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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Cielo conquista ouro com recorde mundial nos 100m livre em Roma


ROMA (Reuters) - César Cielo conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil no campeonato mundial de Roma ao bater o recorde mundial e vencer a final dos 100m livre nesta quinta-feira.

O brasileiro, campeão olímpico dos 50m na Olimpíada de Pequim, completou a prova com o recorde de 46s91, superando a marca do australiano Eamon Sullivan de 47s05, estabelecida nos Jogos Olímpicos.

O francês Alain Bernard, campeão olímpico e favorito da prova, ficou em segundo, à frente do compatriota Fredrick Bousquet na final do Mundial.

"É sensacional. Em dois anos da minha carreira eu dei um salto de um nadador que tentava alguma coisa para entrar para a história", disse Cielo, exausto, após a conquista.

"100m livre é a prova mais tradicional. Não tem coisa melhor... é um sonho sendo realizado", acrescentou o brasileiro, que desde antes da Olimpíada prometia brigar pelo recorde mundial.

Na sexta-feira, o nadador volta à piscina para disputar os 50m livre, com grandes chances de conquistar outra medalha.

"Ali, é você sozinho, mano a mano, sem ninguém para ajudar. Muita pressão", afirmou Cielo.

Antes do ouro de Cielo, o Brasil já havia subido ao pódio no Mundial de Roma com Felipe França, prata nos 50m peito, e Poliana Okimoto, bronze na maratona aquática de 5 km.

Entre os medalhistas dos 100m livre, Bernard foi o primeiro a quebrar a barreira dos 47 segundos, em abril, no campeonato francês, mas sua marca não foi homologada devido ao maiô fora dos padrões utilizado por ele. Nesta quinta-feira, ele chegou em 2o com a marca de 47s12.

O australiano Sullivan, que teve seu recorde batido por Cielo, não disputou o Mundial devido a uma virose, enquanto o campeão mundial de 2007, Filippo Magnini, foi eliminado nas semifinais.

Perguntado em coletiva de imprensa se poderia chegar a ser tão popular no Brasil como Kaká e Ronaldinho, Cielo disse: "Não preciso ser popular se eu tiver metade do dinheiro deles. Se o Real Madrid me quiser, eu faço isso".

(Reportagem de Mark Meadows e Paul Virgo)

China e balanços trimestrais trazem otimismo de volta

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O repique nos preços das commodities provocado pela China e novos balanços trimestrais acima das expectativas nos EUA levaram a bolsa paulista de volta à trajetória de ganhos, após duas sessões no vermelho.

Depois de ter chegado a superar os 55 mil pontos pela primeira vez no ano, o Ibovespa ainda perdeu força no final dos negócios, fechando com alta de 1,38 por cento, aos 54.478 pontos. O giro financeiro da sessão foi de 4,69 bilhões de reais.

Declarações de comprometimento do governo chinês com o crescimento econômico aliviaram os temores do mercado, levando a uma forte recuperação dos preços de commodities, referência para as blue chips Petrobras e Vale.

Na véspera, rumores de que a China estaria prestes a anunciar medidas restritivas de crédito derrubaram os preços das matérias-primas, levando junto as bolsas de valores.

"Os rumores foram desmanchados e o investidor voltou à ponta compradora", disse André Hanna Farath, analista de investimentos da corretora Interfloat.

De carona no salto de mais de 5 por cento no preço do barril do petróleo, a ação preferencial da Petrobras subiu 1 por cento, a 31,22 reais.

Na mesma trilha, o papel da Vale ganhou 0,5 por cento, para 32,01 reais, mesmo depois a mineradora ter apresentado resultados decepcionantes do segundo trimestre.

"As perspectivas para a Vale estão melhorando e a empresa deve ter resultados melhores no segundo semestre", comentou a Itaú Corretora em relatório que pareceu sintetizar a opinião majoritária do mercado.

Wall Street contribuiu para o cenário mais positivo, depois que grandes companhias norte-americanas, como Visa e Motorola apresentaram resultados acima das expectativas, dando fôlego adicional à ponta compradora na bolsa paulista. O índice Dow Jones subiu 0,92 por cento.

Destacaram-se na ponta positiva do Ibovespa setores como celulose, siderurgia, financeiro e aéreo. VCP subiu 4 por cento, para 28,40 reais. A ação preferencial da Usiminas ganhou 3,6 por cento, a 43,93 reais.

Faltando apenas uma sessão para o fechamento do mês, o Ibovespa acumula valorização de 5,85 por cento em julho e de 45,1 por cento em 2009.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Confiança em queda nos EUA motiva realização de lucros

SÃO PAULO (Reuters) - Dados econômicos e de empresas abaixo das expectativas nesta terça-feira amainaram o otimismo dos investidores na bolsa paulista, cujo índice fechou no vermelho após uma escalada que o levou ao pico em 2009.

Mesmo tomando algum fôlego nos minutos finais, o Ibovespa murchou 0,14 por cento, aos 54.471 pontos. O giro financeiro da sessão somou 5,1 bilhões de reais.

A queda acima das expectativas da confiança do consumidor norte-americano em julho, somada ao inesperado aumento das provisões contra perdas em empréstimos ruins do Deutsche Bank e a resultados trimestrais decepcionantes foram o mote para a pausa no ingresso de recursos para ações.

