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terça-feira, 31 de março de 2009

Bovespa tem o melhor mês desde abril de 2008

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A alta de empresas ligadas a metais selou o fechamento positivo da Bovespa no mês, ilustrando um trimestre em que a recuperação dos preços das commodities permitiu ao mercado acionário doméstico encontrar um piso em meio à volatilidade oriunda da crise global.

De carona na recuperação dos mercados internacionais, o Ibovespa fechou o dia valorizado em 0,67 por cento, aos 40.925 pontos, subindo 7,2 por cento em março, que foi o melhor de onze meses.

O giro financeiro da sessão foi de 4,18 bilhões de reais.

Para profissionais do setor, a necessidade de alguns mercados de recompor estoques de produtos como minério de ferro e petróleo deu sustentação aos preços de empresas domésticas ligadas a esses setores, responsáveis por cerca de metade do peso do Ibovespa.

"O mercado à frente ainda é de muitas incertezas, mas a recuperação das commodities fez os investidores encontrarem um chão", disse André Spolidoro, sócio-gestor da Nobel Asset Management.

Essa é, segundo ele, a melhor explicação para o índice ter fechado o trimestre com valorização de 9 por cento, enquanto o Dow Jones da Bolsa de Nova York acumula baixa de 12 por cento no ano, mesmo após a recuperação fulminante deste mês.

"As medidas do governo norte-americano para montadoras e bancos deram uma melhorada no humor do mercado nas últimas semanas", afirmou Américo Reisner, da Fator Corretora.

Ambos concordam que a volatilidade deve permanecer alta nos próximos meses, à medida que surjam notícias de mais prejuízos e até falências de bancos e montadoras.

"Mas agora os analistas já têm alguns dados para poder fazer contas. É melhor do que estávamos alguns meses atrás", disse Spolidoro.

Nesta terça-feira, um dia após um repique nos temores com bancos e montadoras dos Estados Unidos, os investidores apoiaram-se em notícias corporativas para voltar às compras.

Ações de bancos recuperaram-se do tombo da segunda-feira após o Barclays ter recusado receber ajuda do governo inglês e o Fortis prever um futuro animador, mesmo após amargar um prejuízo de 28 bilhões de euros em 2008.

Na cabeça do investidor, o alívio momentâneo dos bancos se sobrepôs a mais uma bateria de dados desoladores da economia norte-americana, com a atividade no Meio-Oeste recuando mais do que o esperado e o índice de confiança do consumidor ainda perto da mínima recorde em março. Em Wall Street, o Dow Jones subiu 1,16 por cento.

No mercado doméstico, a retomada das compras mirou sobretudo as siderúrgicas. Usiminas tomou a frente, com valorização de 4,8 por cento, para 29,50 reais. Gerdau avançou 2,9 por cento, valendo 12,90 reais.

Vale subiu 0,3 por cento, a 26,75 reais. Do outro lado, Petrobras cedeu 0,8 por cento, a 28,55 reais.

Na ponta de baixa, ficou o setor aéreo. De nada adiantou a Petrobras anunciar que vai reduzir o preço do querosene de aviação a partir da quarta-feira. O prejuízo de 1,12 bilhão de reais da TAM no quarto trimestre manteve o mercado pessimista com o segmento.

TAM mergulhou 3,8 por cento, para 12,70 reais. Gol perdeu 2,1 por cento, valendo 6,65 reais.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Bancos e montadoras revivem pessimismo e índice tomba 3%

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa refletiu o mau humor das praças internacionais com a pior sessão em quatro semanas, seguindo notícias que colocaram bancos e montadoras dos Estados Unidos de volta no olho do furacão da crise.

O Ibovespa perdeu 2,99 por cento, a 40.653 pontos. O giro financeiro da sessão foi de 3,6 bilhões de reais. De todo modo, o Ibovespa vai para a última sessão de março com uma alta acumulada de 6,5 por cento no mês.

"Notícias das montadoras e de bancos esfriaram um pouco o ânimo do mercado das últimas semanas", disse Pedro Galdi, analista da SLW corretora.

A tensão do mercado com as montadoras norte-americanas recrudesceu com a decisão do governo dos Estados Unidos de tomar o controle da indústria de veículos do país, forçando a saída do presidente-executivo da General Motors e pressionando a Chrysler para uma fusão. No meio da tarde, esta última anunciou ter chegado a uma aliança com o Fiat.

Ao mesmo tempo, os mercados internacionais também mostraram-se pessimistas com o setor bancário, depois de o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, ter evitado dizer se pedirá ao Congresso mais dinheiro para socorrer bancos atingidos pelos chamados ativos tóxicos.

Os papéis do Citigroup desabaram mais de 11 por cento e as do Bank of America, 18 por cento.

O tom negativo das bolsas contaminou os mercados de matérias-primas, como o petróleo, cujo preço do barril despencou 7,5 por cento.

Esse movimento pesou sobre as blue chips da bolsa paulista. Vale afundou 4,1 por cento, para 26,66 reais. Petrobras recuou 2,8 por cento, a 28,78 reais. Gerdau, uma das piores do dia, despencou 6,3 por cento, vendida a 12,54 reais.

Souza Cruz perdeu 6,3 por cento, a 44,80 reais, após o governo ter anunciado um aumento dos impostos sobre cigarros, para compensar parte a perda de arrecadação com incentivos fiscais ao setores automobilístico e de construção civil.

Dentre as companhias do ramo imobiliário, Gafisa subiu 2,2 por cento, a 11,34 reais. Cyrela avançou 1,4 por cento, para 8,92 reais. Duratex, fabricante de painéis de madeira e de louças sanitárias, subiu 0,7 por cento, vendida a 14,35 reais.

Na ponta de cima do índice, Sadia foi um dos poucos destaques do dia, subindo 1,7 por cento, para 3,06 reais. A companhia anunciou na sexta-feira que fechou o quarto trimestre de 2008 com prejuízo de 2,04 bilhões de reais, ampliando a perda do ano para 2,5 bilhões de reais.

Fora do índice, Globex disparou 12,6 por cento, para 6,42 reais, no dia em que a controladora da varejista Ponto Frio admitiu ter contratado um consultoria para assessorá-la na venda de seu controle.

ESTREIA DE ITAÚ UNIBANCO

A partir de terça-feira Itaú Unibanco será negociado por meio dos papéis de uma única instituição. Com isso, a ação preferencial do grupo, que vai conservar o ticker da ação preferencial do Itaú, deve se tornar a terceira mais importante do Ibovespa, respondendo por cerca de 5,5 por cento do índice, só atrás de Petrobras e Vale.

(Edição de Eduardo Simões)

Dólar sobe 1,75%, a R$2,332 por pessimismo em bolsas

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira, na esteira do pessimismo nos mercados internacionais, com preocupações sobre duas grandes montadoras do Estados Unidos derrubando os mercados.

A moeda norte-americana encerrou a sessão com avanço de 1,75 por cento, a 2,332 reais para venda.

"Se houver uma nova onda de quedas de empresas importantes, o investidor vai ficar mais arisco, a liquidez internacional vai diminuir e isso vai pressionar o dólar aqui", avaliou Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.

Mais cedo, as bolsas europeias fecharam em queda acentuada por preocupações com o setor bancário, com a Espanha lançando seu primeiro pacote de resgate a bancos.

Nos Estados Unidos os mercados também cediam, à medida que investidores realizavam lucros e mostravam-se apreensivos com rumores de uma possível falência da General Motors e da Chrysler.

Nesta segunda-feira, o governo norte-americano recusou um plano de reestruturação de ambas as montadoras e forçou a saída do presidente-executivo da GM, Rick Wagoner.

Os mercados não receberam bem as notícias, e os principais índices de Nova York caíam mais de 3 por cento, movimento seguido de perto pela Bovespa.

Frente a uma cesta com as principais moedas globais, o dólar tinha valorização em torno de 0,7 por cento.

De acordo com os dados mais atualizados da BM&F, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de 2,2 bilhões de dólares, pouco abaixo da média diária do mês, de 2,6 bilhões de dólares.

