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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Dell faz reestruturação; dois executivos deixam empresa

Por Jim Finkle

BOSTON (Reuters) - Dois dos principais executivos da Dell, a segunda maior fabricante mundial de PCs, estão deixando a companhia numa reorganização empresarial para aumentar as vendas. A Dell luta para recuperar terreno da rival Hewlett-Packard.

A Dell declarou que Mark Jarvis, responsável pela área de marketing, está saindo da empresa. Mike Cannon, presidente para operações globais, se aposentará em 31 de janeiro e será substituído pelo veterano na Dell Jeff Clarke.

O grupo será reorganizado em três unidades, separadas pelo tamanho dos seus clientes.

"É uma grande mexida", disse Tim Ghriskey, da corretora de investimentos Solaris. "Mexidas como essa quase sempre trazem um resultado positivo. Mexe com os funcionários, os deixa mais motivados."

A Dell planeja centralizar numa organização diversificada e global a venda de produtos para empresas. A nova unidade se dividirá em segmentos que gerenciarão as vendas para grandes companhias, governos e negócios pequenos e médios.

A iniciativa da Dell se dá depois de uma queda no preço das ações da empresa neste ano. As ações caíram em 2008 quase 60 por cento.

Ghriskey, da Solaris, afirmou que as mudanças fazem as ações da Dell mais atrativas. A sua corretora não tem na carteira ações da Dell ou da Hewlett-Packard.

(Reportagem adicional de Paul Thomasch)

Ações sobem no dia, mas caem 45% em 2008

LONDRES (Reuters) - As ações européias fecharam em alta nesta quarta-feira, em sessão de poucos negócios devido ao feriado de Ano Novo, mas consolidaram em 2008 sua maior queda anual já registrada, à medida que os mercados foram golpeados pela pior crise de crédito desde a Grande Depressão dos anos 1930.

De acordo com dados preliminares, o índice FTSEurofirst 300 avançou 0,9 por cento na última sessão do ano, mas acumulou queda de 45 por cento em 2008, após valorização de 1,6 por cento no ano anterior e de 16 por cento em 2006.

O índice britânico FTSE 100 registrou sua maior queda anual desde sua criação em 1984, enquanto o indicador CAC-40 da bolsa de Paris acumulou baixa de 43 por cento, a maior já registrada em seus 20 anos de história. O índice DAX da bolsa de Frankfurt caiu 40,4 por cento em 2008.

O índice DJ Stoxx de matérias-primas, que abrange as maiores mineradoras européias, foi o mais golpeado em 2008, cedendo 64,9 por cento, acompanhado de perto pelo índice DJ Stoxx de bancos, que recuou 64,8 por cento.

A melhor performance setorial foi do índice DJ Stoxx de companhias ligadas à saúde, que caiu 18,8 por cento em 2008.

Os bancos, que tiveram um ano desastroso, com muitos procurando pacotes de ajuda governamentais, foram os que mais contribuíram com os ganhos do índice FTSEurofirst nesta quarta-feira.

As ações do Barclays subiram 3 por cento, as do Standard Chartered avançaram 4,9 por cento e as do Royal Bank of Scotland tiveram ganhos de 2,5 por cento.

Os papéis de farmacêuticas, tidos como defensivos, também subiram. Os ativos da GlaxoSmithKline subiram 2 por cento, enquanto os da AstraZeneca avançaram 2,2 por cento, levando seus ganhos acumulados no ano para cerca de 30 por cento, em uma das melhores performances de 2008.

Em LONDRES, o índice Financial Times fechou em alta de 0,94 por cento, a 4.434 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 teve variação positiva de 0,03 por cento, para 3.217 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 teve queda de 0,26 por cento, para 6.341 pontos.

(Reportagem de Atul Prakash)

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Lula diz que pobres não pagarão a conta da crise no Brasil

RIO (Reuters) - Ao reconhecer que a crise financeira global pode prejudicar o Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que o país tem mecanismos de compensação e que os pobres não pagarão a conta.

Em discurso na inauguração do parque Dona Lindu, em Recife, que leva o nome de sua mãe, Lula disse que a crise afetará as exportações do país, já que Estados Unidos e Europa são grandes compradores de produtos brasileiros. Ele ressaltou, porém, que o Brasil já não depende tanto desses dois mercados.

"As nossas exportações para esses países representam menos de 16 por cento", destacou Lula em seu discurso, divulgado pela secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto.

Lula salientou ainda como vantagem competitiva do Brasil frente à queda esperada nas exportações o fortalecimento do mercado interno.

"O Brasil ainda tem muita coisa para fazer, e eu quero dizer para vocês, olhando na cara de vocês, para vocês me cobrarem: os pobres não pagarão a conta dessa crise", afirmou.

O presidente conclamou os empresários a não deixarem a economia parar e disse que o governo vai tomar as medidas necessárias para assegurar o fluxo de crédito. "Estou convencido de que nós chegamos a janeiro com o crédito mais ou menos estabelecido neste país", disse.

Lula reafirmou que não quer a Petrobras disputando crédito com pequenos e médios empresários, que dependem das linhas da Caixa Econômica Federal.

"Nós não queremos que isso aconteça. Por isso é que estamos disponibilizando dinheiro das nossas reservas para a Petrobras tomar emprestado e não disputar com os pequenos aqui."

Lula comentou que o Brasil teve um ano "excepcional" em 2008 e apostou que o país vai sair mais forte da atual crise.

Bovespa encerra ano com queda de 41,22%, a maior desde 1972


No dia, bolsa brasileira subiu 1,32%.
Em maio, Ibovespa atingiu pico histórico, de 73.516 pontos.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o último pregão do ano com a alta de 1,32%, aos 37.550 pontos, acompanhando o bom humor do mercado nos Estados Unidos. Com o resultado desta terça-feira (30), o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, acumula queda de 41,22% no ano.

A queda anual é a maior desde os -44,42% registrados em 1972 e a segunda maior da história do indicador, criado em 1968. A terceira maior queda foi verificada em 1998, de 33,46%, segundo levantamento da consultoria Economatica.

Celebrada como o melhor investimento do ano anterior, a bolsa paulista viveu dois momentos distintos ao longo de 2008. Após um primeiro semestre de fortes ganhos, o mercado perdeu o ritmo com o aprofundamento da crise financeira originada nos Estados Unidos. Do pico histórico de 73.516 atingido em 20 de maio, o Ibovespa recuou 48,92% até o final do ano.

No dia

A melhora de humor por aqui seguiu o mercado norte-americano, onde os investidores acentuaram as compras, puxando altas nos principais indicadores.

Os agentes mantiveram o bom humor mesmo depois de o Conference Board anunciar que o índice de confiança do consumidor afundou para o menor patamar desde 1967 em dezembro. A expectativa era de leve melhora.

O sentimento positivo do dia se apóia no resgate de US$ 5 bilhões que o Tesouro dos EUA concedeu à GMAC, braço financeiro da General Motors. A financeira, que agora virou banco, também anunciou que retomará o financiamento de veículos.

FONTE -G1

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A Bolsa de Valores de São Paulo fechou no azul a última sessão de um ano recheado de recordes negativos, no rastro da crise mundial que atropelou um ciclo de cinco anos seguidos de valorização.

Lastreados nos ganhos de Wall Street, fundos de ações foram às compras para tentar aliviar as perdas do ano, levando o Ibovespa a uma alta de 1,32 por cento nesta terça-feira, aos 37.550 pontos.

O principal índice da bolsa paulista fechou dezembro com alta de 2,6 por cento. Mas foi pouco para fazer frente aos efeitos do maior furacão financeiro das últimas décadas, que provocou queda de 41,2 por cento do Ibovespa no ano.

Mesmo com um rali nos últimos minutos, o giro financeiro foi de apenas 2,6 bilhões de reais, com bancos e corretoras operando em esquema de plantão.

Os ajustes finais das carteiras de ações à nova composição dos índices, que entra em vigor na sexta-feira, acabou contribuindo para impulsionar o índice.