"Foram boas desculpas para quem estava querendo realizar lucros", disse Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos.

Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 0,13 por cento.

Na bolsa paulista, o embolso de ganhos alvejou com mais força as ações da blue chip Petrobras e de empresas que se destacaram na semana passada, como as do setor aéreo.

Refletindo também a queda na cotação do petróleo, o papel preferencial da Petrobras caiu 2,16 por cento, para 31,75 reais.

Vice-líder de perda do Ibovespa, Gol perdeu 3,5 por cento, para 14,20 reais, seguida por TAM, com recuo de 1 por cento, a 23,66 reais, com os investidores dando de ombros para um relatório da Bradesco Corretora reforçando a recomendação de acima da média do mercado para ambas.

Gafisa, que guardava uma impressionante valorização de 50 por cento em julho, desta vez foi a mais atingida, caindo 4,1 por cento, a 23,49 reais.

Na ponta de cima do índice figuraram ações de operadoras de telefonia móvel. TIM Participações avançou 3,5 por cento, para 4,09 reais. Vivo, que divulga seus resultados trimestrais antes do pregão de quarta-feira, subiu 2,9 por cento, para 42,80 reais.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Governo pagará conta de acordo com Itaipu, diz ministro

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta segunda-feira que o recente acordo realizado entre o Brasil e o Paraguai sobre a hidrelétrica binacional de Itaipu vai resultar em ônus para o governo brasileiro.

"Não vai ter aumento de preço de tarifa. A determinação é que isso não vai ter impacto para o consumidor", disse o ministro a jornalistas.

Questionado então se o governo vai pagar a conta do acordo com o Paraguai, Bernardo foi positivo. "Eu concluo que a resposta é afirmativa", afirmou, sem fornecer mais detalhes.

No sábado, em Assunção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente paraguaio, Fernando Lugo, anunciaram que chegaram a um acordo sobre a comercialização da energia da usina, reivindicação antiga do país vizinho.

O Brasil disse que vai triplicar a quantia paga ao Paraguai pela cessão da energia gerada por Itaipu, além de permitir ao Paraguai a venda gradual do insumo no mercado brasileiro sem a intermediação da companhia estatal Eletrobrás.

O bônus anual pela cessão de energia gira em torno dos 120 milhões de dólares e poderia pular para 360 milhões de dólares com o acordo.

O tema foi debatido nesta segunda-feira na reunião semanal de coordenação que reúne o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os principais ministros do Executivo.

Segundo relato de Paulo Bernardo, Lula afirmou no encontro que houve avanço no relacionamento com o Paraguai.

"Subimos um degrau na nossa relação com o Paraguai", disse Lula, segundo o ministro. O objetivo do governo brasileiro na América Latina, segundo disse Lula, é realizar projetos de desenvolvimento com os países vizinhos.

(Texto de Carmen Munari e Denise Luna)

Em dia de giro fraco, Bovespa bate máxima desde setembro

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Com margem mínima, o otimismo voltou a prevalecer no final dos negócios da bolsa paulista nesta segunda-feira, em dia de indicações divergentes da economia norte-americana.

Depois de oscilar o dia todo em torno da estabilidade, o Ibovespa ganhou pequeno alento já nos ajustes para fechar valorizado em 0,17 por cento, o suficiente para bater nos 54.548 pontos, a maior pontuação desde setembro de 2008.

O volume de negócios seguiu a tendência internacional, de movimento mais fraco, e resumiu-se a 4,1 bilhões de reais.

Para profissionais do mercado, mesmo com o desencontro do noticiário econômico nos EUA, voltou a prevalecer a aposta de que a economia global está saindo da crise, sustentando novos ingressos de recursos para a bolsa paulista.

"Com os sinas de recuperação, ninguém está querendo correr o risco de perder o potencial de uma valorização ainda maior das ações", afirmou Hamilton Moreira, analista senior do BB. Em 2009, o Ibovespa já subiu mais de 45 por cento.

O dia até começou fraco, depois de empresas como a fabricante de equipamentos para aviões Honeywell e a seguradora Aetna terem reduzido as previsões de ganhos para 2009, induzindo os investidores à realização de lucros.

Logo em seguida, o ânimo voltou com a divulgação de que as vendas de novas moradias nos EUA subiram acima do esperado em junho, movimento amortecido por outro índice, o de atividade do Meio-Oeste norte-americano, que caiu em junho para o menor nível desde 1993.

No final, entretanto, prevaleceu a disposição para comprar ações, o que levou os principais índices de Wall Street a fecharem o dia com leve ganho. O Dow Jones subiu 0,17 por cento.

Na bolsa paulista, em meio a movimentos de giro de carteiras, com a venda de ações que subiram forte e a troca por outras que ficaram para trás, altas pontuais ajudaram a dar sustentação ao Ibovespa.

A que mais subiu foi Sabesp, com um salto de 7,4 por cento, para 31,15 reais. Em relatórios, o Merrill Lynch e o Santander elevaram a recomendação para os papéis, considerando positiva a mudança regulatória anunciada na sexta-feira pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) para a Sabesp.

O ramo de papel e celulose também cresceu, sob liderança de VCP, com avanço de 5,9 por cento, a 26,15 reais. Aracruz ganhou 4,5 por cento, a 3,50 reais.

