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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Com giro menor, Bovespa realiza lucro após 4 dias em alta

SÃO PAULO (Reuters) - Após quatro pregões em alta, a Bovespa aproveitou a fraqueza das bolsas de valores externas e embarcou num movimento de realização de lucros nesta segunda-feira.

O principal índice da bolsa paulista fechou em baixa de 0,5 por cento, a 44.167 pontos. O volume total de negócios foi de 3,95 bilhões de reais --abaixo da média diária da última semana, de 4,6 bilhões de reais.

No pior momento do dia, o Ibovespa chegou a recuar 2,16 por cento, também acompanhando um deslize maior de Wall Street.

"Hoje foi um dia de realização de lucros. A alta dos últimos dias foi muito forte para um mercado ainda instável", afirmou Miguel Daoud, sócio da consultoria Global Financial Advisor.

Nas últimas quatro sessões, o Ibovespa havia acumulado ganho de 9,2 por cento, beneficiada principalmente pela perspectiva de que as medidas anunciadas pelo G20 possam ajudar o mundo a se livrar de uma recessão.

Além disso, uma regra mais flexível para marcação a mercado de títulos nos Estados Unidos animou investidores, esperançosos de que os bancos podem ter perdas menores.

Nesta segunda-feira, porém, o setor voltou a ser alvo de descrença nas bolsas norte-americanas depois de comentários de um veterano analista. Mike Mayo, do Calyon Securities, alertou sobre o aumento das perdas ligadas a empréstimos até o final de 2010.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,52 por cento e o Standard & Poor's 500 cedeu 0,83 por cento, também se recuperando frente às mínimas do dia.

Na Bovespa, as ações que mais contribuíram para a queda do índice foram justamente as que têm maior peso em sua formação.

Vale caiu 1,75 por cento, a 28,64 reais, e Petrobras perdeu 0,36 por cento, para 30,29 reais. Os papéis da BM&F Bovespa recuaram 1 por cento, a 7,91 reais.

Na ponta contrária, as ações do Itaú Unibanco se desvencilharam das perspectivas ruins para o setor bancário dos EUA e subiram 1 por cento, valendo 28,28 reais.

(Por Daniela Machado)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Dólar cai pela 4a sessão seguida por desmonte de posições

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta sexta-feira pela quarta sessão consecutiva, com o mercado dando sequência a uma mudança de estratégia e ampliando as apostas na valorização do real.

Além disso, perspectivas positivas após a reunião do G20 ainda animavam os investidores.

O dólar caiu 1,34 por cento, a 2,206 reais para venda, ainda na menor cotação de encerramento desde 6 de janeiro.

"A reunião do G20 causou euforia nos mercados, diminuindo a sensação de piora da crise, e a participação de países emergentes, como o Brasil, foi decisiva", avaliou Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do Banco Paulista.

O analista acredita que a economia brasileira tem se saído melhor no atual cenário de crise financeira que a de outros países.

Para ele, a percepção de que o Brasil está com sua bases econômicas mais sólidas atrai investidores, o que permite ingresso de mais dólares no país, reduzindo as pressões sobre o mercado de câmbio.

Segundo os dados mais atualizados da BM&F, a posição comprada de investidores estrangeiros no mercado futuro de dólar (que, na prática, revela uma aposta na alta da moeda norte-americana) caiu para 7,95 bilhões de dólares.

Trata-se do menor nível desde meados de outubro do ano passado, auge da crise financeira. Na máxima de março deste ano, a posição comprada desse grupo de investidores chegou a 14,3 bilhões de dólares.

O Banco Central vendeu nesta sexta-feira 1,254 bilhão de dólares de uma oferta total de 2 bilhões de dólares em um novo leilão de empréstimo da moeda norte-americana com compromisso de recompra, em que os recursos não precisam ser repassados pelos bancos apenas para operações de comércio exterior.

No cenário externo, as bolsas de valores dos Estados Unidos operavam sem tendência definida, à medida que dados de emprego ruins e uma contração acentuada do setor de serviços contrabalançavam bons resultados da fabricante do BlackBerry, Research in Motion.