(Reportagem de José de Castro)

sábado, 28 de março de 2009

Grã-Bretanha e Chile pedem ação do G20 contra a crise

Por Adrian Croft e Reese Ewing

PhotoVIÑA DEL MAR, Chile (Reuters) - O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, exortou os demais líderes mundiais a evitarem o protecionismo e a agirem no encontro do G20, no próximo mês, em Londres, para superar a crise global.

Brown e a presidente do Chile, Michelle Bachelet, se reuniram no resort costeiro de Viña del Mar, no Chile, na sexta-feira, durante um encontro prévio à cúpula do G20.

A reunião no Chile contará com outros líderes mundiais, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e debaterá o papel dos Estados na crise econômica e soluções para proteger os pobres e o meio ambiente.

"Uma das mensagens que devem sair do encontro da próxima semana é a de que nós rejeitaremos tendências protecionistas", afirmou Brown, o primeiro premiê britânico a visitar o país sul-americano rico em cobre, em uma coletiva de imprensa com Bachelet.

"Monitoraremos esses países, apontaremos e envergonharemos se necessário os países que não estão seguindo as práticas de livre comércio, e trabalharemos para sustentar o sistema comercial do mundo com recursos adicionais", acrescentou.

Em Brasília, na quinta-feira, Brown exortou o G20 a apoiar uma expansão de 100 bilhões de dólares de financiamento comercial e pediu a conclusão de um acordo global de livre comércio.

Discursando em um seminário no início do Encontro de Líderes Progressistas, na noite de sexta-feira, Brown afirmou que os mercados não vinham trabalhando pelo interesse público e que reformas no sistema financeiro eram vitais.

"Temos que recomeçar e refazer nossas instituições. Temos que remodelar as regras do sistema financeiro", disse Brown, enquanto helicópteros da polícia o sobrevoavam e policiais patrulhavam a praia adjacente ao local.

"Precisamos de um novo FMI (Fundo Monetário Internacional)."

O encontro no Chile ocorre dias antes de uma reunião do G20, em Londres, para debater a pior crise econômica global em décadas.

"Se os trilhões de dólares que estão sendo mobilizados para superar a crise econômica internacional forem usados de forma sábia e criativa, podemos hoje responder internacionalmente para criar empregos decentes para milhares", afirmou Bachelet no seminário, acrescentando que também ajudaria a reduzir a pobreza e os riscos ambientais.

O presidente Lula, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, o premiê norueguês, Jens Stoltenberg, a presidente argentina, Cristina Kirchner, e o presidente uruguaio, Tabaré Vazquez, também estão no encontro.

(Reportagem adicional de Rodrigo Martinez e Antonio de la Jara)

terça-feira, 24 de março de 2009

Euforia com plano nos EUA diminui e Bovespa recua 2,27%

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A moderação substituiu a euforia dos investidores com o plano dos Estados Unidos para sanear bancos, fazendo a Bovespa devolver nesta terça-feira parte dos vistosos ganhos da véspera.

Sob a batuta da realização de lucros, o Ibovespa cedeu 2,27 por cento, aos 41.475 pontos. O giro financeiro da sessão somou 4,14 bilhões de reais.

"O pessoal preferiu realizar um pouco, já que o mercado veio de altas muito fortes", disse Ricardo Tadeu Martins, gerente de pesquisa da Planner.

Foi a mesma lógica que levou os principais índices de Wall Street a cair entre 1,5 e 2,5 por cento, depois de terem subido cerca de 7 por cento na véspera, quando o secretário do Tesouro dos Estados Unidos detalhou o plano para sanear bancos do país contaminados com ativos podres.

No plano doméstico, Perdigão foi a líder de perdas do Ibovespa, desabando 6,8 por cento, a 30,20 reais, após a companhia ter informado na segunda-feira à noite que fechou o quarto trimestre de 2008 com prejuízo de 20 milhões de reais devido ao impacto cambial na despesa financeira.

Vale também foi atingida, caindo 3,4 por cento, para 27,43 reais, no dia em que sua concorrente Rio Tinto informou que os preços do minério de ferro vão cair em 2009 pela primeira vez em sete anos, embora menos do que os 50 por cento projetados por algumas siderúrgicas.

Além disso, o preço-alvo das ações da mineradora brasileira foi cortado nesta terça-feira pelo banco Credit Suisse.

Os bancos também foram destaques negativos, no dia em que a Febraban, entidade do setor, previu aumento da inadimplência e crescimento menor das operações de crédito em 2009.

Itaú perdeu 3,6 por cento, para 25,79 reais. Banco do Brasil cedeu 2,7 por cento, a 15,98 reais.

Na outra ponta, TIM Participações avançou 5 por cento, para 6,50 reais, um dia depois de a área técnica da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ter mantido a decisão que obriga a Telco a realizar uma oferta pública de recompra para os minoritários da TIM no Brasil.

Redecard, cujo preço da oferta pública secundária de venda das ações pertencentes ao Citigroup deve sair ainda terça-feira, subiu 1,4 por cento, para 25,05 reais.

Sadia foi a melhor do índice, disparando 5,8 por cento, a 3,08 reais, em meio ao vaievém de rumores envolvendo a venda do controle da companhia.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Bovespa decola 6% após mapa do socorro a bancos nos EUA

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O detalhamento do plano para livrar grandes bancos dos Estados Unidos de ativos podres provocou uma onda de euforia na Bovespa, cujo principal índice teve a maior alta diária em 12 semanas.

Com um salto de 5,89 por cento nesta segunda-feira, o Ibovespa alçou os 42.438 pontos --maior nível desde 6 de fevereiro. O giro financeiro da sessão foi de 4,77 bilhões de reais.

"O investidor gostou de ter sabido detalhes do plano para bancos", resumiu Ernesto Leme, diretor da Claritas Wealth Management, referindo-se às explicações do secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner.

Pela manhã, ele detalhou os termos do plano para limpar os balanços de grandes bancos, envenenados com os chamados ativos tóxicos. O plano consiste em parcerias público-privadas, com as quais o governo espera atrair investidores privados.

De saída, o Tesouro vai colocar até 100 bilhões de dólares --valor que, somado ao capital privado, pode alcançar 1 trilhão de dólares.

Foi o suficiente para tirar da defensiva vários investidores, que correram a comprar ações de bancos e de empresas de energia, setores que conduziram uma disparada de 6 a 7 por cento dos principais índices de Wall Street.

O mercado celebrou ainda a divulgação de um dado mostrando que a venda de moradias usadas nos Estados Unidos aumentou 5,1 por cento em fevereiro, a maior alta desde julho de 2003.

A bolsa paulista partilhou desse otimismo, em meio ao ingresso de recursos de estrangeiros, os mesmos investidores que já injetaram 550 milhões de reais em ações de empresas domésticas nos primeiros 17 dias de março.

BANCOS NO BRASIL

Antevendo o restabelecimento do crédito no plano internacional, os investidores também buscaram papéis de instituições financeiras domésticas. Um dos líderes de ganhos foi Itaú, saltando de 9,6 por cento, a 26,75 reais.

O banco anunciou nesta tarde que exerceu opção de compra de 3,6 por cento das ações da Redecard, o que lhe deu o controle majoritário da companhia.

Em linha com o mercado global de commodities, que também teve um dia de fortes altas, as blue chips domésticas ajudaram a levantar o índice. Petrobras saltou 6,05 por cento, para 30,86 reais. Vale subiu 4,8 por cento, a 28,40 reais.

Na contramão restou Gol, que desabou 7,05 por cento, a 7,25 reais. A companhia divulgou na madrugada de sábado que teve prejuízo de 687 milhões de reais no último trimestre de 2008, elevando a perda do ano a 1,4 bilhão de reais. E anunciou também um aumento de capital de 203,5 milhões de reais.

(Edição de Daniela Machado)

domingo, 22 de março de 2009

Chávez qualifica Obama de 'pobre ignorante' e o manda ler

CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou neste domingo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de "pobre ignorante" por ter declarado meses atrás que o líder venezuelano exporta atividades terroristas.