Mas a ação preferencial da Vale foi o fiel da balança, subindo 0,8 por cento, para 32,43 reais. A outra blue chip doméstica, a preferencial da Petrobras, caiu 0,15 por cento, para 32,45 reais.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Com nova alta, Ibovespa já avança 45% em 2009

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A divulgação de resultados corporativos acima das expectativas, em geral, tem mantido o otimismo dos investidores, o que levou o principal índice da bolsa paulista a flertar com a máxima do ano nesta sexta-feira.

Depois de ter chegado a operar acima da pontuação máxima de fechamento desde setembro, o Ibovespa perdeu pontos no ajuste e encerrou em alta de 0,38 por cento, aos 54.457 pontos.

No ano, só perde dos 54.486 pontos registrados no final de 1o de junho.

"Tinha a perspectiva de um dia de realização de lucros, mas o mercado acabou ganhando força porque o fluxo de entrada continuou forte", disse Ricardo Tadeu Martins, gerente de pesquisa da Planner Corretora.

O Ibovespa acumulou ganho de 4,6 por cento na semana. Em 2009, o índice já se valorizou 45 por cento.

O volume financeiro desta sessão totalizou 4,07 bilhões de reais.

Diferentemente da recente rotina de resultados melhores do que as expectativas, nesta sexta-feira os investidores colheram uma safra de resultados mistos. O balanço da Microsoft, divulgado após o fechamento da véspera, ficou mais fraco do que o esperado.

Em Wall Street, isso bastou para empurrar o Nasdaq para baixo pela primeira vez depois de 12 sessões. Mas bons desempenhos de empresas de energia e do setor farmacêutico sustentaram o Dow Jones e o Standard & Poor's para cima.

DESTAQUES

Na bolsa paulista, o segmento financeiro foi um dos responsáveis por sustentar o Ibovespa no azul, no dia em que a Redecard reportou resultado trimestral acima das expectativas e subiu 0,55 por cento, a 27,60 reais.

O papel preferencial da Vale ganhou 0,9 por cento, valendo 32,18 reais, seguindo outro dia de alta nas cotações de commodities metálicas.

O dia só não foi melhor devido a movimentos localizados de realização de lucros, que atingiram os setores de siderurgia e aviação civil. A ação preferencial da Usiminas foi a pior do índice, caindo 2,6 por cento, a 41,88 reais.

As companhias aéreas não resistiram a um relatório do Deutsche Bank, que sugeriu vender as ações para embolsar os ganhos recentes.

TAM caiu 2,4 por cento, para 24,40 reais, e Gol encolheu 2,2 por cento, avaliada em 14,87 reais.

Argentina e Brasil tentam suavizar asperezas em comércio


LUQUE, Paraguai (Reuters) - Os presidentes da Argentina e do Brasil se reuniram no Paraguai nesta sexta-feira, num esforço para superar as diferenças com relação ao comércio bilateral provocadas por algumas medidas argentinas consideradas protecionistas pelos industriais brasileiros.

A presidente da Argentina, Cristina Fernández, e o mandatário brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, concordaram em revisar as dificuldades produto por produto, numa reunião bilateral que tiveram em março na cúpula do Mercosul realizada nos arredores de Assunção.

"O que resolvemos é que vão se reunir em Buenos Aires ou em Brasília a ministra da Produção e seu par (brasileiro) para que analisem, regra por regra e atividade por atividade, e vejam onde há dificuldades", explicou a jornalistas a presidente Fernández.

A mandatária defendeu as medidas criticadas pelos industriais do Brasil, que buscam defender a indústria argentina no momento em que a crise econômica internacional golpeia o país.

"Não há restrições. Simplesmente instrumentos que estão no estatuto tanto do Mercosul quando da Organização Mundial do Comércio", afirmou Fernández.

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, que também participou da reunião, disse que a presidente argentina explicou que a quantidade de produtos afetados é relativamente pequena.

Além disso, o chanceler disse que a queda das exportações brasileiras para a Argentina havia se tornado um problema.

"O presidente Lula manifestou a preocupação de que, embora num quadro de dificuldades genéricas, as nossas exportações caíram de uma maneira acentuada para Argentina, cerca de 43 por cento."

O intercâmbio comercial bilateral de 2008 encerrou com um déficit de 4 bilhões de dólares para a Argentina.

(Reportagem adicional de Todd Benson)

São Paulo tem quatro mortes por H1N1; total vai a 33 no país

SÃO PAULO (Reuters) - O Estado de São Paulo registrou nesta sexta-feira quatro mortes pela gripe H1N1, elevando para 33 o número de vítimas fatais da doença no país.

No mesmo dia, as prefeituras de Osasco e Campinas decidiram pelo adiamento em uma semana do reinício das aulas nas redes municipais, para 3 de agosto. Ambos os municípios paulistas já registraram mortes pela nova doença.

A medida, que afeta cerca de 100 mil estudantes, foi tomada para conter o avanço do vírus entre alunos e professores, informaram as prefeituras.

Na capital, foi confirmada a morte de uma menina de quatro anos com histórico de problemas respiratórios. A morte foi no dia 19, informou a Secretaria Estadual de Saúde.

Também em São Paulo morreu um homem, de 58 anos, com graves problemas hepáticos. A internação foi no dia 1o e o óbito no dia 21.

