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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Empresas brasileiras se valorizam 129% em 2009 e superam América Latina e EUA

Levantamento foi elaborado pela consultoria Economatica.
Na média da região, alta foi de 94,7%; nos EUA, ganho ficou em 28,1%.

O Brasil liderou a valorização de mercado das empresas listadas em bolsa em levantamento da consultoria Economatica que considera a América Latina e também os Estados Unidos. O valor de mercado das empresas nacionais subiu de US$ 533 bilhões para US$ 1,224 bilhão entre 31 de dezembro de 2008 e 28 de dezembro deste ano, o que representa uma alta de 129,6%.

A valorização das 304 empresas brasileiras analisadas supera a média da América Latina (valorização de 94,7%) e também os ganhos de valor das empresas norte-americanas, que subiram 28,1%. Entre os demais países da América Latina analisados separadamente, o melhor resultado foi do Peru (85,4%), enquanto o menor foi registrado na Venezuela (12%).

Entre os setores no Brasil, o destaque foi para a construção civil, que teve valorização de 368% no período analisado. Fortes ganhos também foram percebidos em papel e celulose (263%), seguros (241%) e softwares e dados (210%). Em termos absolutos, os maiores valores de mercado são dos setores de bancos (US$ 259,6 bilhões) e petróleo e gás (US$ 231,8 bilhões).

Juros ao consumidor em novembro atingem menor patamar em 15 anos

Os juros de empréstimos bancários para pessoa física são os menores desde julho de 1994, quando o Banco Central começou a série histórica. Em novembro, a taxa ficou em 43% ao ano, contra 44,2% em outubro. Para pessoa jurídica, os juros foram de 26%, os mais baixos desde fevereiro de 2008. Os dados foram divulgados nesta terça-feira.

A taxa média caiu para 34,9% a.a. (ao ano) em novembro, com reduções de 0,7 p.p. no mês --em outubro a taxa era de 35,6% ao ano, a maior desde julho-- e de 9,2 p.p. em 12 meses.

O estoque total de crédito alcançou R$ 1,389 trilhão, elevando-se 1,5% no mês e 14,9% em 12 meses. Como resultado, o saldo total dos empréstimos passou a representar 44,9% do PIB (Produto Interno Bruto), ante 44,6% em outubro e 38,9% em novembro de 2008.

Os empréstimos realizados com recursos livres, com participação relativa de 68,1% no total do sistema financeiro, atingiram R$ 945,9 bilhões, com crescimentos de 1,4% no mês e de 9,7% em relação a novembro do ano anterior.

Os empréstimos destinados às famílias totalizaram R$ 464,8 bilhões, após acréscimos de 1,3% no mês e de 18,9% em 12 meses, com destaque para operações de crédito pessoal e de aquisição de veículos --que tiveram elevações mensais de 1,2% e de 1,8%, respectivamente. As operações com cartão de crédito com incidência de taxa de juros registraram aumento mensal de 4,2%, devido ao aumento das compras de fim de ano.

Já os créditos contratados com pessoas jurídicas registraram elevação mensal de 1,5% --com o desempenho dos empréstimos concedidos com recursos domésticos--, saldo de R$ 423,8 bilhões e expansão de 2,4%. Entre as modalidades destinadas às empresas, continuou acentuado o desempenho das operações de capital de giro, com acréscimos de 3,2% no mês e 28,4% em 12 meses.

Em sentido contrário, os financiamentos lastreados em moeda estrangeira apresentaram retração mensal de 4,5%.

Inadimplência e "spread"

O nível de inadimplência teve mudança sutil no mês, de 8,1% em novembro, ante 8,2% em outubro, para pessoa física. Para pessoa jurídica a variação também foi sutil, chegando a 3,9% em novembro, contra 4% no mês anterior.

Com as menores taxas de juros da história, o mês de novembro apresentou crescimento total de 1,3% nas operações de crédito.

O "spread" bancário --diferença entre o que os bancos pagam para captar o dinheiro e os juros cobrados de seus clientes-- também apresentou queda, registrando 32,2% em novembro, contra 33,5% em outubro para pessoa física. Para pessoa jurídica a queda foi de 17,1%, contra 17,7% em outubro.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Vendas de veículos caem 14,5% em novembro ante outubro

SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no país recuaram 14,5 por cento em novembro ante outubro, para 251.720 unidades, mas subiram 41,5 por cento sobre igual mês de 2008.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

No acumulado de janeiro a novembro, as vendas totalizaram 2,848 milhões de unidades, expansão de 8,4 por cento ante os 11 primeiros meses do ano passado.

As vendas até novembro já superam as registradas em todo o ano de 2008, quando foram comercializadas 2,821 milhões de unidades.

Considerando apenas as categorias de automóveis e comerciais leves, as vendas foram de 238.504 unidades no mês passado, com queda de 15,2 por cento sobre outubro, mas avanço de 43,4 por cento na comparação com novembro do último ano --em linha com os números antecipados à Reuters mais cedo por uma fonte do setor.

A Fiat manteve a liderança em automóveis, com 25,92 por cento de participação de mercado em novembro, seguida por Volkswagen (24,63 por cento), GM (20,59 por cento) e Ford (8,38 por cento), de acordo com a Fenabrave.

(Reportagem de Georgia Jordan; Texto de Cesar Bianconi)

sábado, 28 de novembro de 2009

Otimismo com Brasil traz preocupação com "bolha" de investimento

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO, 28 de novembro (Reuters) - O clima de otimismo crescente em relação ao Brasil é um dos riscos apontados por profissionais do mercado que se reuniram neste sábado em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde discutiram o potencial do mercado acionário brasileiro e os planos de ter 5 milhões de acionistas em 2014, de uma base atual de 555 mil.

Temendo a formação de uma "bolha Brasil" que pode não se sustentar e atrapalhar os planos de finalmente, e mais uma vez, tentar formar um mercado acionário sólido no país, cerca de 300 analistas e dirigentes de empresas participaram do 1o Congresso do Instituto Nacional de Investidores.

"Hoje o que mais nos assusta é o ajuste fiscal, o principal risco do Brasil é achar que está tudo bem", disse o analista da Vince Partners Pedro Batista, palestrante do encontro. "O Brasil pode ser novamente campeão do mundo ano que vem (Copa 2010), mas tem que ter consciência que tudo pode mudar muito rápido", complementou.

Ele destacou entre fatores contrários ao desenvolvimento do mercado de ações os elevados gastos públicos mal feitos, a falta de uma reforma na previdência e o risco que traz a interferência do governo em casos como da Vale e da revisão das tarifas elétricas.

"Até que ponto o Estado pode interferir em empresas? Essa questão da Vale chamou a atenção dos investidores", afirmou Batista.

Desde o ano passado, quando demitiu 1.300 pessoas no início da crise financeira que abalou o mundo todo, a Vale foi alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a partir de então vem sendo pressionada a investir mais no país, principalmente em siderurgia, setor que havia afirmado que seria minoritária em todos os projetos.

Também no evento, o analista Pedro Rudge, da Leblon Equities, disse que o Brasil tem um espaço enorme para o mercado de ações e que nos últimos 30 anos nunca esteve em uma posição tão favorável para desenvolver o mercado.

Segundo ele, no entanto, existe um grande risco do Brasil virar uma bolha de investimento se não houver oferta suficiente de ações para atender a expectativa do investidor diante de tanta propaganda positiva.

"Para balancear essa demanda toda é necessário que haja oferta por parte das empresas, para acomodar essa demanda, é nisso que devemos focar", disse o analista.

Bem mais otimista, o diretor executivo de desenvolvimento e fomento da BM&FBovespa, Paulo de Sousa Oliveira Júnior, afirmou que o número de 5 milhões de acionistas é ousado mas compatível com o potencial do crescimento econômico do país.

"Hoje já tem 5 milhões de acionistas dos fundos de ações, já tem no Brasil 555 mil que estão apenas em São Paulo e Rio de Janeiro, então você tem os outros Estados e cinco anos de crescimento", explicou, ressaltando também que a BM&FBovespa conta com a entrada das classes B e C no mercado de capitais.

(Edição de Vanessa Stelzer)

domingo, 25 de outubro de 2009

Obama pressiona bancos a dar crédito a pequenas empresas

Por Patricia Zengerle

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, instou os bancos neste sábado a fazer mais empréstimos a pequenas empresas, e disse que seu governo fará tudo o que puder para pressionar nesse sentido.