"O dia foi de ajuste dos fundos", disse a operadora de uma grande corretora paulista, que pediu para não ser identificada.

Petrobras, que vai aumentar a liderança na carteira a partir de janeiro, subiu 1,42 por cento, para 22,84 reais. Bradesco, que também ampliará a fatia no portfólio, avançou 1,5 por cento, para 22,59 reais.

O destaque do dia foi JBS Friboi, com avanço de 9,3 por cento, a 4,93 reais. A companhia foi uma das beneficiadas pelo anúncio de que o governo mexicano aprovou 20 frigoríficos dos Estados Unidos para retomar vendas de carne ao país.

MAIS AJUDA NOS EUA

Com isso, o mercado deu pouca importância aos poucos indicadores macroeconômicos do dia --que, para variar, não foram nada bons.

O desfile de notícias com estragos da crise continuou firme: a confiança do consumidor nos EUA teve recorde de baixa em dezembro, as vendas de final de ano foram as piores desde 1970 e a atividade empresarial no Meio-Oeste do país continuou se retraindo em dezembro, embora num ritmo menos drástico que o esperado.

Mas, tentando encontrar alento ao olhar para a frente, os investidores no mundo inteiro preferiram acompanhar o anúncio de uma extensão do pacote do governo norte-americano para salvar as montadoras do país, sendo 1 bilhão de dólares para a General Motors e outros 5 bilhões de dólares para comprar ações da GMAC, braço de financiamento da GM.

No momento em que a Bovespa encerrava os negócios, os principais índices de Wall Street subiam mais de 1 por cento.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Israel ataca Gaza pelo 2o dia e mortos passam de 280

Por Nidal al-Mughrabi

Photo
GAZA (Reuters) - Israel destruiu num ataque aéreo neste domingo a principal instalação de segurança do Hamas em Gaza e está posicionado para uma possível invasão do território, depois de matar mais de 280 palestinos em 24 horas de uma ofensiva contra a região.

Líderes israelenses afirmaram que a ação é uma resposta aos ataques quase diários com foguetes na região de fronteira, que se intensificaram após o Hamas, grupo islâmico no controle da Faixa de Gaza, suspender há uma semana um cessar-fogo de seis meses.

Apesar dos ataques aéreos, militantes dispararam cerca de 80 foguetes para o lado israelense, segundo os serviços de emergência. Num desses ataques, dois foguetes atingiram Ashdod, há 30 quilômetros de distância de Gaza. Não houve mortos, de acordo com a polícia.

Tanques israelenses na fronteira do território palestino estão posicionados para entrar na área, marcada pela pobreza e onde vivem 1,5 milhão de pessoas. O premiê de Israel, Ehud Olmert, e seu gabinete aprovaram o chamado de 6.500 reservistas, segundo autoridades.

"Israel vai continuar a campanha até termos um novo ambiente de segurança no sul, quando a população da região não mais viver sob o terror e o medo de constantes ataques a foguete", disse Mark Regev, porta-voz de Olmert.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas pediu que os ataques e a violência sejam suspensos.

Mantendo a pressão sobre o Hamas, depois de um dos dias mais sangrentos para os palestiinos em 60 anos de conflito, aviões israelenses atingiram a principal instalação de segurança do grupo em Gaza, matando pelo menos quatro guardas, de acordo com uma autoridade médica.

MAIS DE 280 MORTOS

O número de palestinos mortos subiu para 286 desde sábado, quando Israel inicou os ataques aéreos contra alvos do Hamas. Mais de 700 palestinos ficaram feridos.

"Os palestinos nunca viram um massacre tão terrível", declarou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh. O grupo jurou vingança, incluindo atentatos suicidas contra "cafés e ruas" de Israel.

No sábado, um israelense foi morto por foguete disparado da Faixa de Gaza.

Analistas militares israelenses afirmam que a ofensiva do país não parece ter como objetivo retomar a Faixa de Gaza ou destruir o governo do Hamas, algo que seria muito ambicioso e arriscado antes da eleição parlamentar de 10 de fevereiro.

Para eles, Israel planeja forçar o Hamas a uma nova trégua, que impediria a longo prazo o ataque com foguetes de Gaza contra os israelenses.

O governo do presidente norte-americano, George W. Bush, nas suas últimas semanas, colocou sobre o Hamas o ônus de evitar mais violência.

Grupos de ajuda humanitária disseram temer que a operação de Israel leve a uma crise na Faixa de Gaza.

O Brasil divulgou na noite de sábado nota, por meio do Ministério das Relações Exteriores, afirmando que acompanhou "com apreensão" a intensificação do lançamento de foguetes do Hamas contra o sul de Israel e recebeu "com grande preocupação" a notícia do ataque aéreo israelense.

"O Brasil deplora a reação desproporcional israelense, bem como o lançamento de foguetes contra o sul de Israel", acrescenta a nota. "O governo brasileiro conclama as partes a se absterem de novos atos de violência e estende sua solidariedade aos familiares das vítimas dos bombardeios desta manhã (de sábado)."

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Em sessão esvaziada, dólar fecha em queda de 0,75%

Por Fabio Gehrke

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta sexta-feira, em sessão de poucos negócios espremida entre o Natal e o final de semana.

A moeda norte-americana caiu 0,75 por cento, a 2,370 reais. Apesar da queda nesta sessão, a divisa acumulou leve alta de 0,30 por cento na semana encurtada pelo feriado de Natal.

No mês, a valorização da moeda norte-americana está em 2,16 por cento e no ano ela é de 33,4 por cento. Em relação à mínima do ano, atingida em julho, a alta do dólar é de 51,7 por cento.

"O mercado está muito parado. O fluxo de negócios é muito baixo, mas isso já era de se esperar", disse Jorge Knaur, gerente de câmbio do Banco Prosper no Rio de Janeiro. A fraca movimentação do mercado cambial foi refletida nas cotações, que variaram dentro da estreita faixa de 0,022 real.

De acordo com dados preliminares da BM&F, o volume negociado na sessão não chegou a 1 bilhão de dólares, quando a média diária nas primeiras semanas de dezembro foi de quase 3 bilhões de dólares.

"O dólar está caindo sem muita pressão... qualquer coisa que aconteça hoje, não representa nenhum tipo de tendência do mercado", afirmou Knaur, lembrando que a maioria das empresas já não estão operando com a chegada das festas de fim de ano.

Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da Hencorp Commcor, possui avaliação semelhante, ressaltando que com a falta de notícias relevantes na área econômica, o mercado cambial ficou "a mercê dos pequenos fluxos ocorridos durante o dia".

A tranquilidade da sessão também era sentida nos mercados acionários, com a Bovespa e o principais índices de Wall Street operando perto da estabilidade.

Bovespa oscila no retorno do feriado de Natal

Bolsa paulista não teve pregão nos dois últimos dias.
Na terça-feira (23), Ibovespa fechou em queda de mais de 3%.

Após operar em alta durante a maior parte do pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passa a oscilar nesta sexta-feira, primeiro pregão após o Natal. Às 15h35, o Ibovespa - principal índice da bolsa paulista - operava com desvalorização de 0,04%, aos 36.454 pontos.

O pregão deve acontecer sem muita referência, uma vez que não há previsão de divulgação de indicadores na pauta do dia. A expectativa é que o volume de negócios do pregão seja reduzido.

"É possível que na semana que vem tenha mais liquidez, hoje é um dia mais fraco, mais morto, semana que vem ainda vai ter um pouco mais de notícias", diz o analista da Mercatto Gabriel Goulart.

Normalmente, a última semana do ano é usada por investidores para tentar melhorar a performance dos fundos de investimentos. Terça-feira

O último pregão realizado pela Bovespa aconteceu na terça-feira, dia 23. Na terça, o índice Ibovespa teve queda de 3,05%, aos 36.470 pontos.

Durante a sessão, a Bovespa seguiu a tendência de Wall Street, que iniciou as operações próxima da estabilidade e foi perdendo fôlego gradativamente ao longo do dia.