Em Campinas, foi confirmada a morte de uma mulher de 20 anos, grávida de sete meses. Moradora de Cosmópolis, no interior paulista, a paciente foi internada em Campinas no dia 17 e faleceu no dia 21.

A outra vítima na cidade é uma mulher de 37 anos que faleceu no dia 23, três dias após ser internada. De acordo com a pasta, ela não viajou a países que apresentam grande número de casos e não fazia parte do grupo de risco --gestantes, obesos ou pessoas com doenças anteriores ou em tratamento.

Do total de mortes no Brasil, 16 aconteceram em São Paulo, 11 no Rio Grande do Sul, 5 no Rio de Janeiro e 1 no Paraná.

De acordo com o último boletim de gripe H1N1, divulgado pelo Ministério da Saúde na quinta-feira, há 1.566 casos confirmados da doença no país.

Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a pandemia da gripe H1N1 já se espalhou para cerca de 160 países e matou aproximadamente 800 pessoas.

(Por Hugo Bachega)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Queda do dólar em 2009 é a maior da história, diz consultoria

Perda de 18,52% desde janeiro supera a acumulada nos anos anteriores.
Levantamento usa cotação do dólar PTax.

Do G1

A desvalorização acumulada do dólar frente ao real bateu recorde: de 1º de janeiro até 21 de julho deste ano, a moeda norte-americana acumulou perda de 18,52%.

A porcentagem representa uma queda maior que a registrada em todos os anos (no acumulado de 1º de janeiro a 31 de dezembro) da história da moeda brasileira, segundo levantamento da consultoria Economatica.

Foto: Editoria de Arte/G1

De acordo com a pesquisa, a maior queda em um ano anterior havia sido registrada em 2003, quando o dólar perdeu 18,23% de seu valor entre janeiro e dezembro. Já em 2008 a moeda se valorizou em 31,94% frente ao real.

O levantamento utiliza a cotação da PTax (média das cotações do dólar comercial no dia), que ficou em R$ 1,9043 no fechamento de terça-feira. A cotação é a menor desde 26 de setembro do ano passado, quando havia ficado em R$ 1,8555.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dólar cai a R$1,904, menor nível desde setembro

Por Silvia Rosa e José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - A melhora do cenário internacional, com redução da aversão ao risco, favoreceu a queda do dólar para o menor nível desde o final de setembro do ano passado. A moeda norte-americana caiu 1,24 por cento nesta segunda-feira, a 1,904 real.

No mercado externo, o movimento também foi de baixa da moeda norte-americana, que atingiu o menor patamar em seis semanas frente a uma cesta com as principais divisas mundiais.

"A tendência do dólar é de queda", afirmou Marcos Forgione, operador de câmbio da ABDO Corretora.

"À medida que a crise vai se dissipando, as atenções vão se voltando para o Brasil. A taxa de juro ainda é alta e a remuneração é boa."

O principal índice da bolsa brasileira registrou alta pelo quarto dia seguido, acompanhando o movimento positivo em Wall Street.

Ainda na semana passada, a divulgação de alguns balanços corporativos do segundo trimestre melhores que o esperado contribui para reduzir a apreeensão de investidores com o ritmo de recuperação da economia.

Ainda no cenário corporativo, o conselho do CIT Group, que trabalha com empréstimos para pequenas e médias empresas, firmou um acordo com um grupo de detentores de bônus para um financiamento de 3 bilhões de dólares, informou uma fonte.

Segundo o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Moura Nehme, outro fato que estaria influenciando a queda do dólar frente ao real é a compra de dólares pelo Banco Central acima do fluxo externo para o país.

"Com isso, os bancos (que vendem dólares para o BC) têm ampliado suas posições vendidas no mercado à vista, e podem estar trabalhando para que a taxa caia para que possam fechar suas posições com lucro", explicou Nehme.

Desde maio deste ano, a autoridade monetária já comprou 6,167 bilhões de dólares no mercado à vista, frente à entrada líquida de 4,646 bilhões de dólares no país.

Segundo dados do BC, os bancos estavam no final de junho com 524,4 milhões de dólares em posições vendidas no mercado livre. Foi a primeira vez desde julho de 2007 que os bancos encerraram um mês vendido.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

China e EUA fazem Bovespa ter segunda alta seguida

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Uma nova onda de notícias positivas da economia e de empresas conduziu a bolsa brasileira ao segundo dia de ganhos, levando seu principal índice para a melhor pontuação do mês.

Na cola dos índices de Wall Street, que tiveram a quarta alta seguida, o Ibovespa subiu 1,21 por cento, para 51.918 pontos. Os negócios da sessão movimentaram 4,77 bilhões de reais.

"O dia foi cheio de notícias boas, tanto de empresas quanto da economia", disse Bruno Lembi, sócio da M2 Investimentos.

Uma das mais importantes foi a de que a economia chinesa cresceu 7,9 por cento no segundo trimestre de 2009 ante mesmo período do ano anterior. A mediana das projeções de economistas consultados pela Reuters era de crescimento de 7,5 por cento.

"Isso deu impulso para as commodities", disse, lembrando as várias companhias brasileiras que exportam matéria-prima para aquele mercado, como as ligadas a metais.

Na bolsa paulista, as siderúrgicas estiveram entre as líderes de ganhos do Ibovespa. Em destaque, Gerdau saltou 3 por cento, para 20,61 reais, seguida pelo papel preferencial da Usiminas que ganhou 2,6 por cento, a 38 reais.