"Está na hora dos bancos cumprirem suas responsabilidades para ajudar em uma recuperação mais abrangente, em um sistema mais seguro, e em uma prosperidade compartilhada de forma mais ampla", disse Obama em sua fala semanal no rádio.

"E nós vamos tomar todas as medidas apropriadas para encorajá-los a atender a essas responsabilidades".

Nesta semana, o governo tomou medidas para incentivar os empréstimos a pequenas empresas, oferecendo dinheiro público a pequenos bancos que atendem principalmente a esse setor com um custo menor do que havia sido feito anteriormente.

Obama lembrou que os bancos se beneficiaram do pacote de 700 bilhões de dólares de socorro às instituições financeiras, e disse que eles precisam devolver o favor.

O presidente também usou o programa de rádio para defender a reforma no sistema de saúde, principal prioridade na política interna, dizendo que o plano diminuiria os altos custos que dificultam o acesso de pequenas empresas a planos de saúde para seus funcionários.

Petrobras fecha acordo e paga R$2,06bi adicionais por Marlim

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras selou um acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Estado do Rio de Janeiro, aceitando fazer um pagamento adicional de 2,06 bilhões de reais pela participação especial no Campo de Marlim.

"As partes chegaram ao entendimento que contempla os argumentos jurídicos da Petrobras, no sentido de rever o método de cálculo adotado para atualização do valor devido, assim como sua quitação pela companhia", diz trecho de comunicado enviado pela Petrobras na noite de sexta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo a petroleira, o montante em discussão no processo era de aproximadamente 3,4 bilhões de reais, podendo chegar perto de 4 bilhões, devido ao critério de cálculo utilizado anteriormente pela ANP para atualização do saldo devedor.

Com a revisão, houve uma redução do saldo devido superior a 1,3 bilhão de reais, reduzindo-o o montante total para 2,06 bilhões de reais (aproximadamente 1,36 bilhão de reais após Imposto de Renda.

A proposta da Petrobras à ANP prevê a quitação da dívida em oito parcelas mensais de 258 milhões de reais, com a primeira vencendo em 30 de outubro. As demais serão reajustadas pela Selic. O parcelamento carece de aprovação da diretoria da ANP.

Desde 2007, a Petrobras contestava judicialmente a cobrança de pagamento adicional da ANP pelo Campo de Marlim. A empresa recorreu, mas perdeu na primeira e segunda instâncias da Justiça. A última decisão, proferida pelo Tribunal Regional Federal da Segunda Região em 30 de setembro.

Segundo o comunicado, com a proposta a Petrobras evita a chance de ser obrigada a pagar um valor ainda maior em caso de perda definitiva no processo, de ser executada de imediato e de ser inscrita na dívida ativa da União e no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do setor público Federal (Cadin).

"O pagamento em questão encerra definitivamente toda e qualquer discussão judicial e administrativa relacionada ao assunto", conclui a Petrobras.

(Reportagem e edição de Aluísio Alves)

(aluisio.pereira@thomsonreuters.com; 5511 5644-7712; Reuters Messaging: aluisio.pereira.reuters.com@thomsonreuters.net))

sábado, 17 de outubro de 2009

Bank of America e GE esfriam otimismo e Bovespa cai 0,75%

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Resultados trimestrais decepcionantes de grandes companhias norte-americanas esfriaram o otimismo dos investidores, levando a bolsa paulista à primeira baixa em seis sessões nesta sexta-feira.

O Ibovespa perdeu 0,75 por cento, para 66.200 pontos, pressionado sobretudo pelas perdas das ações de siderúrgicas e de bancos. O volume financeiro da sessão foi de 6,68 bilhões de reais.

A combinação dos relatórios do Bank of America e da General Eletric no terceiro trimestre --o primeiro reportando um prejuízo de 1 bilhão de dólares e o outro apurando receitas menores do que as projeções-- azedaram o ânimo do mercado.

"Os números vieram abaixo das expectativas, contrariando a tendência de outras empresas nesta semana, que surpreenderam positivamente", disse Álvaro Bandeira, diretor de renda variável da Ágora Corretora.

Por alguns instantes, os mercados chegaram a exibir alguma reação, logo depois do anúncio de que a produção industrial norte-americana cresceu 0,7 por cento em setembro, ante previsão de analista de avanço de 0,2 por cento.

Mas esse movimento foi logo dispersado com a informação de que o índice de confiança do consumidor, medido por Reuters e Universidade de Michigan, recuou para 69,4 na leitura preliminar de outubro, ante 73,5 no mês passado.

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,67 por cento, fechando abaixo do patamar de 10 mil pontos.

Por aqui, papéis de bancos, refletindo a má performance global do setor, e de siderúrgicas, alvos de realização de lucros, foram os que mais pressionaram o índice. No segmento financeiro, Banco do Brasil liderou a tendência, recuando 2,5 por cento, 31,24 reais.

Gerdau, a pior do Ibovespa, tombou 3,55 por cento, para 28,81 reais. Companhia Siderúrgica Nacional teve baixa de 1,7 por cento, cotada a 60,75 reais.

A alta das commodities e a disputa pelos contratos de opções permitiu que as blue chips tivessem perdas mais brandas. O papel preferencial da Vale recuou 0,1 por cento, saindo a 40,15 reais, enquanto a preferencial da Petrobras cedeu 0,55 por cento, para 36,40 reais.

O exercício de opções acontece na segunda-feira, dia em que o pregão passa a funcionar entre 11h e 18h, por ajuste ao horário de verão, que começa no Brasil neste final de semana.

Mesmo com a baixa nesta sexta-feira, o Ibovespa terminou a semana com alta acumulada de 3,3 por cento. No ano, o índice já subiu 76,3 por cento.

domingo, 4 de outubro de 2009

FMI diz que Brasil pode "instigar" o apetite dos investidores

ISTAMBUL (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) não poupou no domingo elogios à performance econômica do Brasil durante a crise econômica global, dizendo que seu retorno ao crescimento e às políticas fortes pode "instigar o apetite" de investidores.

Nicolas Eyzaguirre, diretor de Hemisfério Ocidental do FMI, disse que o Brasil deve recuperar-se da crise mais rapidamente que qualquer outro país latino-americano, beneficiando-se de uma retomada forte das exportações de commodities à Ásia e de sua política econômica forte anterior à crise.

"O Brasil vai instigar o apetite dos mercados de capitais devido à solidez de sua economia", disse Eyzaguirre. "O problema do Brasil é como administrar a abundância. O país provavelmente é o que está se recuperando no ritmo mais acelerado na região."

Ele declarou que a recuperação brasileira ganhará ímpeto se a recuperação da economia mundial não tropeçar e se os preços das commodities continuarem com sua tendência de alta.

Quando a crise começou, o Brasil apresentava uma posição fiscal forte, o que lhe permitiu aumentar seus gastos à medida que foi atingido pela recessão, com isso contrabalançando a queda. Além disso, o país possui grandes reservas de divisas, que funcionam como amortecedor da crise.

CHILE, PERU

Eyzaguirre disse que Peru e Chile estão entre os países latino-americanos que estão emergindo mais rapidamente da recessão. Para ele, o maior desafio para o Brasil, Peru e Chile provavelmente será como desmontar os planos de gastos a partir do momento em que a recuperação se consolidar.

"Provavelmente o desafio para esses países será encontrar uma saída ordeira das políticas fiscais expansionistas", disse ele. "Eles devem receber muitos fluxos de capitais nos próximos trimestres."

O FMI previu contração de 0,7 por cento na economia brasileira em 2009 e um retorno ao crescimento da ordem de 3,5 por cento no próximo ano. Alguns economistas preveem que em 2010 o Brasil já possa retornar com crescimento de até 5,5 por cento.

Para a América Latina como um todo, o FMI prevê contração de 2,5 por cento este ano e crescimento de 2,9 por cento em 2010.

(Reportagem de Axel Bugge)

Islândia diz que recebeu empréstimo de US$214 milhões da Polônia

ESTOCOLMO (Reuters) - A Islândia anunciou no domingo que assinou um acordo para receber da Polônia um empréstimo de 630 milhões de zlotys (214 milhões de dólares), acordado no ano passado como parte de um pacote internacional de socorro à ilha duramente atingida pela crise financeira global.

