.

"A reação (queda) foi um grande exagero, assim como foi um exagero a baixa de segunda e tem sido o comportamento do mercado recentemente", avaliou. Galdi acredita que a fonte do mau humor dos investidores ainda é a incerteza em torno de como o plano de ajuda será colocado em prática.

Ações

No mercado local, a empresa de celulose Aracruz, que anunciou em fato relevante perdas de R$ 1,95 bilhão com operações de câmbio, teve fortes perdas. As ações da empresa despencaram mais de 24%, fechando a R$ 4,88, liderando as baixas do dia.

Refletindo o mau humor geral do mercado financeiro, as ações da BM&FBovespa também tiveram forte recuo: caíram mais de 13%, fechando a R$ 7,25.

Exterior

O índice que reúne as bolsas de valores da Europa registrou alta de 3% nesta sexta-feira (3), acompanhando o otimismo de Wall Street. As bolsas européias fecharam antes da votação. Por isso, contrariam tanto o mercado brasileiro quanto o de Nova York, cujo índice de referência, o Dow Jones, fechou em baixa de mais de 1%.


Nas bolsas asiáticas, a apreensão dominou os negócios e os principais indicadores fecharam com baixa. O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 1,94%. A Bolsa de Hong Kong encerrou com perdas de 2,9%.

Mundo está "à beira do abismo", afirma primeiro-ministro francês

Por Francois Murphy e Ralph Boulton

PARIS/LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro da França, François Fillon, afirmou nesta sexta-feira que o mundo está "à beira do abismo", afetado pela crise financeira global que agora ameaça a indústria, o comércio e o trabalho em todo mundo.

As palavras de Fillon ecoaram o crescente senso de preocupação que toma conta das principais capitais européias antes da votação do Congresso dos Estados Unidos, nesta sexta-feira, do pacote de ajuda ao sistema financeiro norte-americano.

A aprovação do pacote ainda não é considerada como certa.

A Câmara dos Deputados norte-americana chocou os mercados mundiais na segunda-feira, ao rejeitar a proposta inicial de socorro apresentada pelo governo Bush.

Fillon disse que apenas uma ação coletiva pode resolver a crise financeira. A França sediará uma reunião, no sábado, com líderes italianos, britânicos e alemães, para discutir a crise.

"O mundo está à beira do abismo por causa de um sistema irresponsável", disse Fillon.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, também deixou claro nesta sexta-feira que está preocupado com a votação que acontece do outro lado do Atlântico.

"O plano do secretário (do Tesouro dos EUA), Henry Paulson precisa, obviamente, ser aprovado", disse Trichet à Rádio 1 Europa. "Tem que ser aprovado. É necessário."

Dólar inverte tendência e registra baixa

Na véspera, moeda fechou no maior nível desde 22 de agosto de 2007.
Mercado aguarda votação de plano anticrise pela Câmara dos EUA.

Depois de chegar a subir mais de 2% no início do pregão nesta sexta-feira (3), o dólar inverteu a tendência e agora aponta baixa. Pouco depois das 12h20, a moeda norte-americana registrava queda de 0,79%, sendo negociada a R$ 2,007.

Na quinta-feira (2), o dólar fechou acima de R$ 2 pela primeira vez desde agosto de 2007, pressionado pelos movimentos no mercado futuro em meio a temores sobre a saúde econômica dos Estados Unidos. A moeda saltou 4,99%, para R$ 2,021. É o maior nível de fechamento desde 22 de agosto de 2007.

Ação do BC

Com a forte alta da moeda, analistas passaram a defender que o Banco Central precisa atuar de forma mais incisiva no mercado, ampliando os leilões de venda de dólar com compromisso de recompra - que funciona como um empréstimo ao mercado -, alem de expandir os seus prazos, como forma de romper a parcela especulativa da alta da divisa.

Análise

"Não vamos ter sossego, quanto mais demora esse plano a situação se deteriora mais", afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio. "Estamos vendo cada vez mais empresas fora do setor financeiro perdendo também", completou.

Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, diz que os dados divulgados pelo Banco Central na quarta-feira com um fluxo cambial positivo no país durante os primeiros 20 dias úteis de setembro, mês no qual o dólar decolou quase 17%, mostram que um tanto de especulação no movimento do dólar.

