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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Nova nota do real custará R$ 94 mil a mais ao BC


Custo de produção da 2ª família de cédulas será 25% maior e sobe para R$ 429 mil ao anoAs novas cédulas do real custarão R$ 94 mil a mais ao Banco Central, ou seja, um aumento de 25% a 28% sobre o valor atual da produção.

Com isso, o custo do novo dinheiro sobe de R$ 336 mil para R$ 429 mil ao ano.

As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (3) pelo BC durante a apresentação da segunda família do real.

O Banco afirma que o investimento será compensado pela redução dos prejuízos em falsificações, que totalizaram R$ 23 milhões no ano passado. Com 143 notas falsas para cada 1 milhão em circulação. Para a fabricação do novo dinheiro, o BC investiu ainda R$ 400 milhões na renovação do parque gráfica da Casa da Moeda.

Entre as principais mudanças das novas cédulas estão o tamanho e as cores. As novas notas são inspiradas no dólar americano e no euro e têm o objetivo de aumentar a segurança, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

As principais mudanças nestas notas são à disposição dos animais – a garoupa e a onça pintada permanecem, só que agora estarão na posição horizontal - e a presença da efígie (escultura) da República no verso. As notas de R$ 50 e R$ 100 começam a circular em 2010. Já as cédulas de R$ 10 e R$ 20 devem entrar em circulação em 2011 e as de R$ 2 e R$ 5 serão somente em 2012.

As novas notas de real terão mais durabilidade devido ao processo de invernização. Em média, as cédulas do real duram em média três anos, sendo que as de valor mais baixo, como as de R$ 5 e R$ 10, um ano. Cerca de 70% das transações financeiras no país ainda são feitas em dinheiro vivo, segundo o BC. Metade dos brasileiros ainda recebe o salário em dinheiro vivo no país, segundo o BC.Banda holográfica

A banda holográfica, que é o adesivo de segurança da lateral do dinheiro, será estendida para as notas de R$ 50 e R$ 100 – atualmente ele é presente somente na nota de R$ 20.

O sistema será melhorado e todos os itens de segurança terão três níveis de identificação. O primeiro que estará disponível a olho nu, um segundo que pode ser identificado com lupa ou luz diferenciada, e um terceiro nível, que é o da perícia do Banco Central e da Casa da Moeda.

A marca d’água das notas também será melhorada, com o acréscimo de várias nuances de

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Empresas brasileiras se valorizam 129% em 2009 e superam América Latina e EUA

Levantamento foi elaborado pela consultoria Economatica.
Na média da região, alta foi de 94,7%; nos EUA, ganho ficou em 28,1%.

O Brasil liderou a valorização de mercado das empresas listadas em bolsa em levantamento da consultoria Economatica que considera a América Latina e também os Estados Unidos. O valor de mercado das empresas nacionais subiu de US$ 533 bilhões para US$ 1,224 bilhão entre 31 de dezembro de 2008 e 28 de dezembro deste ano, o que representa uma alta de 129,6%.

A valorização das 304 empresas brasileiras analisadas supera a média da América Latina (valorização de 94,7%) e também os ganhos de valor das empresas norte-americanas, que subiram 28,1%. Entre os demais países da América Latina analisados separadamente, o melhor resultado foi do Peru (85,4%), enquanto o menor foi registrado na Venezuela (12%).

Entre os setores no Brasil, o destaque foi para a construção civil, que teve valorização de 368% no período analisado. Fortes ganhos também foram percebidos em papel e celulose (263%), seguros (241%) e softwares e dados (210%). Em termos absolutos, os maiores valores de mercado são dos setores de bancos (US$ 259,6 bilhões) e petróleo e gás (US$ 231,8 bilhões).

Juros ao consumidor em novembro atingem menor patamar em 15 anos

Os juros de empréstimos bancários para pessoa física são os menores desde julho de 1994, quando o Banco Central começou a série histórica. Em novembro, a taxa ficou em 43% ao ano, contra 44,2% em outubro. Para pessoa jurídica, os juros foram de 26%, os mais baixos desde fevereiro de 2008. Os dados foram divulgados nesta terça-feira.