Em comunicado à imprensa, o Ministério das Finanças disse que o empréstimo será para 12 anos, com período de tolerância de cinco anos adicionais, e vai reforçar as reservas de divisas do país.

"O empréstimo polonês vem somar-se ao empréstimo de 2,1 bilhões de dólares concedido pelo FMI ... e foi concedido para apoiar o programa econômico do governo islandês e do FMI, iniciado para estabilizar a economia islandesa após a crise financeira", disse o ministério.

(US$1 = 2,946 zlotys poloneses)

(Reportagem de Omar Valdimarsson)

G7 pressiona por fortalecimento da moeda chinesa

Por Brian Love

ISTAMBUL (Reuters) - O G7 pediu neste sábado à China que fortaleça o iuan, mas não indicou como pode superar a resistência chinesa a sugestão ou solucionar outras tensões sobre cotações de moedas.

Os ministros das finanças do G7 e bancos centrais afirmaram, em comunicado após encontro em Istambul, que Pequim deve fortalecer sua controlada moeda para ajudar a corrigir os desequilíbrios no comércio global, que foi culpado por abastecer a crise global.

"Nós agradecemos o contínuo compromisso chinês de se dirigir a uma taxa cambial mais flexível, que deve levar à contínua valorização do Renminbi em termos efetivos e ajudar a promover um crescimento mais equilibrado na China e na economia mundial", afirmou o G7.

Mas a China, apesar dos insistentes pedidos, manteve a moeda praticamente estável contra o dólar desde que a crise financeira global começou a piorar em 2008.

A China não deu sinais neste sábado de que irá atender às pressões do G7.

"Nossa política cambial é muito clara", disse à Reuters Yi Gang, vice-presidente do banco central chinês, que está em Istambul para o encontro do Fundo Monetário Internacional.

Ele pontuou que a política continuará para enfatizar a estabilidade.

Quando perguntado se a China tem sofrido mais pressões de outros países para deixar o iuan se valorizar, ele disse: "continuaremos nossa atual política".

sábado, 19 de setembro de 2009

No RS, Lula diz que ainda não tem candidato a presidente

BRASÍLIA (Reuters) - Apesar de já ter propalado aos quatro cantos que a ministra Dilma Rousseff é o nome do governo para disputar a sucessão de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que ainda não tem candidato ou candidata.

Ele garantiu porém, que fará campanha no ano que vem para alguém que represente a "continuidade".

"Eu ainda não tenho candidato, não tenho candidata, nem a governador nem a presidente, mas pode ficar certo que o ano que vem eu virei a Porto Alegre e a todo Brasil porque nós vamos eleger alguém para dar continuidade a tudo que nós estamos fazendo neste país", discursou ele em um evento no Rio Grande do Sul.

Nos últimos meses, cresceram rumores de um possível plano B para a Presidência, sobretudo após a ministra anunciar o tratamento contra um câncer. Auxiliares diretos de Lula, porém, asseguram de forma enfática que essa hipótese não existe.

Segundo uma fonte da Presidência, que falou na condição de anonimato após o discurso, o aparente recuo do presidente ao dizer que ainda não tem candidata pode ter tido a função de cumprir uma mera formalidade: evitar questionamentos na justiça eleitoral.

Lula falou da campanha em cima de um palanque. Defender o nome de Dilma Rousseff naquele momento --apesar de já tê-lo feito em entrevistas e outras oportunidades-- poderia trazer contestações. O Rio Grande do Sul é um Estado governado pelo PSDB, maior rival do PT, e cujo principal candidato, José Serra, está à frente nas pesquisas de opinião.

"O país não pode retroceder e voltar ao que era há 15 ou 20 anos", completou o presidente na defesa de um postulante governista.

Ele defendeu o pré-sal --provável trunfo eleitoral no ano que vem-- e disse que a exploração nas reservas gigantes jogarão o Brasil na posição de terceira ou quarta economia mundial nos próximos 15 anos.

Com popularidade em baixa nos EUA, Obama será celebrado na ONU

Por Louis Charbonneau

Nações Unidas (Reuters) - A popularidade do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pode já ter tido dias melhores no seu país, mas ele continua incontestável no pedaço de Manhattan onde fica a sede das Nações Unidas, onde os países-membros da organização se reúnem na semana que vem.

Obama, segundo diplomatas, deve ser ovacionado quando discursar para os representantes dos 192 países da Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em casa, Obama tem procurado levantar a sua popularidade, destacando sinais da recuperação econômica norte-americana. O debate sobre a reforma do sistema de assistência social, porém, tem diminuído o número dos seus simpatizantes.

A última pesquisa Gallup aponta que a aprovação do presidente junto à classe média norte-americana está abaixo de 50 por cento.

Fora dos Estados Unidos, no entanto, Obama é amado. Uma recente pesquisa europeia mostra que 80 por centro dos entrevistados na União Européia e na Turquia o aprovam.

O discurso de Obama na quarta-feira é o principal evento da semana na Assembléia-Geral, segundo diplomatas. O presidente deve falar da política externa norte-americana e da necessidade de cooperação.

A recepção calorosa a Obama vai contrastar com as críticas que recebia o seu antecessor George W. Bush. Isso se deve em parte ao que Susan Rice, embaixadora norte-americana na ONU, descreveu como o "desprezo" que caracterizava as relações dos Estados Unidos com a comunidade internacional.

Mesmo diplomatas de países criticados pelos Estados Unidos por abusos contra os direitos humanos, proliferação nuclear e outros temas aguardam ansiosos as falas do presidente Obama na semana que vem.

"Estaremos escutando", afirmou um desses diplomatas. "Obama prometeu mudanças. Então deve evitar ameaças e intimidação."

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

'Inflação oficial' tem retração e fecha agosto a 0,15%, aponta IBGE

Em julho, índice havia marcado 0,24%; acumulado do ano está em 2,97%.
Preço dos alimentos ficou estável com forte queda do leite pasteurizado.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (10) que o Índice Geral de Preços ao Consumidor (IPCA) ficou em 0,15% em julho, com retração de 0,09 pontos percentuais em relação a julho, quando o indicador marcou 0,24%. O resultado do IPCA de agosto foi o mais baixo em três anos.

A inflação mostrou queda também em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o IPCA foi de 0,28%. No acumulado de 2009, o índice marca 2,97%. Em 12 meses, o percentual é de 4,36%.

O IPCA é considerada a "inflação oficial" do país, uma vez que é a utilizada para o cálculo da meta de inflação do governo federal, que é de 4,5% ao ano. O índice é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos.

Editoria de arte G1/G1

Comportamento da inflação oficial nos 12 meses até agosto (Editoria de Arte/G1)

Segmentos

O preço dos alimentos ficou praticamente estável no mês passado (-0,01%). Contribuindo apra o resultado do segmento, o leite pasteurizado, que vinha apresentando fortes altas desde abril, teve queda de 6,61% em agosto. Apesar da baixa no mês passado, o produto ainda acumula alta superior a 25% no ano.

Entre os setores pesquisados, educação registrou a maior alta (0,83%) no mês passado. O segmento de cursos "diversos", como informática e idiomas, puxou as altas, com variação positiva de 1,95%. Já o ensino formal teve alta de 0,74%.

Capitais

Entre as capitais pesquisadas, três tiveram deflação no período (Recife, Rio de Janeiro e Salvador), enquanto São Paulo registrou a maior variação de preços (0,57%), com Curitiba e Fortaleza empatadas em segundo lugar (ambas com 0,35% de alta no mês de agosto).

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Índice emenda 4ª queda, mas Petrobras estende reação

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - As quedas acentuadas de grandes construtoras domésticas e o esvaziamento do otimismo com a retomada da economia norte-americana pesaram na bolsa paulista, que cravou a quinta sessão consecutiva no vermelho.

Num dia volátil, o Ibovespa fechou desvalorizado em 0,77 por cento, em 55.385 pontos, na mínima do dia. O giro financeiro do pregão totalizou 5,7 bilhões de reais.

No plano geral, novos índices da economia norte-americana chancelaram a visão recente de analistas, de que o pior da crise efetivamente foi superado, mas que os mercados podem ter exagerado nas apostas de recuperação rápida da economia.