O otimismo dos investidores foi reforçado com a notícia de que o JPMorgan teve lucro líquido de 2,7 bilhões de dólares no segundo trimestre deste ano, reforçando o time de grandes corporações norte-americanas que apresentou resultados acima das expectativas no período.

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones teve alta de 1,1 por cento, no quarto avanço consecutivo.

Por aqui, a Aracruz abriu a temporada de balanços das empresas do Ibovespa, reportando lucro líquido de 595 milhões de reais no segundo trimestre, 127 por cento maior do que no mesmo período de 2008. Sua ação subiu 1,3 por cento, a 3,14 reais.

Entre as blue chips, a ação preferencial da Petrobras ganhou 0,6 por cento, a 30,95 reais, em outro dia de alta do petróleo.

Já a preferencial da Vale recuou 0,23 por cento, para 30,10 reais, em meio a comentários de que a mineradora pode fazer uma proposta para compra da empresa de fertilizantes Mosaic.

O destaque negativo do Ibovespa na sessão foi TIM Participações, que desabou 22,7 por cento, para 5,45 reais, depois de a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ter anunciado na quarta-feira à noite que seu Colegiado liberou a Telco, maior acionista da Telecom Italia, da obrigação de realizar uma oferta pública de aquisição de ações ordinárias da TIM Participações.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Declaração de Lula sobre pizzaiolos incendeia Senado

BRASÍLIA (Reuters) - Uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira ateou fogo no plenário do Senado. Lula disse que os senadores são "bons pizzaiolos", o que causou uma imediata reação dos parlamentares.

"CPI é muito interessante para quem quer fazer carnaval, para quem quer investigar seriamente era preciso ter outro mecanismo", disse Lula a jornalistas. Perguntado sobre comentários de que a CPI acabaria em pizza, respondeu: "Depende, eles (senadores) são todos bons pizzaiolos".

Indignados, os senadores deram o troco e derrotaram no plenário a indicação de um diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Bruno Pagnoccheschi.

O líder do governo na Casa, e relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), pediu que a sessão fosse suspensa para evitar estrago maior para o governo.

"A irresponsabilidade do presidente está passando de todos os limites", afirmou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

A CPI da Petrobras foi instalada na véspera com controle da base governista, que ficou com a presidência e a relatoria da comissão e sob críticas da oposição de que a maioria do governo poderia fazer com que as investigações acabassem em pizza.

Aos jornalistas, Lula explicou que sua preocupação no momento é o novo marco regulatório do petróleo, cuja proposta está prevista para ser entregue para ele dentro de duas semanas.

"A mim não me preocupa (a CPI), eu quero anunciar ao Brasil qual é esse novo marco regulatório", disse após participar da cerimônia de posse do novo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Lula aproveitou também para criticar a oposição, afirmando que a "turma que queria privatizar ela (Petrobras), está hoje preocupada com a Petrobras... a oposição grita, eu trabalho", disse.

(Reportagem de Natuza Nery e Ray Colitt)

Avião iraniano cai após pegar fogo, 168 pessoas morrem


Por Caren Firouz e Hossein Jaseb

JANNAT ABAD, Irã (Reuters) - Um avião Tupolev caiu no Irã na quarta-feira quando estava a caminho da Armênia depois de pegar fogo em pleno vôo, 16 minutos depois de decolar, matando as 168 pessoas que estavam a bordo.

No pior acidente aéreo dos últimos seis anos no Irã, a aeronave de fabricação russa da empresa Caspian Airlines deixou apenas destroços metálicos incinerados e fragmentos dos corpos de 153 passageiros e 15 tripulantes, espalhados numa área extensa em volta de uma cratera funda e fumegante no chão.

O avião Tu-154, que voava de Teerã para a capital da Armênia, Yerevan, caiu perto da cidade de Qazvin, no noroeste do Irã, pouco antes do meio-dia (hora local, 4h30 em Brasília). Autoridades disseram que só saberão as causas da queda depois de encontrarem as caixas pretas do avião.

Oito membros da equipe nacional júnior de judô e dois treinadores estavam entre os mortos, além de um ex-parlamentar iraniano que representava a minoria armênia iraniana e, ao que consta, a mulher do chefe da missão diplomática da Geórgia no Irã.

"Vi um dedo de passageiro no chão. Não há sinal do avião, apenas pedacinhos de metal," disse uma testemunha da Reuters. "Não vi nem sequer um braço ou perna inteiro."

Familiares e amigos dos mortos se reuniram no aeroporto de Yerevan, onde um cartaz numa parede trazia a lista das pessoas a bordo do avião. Médicos trataram parentes que estavam sofrendo de choque ou problemas cardíacos.

O vice-chefe da autoridade de aviação civil da Armênia, Arsen Poghosyan, disse à imprensa no aeroporto de Yerevan que havia dois cidadãos armênios e dois da Geórgia no avião. Dois tripulantes e 29 passageiros eram cidadãos iranianos de origem armênia, disse ele.

O Irã tem cerca de 100 mil habitantes de etnia armênia, muitos dos quais fazem viagens frequentes entre Teerã e Yerevan para visitar familiares.