Contribuíram para o pessimismo do mercado americano a divulgação de que o PIB do país encolheu 0,5% no terceiro trimestre, de acordo com dados revisados, e a divulgação de que as revendas de imóveis residenciais recuaram 8,6% em novembro, para uma taxa anual de 4,49 milhões de unidades em comparação com a marca de 4,91 milhões de casas registrada em outubro.

O giro financeiro do mercado foi baixo, na casa de R$ 2,1 bilhões.

(Com informações da Reuters)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Governo japonês anuncia orçamento recorde de US$980,6 bilhões

TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, anunciou nesta quarta-feira o maior orçamento anual da história do país na tentativa de evitar que a nação enfrente um longo processo de recessão.

Entretanto, o orçamento de 88,5 trilhões de ienes (980,6 bilhões de dólares) é ameaçado pelo apoio em queda da população ao premiê e enfraquecimento do controle sobre seu Partido Democrático Liberal, que analistas afirmam que corre risco de perder eleição na câmara baixa.

O orçamento para o ano fiscal que começa em abril de 2009, junto com outros dois orçamentos extras para o atual ano, vai financiar os programas de estímulo econômico de 12 trilhões de ienes de Aso, que correspondem a 2 por cento do Produto Interno Bruto do Japão.

Ministros afirmam que o orçamento é tão grande quanto, ou ainda maior, que as medidas adotadas por outras grandes economias. Mas isso também significa que o déficit primário do Japão vai quase triplicar, tornando a meta de Tóquio de superávit em dois quase impossível.

"O Japão não pode evitar a tsunami da recessão mundial, mas pode tentar encontrar uma saída", afirmou Aso em entrevista a jornalistas.

"A economia mundial está em uma recessão que só acontece uma vez a cada 100 anos. Precisamos de medidas extraordinárias para lidar com uma situação extraordinária", disse Aso.

O orçamento proposto pelo gabinete de Aso é 6,6 por cento maior que o volume de recursos previstos inicialmente para o atual ano fiscal, que se encerra em março.

(Por Hideyuki Sano e Isabel Reynolds)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Bovespa pesa com mau humor externo e fecha em queda de 3,7%

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ibovespa encerrou o primeiro pregão da semana em queda acentuada, seguindo o mau humor de Wall Street e com volume financeiro fraco.

Segundo dados preliminares, o Ibovespa fechou em baixa de 3,68 por cento, a 37.692 pontos, e com 2,37 bilhões de reais negociados.

As principais blue-chips do mercado, Petrobras e Vale encerraram em queda de 4,5 por cento e 4,7 por cento, respectivamente.

(Por Denise Luna)

BC espera desaceleração do crescimento em 2009 a 3,2%

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central espera uma desaceleração do crescimento em 2009, em meio à crise mundial, e vê a inflação abaixo do centro da meta em 2010, segundo o Relatório de Inflação do quarto trimestre, divulgado nesta segunda-feira.

A estimativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano passou para 5,6 por cento, contra 5 por cento há três meses. Para 2009, a projeção é de 3,2 por cento de avanço.

O BC ressaltou as incertezas sobre os impactos da crise no país, mas afirmou ver efeitos em vários setores e acrescentou que, novamente, a demanda interna será o motor do crescimento no ano que vem.

"O recrudescimento da crise financeira mundial também afeta negativamente, em magnitude e duração de difícil antecipação, os investimentos, via condições de financiamento e confiança dos empresários", disse o BC no documento.

Segundo o BC, investimentos mais dependentes de crédito podem ser adiados ou mesmo cancelados. Outro meio de propagação da crise nessa área é o câmbio, acrescentou o BC, notando que a depreciação do real aumentou os custos de bens de capital importados.

"Neste ambiente, em que a manutenção dos sólidos fundamentos macroeconômicos observados na economia brasileira não se constitui em condição suficiente para evitar que desdobramentos da severa crise mundial se propaguem internamente, ainda que amenize tal processo, as perspectivas referentes à evolução do nível da atividade no último trimestre de 2008 e em 2009 mostram-se menos favoráveis."

O BC ressaltou que as medidas adotadas pelo governo, principalmente para o aumento da oferta de crédito, darão suporte aos investimentos, mas que é "previsível alguma desaceleração nos próximos trimestres".

O prognóstico do BC para o PIB deste ano está exatamente em linha com a visão do mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, também divulgada nesta manhã. Mas para 2009 a autoridade monetária é bem otimista: analistas vêem uma expansão de apenas 2,4 por cento.

INFLAÇÃO

Em relação à inflação, o BC vê uma desaceleração contínua, mas aponta a taxa abaixo do centro da meta apenas em 2010.

A projeção para a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou para 6,2 por cento, ante a de 6,1 por cento divulgada no documento do terceiro trimestre.

Para 2009, o prognóstico para a alta do IPCA é de 4,7 por cento, contra o anterior de 4,8 por cento. Para o acumulado em 12 meses no último trimestre de 2010, o prognóstico é de 4,2 por cento.

(Reportagem de Vanessa Stelzer; Edição de Alexandre Caverni)

sábado, 20 de dezembro de 2008

Japão aprova verba extra de US$ 54 bilhões para estimular economia

Liberação do dinheiro terá de passar pelo Parlamento do país, em janeiro.
Governo apresentou projeto de orçamento com gasto recorde para 2009.

O governo japonês aprovou neste sábado (20) uma verba extra de US$ 54 bilhões (cerca de 4,8 trihões de ienes) para ajudar a economia do país, que está perto de cair em uma profunda recessão por conta da crise que afeta a economia mundial.

O plano do governo japonês é submeter a proposta ao Parlamento no dia 5 de janeiro, sem garantias de aprovação, uma vez que há divisão dentro da Casa e analistas põem em dúvida a eficácia de um novo pacote em estimular a economia.

O valor extra será usado, segundo informações do governo japonês, para financiar ajudas financeiras, incentivar a criação de empregos e para outras medidas econômicas. "Quero um orçamento audicioso e prático que tem o objetivo de recuperar a economia e assegurar o padrão de vida das pessoas", disse o prmieiro-ministro Taro Aso, em comunicado.

O plano vem um dia depois de o Banco Central japonês ter reduzido a taxa de juro no país de 0,3% para 0,1% ao ano e de o governo ter admitido que a economia do país terá expansão zero no próximo ano fiscal (que começa em abril de 2009 e vai até março de 2010).

Mais gastos

O Ministério das Finanças japonês anunciou um orçamento provisório para o governo que vai atingir 88,5 trilhões de ienes nos 12 meses entre abril de 2009 e março de 2010, desistindo de seu caráter de contenção de gastos governamentais em meio à crise financeira.

Analistas avaliam, porém, dizem que está levando tempo demais para o Japão pôr em prática as medidas de estímulo. "O problema é que está levando mais de cinco meses para Aso pôr em prática suas medidas econômicas em um momento em que as condições econômicas estão mudando muito", afirmou Takahide Kiuchi, economista sênior da Nomura Securities.

O valor de 4,8 trilhões de ienes anunciado neste sábado extra deve ajudar a financiar esses novos gastos do governo, que se somarão a outros dois pacotes econômicos já anunciados pelo primeiro-ministro, um deles de 27 trilhões de ienes e outro de 43 trilhões de ienes.

(Com informações da AFP e da Reuters)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Dólar fecha em leve alta após subir mais de 4% pela manhã

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em leve alta nesta sexta-feira, devolvendo a forte alta de 4 por cento exibida durante a manhã com uma entrada de recursos.

A moeda norte-americana subiu 0,13 por cento, a 2,363 reais. Na semana, o dólar acumulou leve baixa de 0,13 por cento.

Logo nos primeiros negócios da sessão, o dólar chegou a saltar 4,24 por cento. Mas parte da alta foi devolvida ainda de manhã, com o dólar desacelerando pelo fluxo de entrada de recursos no país.

"Teve mais entrada, um fluxo mais positivo", afirmou Luis Piason, gerente de operações de câmbio da corretora Concórdia.