Um dos dados do dia apontou que o setor privado dos EUA fechou 298 mil empregos em agosto, acima das previsões de economistas. Outro revelou que as encomendas à indústria do país subiram 1,3 por cento em julho, menos que o esperado.

Resultado: o Dow Jones, principal índice de ações da Bolsa de Nova York, caiu 0,32 por cento.

No plano doméstico, o setor imobiliário foi o destaque com anúncios de fusão e de ofertas de ações de construtoras, determinando as ações de melhor e pior desempenho da sessão da bolsa de maneira geral.

No Ibovespa, a pior foi Rossi Residencial, recuando 5,4 por cento, para 10,86 reais, depois de a companhia ter anunciado na terça-feira à noite que pretende captar até 600 milhões de reais com uma oferta de ações para financiar seu plano de expansão.

Gafisa, apontada em relatório do Merrill Lynch como candidata a também anunciar uma oferta de ações em breve, murchou 5,3 por cento, para 24,95 reais.

Fora do Ibovespa, o pedido para uma oferta de ações feito na véspera empurrou PDG Realty para uma queda de 4,3 por cento, a 24,40 reais. A construtora quer levantar de 750 milhões a 800 milhões de reais.

Abyara, Agra e Klabin Segall concordaram com proposta de fusão na Agre Empreendimentos, negócio que formará uma maiores empresas do setor imobiliário do país.

Com investidores ajustando os preços das ações à relação de troca sugerida, Agra desabou 11,1 por cento, para 4,48 reais. Abyara perdeu 2,2 por cento, a 4,16 reais. Do outro lado, Klabin Segall disparou 6,6 por cento, para 4,37 reais.

Cyrela, que tem participação na Agra e integra a carteira teórica do Ibovespa, encolheu 4,9 por cento, a 21,01 reais.

Segundo o presidente da Claritas Wealth Management, Ernesto Leme, a expectativa de que outras empresas possam engrossar a lista de pedidos de registro na CVM para vender ações, como também o fez a Cetip nesta quarta-feira, pode estar por trás da queda recente do Ibovespa.

"Alguns investidores podem estar realizando lucros com ações que subiram bastante recentemente para participar nos IPOs", disse.

O que protegeu o Ibovespa de uma perda maior foi Petrobras, cuja ação preferencial subiu 1,74 por cento, para 32,15 reais, com o melhor desempenho do índice.

Segundo Leme, a segunda alta seguida do papel refletiu a percepção do mercado de que a reação inicial negativa ao novo marco regulatório do pré-sal, divulgado na segunda-feira, foi exagerada.

(Edição de Cesar Bianconi)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Dólar tem 7a alta seguida e fecha acima de R$1,90

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo nas principais bolsas de valores internacionais combinado com a alta do dólar no mercado global respaldou o sétimo avanço consecutivo da moeda norte-americana frente ao real.

O dólar registrou alta de 0,85 por cento nesta terça-feira, a 1,905 real. Foi o primeiro fechamento acima do patamar de 1,90 real desde 29 de julho.

Em sete sessões, a mais longa série de altas desde setembro do ano passado, a moeda norte-americana acumulou ganho de 4 por cento ante o real.

"Essa alta do dólar ocorreu por conta do cenário externo negativo. Não há um motivo concreto. É de fato realização de lucros e ninguém sabe ao certo se aquele momento otimista vai continuar", disse o operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold.

Nos mercados internacionais, os investidores mostravam-se receosos de que o otimismo que contagiou as bolsas de valores nos últimos meses possa ter ido longe demais. Nem números melhores sobre a economia norte-americana conseguiram dar um viés positivo à sessão.

Por lá, o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) mostrou que a atividade manufatureira expandiu-se em agosto pela primeira vez desde janeiro de 2008. Enquanto isso, as vendas pendentes de casas subiram em julho para o maior nível desde junho de 2007.

Mas o temor de que a valorização vista nos últimos tempos tenha sido exagerada levava os principais índices de Wall Street a ceder perto de 2 por cento no final da tarde, movimento acompanhado pela bolsa brasileira.

O cenário de maior aversão ao risco permitia que o dólar ganhasse 0,7 por cento ante suas principais rivais.

No mercado local, de acordo com números preliminares disponibilizados no site da BM&FBovespa, o volume negociado no segmento interbancário era de cerca de 2,5 bilhões de dólares em operações com liquidação em dois dias (D+2).

Valor de capitalização da Petrobras é desconhecido, diz Gabrielli

que for dado no momento sobre o tamanho da operação de capitalização da Petrobras é "especulação infundada", afirmou o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, nesta terça-feira.

O governo federal anunciou na segunda-feira o plano de capitalizar a empresa com o equivalente a aproximadamente 5 bilhões de barris de petróleo.

Segundo Gabrielli, o valor final da operação vai depender do preço que for estimado para o barril do petróleo, que por sua vez dependerá das condições do local onde estará esse óleo.

"Nós não estamos validando nenhum número. Vai depender da área que for definida, da potencialidade da área, dos investimentos necessários, são variáveis que hoje não estão determinadas", afirmou Gabrielli a jornalistas.

"Portanto nós não estamos dizendo nenhum valor relativo ao preço do barril", acrescentou.

Na véspera, circularam algumas estimativas, em Brasília, sobre o tamanho financeiro da operação da capitalização da Petrobras.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, afirmou que a capitalização poderia chegar a 50 bilhões de dólares, considerando um valor de 10 dólares para o barril de petróleo em estoque (nas reservas).

Esse seria, segundo ele, um valor aproximado do barril descontando os custos de produção.

(Reportagem de Denise Luna)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Dow e S&P 500 caem, mas Nasdaq sobe por Dell e Intel

Por Angela Moon

NOVA YORK (Reuters) - Os índices Dow Jones e Standard and Poor's 500 caíram nesta sexta-feira, depois que números fracos sobre a confiança do consumidor ofuscaram notícias positivas das blue chips Dell e Intel.

O suporte dado pelas duas companhias, contudo, permitiu que o índice Nasdaq, composto principalmente pelo setor de tecnologia, tivesse uma modesta alta.

No encerramento, o Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuou 0,38 por cento, para 9.544 pontos. O S&P 500 perdeu 0,20 por cento, para 1.028 pontos.

Mas o Nasdaq subiu 0,05 por cento, a 2.028 pontos.

Os três principais indicadores acionários norte-americanos tiveram o segundo período semanal consecutivo de ganhos, embora o avanço desta semana tenha sido relativamente modesto.

No acumulado da semana, o Dow Jones avançou 0,4 por cento, enquanto o S&P 500 ganhou 0,3 por cento. O Nasdaq subiu 0,4 por cento.

Com as bolsas valorizadas em cerca de 50 por cento frente às mínimas de fechamento atingidas em março, os investidores estão preocupados se o rali pode ter chegado ao fim e, com muitos participantes do mercado ainda aproveitando os últimos minutos das férias, e com o risco de não haver compradores suficientes para permitir que as ações se apreciem mais.

A confiança do consumidor dos EUA caiu em agosto para o menor patamar em quatro meses, por preocupações com o alto nível de desemprego e com as finanças pessoais, mostraram dados de uma pesquisa da Reuters/Universidade de Michigan. O número também sufocou o apetite por risco do mercado.

"As expectativas são maiores e nenhum tipo de dado que não supere as previsões com números muito positivos pode mover o mercado", disse o presidente da Alan B. Lancz & Associates, Alan Lancz, em Toledo, Ohio.

"Acho que o afastamento de compradores está disparando o gatilho para que os operadores vendam no final da semana. A próxima semana é basicamente a última do verão (no Hemisfério Norte) e, com os compradores ainda ausentes, há poucos elementos favoráveis a um momento de alta."

A Intel liderou os ganhos no Nasdaq e ajudou o índice a voltar ao território positivo nas operações do final da tarde.

As ações da companhia saltaram 4 por cento, após a fabricante de chips elevar sua perspectiva de receita para o terceiro trimestre, em linha com uma demanda mais forte que a esperada por microprocessadores e chipsets.

Os papéis da Dell somaram 1,8 por cento, enquanto os da Marvell Technology ganharam 5 por cento, depois de ambas as empresas divulgarem no final da quinta-feira lucros referentes ao segundo trimestre acima das estimativas.