A taxa média caiu para 34,9% a.a. (ao ano) em novembro, com reduções de 0,7 p.p. no mês --em outubro a taxa era de 35,6% ao ano, a maior desde julho-- e de 9,2 p.p. em 12 meses.

O estoque total de crédito alcançou R$ 1,389 trilhão, elevando-se 1,5% no mês e 14,9% em 12 meses. Como resultado, o saldo total dos empréstimos passou a representar 44,9% do PIB (Produto Interno Bruto), ante 44,6% em outubro e 38,9% em novembro de 2008.

Os empréstimos realizados com recursos livres, com participação relativa de 68,1% no total do sistema financeiro, atingiram R$ 945,9 bilhões, com crescimentos de 1,4% no mês e de 9,7% em relação a novembro do ano anterior.

Os empréstimos destinados às famílias totalizaram R$ 464,8 bilhões, após acréscimos de 1,3% no mês e de 18,9% em 12 meses, com destaque para operações de crédito pessoal e de aquisição de veículos --que tiveram elevações mensais de 1,2% e de 1,8%, respectivamente. As operações com cartão de crédito com incidência de taxa de juros registraram aumento mensal de 4,2%, devido ao aumento das compras de fim de ano.

Já os créditos contratados com pessoas jurídicas registraram elevação mensal de 1,5% --com o desempenho dos empréstimos concedidos com recursos domésticos--, saldo de R$ 423,8 bilhões e expansão de 2,4%. Entre as modalidades destinadas às empresas, continuou acentuado o desempenho das operações de capital de giro, com acréscimos de 3,2% no mês e 28,4% em 12 meses.

Em sentido contrário, os financiamentos lastreados em moeda estrangeira apresentaram retração mensal de 4,5%.

Inadimplência e "spread"

O nível de inadimplência teve mudança sutil no mês, de 8,1% em novembro, ante 8,2% em outubro, para pessoa física. Para pessoa jurídica a variação também foi sutil, chegando a 3,9% em novembro, contra 4% no mês anterior.

Com as menores taxas de juros da história, o mês de novembro apresentou crescimento total de 1,3% nas operações de crédito.

O "spread" bancário --diferença entre o que os bancos pagam para captar o dinheiro e os juros cobrados de seus clientes-- também apresentou queda, registrando 32,2% em novembro, contra 33,5% em outubro para pessoa física. Para pessoa jurídica a queda foi de 17,1%, contra 17,7% em outubro.

sábado, 28 de novembro de 2009

Otimismo com Brasil traz preocupação com "bolha" de investimento

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO, 28 de novembro (Reuters) - O clima de otimismo crescente em relação ao Brasil é um dos riscos apontados por profissionais do mercado que se reuniram neste sábado em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde discutiram o potencial do mercado acionário brasileiro e os planos de ter 5 milhões de acionistas em 2014, de uma base atual de 555 mil.

Temendo a formação de uma "bolha Brasil" que pode não se sustentar e atrapalhar os planos de finalmente, e mais uma vez, tentar formar um mercado acionário sólido no país, cerca de 300 analistas e dirigentes de empresas participaram do 1o Congresso do Instituto Nacional de Investidores.

"Hoje o que mais nos assusta é o ajuste fiscal, o principal risco do Brasil é achar que está tudo bem", disse o analista da Vince Partners Pedro Batista, palestrante do encontro. "O Brasil pode ser novamente campeão do mundo ano que vem (Copa 2010), mas tem que ter consciência que tudo pode mudar muito rápido", complementou.

Ele destacou entre fatores contrários ao desenvolvimento do mercado de ações os elevados gastos públicos mal feitos, a falta de uma reforma na previdência e o risco que traz a interferência do governo em casos como da Vale e da revisão das tarifas elétricas.

"Até que ponto o Estado pode interferir em empresas? Essa questão da Vale chamou a atenção dos investidores", afirmou Batista.

Desde o ano passado, quando demitiu 1.300 pessoas no início da crise financeira que abalou o mundo todo, a Vale foi alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a partir de então vem sendo pressionada a investir mais no país, principalmente em siderurgia, setor que havia afirmado que seria minoritária em todos os projetos.