Segundo Piason, com a diminuição das remessas de empresas para o exterior, o dólar tem conseguido se manter abaixo de 2,50 reais. "Houve uma alta muito exagerada na parte da manhã, que não é real, com um pouco de especulação, com um pouco de correção de ontem", disse.

Na véspera, as bolsas de valores norte-americanas pioraram fortemente após o fechamento do mercado cambial doméstico.

Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, teve avaliação semelhante e apontou o movimento dos mercados futuros influenciando o à vista. "Enquanto tivermos essas posições compradas na BM&F, teremos esta volatilidade."

De acordo com os últimos dados atualizados pela BM&F, os investidores estrangeiros detinham mais de 11 bilhões de dólares em posições compradas, que funcionam como uma aposta contra o real.

Galhardo lembrou também que a valorização da moeda norte-americana no mercado internacional ajudou a manter o dólar em alta durante a sessão. Frente a uma cesta com as principais moedas globais, o dólar subia mais de 2 por cento.

Nos últimos dias, o dólar perdeu espaço globalmente assim que o Federal Reserve anunciou um corte da taxa de juro norte-americana para perto de zero. E, segundo analistas, investidores realizaram lucros nesta sessão.

O Banco Central ofertou 22 mil contratos de swap cambial tradicional para prosseguir com a rolagem de um lote que vence no ínicio de janeiro, mas vende apenas 6 mil contratos.

A autoridade central também realizou um leilão de venda de dólares no mercado à vista.

Bovespa fecha dia de poucos negócios em queda de 1%

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) praticamente repetiu os números da véspera e fechou em baixa nesta sexta-feira (19). O índice Ibovespa - referência para o mercado brasileiro - teve queda de 1,02%, para 39.131 pontos. Na semana, houve uma leve queda de 0,61%.

Como vem acontecendo no mês de dezembro, o volume de negócios foi, mais uma vez, baixo em comparação à média do restante do ano. De acordo com números finais de fechamento, o volume financeiro negociado no dia foi de R$ 3,06 bilhões.


No mercado nacional, a taxa de desemprego no Brasil sofreu uma ligeira alta em novembro, para 7,6%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro, o índice havia ficado em 7,5%, o segundo menor da série histórica da pesquisa.


As ações da Telemar (nome da Oi na bolsa), empresa que foi autorizada na quinta-feira pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a comprar a Brasil Telecom, foi um destaque positivo do pregão, com alta de mais de 4% em seus papéis.

Mercado externo

No exterior, os investidores acompanham a divulgação, pelo governo dos Estados Unidos, de que as indústrias automobilísticas em crise receberão uma ajuda de US$ 17,4 bilhões.

As bolsas dos Estados Unidos, depois de uma queda de mais de 2% no índice Dow Jones na véspera, registraram em leve alta: às 18h20 (horário de Brasília), o Dow, referência para Nova York, tinha alta de 0,22%, enquanto o indicador tecnológico Nasdaq apresentava ganho de 0,62% no mesmo horário.

As bolsas da Europa fecharam em baixa. O índice CAC 40, de Paris, teve queda de 0,26% nesta sexta-feira, enquanto o FTSEurofirst 100, do mercado de Londres, teve queda de 1%. Na contramão, o mercado de Franfkurt fechou em alta de mais de 1%.

Na Ásia, o corte de juro e o anúncio de um pacote econômico do Japão não foram suficientes para estimular as compras na Bolsa de Tóquio, que fechou com baixa de 0,91%.


(Com informações da AFP e da Reuters)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Bovespa termina em leve baixa após pregão instável

Bolsa fechou o dia em queda de 0,12%, aos 39.947 pontos.
Opep anunciou novo corte na produção de petróleo do cartel.

(REUTERS E AFP)Após um pregão marcado pela instabilidade, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou em baixa as negociações desta quarta-feira (17). O Ibovespa - principal indicador da bolsa paulista - registrou uma leve desvalorização de 0,12%, aos 39.947 pontos. O giro financeiro ficou na casa de R$ 9,1 bilhões.

Durante o pregão, o índice oscilou diversas vezes entre os territórios positivo e negativo. Durante a manhã, chegou a subir quase 1%, e a registrar queda superior a 2% já próxima ao fechamento.

As principais altas foram registradas na ações da Redecard e da própria BMF Bovespa, com valorização superior a 4%. Já os papéis de B2W e TIM tiveram perdas superiores a 7%. Por sua vez, a Petrobras teve valorização de 2,7%, a R$ 29,64, e a Vale subiu 1,3%, a R$ 30,30.

Corte na produção

No dia, um dos fatores de influência sobre o mercado foi a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de promover uma redução recorde na produção diária de petróleo dos países do bloco em 2,2 milhões de barris. Assim, desde setembro, o corte soma 4,2 milhões de barris.

A informação foi dada pelo secretário-geral do grupo, Abdullah al-Badri. A redução representa mais de duas vezes a produção da Petrobras - que em setembro foi de 1,897 milhões de barris por dia.

Panorama externo

Nos EUA, por volta das 18h15, os indicadores da Bolsa de Nova York operavam próximos da estabilidade. Enquanto o índice Dow Jones apontava leve baixa de 0,12%, o indicador ampliado S&P subia 0,03% e o tecnológico Nasdaq se valorizava 0,01%

Na Europa, as bolsas das principais capitais financeiras também seguiram tendências diversas, com Paris e Frankfurt encerrando em baixa, enquanto Londres e Madri registraram leve alta.

Principal índice da Bolsa de Paris, o CAC 40 fechou em queda de 0,30% nesta quarta-feira, a 3.241,92 pontos. O índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, terminou o pregão desta quarta recuando 0,46%, a 4.708,38 pontos.

Juro nos EUA

Nesta quarta, a bolsa também refletiu a decisão tomada no final da tarde de terça-feira pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), de cortar a taxa de juros norte-americana de 1% para uma faixa entre 0% e 0,25% - o menor nível da história, em um novo esforço para combater o congelamento do crédito.

A redução é mais uma na sequência de baixa que já derrubou a taxa básica dos EUA em quase cinco pontos percentuais em pouco mais de um ano, desde o nível de 5,25% ao ano que prevalecia antes do início da crise financeira no ano passado.

Com o juro baixo lá fora, o Brasil se torna mais atrativo aos investidores, aumentando o fluxo de dólares por aqui e reduzindo a cotação da moeda.

Wall St fecha em queda com fim de otimismo por Fed

Por Chuck Mikolajczak

NOVA YORK (Reuters) - As bolsas de valores norte-americanas fecharam em queda nesta quarta-feira, com os esforços do governo para tentar conter uma forte recessão levantando preocupações sobre o tamanho da dívida pública e apagando o otimismo gerado após o corte de juros do Federal Reserve na véspera.

O índice Dow Jones teve baixa de 1,12 por cento, a 8.824 pontos. O Standard & Poor's 500 declinou 0,96 por cento, a 904 pontos. O Nasdaq recuou 0,67 por cento, a 1.579 pontos.

Os investidores procuravam descobrir se sobraram mais munições para o Fed após seu movimento na terça-feira de cortar a taxa de juro para perto de zero e de prometer usar "todas as ferramentas disponíveis" para reerguer a economia.

"Eu acho que existe uma preocupação sobre o tamanho da dívida e da liquidez que está sendo injetada no sistema e que poderá impulsionar a inflação", afirmou Robert Francello, chefe de operações da Apex Capital.

As ações de energia foram os principais pesos sobre Dow, após os preços do petróleo caírem brevemente para abaixo de 40 dólares por barril pela primeira vez desde julho de 2004.

A Exxon Mobil caiu 1,2 por cento, para 82,01 dólares, enquanto a Chevron perdeu 1 por cento, para 78,07 dólares.

América Latina e Caribe querem criar organização sem EUA

Por Carmen Munari

COSTA DO SAUÍPE (Reuters) - Os líderes da América Latina e do Caribe, reunidos em cúpula inédita coordenada pelo Brasil, expressaram a intenção de criar organização própria de decisões conjuntas na região sem a participação dos Estados Unidos, que têm tido papel hegemônico no continente.