Chávez, militar reformado, disse que esperava que com Obama pudessem ser recompostas as abaladas relações diplomáticas entre os dois países. Ele revelou que alguns comentários feitos pelo presidente norte-americano em janeiro o fizeram desistir de designar o novo embaixador da Venezuela em Washington.

"Agora Obama vai acusar a mim de exportar o terrorismo? Pelo menos alguém poderia dizer: pobre ignorante, estude, leia um pouco para aprender qual é a realidade que está vivendo e a realidade da América Latina e do mundo", disse Chávez, durante seu programa dominical de rádio e televisão.

"Mas são sinais muito ruins de um governo. Nós continuaremos esperando, mas não estamos desesperados. Para nós o império dos Estados Unidos tanto faz como tanto fez," acrescentou.

Em janeiro, Chávez pediu a Obama que retificasse suas opiniões sobre ele e sobre a Venezuela se desejava a melhoria das relações diplomáticas.

O presidente norte-americano disse em janeiro que Chávez tinha interrompido o progresso da região, exporta atividades terroristas e apóia "entidades malignas" como a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Embora EUA e Venezuela mantenham um dinâmico intercâmbio comercial, as relações entre seus governos chegaram ao ponto mais baixo em décadas, em meio a um ríspido intercâmbio verbal que resultou na retirada dos respectivos embaixadores.

O presidente venezuelano expulsou em setembro o embaixador dos EUA em Caracas e ordenou a retirada de sua delegação diplomática de Washington em apoio ao governo da Bolívia, que tomou decisão semelhante em meio a uma forte crise política.

(Reportagem de Ana Isabel Martínez)

sexta-feira, 20 de março de 2009

Sem boas novas, Bovespa opta por realização de lucros

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Esgotado o otimismo criado com notícias positivas de bancos e de medidas do governo norte-americano para tentar reanimar a economia, os investidores em ações preferiram realizar lucros, fazendo a Bovespa recuar após três altas consecutivas.

No final de uma sexta-feira de volatilidade, o Ibovespa encolheu 0,93 por cento, aos 40.076 pontos. Na semana, contudo, o índice subiu 2,7 por cento, estendendo para 5 por cento o ganho acumulado no mês.

O giro financeiro da sessão foi de 3,5 bilhões de reais.

"Os sinais de melhora do sistema financeiro nos Estados Unidos fizeram o mercado de ações mudar de patamar nos últimos dias. Mas para os índices continuarem subindo, são necessárias novas boas notícias", avaliou Gabriel Goulart, analista econômico da Mercatto Gestão de Recursos.

Como o dia foi vazio de indicadores econômicos e relativamente fraco em novidades no âmbito corporativo, os investidores preferiram embolsar os ganhos recentes.

Tendência que também se espalhou para o segmento de commodities, acrescentando pressão sobre as ações mais importantes do Ibovespa. A reboque da queda nos preços de metais, Vale cedeu 0,7 por cento, a 27,10 reais.

Petrobras caiu 0,5 por cento, para 29,10 reais. Depois do rali recente, que na véspera culminou com o pico em quatro meses, a cotação do barril do petróleo cedeu 1 por cento nesta sexta-feira.

Em Wall Street, comentários negativos de analistas sobre a General Eletric foram o suficiente para empurrar os principais índices locais para a segunda queda seguida, embora tenham fechado a semana no azul.

No plano doméstico, companhias concessionárias de serviços públicos intensificaram a pressão sobre o Ibovespa.

A pior do dia foi Vivo, perdendo 9 por cento, a 33,90 reais.

Dados divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelaram que a operadora manteve-se líder no mercado brasileiro de telefonia móvel, mas teve uma pequena perda de market share em fevereiro.

A Anatel informou ainda que o Brasil adicionou 415,9 mil novos usuários de celular ao total do país em fevereiro, uma queda de 67 por cento sobre o mesmo período do ano passado.

Outro destaque negativo foi Cemig, caindo 4,8 por cento, para 32,25 reais, depois de a elétrica mineira ter reportado na quinta-feira à noite os resultados do quarto trimestre de 2008, que vieram abaixo das expectativas do mercado.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Bolívia reclama que Brasil descumpre contrato de compra de gás

LA PAZ (Reuters) - A Bolívia afirmou na quinta-feira que o Brasil reduziu em um terço sua demanda pelo gás natural boliviano, o que além de descumprir o contrato entre os dois países obrigou a Bolívia a reduzir sua produção.

No início deste ano, o Brasil reduziu de 31 milhões para 19 milhões de metros cúbicos diários de gás (mcd) o volume que importa da Bolívia, devido ao menor consumo local.

Entretanto, após interferência dos dois governos, a Petrobras fechou acordo com a YPFB para importar 24 milhões de mcd.

"Nos últimos meses houve uma redução na produção de gás natural fundamentalmente porque o Brasil está nominando diariamente uma quantidade menor do que no ano passado", disse o presidente interino da estatal boliviana YPFB, Carlos Villegas.

Atualmente o Brasil compra 20 milhões de mcd, segundo Villegas, o que significa "uma redução de um terço na demanda do Brasil".

A diretora da área de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, também disse nesta semana que a empresa estava comprando 20 milhões de mcd, dos 30 que tinha direito, devido à queda do consumo interno.

Além da redução da atividade econômica, algumas indústrias brasileiras substituíram o gás por óleo combustível para aproveitar o impacto imediato do preço mais baixo do petróleo no óleo, enquanto o gás depende de uma fórmula que leva em consideração a média de seis meses do preço da commodity.

"O compromisso foi de comprar 24 milhões de metros cúbicos diários. O Brasil não cumpriu. Estamos conversando para, nas próximas semanas, nos reunirmos para definir com clareza o comportamento da demanda daqui para a frente", completou Villegas.

As exportações da Bolívia dependem em grande parte dos envios de gás natural ao Brasil. Em 1999, os dois governos fecharam um contrato de fornecimento de gás por 20 anos.

Villegas destacou que a Argentina aumento "de maneira considerável" sua demanda por gás para mais de 6 milhões de mcd, ante 2 milhões no início deste ano.

Na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país não quer depender do "bom humor" de ninguém em relação ao gás.

A Bolívia detém a segunda maior reserva de gás da América do Sul, atrás da Venezuela, com uma produção diária acima de 42 milhões de mcd, em grande parte produzidos pela Petrobras.

(Por Diego Oré)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Medida do Fed estica ânimo e Bovespa supera 40 mil pontos

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Uma medida dramática do Federal Reserve para tentar reanimar a economia norte-americana deu fôlego adicional aos mercados de ações no exterior, movimento seguido pela Bovespa, que alcançou o maior nível em um mês.

Depois de passar a maior parte da quarta-feira operando no vermelho, o Ibovespa seguiu a reversão de Wall Street e fechou com avanço de 1,6 por cento, aos 40.142 pontos. O giro financeiro da sessão foi de 4,58 bilhões de reais.

"Foi o Fed", sintetizou André Querne, sócio da Rio Gestão de Recursos, explicando o motivo da virada do índice.

Depois de ter baixado para a faixa de zero a 0,25 por cento o juro básico dos Estados Unidos, o Fed não viu alternativa para tentar levantar a economia abalada pela crise senão ampliar sua atuação no mercado secundário de títulos públicos.

O banco central norte-americano informou que nos próximos seis meses vai comprar até 300 bilhões de dólares em títulos de longo prazo do governo, o que não fez nas últimas quatro décadas. A instituição também vai ampliar as compras de dívidas lastreadas em hipotecas.

Foi o suficiente para tirar os principais índices acionários de Wall Street do vermelho, colocando-os na sexta alta em sete sessões e de volta no melhor patamar em um mês.

O anúncio também permitiu recuperação nos mercados de commodities, justamente os que pesavam sobre as ações mais importantes do Ibovespa.

Assim, Petrobras recobrou força na última hora, fechando com avanço de 1,1 por cento, a 28,30 reais. Vale terminou o dia valendo 26,96 reais, com perda de 0,3 por cento, depois de ter chegado a cair mais de 2 por cento.

BM&F Bovespa, que pela manhã informou ter conseguido compensar parcialmente as quedas de receita com cortes de custos no quarto trimestre de 2008, subiu 3,6 por cento, a 7,12 reais.

