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quinta-feira, 19 de março de 2009

Bolívia reclama que Brasil descumpre contrato de compra de gás

LA PAZ (Reuters) - A Bolívia afirmou na quinta-feira que o Brasil reduziu em um terço sua demanda pelo gás natural boliviano, o que além de descumprir o contrato entre os dois países obrigou a Bolívia a reduzir sua produção.

No início deste ano, o Brasil reduziu de 31 milhões para 19 milhões de metros cúbicos diários de gás (mcd) o volume que importa da Bolívia, devido ao menor consumo local.

Entretanto, após interferência dos dois governos, a Petrobras fechou acordo com a YPFB para importar 24 milhões de mcd.

"Nos últimos meses houve uma redução na produção de gás natural fundamentalmente porque o Brasil está nominando diariamente uma quantidade menor do que no ano passado", disse o presidente interino da estatal boliviana YPFB, Carlos Villegas.

Atualmente o Brasil compra 20 milhões de mcd, segundo Villegas, o que significa "uma redução de um terço na demanda do Brasil".

A diretora da área de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, também disse nesta semana que a empresa estava comprando 20 milhões de mcd, dos 30 que tinha direito, devido à queda do consumo interno.

Além da redução da atividade econômica, algumas indústrias brasileiras substituíram o gás por óleo combustível para aproveitar o impacto imediato do preço mais baixo do petróleo no óleo, enquanto o gás depende de uma fórmula que leva em consideração a média de seis meses do preço da commodity.

"O compromisso foi de comprar 24 milhões de metros cúbicos diários. O Brasil não cumpriu. Estamos conversando para, nas próximas semanas, nos reunirmos para definir com clareza o comportamento da demanda daqui para a frente", completou Villegas.

As exportações da Bolívia dependem em grande parte dos envios de gás natural ao Brasil. Em 1999, os dois governos fecharam um contrato de fornecimento de gás por 20 anos.

Villegas destacou que a Argentina aumento "de maneira considerável" sua demanda por gás para mais de 6 milhões de mcd, ante 2 milhões no início deste ano.

Na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país não quer depender do "bom humor" de ninguém em relação ao gás.

A Bolívia detém a segunda maior reserva de gás da América do Sul, atrás da Venezuela, com uma produção diária acima de 42 milhões de mcd, em grande parte produzidos pela Petrobras.

(Por Diego Oré)

sábado, 7 de março de 2009

Lula fará extração do primeiro óleo de Tupi no dia 1º de maio

BRASíLIA (Reuters) - O primeiro petróleo da camada pré-sal do campo de Tupi, na bacia de Santos, será retirado no dia 1o de maio, afirmou na sexta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cerimônia, cercada de simbolismo como o batismo da plataforma com o nome de São Vicente, primeira cidade fundada no país, também foi agendada para uma data simbólica: o Dia do Trabalhador.

No dia 2 de setembro a Petrobras iniciou a produção do primeiro óleo da camada pré-sal no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, no litoral sul do Espírito Santo, estimando uma produção de 18 mil barris/dia.

"É muito importante o que vai acontecer, é que nós vamos tirar os primeiros barris de petróleo a 6 mil metros de profundidade. Não é pouca coisa", afirmou o presidente em discurso durante inauguração da segunda fase da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares (ES).

A produção inicial de Tupi será de 15 mil b/d, mas a previsão é de que suba para 30 mil b/d no auge do teste. Em 2010 está prevista a instalação do plano piloto, que vai produzir 100 mil b/d no campo.

"Nós vamos fazer essa inauguração de Tupi. E, possivelmente, neste momento em que o mundo está em crise, talvez a Petrobras seja a empresa de petróleo no mundo que mais está investindo", acrescentou.

Em janeiro, a Petrobras anunciou que vai investir 174,4 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, montante maior do que a programa pela gigante Shell.

BOLíVIA

O presidente também comentou a recente crise entre o Brasil e a Bolívia causada pela nacionalização dos recursos naturais anunciada pelo país vizinho. Lula disse que, apesar das críticas dos brasileiros "mais conservadores" e de ter ficado com "pena" da Petrobras, compreendeu a "justeza" da medida e reconheceu o direito da Bolívia de nacionalizar o seu gás natural.

Por outro lado, Lula contou que mostrou ao presidente boliviano, Evo Morales, que a Bolívia não teria a quem mais vender seu gás natural senão ao Brasil.

"Hoje, parece que a relação está 100 por cento boa. A Petrobras continua produzindo, continua pesquisando, continua investindo", comentou.

Lula destacou, entretanto, que quando o Brasil obtiver a autosuficiência em gás natural liberará a Bolívia para vender o produto para outros países.

"Lógico que o Brasil vai comprar também porque, estrategicamente, é importante o Brasil ajudar a Bolívia a se desenvolver. Não interessa ao Brasil crescer cercado por pobres", destacou.

(Reportagem de Fernando Exman)