Mesmo com o antiamericanismo implícito, os países indicaram que darão um voto de confiança ao presidente eleito Barack Obama para avaliar sua política na região. Obama toma posse em janeiro.

"Vamos dar um tempo para que Obama tome posse para que a gente possa aprovar ou questionar sua política", disse Lula a jornalistas no encerramento da Cúpula da América Latina e do Caribe, realizada entre terça e quarta-feira no balneário de Costa do Sauípe, a 100 quilômetros de Salvador, na Bahia.

Sem deixar de reconhecer a importância comercial, financeira e tecnológica dos EUA, Lula falou em afastar a subserviência natural dos países emergentes frente aos países ricos.

"O comportamento subserviente de muita gente na política é que faz com que as pessoas não sejam devidamente tratadas e respeitadas", afirmou.

Coube ao presidente do México, Felipe Calderón, anunciar que em fevereiro de 2010 os líderes irão se reunir novamente, desta vez em seu país, para iniciar a criação de uma organização que já está sendo chamada de "OEA (Organização dos Estados Americanos) sem os EUA e o Canadá."

"Pretendemos criar uma organização de Estados latinos e do Caribe, que nos permita ter nossas regras e sistemas de integração para fazer valer nossa própria identidade e força", afirmou Calderón.

Para os líderes da região seria uma segunda independência da maioria dos países da América Latina e do Caribe nos 200 anos da independência dos países da Europa.

O embrião da nova organização nasce em meio à crise financeira mundial --que, segundo os líderes, pode ser combatida com maior integração regional -- e à suspensão do pagamento de 3,8 bilhões de dólares da dívida do Equador, na semana passada.

A cúpula também defendeu que os EUA coloquem fim ao embargo econômico imposto a Cuba há 46 anos, como decorrência da revolução que levou ao comunismo no país. Em demonstração de solidariedade, Cuba foi admitida no Grupo do Rio, mecanismo diplomático da região.

"O bloqueio não tem sentido. Só pode ser birra", disse Lula.

O encontro reuniu 20 presidentes e chefes de Estado e de governo e representantes dos demais 13 países da região. Os presidentes de países importantes, como Peru e Colômbia, enviaram vice-presidentes.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Bovespa ganha força após corte de juros nos EUA e sobe 4,37%


Forte valorização faz índice brasileiro 'encostar' em 40 mil pontos.
Taxa americana foi reduzida a um intervalo de zero a 0,25% ao ano.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operou em alta durante todo o pregão desta terça-feira (16), ganhando força no fim da tarde, depois que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) reduziu a taxa de juro anual do país a um patamar flutuante entre zero e 0,25%.

Com isso, o índice Ibovespa - referência para o mercado brasileiro - voltou a ficar próximo do "patamar psicológico" de 40 mil pontos, fechando em alta de 4,37%, aos 39.993 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 3,4 bilhões, considerado relativamente baixo. Entre as maiores altas, com ganhos de mais de 8%, destacaram-se América Latina Logística (ALL), NET e Cosan.

Juro nos EUA

O Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) decidiu nesta terça-feira reduzir a taxa de juros para o menor nível histórico do país. Com a decisão, a taxa praticada nos EUA agora passa para um patamar flutuante de zero a 0,25% ao ano. Antes desse corte de no mínimo 0,75 ponto, a taxa do país era de 1% ao ano.

O Fed também sinalizou que vai manter as taxas "excepcionalmente baixas" por mais tempo. A redução é mais uma na sequência de baixa que já derrubou a taxa básica dos EUA em mais de 5 pontos percentuais em pouco mais de um ano, desde o nível de 5,25% ao ano que prevalecia antes do início da crise financeira no ano passado.
Outros pregões

Nos EUA, o mercado também aumentou a valorização registrada desde o início do dia após o anúncio do Fed. Por volta das 18h30 (horário de Brasília), depois do fechamento do mercado brasileiro, o índice Dow Jones - referência para Wall Street - registrava alta de 4,15%, enquanto o indicador tecnológico Nasdaq tinha ganhos de 4,96%.

Na Europa, as ações fecharam em alta, com o setor bancário registrando ganhos após resultados do Goldman Sachs terem ficado acima de expectativas e também com as expectativas de corte de juros nos EUA. O índice FTSEurofirst 300 das principais ações européias teve fechamento preliminar de alta de 0,8%, a 833 pontos.

Já no continente asiático, em Tóquio, o pregão foi de baixa de 1,12%, seguindo a tendência da bolsa norte-americana na véspera. Outros mercados importantes da Ásia registraram discretas altas.

América Latina busca saídas para crise em cúpula de Sauípe

Por Carmen Munari

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COSTA DO SAUÍPE, Bahia (Reuters) - O debate sobre as soluções para a crise econômica mundial dominou a abertura da cúpula dos países do Mercosul nesta terça-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião da série de encontros de líderes da América Latina e do Caribe, defendeu um papel ativo da região para enfrentar a turbulência.

Logo no início do discurso, Lula fez uma referência especial à presença do presidente de Cuba, Raúl Castro, que está no Brasil pela primeira vez, para participar das reuniões.

"Uma crise como a atual exige transformações profundas na forma de decidir as grandes questões econômicas e políticas do mundo. É por isso que afirmei reiteradamente ter chegado a hora da política", disse Lula.

"O Mercosul, juntamente com nossos amigos da América Latina e Caribe, não assistirá passivamente ao debate sobre a crise mundial. Teremos papel importante a jogar na construção de uma nova arquitetura política e econômica internacional multipolar e multilateral."

Ainda nesta tarde os governantes participam da reunião da Cúpula da América Latina e do Caribe, a primeira realizada sem a presença dos Estados Unidos e da União Européia e com a participação de Cuba.

Encontros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Grupo do Rio também estão previstos até quarta-feira. Na reunião desta manhã do Mercosul estavam presentes cerca de 20 presidentes e chefes de Estado. A região reúne 33 países.

Castro foi o primeiro a chegar à Costa do Sauípe, na noite de segunda-feira. Nesta manhã, na chegada à cúpula, Lula e Castro brincaram com a imprensa sobre uso de sapatos, em referência ao incidente com o presidente norte-americano, George W. Bush. Segundo o presidente cubano, a partir de agora não se deveria mais usar sapatos nesse tipo de evento.

No discurso, Castro, que substituiu seu irmão Fidel na Presidência, classificou de injusto o sistema econômico que levou à crise.

"Acompanhamos de perto os esforços do Mercosul para a integração. Mas, entre os obstáculos, estão os efeitos de uma ordem econômica internacional injusta e egoísta que favorece os países desenvolvidos e os interesses das grandes corporações internacionais. A crise econômica internacional atual é sua manifestação mais grave e verdadeira", disse Castro.

O presidente do Equador, Rafael Corrêa, não deixou de demonstrar suas preocupações com o financiamento da economia. Defendeu a criação de um fundo de reservas regional e o prosseguimento das discussões sobre um Banco do Sul, já aprovado há cerca de um ano e ainda não implementado.

Corrêa tenta suspender o pagamento ao Brasil de um empréstimo para a construção de uma hidrelétrica que apresentou defeito.

"A crise não foi causada pelos emergentes, mas provavelmente teremos que pagar um alto custo por ela", criticou Correa.

SEGURANÇA

Com tantas autoridades, o balneário de Sauípe, que reúne um conjunto de hotéis de lazer à beira-mar a cerca de 100 quilômetros de Salvador, se transformou em fortaleza para abrigar as cúpulas.

Soldados do Exército estão em toda parte, realizando várias atividades, inclusive algumas bizarras como orientar o trânsito ou mesmo policiar a areia da praia.

Do mar, a vigilância é feita por um navio de guerra e, no amplo complexo, só se circula com o uso de crachás de identificação, atentamente checados pelos seguranças.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Bush diz que pacote de resgate das montadoras não está pronto

CABUL (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta segunda-feira que um anúncio quanto ao resgate da indústria automotiva não é iminente, deixando o destino do setor coberto por incertezas por um tempo ainda mais longo.