Banco do Brasil tomou a liderança entre os bancos, com ganhos de 3,5 por cento, a 15,51 reais.

Mas o setor mais valorizado foi o de papel e celulose, segundo operadores, devido à análise de que as empresas dessa área estão excessivamente desvalorizadas, o que atraiu caçadores de barganhas.

VCP foi a melhor do índice, disparando 7,75 por cento, a 11,12 reais. Aracruz subiu 6,7 por cento, para 1,60 real.

terça-feira, 17 de março de 2009

Bovespa acompanha bom humor externo e fecha em alta de 2,34%

Investidores ficaram mais otimistas e compraram Vale e Petrobras.
Ações da Perdigão, que pode se unir à Sadia, subiram mais de 7% no dia.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou de perto os mercados internacionais nesta terça-feira (17). Depois de abrir em queda, o mercado virou no início da tarde. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, acabou registrando ganho de 2,34% no fechamento, terminando o dia aos 39.510 pontos.

O resultado do dia foi puxado pelo bom desempenho das ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce. As principais ações da petrolífera e da mineradora tiveram valorização de mais de 2% e de 1%, respectivamente. As ações da Perdigão, que pode se unir à Sadia, dispararam mais de 7% nesta terça-feira.

O volume negociado na Bovespa no dia ficou em linha com a média dos últimos dias, em R$ 3,4 bilhões. Entre as outras ações que tiveram forte valorização no dia estiveram a Votorantim, a Natura e a Renner, todas com ganhos acima de 6% no pregão. Entre as baixas, destacaram-se Gol, Braskem, Usiminas e Gerdau.

Sadia e Perdigão

O fato de muitos dos principais acionistas da Perdigão, como os fundos de pensão brasileiros, também possuírem bom número de papéis da Sadia poderá ser determinante para que as duas empresas cheguem a um acordo para uma associação operacional, disseram especialistas nesta terça-feira.

As empresas, duas das maiores companhias de alimentos da América Latina, que juntas chegam a um faturamento anual superior a R$ 20 bilhões, confirmaram que estão discutindo uma eventual parceria, apesar de a Perdigão ter informado que, no momento, as conversas sofreram uma pausa após não ter sido alcançado um entendimento.

Segundo uma fonte que pediu anonimato, a Sadia pode se complicar financeiramente se não receber algum auxílio nos próximos 60 dias. "Deve estar uma pressão grande sobre a direção da Perdigão. Mas a palavra final é dos fundos", acrescentou.

Exterior

Em Wall Street, os mercados iniciaram o dia em baixa, com os agentes assimilando notícias corporativas negativas. Entretanto, depois de notícias positivas sobre o setor imobiliário, o mercado americano passou a subir. No fechamento, o Dow Jones - referência para Nova York - ganhou mais de 2,48%.

Os índices da construção civil e o número de licenças para construir concedidas nos Estados Unidos subiram de maneira inesperada em fevereiro: 22,2% e 3%, respectivamente, depois de sete meses de baixa, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira.

Empresas

Na noite de segunda-feira, a fabricante de alumínio Alcoa anunciou um corte de dividendos que deve ter impacto negativo em suas ações, mesmo que o movimento resulte em economia de US$ 400 milhões por ano.

Ainda no segmento de matérias-primas, a ArcelorMittal negou que esteja planejando a emissão de US$ 6,5 bilhões em ações, conforme apontaram algumas reportagens, mas não refutou que possa utilizar tal instrumento de captação. Já a Rio Tinto apontou que não acredita em uma retomada de preços durante 2009.

No setor de tecnologia, a Apple apresentará um novo software para o iPhone. A fabricante de celulares Nokia anunciou a demissão de 1,7 mil funcionários.

Outros mercados

Na Europa, as bolsas de valores encerraram em baixa, após terem registrado alta durante cinco sessões consecutivas. A fraqueza das ações do setor de mineração, devido à queda dos preços dos metais e notícias sobre a redução do dividendo da Alcoa, superou os ganhos verificados no segmento bancário.

O índice FTSEurofirst 300, referência das principais bolsas europeias, recuou 0,7%, para 715 pontos. O indicador ainda acumula queda de 14% neste ano, depois de ter despencado 45% em 2008.

(Com informações do Valor OnLine, da Reuters e da France Presse)

segunda-feira, 16 de março de 2009

Em NY, Lula diz que economia ainda vai crescer em 2009

Por Walter Brandimarte e Pedro da Costa

Photo NOVA YORK (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que o Brasil, maior economia da América Latina, ainda vai crescer neste ano, mas em taxas reduzidas, com o auxílio do governo, que mantém investimentos e estimula o consumo doméstico.

"Nós vamos crescer menos do que gostaríamos em 2009, menos do que poderíamos crescer se não houvesse crise externa. Mas nós cresceremos", disse Lula no seminário para investidores "Brazil Global Partner in a New Economy", realizado no hotel The Plaza, em Nova York. Ele está acompanhado dos ministros Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Celso Amorim (Relações Exteriores).

Economistas vem reduzindo suas estimativas para o desempenho da economia brasileira em 2009, com bancos, como o Morgan Stanley, apostando em uma contração surpreendente de 4,5 por cento.

Mas Lula afirmou que o governo vai manter o estímulo "responsável" do consumo doméstico, enquanto realiza os investimentos necessários mesmo com a queda das receitas.

"Eu não vou cortar um centavo dos gastos sociais, nem dos investimentos em infraestrutura", disse, acrescentando que tais medidas vão assegurar uma recuperação rápida da produção industrial e a manutenção dos atuais níveis de emprego.

Petrobras e pessimismo com PIB doméstico apertam Bovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A fraqueza das ações da Petrobras e o crescente pessimismo com a economia doméstica em 2009 pesaram sobre os negócios da Bovespa nesta segunda-feira.

No final de uma sessão volátil, o Ibovespa marcou desvalorização de 1,05 por cento, aos 38.607 pontos. O giro financeiro do pregão, inflado por 1,41 bilhão de reais do exercício de opções, somou 5,12 bilhões de reais.

De acordo com profissionais do mercado, as crescentes indicações de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não vai escapar da recessão global estão levando investidores a vender ações na Bovespa, que nas últimas semanas vinha tendo desempenho acima da média internacional.

"Os números da economia estão mostrando que o otimismo com o mercado doméstico não se sustentava", disse Nicholas Barbarisi, sócio e diretor de operações da Hera Investment.

Depois da divulgação na semana passada de que a economia brasileira se retraiu 3,6 por cento na passagem do terceiro para o quarto trimestres, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central cortaram à metade as estimativas para a expansão neste ano, a 0,59 por cento, .

Num relatório individual, o Morgan Stanley previu uma contração de 4,5 por cento do PIB do país neste ano.

Com esse pano de fundo, ações de empresas ligadas a consumo foram as que mais caíram. Lojas Renner desabou 6,1 por cento, a 14,50 reais. A operadora de TV por assinatura Net perdeu 5 por cento, avaliada em 15,71 reais.

Assim, mesmo o noticiário externo positivo não conseguiu sustentar as ações domésticas.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), por exemplo, decidiu manter as metas de produção, medida recebida como sinal de que a demanda pela commodity não deve cair ainda mais. Conseguiu segurar o preço do petróleo.

Petrobras, no entanto, caiu 1,84 por cento, para 27,19 reais.

Na reta final do pregão, o otimismo externo com notícias de bancos foi substituído pela cautela, depois de a American Express ter dito que o total de pessoas com dificuldade para pagar as contas de cartão de crédito cresceu.

Os índices Dow Jones e Standard & Poor's 500 acabaram fechando em leve queda, depois de terem chegado a subir cerca de 2 por cento impulsionados pelo setor financeiro --com o Barclays indicando que pode vender sua unidade iShares e o HSBC descartando um novo aumento de capital para fazer frente a perdas com crédito.

De todo modo, uma queda ainda maior do Ibovespa foi amortecida pelas ações de bancos, que refletiram o tom moderadamente positivo do setor no plano internacional.