Também no evento, o analista Pedro Rudge, da Leblon Equities, disse que o Brasil tem um espaço enorme para o mercado de ações e que nos últimos 30 anos nunca esteve em uma posição tão favorável para desenvolver o mercado.

Segundo ele, no entanto, existe um grande risco do Brasil virar uma bolha de investimento se não houver oferta suficiente de ações para atender a expectativa do investidor diante de tanta propaganda positiva.

"Para balancear essa demanda toda é necessário que haja oferta por parte das empresas, para acomodar essa demanda, é nisso que devemos focar", disse o analista.

Bem mais otimista, o diretor executivo de desenvolvimento e fomento da BM&FBovespa, Paulo de Sousa Oliveira Júnior, afirmou que o número de 5 milhões de acionistas é ousado mas compatível com o potencial do crescimento econômico do país.

"Hoje já tem 5 milhões de acionistas dos fundos de ações, já tem no Brasil 555 mil que estão apenas em São Paulo e Rio de Janeiro, então você tem os outros Estados e cinco anos de crescimento", explicou, ressaltando também que a BM&FBovespa conta com a entrada das classes B e C no mercado de capitais.

(Edição de Vanessa Stelzer)

domingo, 4 de outubro de 2009

FMI diz que Brasil pode "instigar" o apetite dos investidores

ISTAMBUL (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) não poupou no domingo elogios à performance econômica do Brasil durante a crise econômica global, dizendo que seu retorno ao crescimento e às políticas fortes pode "instigar o apetite" de investidores.

Nicolas Eyzaguirre, diretor de Hemisfério Ocidental do FMI, disse que o Brasil deve recuperar-se da crise mais rapidamente que qualquer outro país latino-americano, beneficiando-se de uma retomada forte das exportações de commodities à Ásia e de sua política econômica forte anterior à crise.

"O Brasil vai instigar o apetite dos mercados de capitais devido à solidez de sua economia", disse Eyzaguirre. "O problema do Brasil é como administrar a abundância. O país provavelmente é o que está se recuperando no ritmo mais acelerado na região."

Ele declarou que a recuperação brasileira ganhará ímpeto se a recuperação da economia mundial não tropeçar e se os preços das commodities continuarem com sua tendência de alta.

Quando a crise começou, o Brasil apresentava uma posição fiscal forte, o que lhe permitiu aumentar seus gastos à medida que foi atingido pela recessão, com isso contrabalançando a queda. Além disso, o país possui grandes reservas de divisas, que funcionam como amortecedor da crise.

CHILE, PERU

Eyzaguirre disse que Peru e Chile estão entre os países latino-americanos que estão emergindo mais rapidamente da recessão. Para ele, o maior desafio para o Brasil, Peru e Chile provavelmente será como desmontar os planos de gastos a partir do momento em que a recuperação se consolidar.

"Provavelmente o desafio para esses países será encontrar uma saída ordeira das políticas fiscais expansionistas", disse ele. "Eles devem receber muitos fluxos de capitais nos próximos trimestres."

O FMI previu contração de 0,7 por cento na economia brasileira em 2009 e um retorno ao crescimento da ordem de 3,5 por cento no próximo ano. Alguns economistas preveem que em 2010 o Brasil já possa retornar com crescimento de até 5,5 por cento.

Para a América Latina como um todo, o FMI prevê contração de 2,5 por cento este ano e crescimento de 2,9 por cento em 2010.

(Reportagem de Axel Bugge)

sábado, 19 de setembro de 2009

No RS, Lula diz que ainda não tem candidato a presidente

BRASÍLIA (Reuters) - Apesar de já ter propalado aos quatro cantos que a ministra Dilma Rousseff é o nome do governo para disputar a sucessão de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que ainda não tem candidato ou candidata.

Ele garantiu porém, que fará campanha no ano que vem para alguém que represente a "continuidade".

"Eu ainda não tenho candidato, não tenho candidata, nem a governador nem a presidente, mas pode ficar certo que o ano que vem eu virei a Porto Alegre e a todo Brasil porque nós vamos eleger alguém para dar continuidade a tudo que nós estamos fazendo neste país", discursou ele em um evento no Rio Grande do Sul.