TOTALMENTE DESTRUÍDO

Forças de segurança contiveram parentes desesperados que tentavam ultrapassar o cordão de isolamento no local da queda para encontrar os corpos de seus entes queridos.

"O avião Tupolev foi totalmente destruído e os corpos, infelizmente, também estão totalmente queimados e destruídos", disse o comandante de polícia de Qazvin, Massoud Jafarinasab, à agência de notícias semioficial Fars.

Uma autoridade local disse que o avião teve problemas técnicos e tentou fazer um pouso de emergência. "Infelizmente o avião pegou fogo no ar e caiu", disse ele à Fars.

Uma testemunha contou que viu o avião em chamas no ar, tentando aterrissar. "Ele fez círculos no ar. Então ouvi uma explosão", disse à Reuters o agricultor Mostafa Babashahverdi.

"Encontramos cabeças e dedos decepados e passaportes dos passageiros."

A rádio estatal disse que o piloto, em conversa gravada com a torre de controle, não mencionou qualquer problema técnico.

Funcionários do aeroporto de Yerevan disseram que uma aeronave levará parentes até o local do desastre. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ordenou a criação de uma força-tarefa especial para investigar o acidente. O presidente da Armênia, Serzg Sarksyan, decretou que o dia 16 de julho será um dia nacional de luto pelas vítimas do desastre.

Sanções impostas pelos Estados Unidos impedem a venda de aviões Boeing ao Irã e impedem a República Islâmica de comprar outros aviões ou peças do Ocidente, já que a maioria deles depende de motores e peças de fabricação norte-americana.

Especialistas em segurança aérea dizem que o histórico do Irã nesse quesito é fraco, com uma série de acidentes nas últimas décadas, muitos envolvendo aviões de fabricação russa. Foi o terceiro acidente mortal envolvendo um Tupolev Tu-154 no Irã desde 2002.

Foi o mais mortal desde 2003, quando um Ilyushin Il-76, também de fabricação russa, colidiu com uma montanha no Irã.

A Caspian Airlines foi fundada em 1993. Sua frota é inteiramente composta de Tupolevs, e ela opera voos entre cidades iranianas e também rotas para os Emirados Árabes Unidos, Ucrânia e Armênia.

(Reportagem adicional de Parisa Hafezi e Zahra Hosseinian em Teerã, Hasmik Mkrtchyan em Yerevan, Margarita Antidze em Tbilisi e Jon Hemming, Jason Neely em Londres)

Ibovespa dispara quase 5% com euforia nos EUA e Vale

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Uma safra de dados econômicos e corporativos acima das expectativas nos Estados Unidos espalhou entusiasmo pelos mercados globais, levando a bolsa paulista à maior alta diária em oito semanas.

Com uma disparada de 4,96 por cento, o Ibovespa alcançou os 51.296 pontos, praticamente anulando as perdas acumuladas em julho depois de sete baixas em oito sessões. O movimento foi suportado por um giro financeiro de 6,46 bilhões de reais, o maior em 3 semanas.

A disparada já era prevista por analistas, depois de a gigante de tecnologia Intel ter anunciado no final da terça-feira que teve lucro acima das expectativas no segundo trimestre, trilhando o caminho do Goldman Sachs, que também havia surpreendido positivamente o mercado.

"Os primeiros balanços nos EUA estão reforçando a visão de que o pior da crise ficou para trás", disse Fernando Campello, gerente da Hera Investment.

O noticiário macroeconômico reforçou o entusiasmo do mercado, com a divulgação de que o Empire State, importante índice regional dos EUA, subiu em julho para o maior nível desde abril de 2008 e que a atividade industrial do país caiu menos do que se esperava em junho.

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones subiu 3,07 por cento.

O otimismo contaminou também os mercados de commodities, ajudando a impulsionar algumas das principais ações do Ibovespa. O ícone desse movimento foi o papel preferencial da Vale, com um salto de 8,3 por cento, para 30,17 reais.

A disparada refletiu também um relatório datado de terça-feira, mas que chegou ao mercado nesta manhã, com o Merrill Lynch elevando a recomendação das ações da mineradora para "compra", elegendo-as como uma de seus preferidas na América Latina.

Segundo operadores, comentários de que a mineradora chegou a um acordo com siderúrgicas chinesas para um corte nos preços do minério menor do que o projetado por analistas deu fôlego adicional ao papel.

A ação preferencial da Petrobras avançou 3,95 por cento, para 30,76 reais, refletindo a alta do petróleo. Em menor intensidade, o otimismo cobriu o mercado. Das 65 ações do Ibovespa, 63 subiram.

Para Campello, a proximidade do exercício de opções ajudou a impulsionar o Ibovespa. Isso porque os investidores que apostam na baixa dos papéis vinham agindo para impedir o exercício de algumas séries, fazendo o Ibovespa fechar as últimas duas sessões no vermelho na contramão de Wall Street.

Com uma nova disparada em Nova York, esses investidores desistiram da estratégia, abrindo espaço para realinhamento em relação aos mercados internacionais.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Michael Jackson é aclamado como o maior artista e o melhor pai


Por Bob Tourtellotte

LOS ANGELES (Reuters) - Mariah Carey, Stevie Wonder e Usher cantaram em homenagem a Michael Jackson em cerimônia para o cantor nesta terça-feira, quando o rei do pop foi aclamado como "o maior artista de todos os tempos" e descrito pela filha Paris, de 11 anos, em lágrimas, como "o melhor pai que se pode imaginar".