Bradesco subiu 0,55 por cento, a 21,82 reais, e Itaú avançou 0,46 por cento, para 24,11 reais.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Dólar fecha estável por desmonte de posições e piso psicológico

SÃO PAULO (Reuters) - Em uma sessão volátil, o dólar fechou estável nesta sexta-feira, à medida que um desmonte de posições compradas foi contrabalançado pelo fato de a moeda ter chegado no que se classificou de piso psicológico.

O dólar encerrou a 2,301 reais para venda, um dia depois de ter exibido o maior recuo percentual desde o fim de janeiro. Na semana, a divisa acumulou desvalorização de 3,44 por cento.

"Os vendedores (de dólares) estavam mais agressivos no período da manhã", momento em que a moeda registrou uma baixa mais firme, disse Luiz Piason, gerente de operações de câmbio da Corretora Concórdia. .

Pouco antes do começo da tarde, no entanto, a moeda norte-americana passou a registrar leve oscilação positiva. O dólar encontrou um "ponto de suporte, o que impediu uma continuação da queda", explicou Piason. Esse piso esztaria ao redor de 2,300 reais.

A volatilidade nas cotações do câmbio doméstico refletem as contínuas incertezas nos mercados externos.

"O mercado não dá consistência a movimento algum, ele está funcionando no dia-a-dia", resumiu Piason.

Minutos antes do fechamento, os índices das bolsas de valores dos Estados Unidos operavam em alta, após exibirem volatilidade durante todo o pregão. No Brasil, o principal índice da Bovespa exibia discreta desvalorização.

Segundo os dados mais atualizados da BM&F, o volume de dólar à vista negociado somava cerca de 1,9 bilhão de dólares, abaixo da média mensal de 2,6 bilhões de dólares.

(Reportagem de José de Castro)

Ibovespa interrompe série de 3 altas, mas ganha na semana

SÃO PAULO (Reuters) - A um pregão do exercício de opções, o principal índice da Bovespa não teve fôlego para acompanhar a recuperação de Wall Street e acabou fechando em baixa.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa interrompeu uma sequência de três dias no azul e recuou 0,35 por cento, para 39.015 pontos. Na semana, o indicador acumulou alta de 5,15 por cento.

O volume financeiro da bolsa foi de 3,67 bilhões de reais, em linha com a média dos últimos dias.

As ações da Vale e da Companhia Siderúrgica Nacional encabeçaram a lista das que mais pesaram na queda do Ibovespa.

"Isso acontece diante da expectativa de que o crescimento da China vai ser menor, o que implica em demanda menor por commodities", afirmou Ricardo Tadeu Martins, gerente de pesquisa da Planner Corretora.

Vale perdeu 1,85 por cento, para 26,60 reais, enquanto CSN tombou 2,88 por cento, a 32,34 reais.

Os papéis da Gerdau caíram 3,15 por cento, para 11,67 reais.

Na ponta contrária, Petrobras registrou alta de 0,54 por cento, a 27,70 reais.

Alguns papéis ligados ao varejo se beneficiaram da divulgação de que as vendas do setor subiram em janeiro, ao contrário das expectativas.

As ações das Lojas Americanas ganharam 6,68 por cento, a 6,71 reais, e as das Lojas Renner avançaram 3,62 por cento, para 15,44 reais.

"Temos que lembrar que alguns desses papéis já vinham se recuperando com o corte do juro (básico)", acrescentou o gerente da Planner. Na noite de quarta-feira, o Banco Central anunciou a decisão de reduzir em 1,5 ponto percentual a Selic, para 11,25 por cento ao ano.

Nos Estados Unidos, o dia foi volátil. As bolsas de valores abriram em alta após o Citigroup informar que não precisa de mais recursos do governo, perderam força à tarde e voltaram a subir no fechamento.

(Por Daniela Machado)

terça-feira, 10 de março de 2009

Bovespa sobe mais de 5% animado por Citi e China

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O alívio trazido por notícias positivas nesta terça-feira, após três pregões consecutivos de queda e muito desânimo, fez a Bovespa operar em alta por todo o pregão e encerrar em forte alta.

O principal índice de ações da bolsa encerrou aos 38.794 pontos, com valorização de 5,59 por cento. O volume financeiro também melhorou, quase dobrando em relação ao movimento de segunda-feira e atingindo 4,5 bilhões de reais.

Notícias favoráveis sobre o Citigroup, produção de aço na China e em relação à economia norte-americana animaram o mercado, segundo analistas.

Nem mesmo a expressiva queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6 por cento no último trimestre do ano passado contra o terceiro, divulgado esta manhã, atrapalhou o bom humor que se instalou no mercado após a notícia de que o Citigroup foi lucrativo nos primeiros dois meses do ano.

A preocupação com a saúde das instituições financeiras é um dos principais fatores que vem desanimando o mercado.

Uma produção maior do que o esperado de aço na China em janeiro e fevereiro, da ordem de 2,4 por cento, também ajudou o Ibovespa a recuperar parte das perdas sofridas nos últimos dias. Este foi o maior ganho do índice em um único dia desde o primeiro pregão deste ano.

Mesmo assim, a animação não se transformou em euforia no mercado, já que as perdas ainda são grandes e as perspectivas de mais boas notícias são incertas.

"O problema é que a bolsa está vivendo apenas no intraday e estimula quem trabalha só no giro. Os investidores de médio e longo prazos não conseguem recuperar",lamentou o assessor de investimentos da corretora Souza Barros Luiz Roberto Monteiro, lembrando que o Ibovespa em meados de 2008 marcava cerca de 70 mil pontos.

Mesmo com o petróleo em queda, as ações da Petrobras valorizaram 5,33 por cento, cotadas a 27,07 reais, um pouco abaixo da alta das preferenciais da Vale, segundo mais negociada e que, impulsionadas pela produção de aço na China, subiu 6,21 por cento, cotada a 27,37 reais.

Ações de empresas com muita defasagem como ALL e B2W, que divulgam seus balanços na quarta e quinta-feiras, respectivamente, dispararam na esteira da alta do índice.

"No caso da ALL ajudou o acordo com a Cosan, e a B2W, que é de varejo, recuperou", explicou Pedro Galdi, da SLW Corretora.

A ALL e a Cosan firmaram na segunda-feira acordo de 1,2 bilhão de reais para ampliar a capacidade operacional ferroviária da ALL para o porto de Santos. ALL disparou 13,9 por cento, para 9,34 reais, enquanto B2W, empresa que vende os produtos das Lojas Americanas pela Internet, saltou 11,7 por cento, para 22,00 reais.

Para Galdi é difícil prever se o mercado continuará de bom humor, mas espera uma grande ansiedade até o final da reunião do Comitê de Política Monetária, no final da tarde de quarta-feira.

"O PIB deu esperanças de um corte forte nas taxas de juros", explicou o economista.

Além do Copom, as atenções também estarão voltadas, segundo Galdi, para dados previstos para serem divulgados na quarta-feira, como a produção industrial da China e o comportamento do varejo no país asiático.

"Se as notícias vierem positivas puxam a bolsa, mas pode ser também um dia meia boca à espera do Copom", avaliou Galdi.

(Edição de Alexandre Caverni)

Dólar cai 1,30% com melhora no humor externo por Citi

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta terça-feira, acompanhando o otimismo dos mercados externos, com a divulgação de que Citigroup registrou lucro nos dois primeiros meses deste ano, reduzindo as preocupações com o setor bancário.

A moeda norte-americana terminou o dia a 2,349 reais, um recuo de 1,30 por cento. Nas duas últimas sessões, o dólar exibiu variação discreta, ficando praticamente estável.

"A partir do momento em que o mercado 'respira' lá fora, por aqui a melhora também é sentida", afirmou Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa de Investimento.

Os mercados mostravam-se otimistas após o presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, enviar um memorando aos funcionários do banco afirmando que as atividades do grupo financeiro foram lucrativas nos meses de janeiro e fevereiro, e que o banco está confiante sobre a força de seu capital.