Nos últimos meses, cresceram rumores de um possível plano B para a Presidência, sobretudo após a ministra anunciar o tratamento contra um câncer. Auxiliares diretos de Lula, porém, asseguram de forma enfática que essa hipótese não existe.

Segundo uma fonte da Presidência, que falou na condição de anonimato após o discurso, o aparente recuo do presidente ao dizer que ainda não tem candidata pode ter tido a função de cumprir uma mera formalidade: evitar questionamentos na justiça eleitoral.

Lula falou da campanha em cima de um palanque. Defender o nome de Dilma Rousseff naquele momento --apesar de já tê-lo feito em entrevistas e outras oportunidades-- poderia trazer contestações. O Rio Grande do Sul é um Estado governado pelo PSDB, maior rival do PT, e cujo principal candidato, José Serra, está à frente nas pesquisas de opinião.

"O país não pode retroceder e voltar ao que era há 15 ou 20 anos", completou o presidente na defesa de um postulante governista.

Ele defendeu o pré-sal --provável trunfo eleitoral no ano que vem-- e disse que a exploração nas reservas gigantes jogarão o Brasil na posição de terceira ou quarta economia mundial nos próximos 15 anos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

'Inflação oficial' tem retração e fecha agosto a 0,15%, aponta IBGE

Em julho, índice havia marcado 0,24%; acumulado do ano está em 2,97%.
Preço dos alimentos ficou estável com forte queda do leite pasteurizado.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (10) que o Índice Geral de Preços ao Consumidor (IPCA) ficou em 0,15% em julho, com retração de 0,09 pontos percentuais em relação a julho, quando o indicador marcou 0,24%. O resultado do IPCA de agosto foi o mais baixo em três anos.

A inflação mostrou queda também em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o IPCA foi de 0,28%. No acumulado de 2009, o índice marca 2,97%. Em 12 meses, o percentual é de 4,36%.

O IPCA é considerada a "inflação oficial" do país, uma vez que é a utilizada para o cálculo da meta de inflação do governo federal, que é de 4,5% ao ano. O índice é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos.

Editoria de arte G1/G1

Comportamento da inflação oficial nos 12 meses até agosto (Editoria de Arte/G1)

Segmentos

O preço dos alimentos ficou praticamente estável no mês passado (-0,01%). Contribuindo apra o resultado do segmento, o leite pasteurizado, que vinha apresentando fortes altas desde abril, teve queda de 6,61% em agosto. Apesar da baixa no mês passado, o produto ainda acumula alta superior a 25% no ano.

Entre os setores pesquisados, educação registrou a maior alta (0,83%) no mês passado. O segmento de cursos "diversos", como informática e idiomas, puxou as altas, com variação positiva de 1,95%. Já o ensino formal teve alta de 0,74%.

Capitais

Entre as capitais pesquisadas, três tiveram deflação no período (Recife, Rio de Janeiro e Salvador), enquanto São Paulo registrou a maior variação de preços (0,57%), com Curitiba e Fortaleza empatadas em segundo lugar (ambas com 0,35% de alta no mês de agosto).

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Itaú Unibanco assume participação na Porto Seguro

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco fechou acordo com a Porto Seguro para assumir o equivalente a 30 por cento de um grupo mais amplo de seguros.

O negócio, assinado no domingo e anunciado nesta segunda-feira, foi concretizado dias depois de a Porto Seguro divulgar o fim das negociações, sem sucesso, de uma associação com o Bradesco.

As ações da Porto Seguro reagiam em forte alta ao acordo, com valorização de 10 por cento, a 17,60 reais, às 12h33. No mesmo horário, as ações do Itaú tinham ganho de 2,8 por cento, a 35,15 reais, enquanto o Ibovespa avançava 1,3 por cento.

O maior banco privado do país vai transferir os ativos e passivos de sua carteira de seguros residenciais e de automóveis para a Itaú Unibanco Seguros de Automóvel e Residência, que por sua vez será repassada à Porto Seguro.

Em troca, a seguradora vai emitir ações equivalentes a 30 por cento de seu novo capital social para o Itaú Unibanco.