No Brasil, a Bovespa descolava da volatilidade de Wall Street e subia mais de 1 por cento.

De acordo com os dados mais atualizados da BM&F, o volume de dólar negociado no mercado à vista girava em torno de 2 bilhões de dólares.

Frente a uma cesta com as principais moedas, o dólar mostrava-se praticamente estável, com oscilação negativa de 0,1 por cento.

(Reportagem de José de Castro)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

G20 define US$1,1 tri para combater crise

Por David Ljunggren and Lesley Wroughton

LONDRES (Reuters) - Os líderes mundiais chegaram a um acordo de 1,1 trilhão de dólares para combater a pior crise mundial desde a Grande Depressão e apertaram as regras para evitar uma repetição desse episódio.

Após uma cúpula em Londres, o G20 --que reúne as principais economias industrializadas e emergentes do mundo-- concordou em publicar uma lista negra de paraísos fiscais que pode resultar em sanções. O grupo também decidiu pela primeira vez impor supervisão sobre grandes hedge funds e agências de classificação de risco.

"Os acordos de hoje começam a conter os 'cowboys' dos mercados financeiros que levaram os mercados globais à ruína, com impactos reais sobre o emprego em todos os lugares", disse o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anfitrião do encontro, declarou que "este é o dia em que o mundo se juntou para lutar contra a recessão global. Não com palavras, mas com um plano para a recuperação global e para reformas e com um claro cronograma".

Brown acrescentou que os governos se comprometeram com 5 trilhões de dólares em estímulos públicos à economia neste ano e no próximo, além dos compromissos extras anunciados na cúpula.

Apesar do ânimo dos mercados, analistas alertaram contra uma euforia.

"O financiamento para o FMI é mais do que se esperava e, à medida que isso significa que há mais dinheiro para ajudar as economias com problemas, isso é positivo. Mas os focos de problemas, particularmente na Europa Oriental, ainda estão aí e isso não os fará desaparecer de uma hora para outra", afirmou Nigel Rendall, estrategista de mercados emergentes do Royal Bank of Canada.

Brown reconheceu não haver remédios rápidos, mas afirmou que as decisões da cúpula irão encurtar a recessão e poupar empregos.

O G20 afirmou em comunicado que as medidas tomadas aumentarão a produção mundial em 4 por cento até o fim do próximo ano.

EUROPA E EUA SATISFEITOS

O presidente norte-americano, Barack Obama, minimizou as diferenças na cúpula e disse que o encontro foi "um ponto de virada" para a economia mundial.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que os resultados da reunião ficaram além de suas expectativas e que o mundo começa a caminhar para longe do modelo financeiro "anglo-saxão".

O ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbrueck, recebeu bem o fato de que nenhuma obrigação foi criada para os países para que adotem mais pacotes de estímulo. Essa questão criou tensão antes da cúpula, com Washington favorecendo tal pacote e Paris e Berlim preferindo deixar que as medidas já tomadas façam efeito nas economias.

Brown acrescentou que serão disponibilizados 1,1 trilhão de dólares para ajudar a economia por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de outras instituições.

Isso inclui 250 bilhões de dólares em unidades de reserva do FMI chamadas Direito Especial de Saque. "Isso está disponível para todos os membros do FMI", disse ele.

O FMI também terá seus recursos triplicados, com até 500 bilhões de dólares em novos fundos, dos quais 40 bilhões de dólares virão da China.

O G20 pediu ao FMI que acelere as vendas de ouro para levantar dinheiro e ajudar os países mais pobres.

O grupo também concordou com um pacote de financiamento do comércio mundial de 250 bilhões de dólares nos próximos dois anos.

Atendendo a uma demanda da França e da Alemanha, Brown disse que o G20 concordou "que haverá fim dos paraísos fiscais que não transfiram informações quando solicitadas. O sigilo bancário do passado precisa ter um fim".

"Desde Bretton Woods, o mundo vem vivendo um modelo financeiro, o modelo anglo-saxão. Não é meu trabalho criticá-lo, ele tem suas vantagens, mas hoje claramente uma página foi virada", disse Sarkozy, referindo-se à conferência que criou o modelo econômico do pós-guerra.