As bolsas espelharam as boas notícias vindas do setor bancário, um dos mais golpeados pela atual crise. Na Europa, as principais praças fecharam em alta, rompendo uma série de três dias de perdas. Em Nova York, os índices disparavam mais de 5 por cento.

No Brasil, o mercado igorava os dados divulgados pelo IBGE, mostrando que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 3,6 por cento no último trimestre de 2008 em comparação aos três meses anteriores. A Bovespa exibia rali de 5 por cento, seguindo o bom humor de Wall Street.

Um gerente de câmbio de banco que preferiu não se identificar avaliou que a perspectiva de queda na taxa básica de juros também ajudou a levar o dólar para baixo.

Para ele, uma vez que o juro cai, as perspectivas para o cenário econômico como um todo melhoram e mesmo com um corte agressivo da Selic, a taxa básica brasileira ainda é muito atrativa.

Atualmente a Selic está em 12,75 por cento ao ano e uma pesquisa Reuters divulgada esta tarde mostra a maioria dos economista ouvidos apostando num corte de 1,5 ponto percentual.

(Reportagem de José de Castro)

Índices de NY sobem com notícias favoráveis sobre Citigroup

Por Chuck Mikolajczak

NOVA YORK (Reuters) - As bolsas de valores dos Estados Unidos tiveram nesta terça-feira o melhor dia em quatro meses, depois que o Citigroup informou que foi lucrativo nos primeiros dois meses de 2009.

O mercado também recebeu um impulso, que tirou os principais índices acionários dos níveis mais baixos em 12 anos, depois que um importante parlamentar afirmou que espera o restabelecimento de regras que limitam as vendas a descoberto.

O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, fechou em forte alta de 5,8 por cento, a 6.926 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq saltou 7,07 por cento, para 1.358 pontos. O índice Standard & Poor's 500 disparou 6,37 por cento, a 719 pontos.

Ações do setor finaceiro subiram 15 por cento, após o presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, afirmar num memorando para funcionários que está confiante sobre a força de capital da instituição.

Acrescentando ao tom positivo, o deputado Barney Frank, chairman do Comitê de Serviços Financeiros da câmara dos deputados dos EUA, disse estar esperançoso sobre a possibilidade de a Securities and Exchange Commission (órgão regulador do mercado de capitais dos EUA) restabelecer a regra sobre vendas a descoberto em cerca de um mês.

A regra diminui o movimento de vendas a descoberto, ou apostas de que uma ação deva cair, e pode acalmar os mercados voláteis.

"Tem havido significativa cobertura de posições no setor financeiro hoje, como resultado de comentários do chairman do Citi, oferecendo um forte apoio ao setor financeiro de maneira geral", disse Michael James, operador sênior no banco de investimento regional Wedbush Morgan em Los Angeles.

"A possibilidade de que a regra sobre vendas a descoberto possa de fato voltar também deve ser significativamente positiva para as ações financeiras", acrescentou.


segunda-feira, 9 de março de 2009

Mercado fecha em baixa apesar de alta da Petrobras

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A alta do petróleo nesta segunda-feira ajudou a Bovespa a encerrar o dia em queda inferior às das bolsas norte-americanas, apesar do mercado brasileiro ter passado o dia atrelado ao movimento externo.

Oscilando entre pequenas altas e quedas com grande volatilidade, o Ibovespa fechou o pregão desvalorizado em 0,98 por cento, aos 36.741 pontos, com volume financeiro de 2,75 bilhões de reais. Este foi o terceiro pregão seguido no vermelho.

As ações da Petrobras, principais papéis do mercado brasileiro, conseguiram resistir ao pessimismo geral após o petróleo disparar com a expectativa de novos cortes de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o que elevou o preço da commodity.

Um incidente entre navios dos EUA e da China também ajudaram a impulsionar a cotação do petróleo, que encerrou o dia cotado a 47,07 dólares o barril, alta de 3,41 por cento.

As ações preferenciais da Petrobras terminaram o dia em alta de 0,12 por cento, cotadas a 25,70 reais, no dia útil seguinte à divulgação de lucro recorde em 2008, que não chegou a entusiasmar o mercado.

Incertezas em relação à saúde de instituições financeiras e montadoras continuam limitando o interesse do investidor, que tem preferido se garantir com papéis de setores mais tradicionais, segundo o economista-chefe da Corretora Ágora.

"Os mercados continuam com aversão a risco, vendo gravidade na crise, e não conseguindo sair da crise", avaliou Álvaro Bandeira. "Acho que ainda dura algum tempo, porque ainda vamos coletar dados de conjuntura global e de empresas muito fracos."

As ações da Vale, segunda principal blue-chip, não resistiram a perspectivas mais pessimistas para os metais e demanda da China e cederam 3 por cento, cotadas a 25,77 reais.

Para Bandeira, o mau humor do mercado deve durar pelo menos o primeiro semestre, com perspectivas melhores para a segunda metade do ano.

"A minha sensação é de que o mercado começa a mostrar sinais de que lá na frente melhora um pouco, mas pelo menos vamos ter um semestre de situação ruim e de volatilidade", disse o economista.

(Por Denise Luna)

sábado, 7 de março de 2009

Lula fará extração do primeiro óleo de Tupi no dia 1º de maio

BRASíLIA (Reuters) - O primeiro petróleo da camada pré-sal do campo de Tupi, na bacia de Santos, será retirado no dia 1o de maio, afirmou na sexta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cerimônia, cercada de simbolismo como o batismo da plataforma com o nome de São Vicente, primeira cidade fundada no país, também foi agendada para uma data simbólica: o Dia do Trabalhador.

No dia 2 de setembro a Petrobras iniciou a produção do primeiro óleo da camada pré-sal no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, no litoral sul do Espírito Santo, estimando uma produção de 18 mil barris/dia.

"É muito importante o que vai acontecer, é que nós vamos tirar os primeiros barris de petróleo a 6 mil metros de profundidade. Não é pouca coisa", afirmou o presidente em discurso durante inauguração da segunda fase da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares (ES).

A produção inicial de Tupi será de 15 mil b/d, mas a previsão é de que suba para 30 mil b/d no auge do teste. Em 2010 está prevista a instalação do plano piloto, que vai produzir 100 mil b/d no campo.

"Nós vamos fazer essa inauguração de Tupi. E, possivelmente, neste momento em que o mundo está em crise, talvez a Petrobras seja a empresa de petróleo no mundo que mais está investindo", acrescentou.

Em janeiro, a Petrobras anunciou que vai investir 174,4 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, montante maior do que a programa pela gigante Shell.

BOLíVIA

O presidente também comentou a recente crise entre o Brasil e a Bolívia causada pela nacionalização dos recursos naturais anunciada pelo país vizinho. Lula disse que, apesar das críticas dos brasileiros "mais conservadores" e de ter ficado com "pena" da Petrobras, compreendeu a "justeza" da medida e reconheceu o direito da Bolívia de nacionalizar o seu gás natural.

Por outro lado, Lula contou que mostrou ao presidente boliviano, Evo Morales, que a Bolívia não teria a quem mais vender seu gás natural senão ao Brasil.

"Hoje, parece que a relação está 100 por cento boa. A Petrobras continua produzindo, continua pesquisando, continua investindo", comentou.

Lula destacou, entretanto, que quando o Brasil obtiver a autosuficiência em gás natural liberará a Bolívia para vender o produto para outros países.

"Lógico que o Brasil vai comprar também porque, estrategicamente, é importante o Brasil ajudar a Bolívia a se desenvolver. Não interessa ao Brasil crescer cercado por pobres", destacou.

(Reportagem de Fernando Exman)

Lula defende medicina em aborto de menina

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a medicina está mais correta do que a Igreja, referindo-se à polêmica levantada em torno do aborto feito em uma menina de 9 anos, estuprada pelo padrasto.

"Não é possível permitir que uma menina estuprada por um padrasto tenha esse filho, até porque a menina corria risco", disse Lula a jornalistas em Vitória, no Espírito Santo. "Eu acho que, neste aspecto, a medicina está mais correta que a Igreja", afirmou.