Ao final de junho, o patrimônio dos negócios do Itaú Unibanco em seguros de carros e residências era de 950 milhões de reais, enquanto o da Porto Seguro estava em 2,1 bilhões de reais. Assim, o patrimônio líquido do grupo segurador combinado será de cerca de 3 bilhões de reais.

A junção das operações de seguro do Itaú Unibanco com a Porto Seguro vai criar um conglomerado com prêmios de 2,32 bilhões de reais em veículos e de 198 milhões de reais em residências.

Após a transferência dos ativos e passivos de seguros em veículos e residências do Itaú Unibanco, os controladores da Porto Seguro e do banco criarão uma nova empresa, a holding Porto Seguro Itaú Unibanco Participações SA (Psiupar).

Os controladores da Porto Seguro vão ficar com 57 por cento dessa holding e o banco com os 43 por cento restantes.

A Psiupar vai deter 70 por cento da Porto Seguro SA, listada no Novo Mercado da Bovespa, enquanto os outros 30 por cento ficarão em circulação no mercado.

Na sexta-feira, a Porto Seguro anunciou ter encerrado sem acordo discussões que vinha mantendo com o Bradesco.

Pelos termos da operação com o Itaú Unibanco, a instituição financeira poderá indicar dois dos sete membros do Conselho de Administração da seguradora.

"Não se espera que essa associação acarrete efeitos relevantes nos resultados deste exercício social", afirmou o Itaú Unibanco.

A Porto Seguro, maior seguradora de veículos do país, é controlada por Jayme Garfinkel, cuja família detém cerca de 57 por cento da companhia.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Lula telefonará a Obama para tratar de Colômbia e Honduras

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonará na próxima semana ao colega dos Estados Unidos, Barack Obama, para pedir ajuda ao governo deposto de Honduras e mais diálogo com os países da região sobre o avanço militar na Colômbia.

O presidente brasileiro, segundo disse um assessor que pediu anonimato, não aprovou a forma pela qual ocorreram as negociações para o aumento do efetivo militar norte-americano em território colombiano. Diversas nações sul-americanas criticaram o acordo e seu potencial risco à soberania da região. O dia exato da ligação não foi informado.

O Itamaraty negocia o contato telefônico entre Lula e Obama. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deve falar com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, para ajustar os termos da conversa.

A Colômbia anunciou na quarta-feira que espera acertar neste fim de semana o acordo militar com os Estados Unidos, que permitirá o uso de bases em território colombiano por soldados norte-americanos para operações contra o narcotráfico.

Honduras, outro assunto espinhoso, também está na pauta. O presidente brasileiro defenderá junto a Obama, com quem tem muito boas relações, mais pressão para promover o retorno do presidente eleito, Manuel Zelaya, ao posto de chefe de Estado.

Deposto por um golpe militar no final de junho por tentar viabilizar um segundo mandato --ato que fere a Constituição do país--, Zelaya esteve no Brasil na quarta-feira e pediu a Lula sua interferência para ajudar a convencer os EUA a aumentar o cerco sobre o governo interino.

De acordo com a fonte, ele teria feito um apelo também para que o mandatário brasileiro atue junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) para que o órgão edite uma resolução garantindo que não reconhecerá nenhum novo presidente hondurenho que seja eleito pelas mãos do governo interino. As eleições em Honduras ocorrem em novembro.

(Reportagem de Natuza Nery; Edição de Carmen Munari e Maria Pia Palermo)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Argentina e Brasil tentam suavizar asperezas em comércio


LUQUE, Paraguai (Reuters) - Os presidentes da Argentina e do Brasil se reuniram no Paraguai nesta sexta-feira, num esforço para superar as diferenças com relação ao comércio bilateral provocadas por algumas medidas argentinas consideradas protecionistas pelos industriais brasileiros.

A presidente da Argentina, Cristina Fernández, e o mandatário brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, concordaram em revisar as dificuldades produto por produto, numa reunião bilateral que tiveram em março na cúpula do Mercosul realizada nos arredores de Assunção.

