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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Banco do Brasil compra 51% do Banco Patagonia por US$ 480 milhões


Negócio depende de autorizações dos BCs do Brasil e da Argentina. Patagonia é um banco de varejo com atuação em todo o país vizinho

O Banco do Brasil anunciou nesta quarta-feira (21) que vai comprar 51% do argentino Banco Patagonia por US$ 479,6 milhões (cerca de R$ 839 milhões).

Na última sexta-feira (16), o BB havia confirmado que estava estudando a aquisição de uma participação no banco argentino.

A compra depende de autorizações dos bancos centrais do Brasil e da Argentina, do CNDC (Comitê Nacional de Defesa da Competência) e dos acionistas do BB.

A compra do Patagonia é mais um capítulo no processo de internacionalização do BB, o maior banco da América Latina.

O Banco Patagonia presta serviços principalmente a famílias e a pequenas e médias empresas. Os principais acionistas do banco são da família Stuart Milne e cerca de 24% das ações do banco são negociadas em bolsa de valores.

O Patagonia, sexto maior banco nacional da Argentina, terminou o ano de 2009 com ativos de 9,8 bilhões de pesos argentinos (cerca de R$ 4,4 bilhões) e lucro de 448,8 milhões de pesos argentinos (cerca de R$ 202,7 milhões). O banco tem 752 mil clientes, 154 agências em todas as províncias da Argentina e 2.660 funcionários.

O BB tem uma agência na capital da Argentina, Buenos Aires, desde 1960, onde trabalham 44 funcionários. O banco tem ao todo 45 escritórios em 23 países.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Economia da América Latina encolherá até 2,5% neste ano, diz Banco Mundial


Crescimento volta em 2010, mas será desigual, segundo entidade.
Países maiores estão em posição melhor, diz presidente do banco.

A América Latina sofrerá neste ano um impacto forte na economia, com uma contração de entre 2% e 2,5%, mas o crescimento voltará em 2010, em uma recuperação lenta e desigual, informou o Banco Mundial (Bird) nesta sexta-feira (3).

A estimativa para 2009 representa uma revisão para baixo em relação ao último relatório do organismo sobre a região, de abril, quando a previsão era de uma queda regional de entre 0,5% e 1,5%.

Nesta quinta-feira (2), porém, o presidente do Bird, Robert Zoellick,(Foto) destacou a posição vantajosa dos maiores países da América Latina para enfrentar a crise econômica.

"Tendo trabalhado com crises durante os anos 80 e 90, o que mais chama a atenção é como a América Latina lida com esta crise em uma posição diferente", disse Zoellick, após uma reunião com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, em Santiago.

"Obviamente, há uma grande diversidade entre cada país, mas alguns países, incluindo os maiores - como Brasil, México, Colômbia, Peru e Chile - lidaram com a crise de uma posição boa", estimou o presidente do Bird.

De acordo com Zoellick, os fatores que influenciam este melhor posicionamento incluem orçamentos mais fortes, maiores reservas, melhor posição comercial e um manejo flexível do tipo de câmbio. "Além disso, passam por uma boa base no que diz respeito à proteção social", estimou.

Zoellick ponderou, no entanto, que o bom panorama não significa que estes países vão escapar incólumes da crise, mas "têm mais flexibilidade como para combatê-la". "Um dos desafios que vários países vão ter que enfrentar é a dificuldade para ter acesso ao financiamento internacional para apoiar alguns de seus programas", alertou.

Zoellick lembrou ainda que a América Latina foi a região que mais recebeu recursos do Banco Mundial no ano fiscal concluído na última quarta-feira (1), com mais de US$ 17 bilhões de um total de US$ 59 bilhões investidos em todo o mundo.

Pobreza e desemprego

A crise global, segundo o Bird, vai atingir a região em cinco aspectos: a América Latina registrará a primeira recessão em sete anos, a pobreza e o desemprego aumentarão, o financiamento externo ficará menor e vai cair o valor das remessas enviadas pelos trabalhadores imigrantes, uma fonte de financiamento importante para alguns países.

Para 2010, o Bird prevê um retorno lento do crescimento, que será de entre 1% e 2%, mas desigual entre os países da região.

A pobreza vai aumentar 1,1%, já que a crise empurrará mais de oito milhões de latinoamericanos à pobreza. Em 2008, 181,3 milhões de moradores do continente eram pobres.