Ibovespa fecha estável em sessão volátil por economia

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Ventos desencontrados da economia global impuseram uma sessão de volatilidade à bolsa paulista, que acabou fechando o dia praticamente estável.

Refletindo a indefinição que marcou Wall Street, o Ibovespa fechou com variação negativa mínima de 0,01 por cento, parando nos 57.700 pontos. O giro financeiro da sessão somou 4,7 bilhões de reais.

No plano macroeconômico, a notícia de que a confiança do consumidor norte-americano caiu em agosto para o menor nível em quatro meses consumiu o otimismo que tomou o mercado, que mais cedo soube que a economia britânica recuou menos que o esperado no segundo trimestre.

Em Wall Street, o tom negativo perdeu força no final do dia, mas não a ponto de impedir o índice Dow Jones de fechar em baixa de 0,38 por cento. Já o Nasdaq, refletindo a reação a dados acima das expectativas de empresas como Dell e Intel, fechou em leve alta de 0,05 por cento.

"Depois de as ações terem subido bastante, os investidores estão um pouco mais cautelosos para seguir comprando", disse Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos. "Eles agora querem sinais mais consistentes de recuperação da economia", acrescentou.

Faltando uma sessão para fechar o oitavo mês do ano, o Ibovespa acumula valorização de 53,7 por cento em 2009.

Essa performance da bolsa paulista, suportada pelo forte ingresso de recursos estrangeiros dos últimos meses, agora tende a se estabilizar nos níveis atuais, segundo Rosa.

Assim, a exemplo das primeiras quatro sessões da semana, quando o Ibovespa sempre teve variação diária inferior a 1 por cento, nesta sexta-feira os investidores seguiram fazendo movimentos pontuais de ajuste de carteiras.

Nesse contexto, o saldo foi negativo para as ações de empresas ligadas a commodities. O papel preferencial da Petrobras caiu 0,94 por cento, a 32,55 reais.

Ações de siderúrgicas, construtoras, companhias aéreas e varejistas foram alvos de realização de lucros e também caíram. Em destaque, Rossi Residencial tombou 3 por cento, para 12,37 reais.

Uma exceção foi o papel preferencial da Vale, que subiu 0,75 por cento, a 33,60 reais. A companhia, que confirmou nesta sexta-feira a construção de uma siderúrgica no Espírito Santo para produzir 5 milhões de toneladas de aço por ano, foi alvo de comentários positivos da Bradesco Corretora.

Entre os destaques de ganhos figuraram Cosan, com alta de 4,4 por cento, para 21,40 reais, e Cesp, avançando 4,2 por cento, cotada a 19,89 reais.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Siderurgia vê retomada de produção com cautela

Por Alberto Alerigi Jr.

SÃO PAULO (Reuters) - As siderúrgicas podem se frustrar com a esperada recuperação do setor se retomarem a produção em um ritmo mais forte do que a volta da demanda por aço, afirmou nesta terça-feira o presidente do comitê econômico da Associação Mundial do Aço, Daniel Novegil.

"Há ainda muita volatilidade no mercado e a reativação dos alto-fornos agora pode frustrar a retomada do setor", disse Novegil, que também é presidente-executivo da produtora de aço Ternium.

Segundo ele, agora que os estoques do insumo voltaram aos níveis históricos, não se sabe exatamente se a compra de produtos siderúrgicos decorre de recomposição dos inventários ou por aumento do consumo aparente.

Dados da Associação Mundial do Aço indicam que 74 alto-fornos no mundo foram desligados entre o final de 2008 e o início de 2009, em meio ao agravamento da crise econômica global, a partir de um levantamento que engloba 119 siderúrgicas. Desse total inoperante, 36 alto-fornos já foram religados. Os dados não incluem números da China.

Pelos dados da entidade, o mundo tem capacidade instalada para produzir 1,8 bilhão de toneladas de aço por ano, mas o consumo previsto para 2009 é de cerca de 1,1 bilhão de toneladas. Em 2008, a capacidade era de 1,7 bilhão de toneladas e o consumo, de 1,3 bilhão.

Enquanto isso, o Brasil, com uma capacidade instalada que deve chegar a 41 milhões de toneladas no final do ano, projeta uma produção de 27,292 milhões de toneladas e vendas de 16,62 milhões em 2009, segundo o Instituto Aço Brasil, antigo Instituto Brasileiro de Siderurgia.

TOM DE CAUTELA

A opinião de Novegil encontrou eco em comentários de executivos das principais siderúrgicas brasileiras, Usiminas, Gerdau e CSN, que adotaram um tom de "otimismo cauteloso" sobre a indústria para os próximos trimestres.

"Lá fora, as coisas estão melhorando às custas de trilhões de dólares injetados nas economias. Não há ainda, de forma consistente, informação de para onde caminhará a economia", afirmou o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, comentando que "é preciso ter cuidado antes de se reconhecer que o pior já passou".

Segundo o executivo, a demanda no segundo semestre deste ano está forte, mas, para 2010, o cenário é nebuloso.

O excesso de capacidade produtiva de aço, segundo Novegil, está mais evidente na Europa, Japão e países integrantes do antigo bloco socialista.

A Europa tem excesso de 121 milhões de toneladas de capacidade produtiva, enquanto a América Latina tem sobra de 28 milhões de toneladas.

Apesar das ameaças de excesso de aço com o religamento de alto-fornos, Novegil afirmou que os preços de referência da bobina a quente começam a se recuperar. Em abril, estavam em 350 dólares a tonelada e avançaram para 525 dólares em agosto.

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

Com cerca de 700 milhões de toneladas de excesso de capacidade produtiva no mundo, a preocupação das siderúrgicas brasileiras voltou-se ao estabelecimento de mecanismos que as protejam de importações sob condições desleais. Além disso, os empresários também defenderam aceleração das reformas estruturais do Brasil, como na área tributária, e dos investimentos em infraestrutura.

"Protecionismo existe sim e precisamos aprimorar nossos mecanismos de defesa. É preciso um esforço maior do governo", disse José Armando de Figueiredo Campos, conselheiro da ArcelorMittal Brasil, defendendo também investimentos maciços do Brasil em infraestrutura.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, o Brasil elevou os gastos anuais em transporte e logística de 7 bilhões de reais para 15 bilhões de reais entre 2003 e 2008, mas a necessidade para a solução de gargalos competitivos seria de 24 bilhões de reais.

A preocupação com a competitividade das exportações também foi citada pelo presidente da associação de montadoras de veículos do país, Anfavea, Jackson Schneider. Segundo ele, a capacidade ociosa da indústria mundial de veículos é sete vezes maior que a produção brasileira de 3 milhões de unidades por ano.

O setor, que comprou no ano passado 7,4 milhões das 33,7 milhões de toneladas de aço produzidas no país, "não se sustenta apenas com o mercado interno", afirmou Schneider.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Bovespa perde força mas garante 5o pregão seguido de alta

Por Stella Fontes

SÃO PAULO, 24 de agosto - Após um início de sessão em terreno positivo, diante de nova rodada de indicadores dos Estados Unidos que foram bem recebidos pelos investidores, a bolsa paulista acompanhou a tendência de devolução de ganhos exibida no mercado norte-americano e praticamente zerou a alta de mais cedo.

Apesar da perda de vigor, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, conseguiu se segurar e emplacou a quinta alta consecutiva. O índice encerrou a jornada com ganho de 0,08 por cento, aos 57.775 pontos e o giro financeiro ficou em 5,2 bilhões de reais.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones também fechou praticamente estável, com ganho de 0,03 por cento, após ter tocado terreno negativo.

"Os indicadores foram bons e não há motivo específico para o desempenho de lado desta sessão, a não ser realização de lucros, tanto no mercado doméstico quanto lá fora", afirmou o analista Pedro Galdi, da corretora SLW.

As ações preferenciais da Petrobras, que têm o maior peso individual no Ibovespa, fecharam com baixa de 0,68 por cento, a 33,40 reais, reagindo à notícia de que o BG Group não encontrou hidrocarbonetos em um poço perfurado em parceria com a estatal brasileira no poço Corcovado-2.

Os papéis preferenciais da Vale, que também têm participação relevante no índice, subiram 1,24 por cento, para 33,60 reais.

