RIO (Reuters) - Ao reconhecer que a crise financeira global pode prejudicar o Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que o país tem mecanismos de compensação e que os pobres não pagarão a conta.
Em discurso na inauguração do parque Dona Lindu, em Recife, que leva o nome de sua mãe, Lula disse que a crise afetará as exportações do país, já que Estados Unidos e Europa são grandes compradores de produtos brasileiros. Ele ressaltou, porém, que o Brasil já não depende tanto desses dois mercados.
"As nossas exportações para esses países representam menos de 16 por cento", destacou Lula em seu discurso, divulgado pela secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto.
Lula salientou ainda como vantagem competitiva do Brasil frente à queda esperada nas exportações o fortalecimento do mercado interno.
"O Brasil ainda tem muita coisa para fazer, e eu quero dizer para vocês, olhando na cara de vocês, para vocês me cobrarem: os pobres não pagarão a conta dessa crise", afirmou.
O presidente conclamou os empresários a não deixarem a economia parar e disse que o governo vai tomar as medidas necessárias para assegurar o fluxo de crédito. "Estou convencido de que nós chegamos a janeiro com o crédito mais ou menos estabelecido neste país", disse.
Lula reafirmou que não quer a Petrobras disputando crédito com pequenos e médios empresários, que dependem das linhas da Caixa Econômica Federal.
"Nós não queremos que isso aconteça. Por isso é que estamos disponibilizando dinheiro das nossas reservas para a Petrobras tomar emprestado e não disputar com os pequenos aqui."
Lula comentou que o Brasil teve um ano "excepcional" em 2008 e apostou que o país vai sair mais forte da atual crise.
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