"Nós não estamos exatamente prontos para anunciar isso ainda", disse Bush a jornalistas a bordo do Air Force One, durante um vôo proveniente de Bagdá em uma viagem surpresa ao Afeganistão.

O presidente foi questionado sobre quando seria feito o esperado anúncio quanto ao uso do pacote de resgate de 700 bilhões de dólares do setor financeiro para ajudar a General Motors Corp, a Ford Motor Co e Chrysler LLC.

Quando perguntado se ele tendia a usar os fundos do pacote de resgate financeiro, Bush disse: "Eu sinalizei que isso é uma possibilidade."

Bush disse que uma decisão não demorará muito tempo. A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, disse anteriormente que não há uma agenda determinada para uma decisão.

Google quer "linha rápida" para seu conteúdo, informa jornal

FILADÉLFIA, Estados Unidos (Reuters) - O Google abordou empresas provedoras de Internet com uma proposta para criar uma "linha rápida" para seu conteúdo próprio. Dessa forma, a empresa age de forma contrária à sua posição anterior, de acesso igual a rede para todos os provedores de conteúdo, informou o The Wall Street Journal.

Uma grande operadora de rede a cabo em negociações com o Google informou que tem relutado em fechar um acordo, devido a preocupações de que pode violar as regras de neutralidade de rede da Comissão Federal de Comunicações, informou o jornal na sua versão eletrônica.

Companhias telefônicas e de redes a cabo que operam linhas de dados devem tratar todos os dados da mesma forma.

A proposta do Google, chamada de OpenEdge, colocaria os servidores do Google diretamente em contato com a rede dos provedores de serviços, informou o jornal.

Tal configuração aceleraria o serviço do Google para usuários, informou o jornal.

O Google não pôde ser imediatamente contatado para comentar o assunto.

O The Wall Street Journal informou que, quando perguntado sobre o OpenEdge, o Google disse que outras companhias poderiam propor acordos parecidos se tivessem interesse.

(Reportagem de Jessica Hall)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Banco Mundial alerta que socorro financeiro pode prejudicar os mais pobres

MIANYANG, China (Reuters) - As nações ricas devem ter cuidado para não causar mais sofrimento ao mundo em desenvolvimento ao tomar medidas mais ousadas para fortalecer suas economias fragilizadas, disse o presidente do Banco Mundial Robert Zoellick neste domingo.

Zoellick alertou que os países mais pobres, que já enfrentam grande perda de empregos, estão vulneráveis às conseqüências indiretas das políticas criadas para socorrer os mercados financeiros.

"Os países desenvolvidos garantiram muitos débitos bancários. Isso tornou difícil para os países em desenvolvimento, com bons programas orçamentários, conseguir lançar títulos no mercado", disse Zoellick em uma entrevista enquanto visitava a província chinesa de Sichuan, devastada por um terremoto em maio.

"É importante para os países em desenvolvimento reconhecer que em algum momento vão precisar de estratégias de saída para essas garantias ou ser capazes de discipliná-las", disse ele. "Não estou dizendo que devem tomar essa atitude agora, mas de outra fora os países em desenvolvimento vão arcar com o impacto disso".

O Banco Mundial disse na semana passada que o derretimento financeiro global está pesando muito nas economias em desenvolvimento, prevendo um crescimento de 4,5 por cento para o próximo ano diante dos 6,3 de 2008.

"Esta crise financeira virou uma crise econômica, e no ano que vem será uma crise de desemprego", disse Zoellick. "Será uma fase extremamente difícil".

Ele disse que a recuperação pode ser dificultada se os países se voltarem para si mesmos na tentativa de salvar suas economias, com pouca atenção para os outros.

"Estou preocupado que o desemprego, especialmente se combinado com os descontos nos preços, possa levar a ondas de protecionismo", disse ele.

Embora elogiando a expansão monetária e o estímulo fiscal nos EUA e em outras partes, Zoellick disse que tais políticas podem conter as sementes de futuros problemas econômicos, acrescentando que seria necessário disciplina para freá-las no longo prazo.

(Reportagem de Simon Rabinovitch)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Lula pede a banco que reduza juros e à indústria que baixe preço

BELO HORIZONTE (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira a redução dos juros bancários e dos preços praticados pela indústria para estimular o consumo e minimizar o impacto da redução na atividade econômica por conta da crise financeira global.

"Os bancos têm que baixar os juros, as indústrias têm que baixar os preços dos seus produtos. A prestação tem que caber no bolso do consumidor. Nós temos reserva. Nós temos dinheiro no Tesouro para financiar o crédito. Se a gente permitir que a economia pare, aí nós estamos desgraçados", afirmou o presidente em cerimônia de inauguração de avenida e entrega de imóveis para famílias de um conjunto de favelas na capital mineira.

Na avaliação de Lula, a manutenção do consumo é uma das medidas mais importantes no combate aos efeitos da crise. Ele conclamou a população a não temer assumir uma prestação, porque "se todo mundo acha que não vai comprar, que não vai fazer prestação, porque pode perder o emprego, aí é que nós vamos perder o emprego", declarou, em fala direcionada diretamente para a platéia, composta, em sua maioria, por famílias de baixa renda.

Lula ressaltou, no entanto, que serão necessários "sacrifícios" dos governos, dos empresários e dos trabalhadores para superar a crise.

"Todos nós teremos que trabalhar de forma harmônica. E daí, fazer os sacrifícios que tivermos que fazer para que todos ganhem, para que todos percam o menos possível", afirmou.

Ao lado do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), e do governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), o presidente voltou a defender investimentos públicos em obras e classificou a crise internacional como desafio.

"Adoro desafios. Se tem uma coisa que eu gosto é de ser provocado. Eu estou sendo provocado por uma crise mundial que não tem nada a ver com nosso país. Nós vamos vencer essa crise e vamos sair muito mais preparados", salientou.

"A prefeitura investe, o Estado investe, o governo federal investe e as indústrias têm que produzir para atender os investimentos que a gente está fazendo", acrescentou.

Lula ironizou os Estados Unidos por anunciar medidas semelhantes a de seu governo para combater a crise.

"Vocês viram na televisão, na semana passada, o presidente eleito dos Estados Unidos dizendo que vai gerar dois milhões de empregos até 2011, que vai investir em obras de infra-estrutura? Acho que ele vai fazer um PAC lá." disse, referindo-se ao Programa de Aceleração do Crescimento, que promete manter intacto.

(Por Marcelo Portela)

Bovespa sobe e acumula ganhos de 11% na semana

No dia, bolsa teve alta de 2,22%, aos 39.373 pontos.
Mercado acompanhou desempenho das bolsas dos EUA.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão desta sexta-feira (12) em alta. O índice Ibovespa, referência para o mercado nacional, apontou valorização de 2,22%, aos 39.373 pontos, com giro financeiro na casa de R$ 3,5 bilhões. No acumulado da semana, a bolsa nacional acumulou ganhos de 11,3%.

Ao longo do dia, as cotações da Bovespa tiveram forte oscilação. Durante a manhã, o Ibovespa recuou seguindo o clima negativo internacional com o colapso do pacote de ajuda às montadoras norte-americanas.

O projeto de US$ 14 bilhões em empréstimos para Ford, GM e Chrysler caiu na noite de quinta-feira no Senado, em meio a disputas sobre salários de trabalhadores sindicalizados. Os republicanos queriam corte de custos trabalhistas e flexibilização de regras trabalhistas.