Classe média

Segundo o Banco Mundial, a crise será especialmente dura com a classe média, em consequência da queda da demanda por exportações não-tradicionais, que tendem a empregar trabalhadores formais, urbanos e tecnologicamente mais avançados.

O desemprego também vai crescer na região e o valor dos salários deve registrar queda, o que aumentará a informalidade.

Outro relatório, divulgado nesta sexta-feira (3) pela Comissão Econômica para América Latina (Cepal), destaca que a taxa de desemprego aumentará mais de 1% em 2009.

sábado, 7 de março de 2009

Lula fará extração do primeiro óleo de Tupi no dia 1º de maio

BRASíLIA (Reuters) - O primeiro petróleo da camada pré-sal do campo de Tupi, na bacia de Santos, será retirado no dia 1o de maio, afirmou na sexta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cerimônia, cercada de simbolismo como o batismo da plataforma com o nome de São Vicente, primeira cidade fundada no país, também foi agendada para uma data simbólica: o Dia do Trabalhador.

No dia 2 de setembro a Petrobras iniciou a produção do primeiro óleo da camada pré-sal no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, no litoral sul do Espírito Santo, estimando uma produção de 18 mil barris/dia.

"É muito importante o que vai acontecer, é que nós vamos tirar os primeiros barris de petróleo a 6 mil metros de profundidade. Não é pouca coisa", afirmou o presidente em discurso durante inauguração da segunda fase da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares (ES).

A produção inicial de Tupi será de 15 mil b/d, mas a previsão é de que suba para 30 mil b/d no auge do teste. Em 2010 está prevista a instalação do plano piloto, que vai produzir 100 mil b/d no campo.

"Nós vamos fazer essa inauguração de Tupi. E, possivelmente, neste momento em que o mundo está em crise, talvez a Petrobras seja a empresa de petróleo no mundo que mais está investindo", acrescentou.

Em janeiro, a Petrobras anunciou que vai investir 174,4 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, montante maior do que a programa pela gigante Shell.

BOLíVIA

O presidente também comentou a recente crise entre o Brasil e a Bolívia causada pela nacionalização dos recursos naturais anunciada pelo país vizinho. Lula disse que, apesar das críticas dos brasileiros "mais conservadores" e de ter ficado com "pena" da Petrobras, compreendeu a "justeza" da medida e reconheceu o direito da Bolívia de nacionalizar o seu gás natural.

Por outro lado, Lula contou que mostrou ao presidente boliviano, Evo Morales, que a Bolívia não teria a quem mais vender seu gás natural senão ao Brasil.

"Hoje, parece que a relação está 100 por cento boa. A Petrobras continua produzindo, continua pesquisando, continua investindo", comentou.

Lula destacou, entretanto, que quando o Brasil obtiver a autosuficiência em gás natural liberará a Bolívia para vender o produto para outros países.

"Lógico que o Brasil vai comprar também porque, estrategicamente, é importante o Brasil ajudar a Bolívia a se desenvolver. Não interessa ao Brasil crescer cercado por pobres", destacou.

(Reportagem de Fernando Exman)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Bolívia vota nova Constituição socialista

Por Carlos A. Quiroga e Alejandro Lifschitz

LA PAZ (Reuters) - Os bolivianos votam neste domingo um referendo sobre a nova Constituição promovida pelo presidente Evo Morales, que outorgaria ao Estado o controle total da economia e abriria as portas das instâncias do poder à maioria indígena.

A reforma constitucional foi rechaçada durante quase três anos pela oposição, que liderou violentas manifestações que deixaram um saldo de mortos.

Analistas crêem que a popularidade de Morales entre a comunidade indígena, que chega a dois terços da população boliviana de 10 milhões de habitantes e que foi relegada durante décadas na vida política, será suficiente para a aprovação da carta magna.

Mas há dúvidas se o mandatário obterá novamente o forte apoio obtido em outras consultas.

"Esperamos sua participação (da população) nesta festa democrática. Neste 25 de janeiro, pela primeira vez uma proposta de Constituição está sendo submetida ao povo boliviano", disse Morales à radio Erbol.

A oposição, integrada por partidos de centro e centro-direita com grande poder nos departamentos do leste do país, afirma que a nova Constituição criaria um Estado totalitário e afugentaria os investimentos de que o país mais pobre de América do Sul necessita com urgência.