Na avaliação de Galdi, da SLW, o fato de os papéis estarem atrasados em relação ao Ibovespa, no acumulado do ano, atraiu fluxo comprador nesta jornada. "Além disso, há retomada da produção em siderúrgicas, o que indica demanda maior por minério", acrescentou.

Siderúrgicas foram destaque de ganho no Ibovespa, em dia de divulgação das projeções do Instituto Aço Brasil (IABr). Os papéis da CSN avançaram 2,98 por cento, a 51,80 reais, e os de Gerdau subiram 1,01 por cento, a 22,90 reais. Usiminas seguiu na contramão das pares e marcou queda de 1,95 por cento, a 47,36 reais.

No noticiário corporativo, os destaques do dia foram a associação entre Itaú e Porto Seguro e a negociação para possível aliança entre Braskem e Quattor.

Logo cedo, o Itaú Unibanco informou que vai assumir o equivalente a 30 por cento de um grupo mais amplo de seguros da Porto Seguro. Os investidores aprovaram o negócio e os papéis do Itaú Unibanco avançaram 0,91 por cento, para 34,51 reais. Já as ações da Porto Seguro, que não estão no Ibovespa, dispararam 9,38 por cento, a 17,50 reais.

Os papéis de Braskem, por sua vez, perderam 2,13 por cento, a 10,10 reais, diante da notícia de que a petroquímica poderá constituir aliança estratégica com a Quattor.

Itaú Unibanco assume participação na Porto Seguro

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco fechou acordo com a Porto Seguro para assumir o equivalente a 30 por cento de um grupo mais amplo de seguros.

O negócio, assinado no domingo e anunciado nesta segunda-feira, foi concretizado dias depois de a Porto Seguro divulgar o fim das negociações, sem sucesso, de uma associação com o Bradesco.

As ações da Porto Seguro reagiam em forte alta ao acordo, com valorização de 10 por cento, a 17,60 reais, às 12h33. No mesmo horário, as ações do Itaú tinham ganho de 2,8 por cento, a 35,15 reais, enquanto o Ibovespa avançava 1,3 por cento.

O maior banco privado do país vai transferir os ativos e passivos de sua carteira de seguros residenciais e de automóveis para a Itaú Unibanco Seguros de Automóvel e Residência, que por sua vez será repassada à Porto Seguro.

Em troca, a seguradora vai emitir ações equivalentes a 30 por cento de seu novo capital social para o Itaú Unibanco.

Ao final de junho, o patrimônio dos negócios do Itaú Unibanco em seguros de carros e residências era de 950 milhões de reais, enquanto o da Porto Seguro estava em 2,1 bilhões de reais. Assim, o patrimônio líquido do grupo segurador combinado será de cerca de 3 bilhões de reais.

A junção das operações de seguro do Itaú Unibanco com a Porto Seguro vai criar um conglomerado com prêmios de 2,32 bilhões de reais em veículos e de 198 milhões de reais em residências.

Após a transferência dos ativos e passivos de seguros em veículos e residências do Itaú Unibanco, os controladores da Porto Seguro e do banco criarão uma nova empresa, a holding Porto Seguro Itaú Unibanco Participações SA (Psiupar).

Os controladores da Porto Seguro vão ficar com 57 por cento dessa holding e o banco com os 43 por cento restantes.

A Psiupar vai deter 70 por cento da Porto Seguro SA, listada no Novo Mercado da Bovespa, enquanto os outros 30 por cento ficarão em circulação no mercado.

Na sexta-feira, a Porto Seguro anunciou ter encerrado sem acordo discussões que vinha mantendo com o Bradesco.

Pelos termos da operação com o Itaú Unibanco, a instituição financeira poderá indicar dois dos sete membros do Conselho de Administração da seguradora.

"Não se espera que essa associação acarrete efeitos relevantes nos resultados deste exercício social", afirmou o Itaú Unibanco.

A Porto Seguro, maior seguradora de veículos do país, é controlada por Jayme Garfinkel, cuja família detém cerca de 57 por cento da companhia.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Banco do Brasil eleva lucro, crédito e retoma liderança em ativos

SÃO PAULO, 13 de agosto (Reuters) - O forte crescimento do crédito e do lucro marcaram o resultado do no segundo trimestre do Banco do Brasil, que ainda fechou o período superando o Itaú Unibanco na liderança no ranking bancário nacional por ativos.

O banco estatal fechou o segundo período de 2009 com lucro líquido de 2,348 bilhões de reais, um crescimento de 42,8 por cento na comparação com igual período do ano passado. O número inclui o efeito de eventos não recorrentes, como a receita de 1,4 bilhão de reais com a venda de parte das ações que o grupo detinha na administradora de cartões VisaNet.

O lucro recorrente do BB entre abril e junho foi de 1,727 bilhão de reais, um avanço de 18 por cento na comparação anual. A previsão média de sete analistas consultados pela Reuters apontava lucro recorrente de 1,501 bilhão de reais.

Resultado da combinação de crescimento do crédito com a consolidação de bancos estaduais comprados recentemente, como Besc (Santa Catarina), BEP (Piaui) e Nossa Caixa (São Paulo), o BB encerrou o primeiro semestre com 598,839 bilhões de reais em ativos, um incremento de 43,9 por cento em 12 meses, o que o levou a retomar a liderança do setor bancário no país.

O Itaú Unibanco, que havia assumido a liderança ao emergir de uma fusão em novembro de 2008, reportou na terça-feira que seus ativos no final do primeiro semestre somavam 596,38 bilhões de reais.

No final de junho, a carteira de crédito do banco estatal somava 252,485 bilhões de reais, o que representa um avanço de 32,8 por cento ante os 190,082 bilhões de reais no final do primeiro semestre do ano passado.

O avanço foi puxado pelos empréstimos à pessoa física, que deram um salto de 69 por cento em 12 meses, para 68,47 bilhões de reais, com impulso do consignado, cujo montante disparou 110,7 por cento. Com isso, a carteira de varejo do banco pela primeira vez superou a do agronegócio, que cresceu apenas 9,7 por cento e chegou a 67,6 bilhões de reais.

Em meio à forte expansão do crédito, a inadimplência da carteira, que considera operações vencidas em prazo superior a 90 dias, subiu 2,5 por cento para 3,3 por cento em doze meses.

Com isso, a provisão para perdas esperadas com calotes cresceu 27,3 por cento sobre março e 88 por cento ante junho de 2008, para 3,172 bilhões de reais.

A rentabilidade sobre patrimônio líquido recorrente no trimestre foi de 23,7 por cento, ante índice de 24,6 por cento registrada no segundo quarto do ano passado.

(Por Aluísio Alves)

Lula telefonará a Obama para tratar de Colômbia e Honduras

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonará na próxima semana ao colega dos Estados Unidos, Barack Obama, para pedir ajuda ao governo deposto de Honduras e mais diálogo com os países da região sobre o avanço militar na Colômbia.

O presidente brasileiro, segundo disse um assessor que pediu anonimato, não aprovou a forma pela qual ocorreram as negociações para o aumento do efetivo militar norte-americano em território colombiano. Diversas nações sul-americanas criticaram o acordo e seu potencial risco à soberania da região. O dia exato da ligação não foi informado.

O Itamaraty negocia o contato telefônico entre Lula e Obama. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deve falar com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, para ajustar os termos da conversa.

A Colômbia anunciou na quarta-feira que espera acertar neste fim de semana o acordo militar com os Estados Unidos, que permitirá o uso de bases em território colombiano por soldados norte-americanos para operações contra o narcotráfico.

Honduras, outro assunto espinhoso, também está na pauta. O presidente brasileiro defenderá junto a Obama, com quem tem muito boas relações, mais pressão para promover o retorno do presidente eleito, Manuel Zelaya, ao posto de chefe de Estado.

Deposto por um golpe militar no final de junho por tentar viabilizar um segundo mandato --ato que fere a Constituição do país--, Zelaya esteve no Brasil na quarta-feira e pediu a Lula sua interferência para ajudar a convencer os EUA a aumentar o cerco sobre o governo interino.

De acordo com a fonte, ele teria feito um apelo também para que o mandatário brasileiro atue junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) para que o órgão edite uma resolução garantindo que não reconhecerá nenhum novo presidente hondurenho que seja eleito pelas mãos do governo interino. As eleições em Honduras ocorrem em novembro.