No entanto, as bolsas dos Estados Unidos se recuperaram com a informação de que o governo pode usar parte do pacote de US$ 700 bilhões de socorro aos bancos para ajudar a indústria automobilística. A Bovespa acompanhou o movimento de alta, acentuou a valorização no final dos negócios e terminou a sessão no azul. Pregões pelo mundo

Nos EUA, as bolsas também fecharam o dia com ganhos. O índice Dow Jones, referência para o mercado americano, teve alta de 0,75%, aos 8.629 pontos. O indicador ampliado Standard & Poor´s 500 subiu 0,70% e o índicador do setor tecnológico Nasdaq ganhou 2,18%

A falta de consenso entre democratas e republicanos sobre o pacote automobilístico nos EUA resultou em perdas acentuadas na Ásia. Tóquio caiu 5,56%, Seul recuou 4,38%, Hong Kong cedeu 5,48% e Xangai desvalorizou 3,81%.

O pessimismo também atingiu a Europa com força, apesar do anúncio de aprovação de um pacote de auxílio à economia de 200 bilhões de euros. O índice FTSEurofirst, das principais ações européias, teve queda de 2,8%, para 829 pontos, depois de ter atingido 811 pontos no dia. O índice já perdeu cerca de 45% este ano, afetado pela crise global de crédito.

Japão e UE devem agir; socorro a montadoras fracassa

Por Mike Peacock

LONDRES (Reuters) -

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O Japão e a Europa procuraram na sexta-feira animar suas economias após o pacote de resgate a montadoras fracassar no Senado norte-americano e aprofundar a pior crise financeira em 80 anos.

O fracasso do plano de socorro ao setor automotivo levantou temores de um colapso da indústria que acabaria com muitos empregos. As companhias afirmam que um em cada 10 empregos nos Estados Unidos estão ligados ao setor.

O primeiro-ministro japonês, Taro Aso, afirmou esperar que o Banco do Japão tome medidas para prover ampla liquidez aos mercados financeiros. O governo também informou que vai ampliar o montante de recursos para recapitalizar bancos de 2 trilhões para 12 trilhões de ienes (131,1 bilhões de dólares).

Líderes da União Européia devem apoiar um plano de estímulo econômico de 200 bilhões de euros (264 bilhões de dólares), segundo um texto da reunião de Bruxelas, apesar da resistência da Alemanha.

Céticos afirmam que o plano está muito ligado a pacotes de estímulo nacionais já anunciados.

Em um tom que parece refletir a relutância da Alemanha, o texto cita a possibilidade de que a redução do imposto sobre o setor de serviços possa ser adotada apenas pelos países que quiserem.

Nos EUA, o Senado se recusou a apoiar o plano de resgate ao setor automotivo.

"Será um Natal muito, muito ruim para diversas pessoas se levarmos em conta o que aconteceu aqui esta noite", afirmou na quinta-feira o líder da maioria no Senado, Harry Reid, democrata que apoiava o pacote.

As bolsas de valores da Ásia e da Europa sofreram com a notícia.

GM, Ford Motor e Chrysler empregam quase 250 mil pessoas diretamente e 100 mil pessoas em fornecedores de autopeças contam a sobrevivência delas.

Mesmo a China não tem conseguido evitar o impacto da crise originada no mercado imobiliário dos EUA.

Pequim lançou um plano de estímulo de 4 trilhões de iuans (586 bilhões de dólares) em 9 de novembro e na quarta-feira anunciou o compromisso de acelerar os gastos públicos e cortes de impostos.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Grécia tem 6º dia de violência, Atenas se acalma

Por Daniel Flynn e Lefteris Papadimas

ATENAS (Reuters) - Dezenas de estudantes atiraram pedras e bombas incendiárias contra delegacias em vários subúrbios de Atenas na quinta-feira, no sexto dia de protestos contra o governo conservador grego.

Mas o centro da capital estava mais calmo do que nos dias anteriores, depois da greve geral de 24 horas da quarta-feira, convocada por sindicatos contra reformas previdenciárias e privatizações.

Em Salônica (norte), cerca de 500 pessoas cercaram a delegacia central de polícia. Houve grandes manifestações também em Patras (oeste) e Ioannina (norte).

Em Atenas, os confrontos recomeçaram ao alvorecer, quando os estudantes que ocupam a universidade enfrentaram a polícia. Os distúrbios em seguida se espalharam para 15 delegacias em diversos bairros.

Alguns alunos levavam cartazes com a pergunta "por quê?", exigindo uma explicação pela morte, no sábado, de um jovem de 15 anos baleado por um policial, o que desencadeou a atual onda de protestos --agravada pela crise econômica e por casos de corrupção no governo.

Há manifestações marcadas para quinta, sexta e segunda-feira em Atenas, e muitos gregos já se perguntam até quando o governo conseguirá sobreviver.

"O governo mostrou que não pode lidar com isso. Se a polícia começar a impor a lei, todos dirão que a junta militar está de volta", disse o eletricista Yannis Kalaitzakis, 49.

Muitas pessoas estão irritadas com o fato de o policial de 37 anos, acusado da morte do adolescente, não ter expressado remorso aos investigadores na quarta-feira. Ele disse que deu tiros de alerta em autodefesa, que ricochetearam e mataram o jovem.

Epaminondas Korkoneas e seu parceiro, acusado de cúmplice, foram presos na quarta-feira para aguardar por julgamento. Geralmente os tribunais gregos levam meses para começar a julgar casos.

O primeiro-ministro Costas Karamanlis, que anunciou apoio financeiro para centenas de empreendimentos danificados nas manifestações, deve viajar para Bruxelas para um encontro da União Européia na quinta-feira, enquanto o governo grego tenta seguir trabalhando normalmente.

Karamanlis e o líder da oposição, George Papandreou, fizeram apelos pelo fim da violência, que abalou dez cidades gregas e provocou centenas de milhões de euros em danos a propriedades.

Gregos também protestaram em Paris, Moscou, Berlim, Londres, Roma, Haia, Nova York, Itália e Chipre.

Embora o governo grego, que tem maioria de apenas um deputado no Parlamento, pareça ter conseguido controlar a crise mais imediata, sua aparente omissão diante dos distúrbios pode afetar ainda mais a sua popularidade, já bastante baixa. O Pasok (partido socialista, o maior da oposição) lidera as pesquisas de opinião e pediu antecipação das eleições.

"O cenário mais provável agora é que Karamanlis convoque eleições dentro de dois ou três meses", disse Georges Prevelakis, professor de Geopolítica da Universidade Sorbonne, em Paris.

Na quarta-feira, a greve geral, com adesão de centenas de milhares de trabalhadores, afetou aeroportos, bancos, escolas e hospitais.

Os sindicatos dizem que as privatizações, os aumentos de impostos e a reforma previdenciária pioraram as condições de vida no país, especialmente para os 20 por cento da população que estão na pobreza.

A Confederação Grega do Comércio disse que só em Atenas os danos às empresas atingiram 200 milhões de euros, sendo que 565 lojas foram seriamente danificadas.

(Reportagem adicional de Dina Kyriakidou, Michele Kambas,, Tatiana Fragou e Angeliki Koutantou)

Pacote a montadoras dos EUA passa na Câmara, vai ao Senado

Por John Crawley e Thomas Ferraro

WASHINGTON (Reuters) - Um plano de ajuda às três grandes montadoras dos Estados Unidos foi aprovado pela Câmara dos Deputados do país, mas no Senado a perspectiva de aprovação é negativa depois que apoiadores da proposta enfrentam grande dificuldade para aprová-la.

"Vai ser difícil, mas não perdemos a esperança", disse um assessor democrata sobre o plano que fornecerá 14 bilhões de dólares em empréstimos para evitar um possível colapso de uma ou mais montadoras de veículos.

A proposta, negociada por democratas com a administração do presidente norte-americano, George W. Bush, foi aprovada na Câmara por 237 votos favoráveis contra 170 contrários. Mas no Senado o plano pode não contar com os 60 votos necessários para seguir adiante.

Simpatizantes do plano afirmam que ele é necessário para ajudar a evitar o colapso de uma ou mais montadoras e outro abalo na economia norte-americana, que já está em recessão.

"Isso seria um grande desastre para nós aceitarmos", disse o democrata John Dingell, aliado de General Motors, Ford e Chrysler.

A Casa Branca endossou publicamente o plano esperando ganhar simpatia de republicanos céticos quanto a sua eficácia.