Ele ponderou, no entanto, que algumas linhas de crédito na moeda norte-americana começam a apresentar escassez. Além disso, ressaltou, "nos mercados futuros da BM&F é que temos um problema sério". "Temos uma forte posição montada apostando contra o real", disse Nehme.

Os mercados vivem um dia expectativa por conta da votação do pacote de salvamento dos bancos pela Câmara dos EUA, o que deve acontecer ainda nesta sexta-feira. A discussão dos temas relacionados à proposta já começou.

Depois de ser rejeitado na Casa na segunda-feira (29), o plano de ajuda a bancos passou por mudanças, garantindo que o contribuinte norte-americano - que, afinal, vai pagar a conta da proposta - também tenha vantagens.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Pobreza aumentou na América Central, diz ONU

Parte do continente ganhou mais 1 milhão de pobres.
Culpa seria do aumento dos preços dos alimentos.

Foto: AP

Mulher salvadorenha come gratuitamente em centro humanitário de San Salvador, nesta quinta (2). Um relatório do Programa de Alimentação das Nações Unidas publicado nesta quinta diz que o número de pobres em parte da América Central aumentou em quase 1 milhão de pessoas nos últimos 18 meses, em decorrência do aumento dos preços dos alimentos. (Foto: AP)

Casa Branca: crise de crédito deve afetar 1o tri de 2009

WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca afirmou nesta quinta-feira que o choque decorrente da crise de crédito, que tem agitado os mercados financeiros globais, provavelmente afetará a economia dos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2009.

"Ninguém deve subestimar o que este choque... fez com a nossa economia este ano e no restante do ano, e provavelmente no próximo trimestre, o primeiro trimestre de 2009", disse Tony Fratto, porta-voz da Casa Branca.

"Este é um choque significativo, assim como foram os choques decorrentes dos furacões que atingiram o sudeste e o Texas", disse.

"Nossa economia é resistente e nós certamente vamos nos recuperar, mas nossa economia sofrerá, com certeza."

Fratto disse que a economia dos Estados Unidos estava lidando com "desafios muito severos" e que levará tempo para resolver o problemático mercado hipotecário.

(Reportagem de Tabassum Zakaria)

Dólar dispara 5% com crise global e supera patamar de R$2

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou acima de 2 reais pela primeira vez desde agosto de 2007, pressionado pelos movimentos no mercado futuro em meio a temores sobre a saúde econômica dos Estados Unidos.

A moeda norte-americana saltou 4,99 por cento nesta quinta-feira, para 2,021 reais. É o maior nível de fechamento desde 22 de agosto de 2007.

No final da tarde, o principal índice da Bovespa despencava mais de 8 por cento, enquanto em Nova York os principais índices acionários perdiam mais de 3 por cento.

(Por Fabio Gehrke)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Apesar de blue chips, Bovespa sobe na expectativa por EUA

SÃO PAULO, 1o (Reuters) - Após operar na retranca durante a maior parte do dia, mirando o sobe-e-desce de Wall Street à espera do aval do Senado ao pacote de socorro norte-americano, a Bolsa de Valores de São Paulo se isolou no final da quarta-feira e fechou com valorização.

Apesar da queda das ações mais importantes, o Ibovespa subiu 0,52 por cento, para 49.798 pontos. Na mínima, o índice chegou a cair quase 4 por cento.

A volatilidade deu força ao giro financeiro, que totalizou 5,04 bilhões de reais.

Para profissionais do mercado, alguns investidores foram à caça de barganhas, um pouco mais otimistas de que o Congresso dos Estados Unidos vai aprovar o pacote de Washington para evitar o colapso do sistema financeiro do país.

"O mercado está num movimento completamente imprevisível. Às vezes melhora quando parece que vai piorar e vice-versa", disse Edison Roberto Marcellino, diretor de renda variável da corretora Finabank.

Com isso, ações que foram severamente castigadas nas últimas sessões sustentaram o índice. Dentre elas, Sadia avançou 8,6 por cento, para 6,19 reais, depois de perder cerca de 40 por cento do valor em apenas dois dias ao admitir uma perda de 760 milhões de reais em operações com derivativos.

Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 0,18 por cento, refletindo também a reação do mercado à decepcionante atividade da indústria manufatureira dos EUA em setembro.

Na bolsa paulista, a líder de ganhos do índice foi Gol, que disparou 9,2 por cento, a 13,05 reais, favorecida pela queda na cotação do petróleo para menos de 100 dólares.

O mesmo movimento, porém, empurrou Petrobras para uma baixa de 0,57 por cento, a 34,90 reais. Vale fechou praticamente estável, em 32,70 reais.

As siderúrgicas tiveram pior sorte, em dia de queda das commodities metálicas. Usiminas recuou 2,44 por cento, para 39,52 reais.

Lula recomenda crédito como antídoto à crise global

BRASÍLIA, 1o (Reuters) - A coordenação política do governo avaliou nesta quarta-feira que não há no horizonte nenhum indicativo de que a crise financeira global possa abater o Brasil, mas já admite que ela pode chegar à economia real do país.

As informações foram dadas nesta quarta-feira por uma fonte do Planalto sob condição de anonimato. Mais cedo, um ministro revelou à Reuters que, preocupado com os desdobramentos da situação internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou à equipe econômica esforço "para não faltar crédito no país."

A recomendação de Lula foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que assegurou que "não faltará crédito nem para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), nem para os investimentos de uma maneira geral."

A avaliação do governo é de que a crise chegará ao Brasil se reduzir a atividade econômica e comprometer o setor agrícola e de exportação. Os ministérios da Fazenda e do Planejamento já analisam uma série de alternativas para reforçar linhas de crédito destinadas a financiar as exportações brasileiras, entre elas o uso do FGTS. O BNDES também pode ser usado como reforço a este fim, disse outra fonte palaciana.

Lula descartou um "pacote" formal de medidas para proteger o Brasil. Desde a véspera--durante encontro com o colega venezuelano, Hugo Chávez--,ele resolveu abrandar nos adjetivos e baixar o tom de suas críticas à crise nos EUA.

"Não se pode tratar a crise com desdém, mas não se pode assumir uma coisa que não é nossa", disse o ministro. "Tem a doença, não estamos gripados, mas não significa que não vamos pegar a gripe," avaliou o ministro sobre a ameaça de contágio.

Segundo relato de dois representantes do governo, um deles com cadeira na coordenação política, Mantega afirmou na reunião que a crise "existe, é preocupante, mas que ainda não é problema para o Brasil". Na mesma ocasião, Mantega teria afirmado que os investimentos estrangeiros diretos ficaram em torno de 4 bilhões de dólares em setembro e que as reservas internacionais do país continuam "intactas."

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, negou nesta quarta-feira que esteja planejando qualquer mudança na proposta orçamentária, em um momento de aprofundamento da crise global de crédito.

"Até agora não aconteceu nada de relevante na economia brasileira e nós achamos que se acontecer alguma coisa na economia brasileira, a função do governo é de trabalhar para minimizar os efeitos e nós não sabemos se vai ter efeito", disse o ministro a jornalistas, na sede do ministério.

"O BC olha periodicamente a situação do sistema financeiro e havendo a necessidade ele adapta alguma medida e é isso que vai continuar acontecendo".

Um outro ministro com assento no Planalto afirmou que o governo tem até o fim de dezembro, quando o Congresso vota o orçamento, para fazer qualquer alteração na proposta, caso necessário.

Na avaliação do Executivo, há tempo para discutir não só mudanças nas previsões, como também avaliar se há algum arrefecimento da crise internacional até lá.

O Orçamento Geral da União para 2009 foi elaborado levando em conta o cenário econômico de março e abril deste ano, com o dólar na casa do 1,71 real e previsão de crescimento de 4,5 por cento. Já há estimativas de mercado que apontam para uma evolução bem mais tímida do PIB. O dólar, na mesma linha, fechou em alta de 1 por cento nesta quarta-feira, a 1,925 real.

Após derrotar na segunda-feira passada a primeira versão de um pacote de ajuda ao setor financeiro, o Congresso dos Estados Unidos marcou para esta noite a votação de uma segunda versão.

(Reportagem adicional de Ana Nicolaci da Costa e Isabel Versiani)