Na quarta-feira, o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, anunciou a excomunhão da mãe, dos médicos e das pessoas envolvidas no aborto, feito com base legal em uma maternidade pública da capital pernambucana.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) informa que a Igreja sempre se colocou a favor da vida, desde a sua concepção.

"Não concordamos com o desfecho final de eliminar a vida de seres humanos indefesos", diz o comunicado.

Os médicos que conduziram o aborto, na quarta-feira, disseram que a gravidez, de gêmeos, representava um risco para a vida da menina.

A lei brasileira autoriza o aborto em caso de estupro ou quando a mãe corre o risco de morrer, mas o arcebispo justificou a excomunhão alegando que "a lei de Deus está acima de qualquer lei humana".

"Eu estou dizendo que a medicina está mais correta que a Igreja, e a medicina fez o que tinha que ser feito, salvar a vida de uma menina de 9 anos", afirmou Lula. "Como cristão e como católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja católica tenha um comportamento, eu diria, conservador como esse."

Dom José Cardoso Sobrinho voltou a defender a medida nesta sexta-feira, mas disse que o padrasto não seria passível de excomunhão.

"Esse padrasto cometeu um pecado gravíssimo. Agora, mais grave do que isso, sabe o que é? O aborto, eliminar uma vida inocente", disse ele a jornalistas.

O chefe do Conselho Pontifício do Vaticano para a Família, Gianfranco Grieco, afirmou ao jornal italiano Corrieri della Siera que a decisão do arcebispo foi correta.

A menina deixou o hospital nesta sexta-feira e seria encaminhada a um abrigo, em local não divulgado.

(Por Fabio Murakawa; Edição de Maria Pia Palermo)

quarta-feira, 4 de março de 2009

Esperança de alívio na recessão faz índice disparar 5,2%

SÃO PAULO (Reuters) - A expectativa de que a recuperação da economia chinesa amorteça os efeitos da recessão global animou os investidores da Bovespa, que fechou em forte alta, impulsionada pelos ganhos das ações de empresas de commodities.

Com uma disparada de 5,23 por cento, o Ibovespa chegou aos 38.376 pontos, de acordo com dados preliminares, enxugando as perdas da semana. O volume financeiro da sessão foi de 4,55 bilhões de reais.

A subida do índice de produção industrial da China pelo terceiro mês seguido em fevereiro e o anúncio de que o governo vai aumentar os gastos em áreas como infraestrutura e indústria fez disparar os preços de matérias-primas.

Os principais índices das bolsas européias e norte-americanas subiram com vigor, após uma série de perdas que na véspera os levaram aos menores níveis em mais de uma década.

As blue chips domésticas ditaram o tom da recuperação do Ibovespa. Vale saltou 9,88 por cento, para 28,35 reais. Petrobras subiu 6,25 por cento, a 26,35 reais.

(Reportagem de Aluísio Alves)

DÓLAR CAIU 1,66%.

O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira em queda ante o real, com os mercados externos esperançosos de que o governo chinês aumente os esforços para fortalecer a economia do país.

A moeda norte-americana fechou em queda de 1,66 por cento, a 2,371 para venda. É a maior baixa percentual desde 28 de janeiro.

O anúncio de que o governo de Pequim vai impulsionar os gastos em áreas como infraestrutura e indústria elevou o preço das ações de commodities, o que deu fôlego aos mercados acionários globais.

"O otimismo está baseado na idéia de que o plano da China para incentivar a economia está dando resultados positivos", avaliou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio.

As bolsas de valores globais refletiam as boas notícias sobre a economia chinesa. Os principais índices europeus avançaram, interrompendo uma série de três sessões de queda. Os índices de Wall Street subiam mais de 2 por cento. O principal índice da Bovespa subia mais de 4 por cento.

Com a melhora no cenário externo, Galhardo cita a mudança de estratégia por parte dos investidores estrangeiros. "Eles (os investidores) viram que o dólar tava subindo e decidiram realizar lucros, vendendo dólar", disse.

Nesta quarta-feira, o Banco Central divulgou dados do fluxo cambial de fevereiro, que fechou positivo em 841 milhões de dólares. É a primeira entrada líquida mensal de recursos desde setembro.

"O fluxo positivo contribui para os fundamentos da moeda brasileira", afirmou Marcelo Voss, economista-chefe da Corretora Liquidez.

(Reportagem de José de Castro)

terça-feira, 3 de março de 2009

Vale ajuda alta da Bovespa em meio a desânimo

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Depois de um dia inteiro de muita volatilidade, o mercado acionário brasileiro encerrou enfraquecido e desanimado com a falta de boas notícias, mas resistiu à queda de Wall Street e conseguiu fechar em leve alta.

No auge da melhora ao longo do dia, motivada por declarações otimistas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o Ibovespa chegou a ultrapassar os 37 mil pontos, recuando para 36.467 pontos no fechamento, uma alta de 0,64 por cento em relação à véspera. O volume financeiro foi de 3,9 bilhões de reais.

A ajuda no mercado brasileiro veio principalmente dos papéis da mineradora Vale, puxados para cima pela melhora das commodities no cenário internacional e recomendações de compra das ações da companhia por grandes bancos.

A empresa está em plena negociação para fechar o preço do minério para 2009 e analistas já reduziram o tamanho do desconto que o produto deve receber. Em outubro de 2008 chegou a se pensar em queda de 80 por cento e atualmente se especula algo entre estabilidade e queda de 20 por cento.

"A Vale passou o dia todo forte, chegou a subir mais de 4 por cento, ajudou a segurar o mercado", destacou o o analista Gustavo Alcântara, da SLW Corretora.

Em contrapartida, as ações da Petrobras encerraram o dia em queda, mesmo com a alta de quase 4 por cento do petróleo, refletindo perspectivas pessimistas para o balanço da companhia que será divulgado na sexta-feira. Segundo analistas, o lucro será menor do que no trismetre anterior devido à queda do preço da commodity.

As ações da Petrobras, as mais negociadas, encerraram o dia em tímidos 24,80 reais, queda de 0,88 por cento.

"O balanço não deve vir bom por causa do preço do petróleo e o mercado teme dificuldades da empresa em reduzir o custo operacional", explicou o analista.

Para o analista da SLW, ainda faltam notícias positivas mais concretas para estimular o mercado, e a tendência é de que a semana continue em ritmo lento.

"O mercado ainda está muito fragilizado. Para ter uma melhora consistente tem que vir melhora do mercado norte-americano, o que não está acontecendo", avaliou o analista.

Dólar cai 1,31% por ajuste e realização de lucros

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta terça-feira, após um movimento de realização de lucros e ajuste em relação à forte alta registrada na véspera. A melhora dos mercados acionários, ainda que bastante frágil, também ajudou a levar para baixo a divisa.

A moeda norte-americana encerrou a sessão com desvalorização de 1,31 por cento, a 2,411 reais, depois de na véspera atingir a maior cotação desde dezembro.

"Se os mercados lá fora melhoram, há correção no dólar aqui", resumiu Luís Piason, gerente de operações de câmbio da Corretora Concórdia.

Depois do estrago da véspera, as bolsas de valores norte-americanas, assim como a Bovespa, tentavam firmar uma recuperação, mas a volatilidade acabava prevalecendo.

No mercado doméstico de câmbio, o dólar chegou a cair 1,15 por cento na primeira hora de negócios, mas a volatilidade dos mercados acionários e a continuidade de notícias ruins, que mantém em alta a aversão ao risco, reduziram o recuo da moeda durante a maior parte da sessão.

O dólar só retomou o patamar de queda de mais de 1 por cento nos últimos negócios.

De acordo com os dados mais atualizados da BM&F, as posições compradas dos investidores estrangeiros somavam 14,276 bilhões de dólares nessa sexta-feira. O volume de dólar negociado nesta terça-feira foi de 3,9 bilhões de dólares.

(Reportagem de José de Castro)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Bovespa segue onda pessimista global e tem queda de 5%

G1-Bolsa brasileira terminou pregão aos 36.234 pontos, com recuo de 5,10%.
Principais mercados recuam com problemas em banco e seguradora.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seguiu a onda de pessimismo que tomou conta do mercado internacional nesta segunda-feira (2) e fechou com forte baixa suas negociações. O índice Ibovespa - principal referência para o mercado brasileiro - teve queda de 5,10%, aos 36.234 pontos, menor nível desde novembro.