Ainda acusam Morales, um indígena de 49 anos, de querer instaurar um regime centralista apoiado por seu maior aliado, o presidente venezuelano Hugo Chávez.

"É um momento muito especial para nossa pátria. Peço a todos que ajudem esta jornada democrática. Estão em jogo muitas coisas transcendentais para o futuro de nosso país", afirmou aos jornalistas o governador de Santa Cruz, Rubén Costas, um dos líderes da oposição.

Costas ainda evocou o fantasma da fraude e pediu aos observadores internacionais que estejam atentos a qualquer anormalidade.

O projeto constitucional boliviano, que permite a reeleição de Morales em um pleito que poderia ser convocado em dezembro, estabelece que as 36 etnias indígenas que compõem a Bolívia devem estar representadas nos poderes Legislativo e Judicial.

Além disso, aprofunda a reforma agrária ao proibir os latifúndios e estabelece que o Estado exercerá a planificação da economia, a administração dos recursos naturais e poderá intervir em toda a cadeia produtiva.

As urnas foram abertas às 08h locais (10h em Brasília) e fecharão às 16h. Espera-se que os primeiros resultados de boca de urna saiam às 18h, e os primeiros números oficiais devem surgir no início da noite.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

América Latina e Caribe querem criar organização sem EUA

Por Carmen Munari

COSTA DO SAUÍPE (Reuters) - Os líderes da América Latina e do Caribe, reunidos em cúpula inédita coordenada pelo Brasil, expressaram a intenção de criar organização própria de decisões conjuntas na região sem a participação dos Estados Unidos, que têm tido papel hegemônico no continente.

Mesmo com o antiamericanismo implícito, os países indicaram que darão um voto de confiança ao presidente eleito Barack Obama para avaliar sua política na região. Obama toma posse em janeiro.

"Vamos dar um tempo para que Obama tome posse para que a gente possa aprovar ou questionar sua política", disse Lula a jornalistas no encerramento da Cúpula da América Latina e do Caribe, realizada entre terça e quarta-feira no balneário de Costa do Sauípe, a 100 quilômetros de Salvador, na Bahia.

Sem deixar de reconhecer a importância comercial, financeira e tecnológica dos EUA, Lula falou em afastar a subserviência natural dos países emergentes frente aos países ricos.

"O comportamento subserviente de muita gente na política é que faz com que as pessoas não sejam devidamente tratadas e respeitadas", afirmou.

Coube ao presidente do México, Felipe Calderón, anunciar que em fevereiro de 2010 os líderes irão se reunir novamente, desta vez em seu país, para iniciar a criação de uma organização que já está sendo chamada de "OEA (Organização dos Estados Americanos) sem os EUA e o Canadá."

"Pretendemos criar uma organização de Estados latinos e do Caribe, que nos permita ter nossas regras e sistemas de integração para fazer valer nossa própria identidade e força", afirmou Calderón.

Para os líderes da região seria uma segunda independência da maioria dos países da América Latina e do Caribe nos 200 anos da independência dos países da Europa.

O embrião da nova organização nasce em meio à crise financeira mundial --que, segundo os líderes, pode ser combatida com maior integração regional -- e à suspensão do pagamento de 3,8 bilhões de dólares da dívida do Equador, na semana passada.

A cúpula também defendeu que os EUA coloquem fim ao embargo econômico imposto a Cuba há 46 anos, como decorrência da revolução que levou ao comunismo no país. Em demonstração de solidariedade, Cuba foi admitida no Grupo do Rio, mecanismo diplomático da região.

"O bloqueio não tem sentido. Só pode ser birra", disse Lula.

O encontro reuniu 20 presidentes e chefes de Estado e de governo e representantes dos demais 13 países da região. Os presidentes de países importantes, como Peru e Colômbia, enviaram vice-presidentes.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

América Latina busca saídas para crise em cúpula de Sauípe

Por Carmen Munari

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COSTA DO SAUÍPE, Bahia (Reuters) - O debate sobre as soluções para a crise econômica mundial dominou a abertura da cúpula dos países do Mercosul nesta terça-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião da série de encontros de líderes da América Latina e do Caribe, defendeu um papel ativo da região para enfrentar a turbulência.

Logo no início do discurso, Lula fez uma referência especial à presença do presidente de Cuba, Raúl Castro, que está no Brasil pela primeira vez, para participar das reuniões.