Cerca de 18 mil fãs, familiares e amigos participaram do memorial público para o popstar, no ginásio esportivo de Los Angeles onde Michael ensaiava um dia antes da sua morte para uma nova temporada de shows.,

Os irmãos de Michael Jackson, que usavam uma luva assim como o cantor morto fazia em clips e apresentações, entraram com o caixão dourado de Michael no ginásio Staples Center.

Carey cantou a balada "I'll Be There". Usher interpretou "Gone Too Soon". Os três filhos de Michael Jackson fizeram uma rara aparição pública sem o véu com o qual Michael os protegia da mídia.

Vídeos de apresentações do cantor e clips foram exibidos, nos quais Michael Jackson cantava, dançava o seu passo "moonwalk" e era adorado pelas plateias.

"Quanto mais eu penso sobre Michael e falo sobre Michael, mais eu penso que 'rei do pop' não era o suficiente para ele", disse o fundador da Motown Records Berry Gordy, que contratou os Jackson 5 em 1968. "Ele é simplesmente o maior artista que já existiu."

A cerimônia de duas horas teve como foco as conquistas musicais de Michael Jackson, ofuscadas, principalmente, nos últimos dez anos pelas acusações de abusar sexualmente de menores de idade.

A morte repentina do cantor por problemas cardíacos em Los Angeles, em 25 de junho, aos 50 anos, chocou fãs no mundo todo e levou os seus discos clássicos ao topo das paradas.

Em visita à Rússia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que o cantor foi "um dos maiores artistas da nossa geração, talvez de qualquer geração". Ele acrescentou: "Acho que como Elvis, Sinatra, Beatles, ele se tornou parte central da nossa cultura."

Em 45 anos de carreira, Michael Jackson ganhou 13 Grammys. Suas ações de caridade ajudaram crianças, e ele também contribuiu para abrir o mundo do pop e das celebridades para os afro-americanos.

O memorial foi transmitido ao vivo pelas redes nacionais de TV norte-americanas. Segundo a companhia de Internet Akamai, foi o evento mais visto na web desde a posse de Obama, em janeiro.

Berry Gordy foi um dos poucos que fez referência aos problemas recentes do astro. "Claro que houve momentos tristes e talvez decisões questionáveis da parte dele, mas Michael Jackson conseguiu tudo o que sonhou conseguir."

"NADA ESTRANHO" COM PAPAI

Michael Jackson estava prestes a retomar a carreira. A definição do exato motivo da sua morte ainda depende de exames toxicológicos.

Líder dos direitos civis, Al Sharpton, que tem atacado os meios de comunicação por causa da atenção demasiada que davam à vida de Michael, trouxe uma mensagem para os três filhos do cantor.

"Não havia nada estranho com o pai de vocês. Estranho foi com que o seu pai teve de lidar", afirmou ele, para aplausos da plateia.

As crianças, Prince Michael, 12, Paris e Prince Michael II, 7 anos, apareceram com a família no palco para um coro de "We Are the World" e "Heal the World."

Paris, em lágrimas, pegou o microfone e disse: "Desde que eu nasci o meu pai tem sido o melhor pai que alguém pode imaginar, e eu só queria dizer que eu o amo muito."

Mais cedo, também nesta terça, familiares e amigos próximos participaram de uma cerimônia curta no cemitério de Los Angeles, antes de levarem o caixão com o corpo do cantor para o memorial. Ainda não se sabe ao certo onde ele será enterrado.

A polícia estimara que mais de 250 mil pessoas se concentrariam do lado de fora da arena, mas a multidão, ordeira, foi bem menor do que se esperava. Muitos pareceram ter ficado em casa para ver a cerimônia pela TV.

A prestação dos serviços públicos envolvidos na cerimônia devem custar à cidade de Los Angeles US$ 4 milhões. A cidade está pedindo doações pela Internet para arcar com os gastos.

(Reportagem adicional de Jill Serjeant, Alex Dobuzinskis e Jim Finkle)

G8 diz que ainda existem perigos para economia global

Por Darren Ennis e Krittivas Mukherjee

L'AQUILA, Itália (Reuters) - Os líderes do G8 acreditam que a economia mundial ainda enfrenta "riscos significativos" e pode precisar de mais ajuda, de acordo com os esboços dos comunicados da cúpula do grupo, que mostram ainda um fracasso em se alcançar metas sobre mudança climática para 2050.

Os esboços, obtidos pela Reuters, dizem ainda que as estratégias de saída das políticas de estímulo ao crescimento podem ser feitas "uma vez que a recuperação esteja assegurada".

"Antes que haja alguma conversação de estímulo adicional, eu pediria que todos os líderes foquem antes em assegurar que o estímulo já anunciado ocorra", disse o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, antes do início da cúpula.

O Grupo dos 8 (G8) --formado por Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Grã-Bretanha, Itália, Canadá e Rússia-- iniciarão a cúpula com um debate sobre a crise econômica.

Mas poucas iniciativas são esperadas, já que o G20 --que engloba países desenvolvidos e em desenvolvimento-- tem a missão de formular uma resposta regulatória à crise e reúne-se em setembro.