A Petrobras tombou 5,23%, para R$ 25,02, enquanto a Vale encolheu 5,9%, valendo R$ 25,25, arrastando todo o setor siderúrgico. Os papéis de bancos, influenciados pelo pessimismo internacional com o setor, também mergulharam. O Banco do Brasil caiu 2,4%, para R$ 4,50.

"As notícias do setor financeiro e da economia americana fizeram a semana começar bastante pesada nos mercados internacionais", disse Nicolas Barbarisi, diretor de operações da consultoria Hera Investments. "O noticiário do dia acendeu mais luzes vermelhas no painel do investidor", resumiu Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos.

Preocupação

A preocupação dos investidores começou já nas primeiras horas da manhã, quando, depois de uma série de rumores durante o final de semana, o governo dos EUA anunciou um novo plano de ajuda à seguradora AIG, que amargou prejuízo de US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre do ano passado.

Em vez de pagar US$ 38 bilhões em dinheiro e juros devidos ao Federal Reserve (Fed), banco central americano, a AIG pagará tal quantia em ações da American International Assurance Co., que tem base na Ásia, e da American Life Insurance, que opera em mais de 50 países.

Banco em crise

A situação piorou com o anúncio que o banco britânico HSBC, o maior da Europa em termos de capitalização, teve uma queda de 70% do lucro líquido em 2008, a US$ 5,728 bilhões. O banco também anunciou que pretende levantar US$ 17,7 bilhões vendendo ações com desconto para seus atuais acionistas.

O HSBC anunciou ainda o fechamento da maioria das agências de crédito ao consumidor HFC e Beneficial nos Estados Unidos, o que representará o corte de 6.100 postos de trabalho

Além disso, a economia dos EUA dru sinais desencontrados, aumentando o medo de que a recessão no país esteja se aprofundando. Entre os dados divulgados estava o de que a atividade industrial do país se retraiu novamente em fevereiro, e de que os gastos com construção caíram em janeiro para o menor nível em quatro anos.

Esses indicadores se contrapunham a outros que mostravam que o gasto do consumidor norte-americano recuperou-se em janeiro após seis meses de declínio e a renda aumentou inesperadamente.

Panorama

Com a predominância negativa das notícias, as bolsas registraram perdas pesadas nas diversas praças mundiais. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu para baixo dos 7 mil pontos pela primeira vez em 11 anos. Por volta das 18h de Brasília, o indicador tinha baixa de 3,59%, para 6.809 pontos, enauanto o S&P 500 recuava 4,08% e o Nasdaq perdia 3,32%.

Na Europa, as vendas foram bastante acentuadas e as bolsas recuaram para o menor patamar em seis anos. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais praças da região, fechou em baixa de 4,94%, a 683 pontos, perto da marca mais baixa da história, segundo dados preliminares. Na Ásia, a segunda-feira também foi de perdas nos principais mercados.

Na Ásia, a Bolsa de Tóquio encerrou a sessão com baixa de 3,81%. O índice Nikkei 225 perdeu 288,27 pontos, a 7.280,15 unidades. Na bolsa de Seul, o índice Kospi caiu 4,2%, perdendo 44,22 pontos, a 1.018,81 unidades. Em Hong Kong, a baixa foi de 3,86%. A exceção foi a bolsa de Xangai, que fechou em alta de 0,5%.

domingo, 1 de março de 2009

TIM Brasil inicia "relançamento" com Internet pré-paga sem fio

SÃO PAULO (Reuters) - Depois de perder a segunda posição no ranking brasileiro de operadoras celulares para a rival Claro, a nova administração da TIM Brasil iniciou um plano de "relançamento" que focará em geração de receitas, clientes de alto valor e novos pacotes de serviços, como acesso sem fio e pré-pago à Internet.

Em teleconferência com jornalistas nesta sexta-feira, Luca Luciani, que assumiu recentemente a presidência da operadora, informou que o relançamento da empresa envolve também redução de custos por meio de otimização de rede, processo que pode envolver a compra da operadora fixa de longa distância Intelig.

"A TIM tem crescimento de custo de rede por conta do crescimento do (serviço de telefonia) fixo. Vamos implementar mais eficiência na arquitetura (...) a TIM precisa de backbone", disse Luciani. Segundo ele, essa otimização de rede pode ser conseguida com anéis metropolitanos ou com a incorporação "de uma operação como a Intelig".

Mas o executivo evitou cravar que a compra da operadora, que tem uma rede de 500 mil quilômetros, está perto de ser concretizada. "Não estou em condição de argumentar sobre a operação. A TIM sempre estará interessada em ativos como os que a Intelig tem", afirmou.

O operadora móvel, lançou serviço de telefonia fixa residencial em setembro de 2008 e vê na portabilidade numérica, que começa a valer em todo o país na próxima segunda-feira oportunidade de adição de clientes.

Nos planos da operadora está também o lançamento no início da próxima semana de serviço pré-pago de acesso sem fio à Web. Voltado a usuários ocasionais, o serviço cobrará tarifa de 5 reais por dia e o preço do modem sem fio, para uso em laptops por exemplo, será de 299 reais.

A operadora espera que a nova oferta dobre o volume de usuários do serviço de acesso à Internet, lançado em meados de 2007, para 3 mil clientes por semana já no início de março.

A TIM espera investir este ano 2,3 bilhões de reais, valor que não inclui eventuais aquisições. Em 2008, o valor aplicado foi de 2 bilhões de reais, sem incluir 1,3 bilhão de reais em compra de licenças de terceira geração (3G). Segundo Luciani, 60 por cento dos recursos será aplicado em rede.

O executivo informou ainda que a companhia seguirá com política "muito rigorosa" de limpeza de sua base de clientes, focando esforços de fidelidade nos consumidores pós-pagos de maior valor agregado e citou que a empresa teve no quarto trimestre maior receita média por usuário (ARPU) do setor, de 29,9 reais.

Ainda dentro do plano de reformulação da companhia, a TIM lançará no segundo semestre estratégia de oferta de pacotes de serviços combinando telefonia fixa, celular e acesso à Internet, disse Luciani.

A corretora Ativa afirmou em relatório que o plano de reformulação "parece ousado, uma vez que abrange muitos aspectos diferentes estratégicos e operacionais, e dependerá principalmente da capacidade de execução da nova administração da companhia". A corretora espera fracos números para o resultado da operadora no primeiro trimestre diante da implementação da nova estratégia.

As ações da TIM fecharam em queda de 3,2 por cento, cotadas a 3,36 reais, enquanto o Ibovespa registrou uma oscilação positiva de 0,01 por cento.

(Reportagem de Alberto Alerigi Jr.; Edição de Alexandre Caverni)

Argentina defende maior papel do governo na economia

BUENOS AIRES (Reuters) - A presidente da Argentina, Cristina Fernandez, disse neste domingo que o Estado deveria aumentar seu papel na economia para ajudar a conter a crise financeira mundial.

"Precisamos de novos instrumentos que nos permitam intervir de forma adequada na economia para preservar empregos e gerar atividade", disse ela em discurso anual no Congresso, sem detalhar tais medidas.

Fontes do governo disseram que Cristina estaria considerando a criação de um órgão estatal para controlar as vendas de grãos e gado, um movimento que aprofundaria ainda mais a relação entre governo e fazendeiros.

Segundo uma fonte do Ministério da Produção, o novo órgão estatal tomaria conta das vendas e compras de grãos e derivados na Argentina, segundo maior produtor mundial de milho e terceiro maior de soja. O Estado interviria também no mercado de carnes.

Cristina pegou os mercados de surpresa em outubro ao nacionalizar os fundos de pensão privados.

A economia do país está estagnando devido a reduções nos investimentos e à fraca demanda por commodities em resultado da crise.

"Precisamos ter uma atitude diferente ao confrontar essa crise sem precedentes", disse ela aos parlamentares. "Teremos que fazer um grande esforço."

(Por Hugh Bronstein)