(Reportagem de Natuza Nery; Edição de Carmen Munari e Maria Pia Palermo)

sábado, 8 de agosto de 2009

Trabalhadores de Wall Street já fazem festas nos EUA

Nos primeiros sinais de recuperação da crise, 'engomados' comemoram.
Festa reúne convidados do mercado financeiro e do mundo da moda.

A turma de Wall Street já não quer mais saber da crise, a crise que eles próprios ajudaram a criar. Nos primeiros sinais de recuperação, eles voltaram a organizar festas que juntam os mundos da moda e das finanças.

O mundo ainda está no fundo do poço, mas o que não falta é gente doida para festejar os primeiros sinais de melhora.

O Dow Jones fechou em mais 1,23% nesta sexta-feira (7). E o desemprego caiu um pouquinho nos Estados Unidos. Os engomadinhos, que até pouco tempo ou estavam desempregados ou prestes a ficar, já se consideram um partidão, de novo. Para muito deles, o sucesso significa ter dinheiro... e mulheres, de preferência bonitas, ao redor.

A recessão acabou, declararam os analistas do mercado financeiro.

“Moda encontra finança” é o nome do evento promovido pelos rapazes de Wall Street. E elas foram... com as amigas. Eles também... naquele estilo.

Na porta, cartão de visitas. E quem não é do “mercado” fica de fora. Ali... o de sempre: homens de um lado, mulheres do outro. Às vezes os dois juntos.

A versão oficial é a seguinte: uma garota trabalhava com moda e só via mulher ao redor. Ela tinha um amigo que trabalhava com finanças e só homem no escritório. Eles resolveram juntar a turma toda. E como o mercado financeiro precisa repor as perdas armaram mais uma festa.

Quando queremos saber o que cada um veio fazer aqui, a americana disfarça. “Eu vim para ter um momento agradável. Esses são bons garotos”. Mas a amiga começa a abrir o jogo: “Estamos solteiras. Queremos conhecer alguns caras”.

E a brasileira assume por que foi a festa. “Isso aqui é investimento ainda. Brincadeira”. Investimento no quê? “Na minha carreira, na minha vida em Nova York. Que tipo de investimento é esse? “Não vou responder essa pergunta”.

Mas no encontro das moças da moda com os rapazes das finanças rolou, no máximo, troca de telefone. Eles ainda não podem dizer que a recessão acabou.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

EUA reforçam 'pior já passou'e Bovespa retoma 56 mil pontos

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A desaceleração no ritmo de demissões nos Estados Unidos avivou a leitura de que a crise está ficando para trás, fazendo o investidor voltar às compras na bolsa paulista, que se reaproximou da máxima do ano.

Apoiado nos ganhos das ações ligadas a metais e de bancos, o Ibovespa subiu 1,03 por cento, aos 56.329 pontos. Com avanço de 2,86 por cento na semana, a alta acumulada do índice chega a 50 por cento no ano. O giro financeiro da sessão totalizou 4,96 bilhões de reais.

O aviso do Departamento do Trabalho dos EUA de que o país eliminou 247 mil empregos em julho, menos do que a previsão média de 320 mil dos analistas, apagou a cautela que na véspera tinha provocado perdas nos mercados.

Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 1,2 por cento.

"Os números (do mercado de trabalho) ainda estão muito fracos, mas reforçam a leitura de que a economia está se recuperando", disse Gabriel Goulart Ferreira, analista da Mercatto Investimentos.

O bom humor foi calibrado com números corporativos, como o da AIG, seguradora que escapou da falência com ajuda do governo, que reportou o primeiro lucro em sete trimestres.

O setor financeiro doméstico foi, também aqui, um dos destaques positivos, tendo à frente Itaú Unibanco, com avanço de 2,9 por cento, a 35,71 reais.

Notícias corporativas de empresas brasileiras também ajudaram o Ibovespa. Gol encabeçou os ganhos, com um salto de 10,1 por cento, a 15,80 reais, depois de companhia aérea ter informado que a taxa de ocupação de suas aeronaves atingiu o maior nível desde a aquisição da Varig, em março de 2007.

B2W, empresa resultante da fusão entre Americanas.com e Submarino.com, subiu 1,4 por cento, a 47,11 reais, depois de reportar lucro de 13,7 milhões de reais no segundo trimestre. Mesmo caindo em relação ao mesmo período do ano passado, o balanço agradou analistas do setor.

Dentre as blue chips, a preferencial da Vale ganhou 1 por cento, a 33,03 reais, enquanto a preferencial da Petrobras ganhou 0,3 por cento, a 32,00 reais.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ibovespa sobe 2,25% com Wall Street e testa os 56 mil pts

Por Stella Fontes

SÃO PAULO (Reuters) - Indicadoress econômicos positivos na China, vendas crescentes da Ford nos Estados Unidos e resultados melhores do que o esperado por parte de grandes bancos europeus animaram investidores e levaram o principal índice acionário do mercado brasileiro a registrar nova máxima do ano.

O Ibovespa encerrou a sessão aos 55.997 pontos, no maior patamar de fechamento desde 29 de agosto de 2008, quando o indicador encerrou a jornada aos 55.680 pontos. Na máxima da sessão, o índice chegou aos 56.200 pontos.

Em Wall Street, o Nasdaq superou os 2 mil pontos, o que não acontecia desde outubro do ano passado, o Standard & Poor ficou acima dos 1 mil pontos pela primeira vez desde novembro e o Dow Jones avançou mais de 1 por cento.

Na avaliação do assessor de investimentos da corretora Souza Barros, Luiz Roberto Monteiro, a divulgação de pesquisas que mostraram que a atividade manufatureira chinesa cresceu em julho adicionou otimismo aos mercados logo cedo.

"Esses dados impulsionaram as commodities e renovaram o otimismo em relação ao ritmo de recuperação da economia mundial", afirmou.

Contudo, o especialista alertou para o fraco giro financeiro da bolsa paulista. Nesta segunda-feira, o volume de negócios ficou em 4,43 bilhões de reais.

Dentre as principais ações do Ibovespa, as preferenciais e as ordinárias da Petrobras mostraram ganho de 3,43 e de 3,11 por cento, respectivamente, acompanhando os ganhos expressivos dos futuros de petróleo.

As ordinárias e preferenciais da Vale avançaram 2,78 por cento e 2,01 por cento.

O destaque da sessão, entre os papéis que integram a carteira teórica, ficou com as ações da Embraer, que dispararam 9,21 por cento.

O Credit Suisse elevou a recomendação e o preço-alvo para as ações da fabricante de aviões, que na noite de quinta-feira passada divulgou margens operacionais no segundo trimestre acima das expectativas de analistas.

Também se destacaram em alta os papéis da empresa de comércio eletrônico B2W, com ganho de 6,62 por cento, e as units de ALL, que subiram 6,2 por cento.

Da safra de balanços, as ações do Bradesco avançaram 2,03 por cento, diante da alta de 14,7 por cento no lucro líquido do segundo trimestre, para 2,297 bilhões de reais. Já os papéis da Gafisa lideraram as poucas quedas do Ibovespa, com recuo de 1,89 por cento. A companhia viu crescer seu resultado final, porém o número ficou abaixo do esperado.

Fora do índice, as ações da MMX ganharam 6,59 por cento. Os papéis da mineradora entraram na primeira prévia do Ibovespa que vai vigorar de setembro a dezembro.

Otimismo externo e bancos levam dólar à nova mínima

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira e renovou a mínima em mais de 10 meses, a reboque do bom humor no cenário internacional e à pressão dos bancos por cotações mais baixas.

A moeda norte-americana caiu 1,71 por cento, a 1,834 real na venda, menor nível desde 25 de setembro de 2008, quando terminou a 1,821 real na venda.

"Saíram os números sobre o setor industrial norte-americano e eles vieram melhor que o esperado. Com as bolsas em alta, o dólar encontra espaço para cair", avaliou o operador de câmbio João Eduardo Santiago, do Banco Alfa de Investimento.

Pela manhã, dados do governo dos EUA mostraram que a atividade manufatureira encolheu em julho, mas num ritmo menor que o de junho.

O índice do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) passou para 48,9 em julho, ante 44,8 em junho.