DEBATE SOBRE DÓLAR DE LADO

Sem mencionar os pedidos da China sobre um debate sobre uma alternativa de longo prazo ao dólar como moeda internacional, os esboços dos comunicados disseram apenas que existem desequilíbrios globais.

"Um crescimento sustentável e estável de longo prazo irá requerer uma solução suave para os desequilíbrios existentes nas contas correntes", segundo os esboços.

A China reclama que a dependência do dólar exacerbou a crise global. Analistas disseram que a decisão do G8 em não mencionar câmbio diretamente pode desestabilizar os mercados de moedas.

Perdigão e Sadia fecham acordo de reversibilidade com Cade

SÃO PAULO (Reuters) - A Perdigão anunciou no final da terça-feira que fechou acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que garante a reversibilidade da compra da rival Sadia, enquanto o órgão avalia a associação.

Segundo o Cade, o acordo entre as empresas "poderá resultar em elevadas concentrações, sendo necessário assegurar a plena reversibilidade".

O acerto das empresas com o Cade veda que a Perdigão exerça controle sobre a Sadia, determina que as estruturas administrativas, produtivas e comerciais da Sadia serão mantidas (sem descontinuação de marcas e alterações de relações contratuais com terceiros, por exemplo) e independentes. O acordo também limita a troca de informações entre as duas empresas, afirma o Cade.

"O acordo permite, por outro lado, que a Perdigão proceda à reestruturação financeira da Sadia e circunscreve o conjunto de medidas que as empresas poderão adotar ao implementar essa reestruturação. Desta forma, o acordo atende às preocupações de ordem concorrencial sem implicar ônus desnecessários aos negócios das empresas", informou o órgão em comunicado.

A aquisição da Sadia pela Perdigão foi acertada em 19 de maio, em um acordo baseado em troca de ações. A união das empresas criou a Brasil Foods, empresa com faturamento anual acima de 20 bilhões de reais e que controla mais de 55 por cento do mercado nacional de industrializados de carne e margarinas e participação ainda maior em produtos como massas prontas.

(Por Alberto Alerigi Jr.; Edição de Vanessa Stelzer)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Economia da América Latina encolherá até 2,5% neste ano, diz Banco Mundial


Crescimento volta em 2010, mas será desigual, segundo entidade.
Países maiores estão em posição melhor, diz presidente do banco.

A América Latina sofrerá neste ano um impacto forte na economia, com uma contração de entre 2% e 2,5%, mas o crescimento voltará em 2010, em uma recuperação lenta e desigual, informou o Banco Mundial (Bird) nesta sexta-feira (3).

A estimativa para 2009 representa uma revisão para baixo em relação ao último relatório do organismo sobre a região, de abril, quando a previsão era de uma queda regional de entre 0,5% e 1,5%.

Nesta quinta-feira (2), porém, o presidente do Bird, Robert Zoellick,(Foto) destacou a posição vantajosa dos maiores países da América Latina para enfrentar a crise econômica.

"Tendo trabalhado com crises durante os anos 80 e 90, o que mais chama a atenção é como a América Latina lida com esta crise em uma posição diferente", disse Zoellick, após uma reunião com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, em Santiago.

"Obviamente, há uma grande diversidade entre cada país, mas alguns países, incluindo os maiores - como Brasil, México, Colômbia, Peru e Chile - lidaram com a crise de uma posição boa", estimou o presidente do Bird.

De acordo com Zoellick, os fatores que influenciam este melhor posicionamento incluem orçamentos mais fortes, maiores reservas, melhor posição comercial e um manejo flexível do tipo de câmbio. "Além disso, passam por uma boa base no que diz respeito à proteção social", estimou.

Zoellick ponderou, no entanto, que o bom panorama não significa que estes países vão escapar incólumes da crise, mas "têm mais flexibilidade como para combatê-la". "Um dos desafios que vários países vão ter que enfrentar é a dificuldade para ter acesso ao financiamento internacional para apoiar alguns de seus programas", alertou.

Zoellick lembrou ainda que a América Latina foi a região que mais recebeu recursos do Banco Mundial no ano fiscal concluído na última quarta-feira (1), com mais de US$ 17 bilhões de um total de US$ 59 bilhões investidos em todo o mundo.

Pobreza e desemprego

A crise global, segundo o Bird, vai atingir a região em cinco aspectos: a América Latina registrará a primeira recessão em sete anos, a pobreza e o desemprego aumentarão, o financiamento externo ficará menor e vai cair o valor das remessas enviadas pelos trabalhadores imigrantes, uma fonte de financiamento importante para alguns países.

Para 2010, o Bird prevê um retorno lento do crescimento, que será de entre 1% e 2%, mas desigual entre os países da região.

A pobreza vai aumentar 1,1%, já que a crise empurrará mais de oito milhões de latinoamericanos à pobreza. Em 2008, 181,3 milhões de moradores do continente eram pobres.

Classe média

Segundo o Banco Mundial, a crise será especialmente dura com a classe média, em consequência da queda da demanda por exportações não-tradicionais, que tendem a empregar trabalhadores formais, urbanos e tecnologicamente mais avançados.

O desemprego também vai crescer na região e o valor dos salários deve registrar queda, o que aumentará a informalidade.

Outro relatório, divulgado nesta sexta-feira (3) pela Comissão Econômica para América Latina (Cepal), destaca que a taxa de desemprego aumentará mais de 1% em 2009.