"Uma crise como a atual exige transformações profundas na forma de decidir as grandes questões econômicas e políticas do mundo. É por isso que afirmei reiteradamente ter chegado a hora da política", disse Lula.

"O Mercosul, juntamente com nossos amigos da América Latina e Caribe, não assistirá passivamente ao debate sobre a crise mundial. Teremos papel importante a jogar na construção de uma nova arquitetura política e econômica internacional multipolar e multilateral."

Ainda nesta tarde os governantes participam da reunião da Cúpula da América Latina e do Caribe, a primeira realizada sem a presença dos Estados Unidos e da União Européia e com a participação de Cuba.

Encontros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Grupo do Rio também estão previstos até quarta-feira. Na reunião desta manhã do Mercosul estavam presentes cerca de 20 presidentes e chefes de Estado. A região reúne 33 países.

Castro foi o primeiro a chegar à Costa do Sauípe, na noite de segunda-feira. Nesta manhã, na chegada à cúpula, Lula e Castro brincaram com a imprensa sobre uso de sapatos, em referência ao incidente com o presidente norte-americano, George W. Bush. Segundo o presidente cubano, a partir de agora não se deveria mais usar sapatos nesse tipo de evento.

No discurso, Castro, que substituiu seu irmão Fidel na Presidência, classificou de injusto o sistema econômico que levou à crise.

"Acompanhamos de perto os esforços do Mercosul para a integração. Mas, entre os obstáculos, estão os efeitos de uma ordem econômica internacional injusta e egoísta que favorece os países desenvolvidos e os interesses das grandes corporações internacionais. A crise econômica internacional atual é sua manifestação mais grave e verdadeira", disse Castro.

O presidente do Equador, Rafael Corrêa, não deixou de demonstrar suas preocupações com o financiamento da economia. Defendeu a criação de um fundo de reservas regional e o prosseguimento das discussões sobre um Banco do Sul, já aprovado há cerca de um ano e ainda não implementado.

Corrêa tenta suspender o pagamento ao Brasil de um empréstimo para a construção de uma hidrelétrica que apresentou defeito.

"A crise não foi causada pelos emergentes, mas provavelmente teremos que pagar um alto custo por ela", criticou Correa.

SEGURANÇA

Com tantas autoridades, o balneário de Sauípe, que reúne um conjunto de hotéis de lazer à beira-mar a cerca de 100 quilômetros de Salvador, se transformou em fortaleza para abrigar as cúpulas.

Soldados do Exército estão em toda parte, realizando várias atividades, inclusive algumas bizarras como orientar o trânsito ou mesmo policiar a areia da praia.

Do mar, a vigilância é feita por um navio de guerra e, no amplo complexo, só se circula com o uso de crachás de identificação, atentamente checados pelos seguranças.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Lula espera que Obama tenha política mais ativa na A. Latina

BRASÍLIA (Reuters) - Em sua primeira manifestação após a vitória do democrata Barack Obama, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou esperar que os Estados Unidos adotem uma política "mais ativa" em relação à América Latina.

"Eu espero que (Obama) tenha uma política mais voltada para o desenvolvimento produtivo na América Latina", disse Lula a jornalistas após cerimônia em Brasília nesta quarta-feira

"Eu espero que ele tenha uma relação mais forte com a América Latina, com a América do Sul, com o Brasil, com a África. Eu não tenho dúvida nenhuma que da parte do Brasil nós vamos continuar construindo essa parceria produtiva que nós temos nos EUA. E eu espero que ela possa melhorar com o governo Obama", acrescentou.

O presidente Lula disse ainda que gostaria que Obama consiga alcançar um acordo de paz entre israelenses e palestinos no Oriente Médio, e pediu o fim dos subsídios que Washington dá aos produtores norte-americanos --questão central nas negociações sobre o comércio global-- assim como o término do embargo norte-americano a Cuba, imposto nos anos 1960 à ilha comunista.

"Não há mais nenhuma explicação para continuar o bloqueio a Cuba", defendeu Lula, depois de classificar como "feito extraordinário" a eleição do primeiro presidente negro da história dos EUA, na terça-feira.

"Quem duvidava que um negro poderia ser eleito presidente dos EUA agora sabe que pode. E só pode porque isso acontece num regime democrático que permite que a sociedade se manifeste", disse.