Os investidores enxergaram os números como mais um sinal de que a economia norte-americana pode estar se recuperando da mais grave recessão desde a década de 1930.

Nesse contexto, tanto as bolsas de valores dos Estados Unidos quanto à do Brasil exibiam expressivas altas no momento em que as operações no mercado de câmbio local se encerraram.

Estimulando a queda do dólar no mercado local, a moeda atingia no exterior o menor nível desde setembro do ano passado ante suas principais rivais, caindo cerca de 0,9 por cento.

Para o gerente de câmbio da Fair Corretora, José Roberto Carreira, a baixa da divisa nesta sessão também esteve ligada à pressão de bancos. Os bancos estão vendidos em dólar e, para que obtenham lucro, precisam que a moeda norte-americana continue caindo", explicou.

Na sexta-feira, de acordo com a BM&FBovespa, as instituições bancárias sustentavam 3,144 bilhões de dólares em posições vendidas (que, na prática, revelam apostas na queda do dólar).

Somado a isso, os investidores estrangeiros também apostavam na desvalorização do dólar, carregando 896 milhões de dólares na mesma posição.

TENDÊNCIA DO DÓLAR

João Eduardo Santiago, do Banco Alfa, disse que as perspectivas ainda apontam para a continuidade da baixa do dólar ante o real. Isso porque, para ele, tanto o fluxo de dólares no segmento comercial como no financeiro deve se manter positivos.

Ele citou os dados da balança comercial brasileira, que registrou superávit de 2,928 bilhões de dólares em julho, de acordo com números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio divulgados nesta manhã.

No lado financeiro, à medida que "os estrangeiros retomam a confiança em investimentos de maior risco" o saldo deve seguir positivo, disse.

Segundo dados da BM&FBovespa, até 29 de julho, as compras dos estrangeiros na bolsa paulista superaram as vendas em 1,345 bilhão de reais. No ano, o número é positivo em 11,461 bilhões de reais.

(Reportagem de José de Castro)

Petrobras, Vale e Itaú devem responder por um terço do Ibovespa

Bolsa paulista divulga prévia da composição do índice em setembro.
Ibovespa terá a entrada da ação da MMX Mineração.

A Bovespa divulgou nesta segunda-feira (3) a primeira prévia do Ibovespa, índice que serve como referência para o mercado, que vai vigorar de 1º de setembro a 30 de dezembro de 2009. As três ações com maior peso, Petrobras PN, Vale PNA e Itaú Unibanco PN, representam 33% do índice.

O Ibovespa funciona como uma carteira teórica de ações, com papéis escolhidos e um peso definido para cada ação.

A cada quatro meses, o índice pode ter alterações, mas antes delas, a Bovespa anuncia prévias de como deve ficar o Ibovespa. O índice se compõe de ações que atendem quesitos definidos pela Bovespa, que incluem níveis de liquidez e de participação no volume negociado no pregão.

A Petrobras PN, Vale PNA e Itaú Unibanco PN ficaram com peso de 15,2%, 12,2% e 5,6%, respectivamente, na prévia. No período anterior, de maio a agosto de 2009, a Petrobras PNA tinha peso pouco maior, de 16,6%, assim como o Itaú PN, que tinha 5,9%.

Completando as cinco ações de maior peso no índice, a BM&FBovespa ON ficou com peso de 4,439% e a Bradesco PN, com 3,807%.

Outra novidade na prévia do Ibovespa foi a entrada da ação MMX Mineração ON. Nenhuma empresa saiu do índice. Com isso, o índice fica com 65 ações de 59 empresas, já que algumas estão representadas por mais de um papel.

O código ON indica ações ordinárias (com direito a voto em assembleia de acionistas) e o código PN, ações preferenciais (sem direito a voto, mas que têm preferência no recebimento de dividendos ou recebem dividendo maior).

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Cielo conquista ouro com recorde mundial nos 100m livre em Roma


ROMA (Reuters) - César Cielo conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil no campeonato mundial de Roma ao bater o recorde mundial e vencer a final dos 100m livre nesta quinta-feira.

O brasileiro, campeão olímpico dos 50m na Olimpíada de Pequim, completou a prova com o recorde de 46s91, superando a marca do australiano Eamon Sullivan de 47s05, estabelecida nos Jogos Olímpicos.

O francês Alain Bernard, campeão olímpico e favorito da prova, ficou em segundo, à frente do compatriota Fredrick Bousquet na final do Mundial.

"É sensacional. Em dois anos da minha carreira eu dei um salto de um nadador que tentava alguma coisa para entrar para a história", disse Cielo, exausto, após a conquista.

"100m livre é a prova mais tradicional. Não tem coisa melhor... é um sonho sendo realizado", acrescentou o brasileiro, que desde antes da Olimpíada prometia brigar pelo recorde mundial.

Na sexta-feira, o nadador volta à piscina para disputar os 50m livre, com grandes chances de conquistar outra medalha.

"Ali, é você sozinho, mano a mano, sem ninguém para ajudar. Muita pressão", afirmou Cielo.

Antes do ouro de Cielo, o Brasil já havia subido ao pódio no Mundial de Roma com Felipe França, prata nos 50m peito, e Poliana Okimoto, bronze na maratona aquática de 5 km.

Entre os medalhistas dos 100m livre, Bernard foi o primeiro a quebrar a barreira dos 47 segundos, em abril, no campeonato francês, mas sua marca não foi homologada devido ao maiô fora dos padrões utilizado por ele. Nesta quinta-feira, ele chegou em 2o com a marca de 47s12.

O australiano Sullivan, que teve seu recorde batido por Cielo, não disputou o Mundial devido a uma virose, enquanto o campeão mundial de 2007, Filippo Magnini, foi eliminado nas semifinais.

Perguntado em coletiva de imprensa se poderia chegar a ser tão popular no Brasil como Kaká e Ronaldinho, Cielo disse: "Não preciso ser popular se eu tiver metade do dinheiro deles. Se o Real Madrid me quiser, eu faço isso".

(Reportagem de Mark Meadows e Paul Virgo)

China e balanços trimestrais trazem otimismo de volta

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O repique nos preços das commodities provocado pela China e novos balanços trimestrais acima das expectativas nos EUA levaram a bolsa paulista de volta à trajetória de ganhos, após duas sessões no vermelho.

Depois de ter chegado a superar os 55 mil pontos pela primeira vez no ano, o Ibovespa ainda perdeu força no final dos negócios, fechando com alta de 1,38 por cento, aos 54.478 pontos. O giro financeiro da sessão foi de 4,69 bilhões de reais.

Declarações de comprometimento do governo chinês com o crescimento econômico aliviaram os temores do mercado, levando a uma forte recuperação dos preços de commodities, referência para as blue chips Petrobras e Vale.

Na véspera, rumores de que a China estaria prestes a anunciar medidas restritivas de crédito derrubaram os preços das matérias-primas, levando junto as bolsas de valores.

"Os rumores foram desmanchados e o investidor voltou à ponta compradora", disse André Hanna Farath, analista de investimentos da corretora Interfloat.

De carona no salto de mais de 5 por cento no preço do barril do petróleo, a ação preferencial da Petrobras subiu 1 por cento, a 31,22 reais.

Na mesma trilha, o papel da Vale ganhou 0,5 por cento, para 32,01 reais, mesmo depois a mineradora ter apresentado resultados decepcionantes do segundo trimestre.

"As perspectivas para a Vale estão melhorando e a empresa deve ter resultados melhores no segundo semestre", comentou a Itaú Corretora em relatório que pareceu sintetizar a opinião majoritária do mercado.

Wall Street contribuiu para o cenário mais positivo, depois que grandes companhias norte-americanas, como Visa e Motorola apresentaram resultados acima das expectativas, dando fôlego adicional à ponta compradora na bolsa paulista. O índice Dow Jones subiu 0,92 por cento.

Destacaram-se na ponta positiva do Ibovespa setores como celulose, siderurgia, financeiro e aéreo. VCP subiu 4 por cento, para 28,40 reais. A ação preferencial da Usiminas ganhou 3,6 por cento, a 43,93 reais.

Faltando apenas uma sessão para o fechamento do mês, o Ibovespa acumula valorização de 5,85 por cento em julho e de 45,1 por cento em 2009.