Os democratas temem que se o governo cruzar os braços isso poderia gerar um colapso da indústria que consumiria centenas de milhares de empregos em uma economia em que o desemprego cresce rapidamente.

Mas no Senado os democratas terão dificuldade para encontrar os 60 votos necessários para que a proposta supere obstáculos regimentais. Sem o apoio de uma dúzia ou mais de republicanos, o plano será rejeitado, afirmou um assessor democrata.

"O críticos têm sido muito contundentes. A questão é encontrar onde estão os que apóiam as três grandes montadoras", disse outro assessor democrata.

A Câmara e o Senado precisam aprovar a proposta da mesma forma para que Bush possa sancioná-la. Como está agora, o plano no Senado é ligeiramente diferente do texto aprovado na Câmara com relação a padrões de combustível.

As três montadoras empregam diretamente 250 mil pessoas e outras 100 mil empregos são indiretos. A indústria afirma que é responsável por 10 por cento dos empregos norte-americanos.

Os mercados de crédito também torcem pela aprovação da ajuda. A falência ou colapso de uma das três empresas de Detroit ameaçaria bilhões de dólares em instrumentos financeiros, afirmam analistas de mercado.

A GM e a Chrysler precisam de bilhões de dólares até o fim do mês para sobreviverem e a Ford busca uma linha de crédito que poderá ser acessada se suas finanças ficarem pior que o esperado em 2009.

Os democratas estão propondo empréstimos-ponte usando recursos que seriam usados para ajudar as montadoras a reequiparem fábricas e produzirem veículos com consumo mais eficiente. Em troca, as companhias darão ao governo uma participação acionária equivalente a 20 por cento do que pegarem emprestado.

Os empréstimos são destinados a financiar as empresas até 31 de março, depois disso, novas ajudas dependeriam da qualidade dos planos de reestruturação que têm que provar a viabilidade das empresas.

Um fiscal indicado pelo governo vai acompanhar as condições dos empréstimos e julgar os planos de reestruturação, incluindo a concessões feitas por trabalhadores, administração das empresas, detentores de títulos entre outros participantes do setor.

Esse fiscal pode recomendar a falência se considerar que os planos de reestruturação das empresas for inadequado.

(Reportagem adicional de Matt Spetalnick, Rachelle Younglai, Donna Smith e Richard Cowan)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Bovespa dispara com aposta em plano salvador de Obama

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Esperançosos com um megaplano de investimentos para tirar os Estados Unidos da crise, os investidores foram às compras, levando a Bolsa de Valores de São Paulo ao maior patamar em cinco semanas.

Com uma disparada de 8,31 por cento, o Ibovespa chegou aos 38.284 pontos. O giro financeiro da sessão somou 4,79 bilhões de reais, acima da média diária recente.

De acordo com profissionais do mercado, o foco dos negócios foi o anúncio feito no sábado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, de um plano para criar 2,5 milhões de empregos, que incluiria o maior investimento em infra-estrutura desde a década de 1950.

Em outra frente, o mercado também aguardava detalhes de outro plano, este destinado A injetar cerca de 15 bilhões de dólares em recursos do governo nas montadoras de veículos do país para salvá-las da falência.

"Num dia de agenda econômica fraca, o investidor procurou alguma notícia para voltar a comprar ações e encontrou nesses planos", disse Roberto Além, economista da M2 Investimentos.

A expectativa de que empresas ligadas a energia e commodities metálicas seja beneficiadas com o plano de Obama levantou as ações de empresas ligadas a esses setores.

Na esteira da disparada de 7 por cento da cotação do barril de petróleo, Petrobras deu um salto de 11,3 por cento, a 20,21 reais.

Ainda mais otimismo foi depositado no setor siderúrgico. Gerdau, que tem filiais nos Estados Unidos, cresceu 14,4 por cento, para 15,60 reais. Usiminas foi além, disparando 15,4 por cento, a 25,62 reais.

Num clima de tal entusiasmo, nem o anúncio da Vale, de paralisação de duas pelotizadoras no Espírito Santo, por causa da desaceleração global, conseguiu impedir a ação da empresa de subir 10,3 por cento, a 23,71 reais.

E a onda compradora, inicialmente concentrada nas ações de empresas com alguma ligação com obras públicas, acabou se espraiando para todos os setores da bolsa. Das 66 ações que compõem o Ibovespa, 57 registraram valorização.

Segundo profissionais do mercado, o anúncio de desaceleração na inflação doméstica acrescentou otimismo ao investidor da Bovespa.

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,07 por cento em novembro, seguindo o avanço de 1,09 por cento em outubro, derrubando os juros futuros na BM&F e alimentando expectativas de que o Banco Central antecipe para o início de 2009 o início de um ciclo de cortes do juro doméstico, hoje em 13,75 por cento ao ano.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Lula diz que fará o possível para ajudar Santa Catarina

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luis Inácio Lula da Silva reafirmou na segunda-feira que o governo federal fará todo o esforço possível para ajudar na reconstrução de Santa Catarina, informou uma fonte do Palácio do Planalto.

O presidente Lula fez a declaração durante reunião de coordenação política do governo. Na ocasião, ele também pediu que seus ministros lhe apresentem um levantamento completo com as ações que estão sendo tomadas pelo governo federal para auxiliar o Estado, devastado pelas chuvas que deixaram 122 mortos.

O presidente vai se reunir esta semana com o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira. Com o estudo em mãos e depois de ouvir as demandas do governador, Lula poderá definir se tomará mais medidas.

O governo federal já anunciou o financiamento para a reconstrução da infra-estrutura elétrica, a oferta de crédito pela Caixa Econômica Federal e a liberação de recursos por meio de uma medida provisória, todas iniciativas tomadas para ajudar na recuperação do Estado.

A coordenação política também discutiu as conjunturas econômica e política. Participaram do encontro com o presidente os ministros Dilma Roussef (Casa Civil), Franklin Martins (Comunicação Social), Luiz Dulce (Secretaria-Geral da Presidência), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Tarso Genro (Justiça).

Em seguida, Lula se reuniu com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, Mantega e os presidentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNDES. O crédito dominou a pauta deste compromisso. Lula quer garantir que a oferta de linhas de financiamento aumente para o consumidor final.

(Por Fernando Exman, Edição de Maria Pia Palermo)

Dólar descola de cenário externo e fecha em alta

Por Jenifer Corrêa

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta de quase 1 por cento frente ao real nesta segunda-feira, mesmo com um leilão do Banco Central e o cenário mais otimista nos mercados globais.

A moeda norte-americana fechou na cotação máxima do dia, de 2,50 reais, com avanço de 0,81 por cento.

Nos primeiros negócios, o dólar chegou a cair quase 2 por cento seguindo o otimismo disseminado pelos mercados a partir da expectativa de um pacote de investimento do governo dos Estados Unidos em infra-estrutura e de ajuda a montadoras.

Na segunda parte da sessão, entretanto, o mercado de câmbio reverteu a tendência, dando margem para a realização de um leilão de venda de dólares pelo Banco Central.

"Acho que o mercado estava chamando o BC", afirmou o diretor de câmbio de uma corretora em São Paulo que preferiu não ser identificado.

Analistas têm apontado como principal causa da forte volatilidade apresentada pelo mercado de câmbio nos últimos dias uma espécie de "disputa" entre investidores e BC, num contexto de saída de recursos.

"Tem um componente bastante forte: os investidores estrangeiros, que apresentam uma posição muito elevada apostando no dólar pressionado", observou Hélio Ozaki, gerente de câmbio do banco Rendimento.

Segundo os dados mais recentes atualizados pela BM&F, os investidores estrangeiros sustentavam mais de 13 bilhões de dólares em posições compradas no mercado futuro de dólar. Na prática, essa exposição significa uma aposta na alta da moeda norte-americana.

Ainda nesta segunda-feira, o Banco Central realiza uma pesquisa de demanda para a realização de um eventual leilão de contratos de swap cambial na terça-feira, com o objetivo de rolar um lote de contratos que expira no início de janeiro.