"O que resolvemos é que vão se reunir em Buenos Aires ou em Brasília a ministra da Produção e seu par (brasileiro) para que analisem, regra por regra e atividade por atividade, e vejam onde há dificuldades", explicou a jornalistas a presidente Fernández.

A mandatária defendeu as medidas criticadas pelos industriais do Brasil, que buscam defender a indústria argentina no momento em que a crise econômica internacional golpeia o país.

"Não há restrições. Simplesmente instrumentos que estão no estatuto tanto do Mercosul quando da Organização Mundial do Comércio", afirmou Fernández.

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, que também participou da reunião, disse que a presidente argentina explicou que a quantidade de produtos afetados é relativamente pequena.

Além disso, o chanceler disse que a queda das exportações brasileiras para a Argentina havia se tornado um problema.

"O presidente Lula manifestou a preocupação de que, embora num quadro de dificuldades genéricas, as nossas exportações caíram de uma maneira acentuada para Argentina, cerca de 43 por cento."

O intercâmbio comercial bilateral de 2008 encerrou com um déficit de 4 bilhões de dólares para a Argentina.

(Reportagem adicional de Todd Benson)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Declaração de Lula sobre pizzaiolos incendeia Senado

BRASÍLIA (Reuters) - Uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira ateou fogo no plenário do Senado. Lula disse que os senadores são "bons pizzaiolos", o que causou uma imediata reação dos parlamentares.

"CPI é muito interessante para quem quer fazer carnaval, para quem quer investigar seriamente era preciso ter outro mecanismo", disse Lula a jornalistas. Perguntado sobre comentários de que a CPI acabaria em pizza, respondeu: "Depende, eles (senadores) são todos bons pizzaiolos".

Indignados, os senadores deram o troco e derrotaram no plenário a indicação de um diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Bruno Pagnoccheschi.

O líder do governo na Casa, e relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), pediu que a sessão fosse suspensa para evitar estrago maior para o governo.

"A irresponsabilidade do presidente está passando de todos os limites", afirmou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

A CPI da Petrobras foi instalada na véspera com controle da base governista, que ficou com a presidência e a relatoria da comissão e sob críticas da oposição de que a maioria do governo poderia fazer com que as investigações acabassem em pizza.

Aos jornalistas, Lula explicou que sua preocupação no momento é o novo marco regulatório do petróleo, cuja proposta está prevista para ser entregue para ele dentro de duas semanas.

"A mim não me preocupa (a CPI), eu quero anunciar ao Brasil qual é esse novo marco regulatório", disse após participar da cerimônia de posse do novo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Lula aproveitou também para criticar a oposição, afirmando que a "turma que queria privatizar ela (Petrobras), está hoje preocupada com a Petrobras... a oposição grita, eu trabalho", disse.

(Reportagem de Natuza Nery e Ray Colitt)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Dólar supera R$2 com nervosismo externo e aversão a risco

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve a maior alta percentual em mais de três meses ante o real nesta segunda-feira, ficando acima dos 2 reais pela primeira vez em quase quatro semanas, acompanhando o nervosismo no cenário externo e o aumento da aversão a risco.

A moeda norte-americana avançou 2,48 por cento, cotada a 2,023 reais para venda, maior nível desde 25 de maio, quando terminou a 2,025 reais.

É a mais forte alta do dólar desde 2 de março, sessão em que disparou 3,04 por cento.

"Hoje o que a gente tem é uma pressão muito forte vindo das commodities e isso está fazendo o dólar subir aqui e lá fora", considerou Luis Piason, gerente de câmbio da Corretora Concórdia.

Piason disse que o cenário está favorável a correções nas bolsas de valores, o que, segundo ele, também estimula um ajuste no mercado de câmbio.

No momento de maior desvalorização do dólar ante o real este ano, a divisa norte-americana chegou a cair 21,3 por cento. Para Piason, é provável que o dólar devolva parte dessa perda no curto prazo.

"Na realidade, as bolsas não estavam com fôlego para seguir em frente. É uma mini bolha especulativa que está estourando e o câmbio (local) está acompanhando esse contexto", acrescentou.

O front acionário espelhava o receio dos investidores quanto a uma recuperação verdadeira da economia. Na Europa, os índices fecharam no menor patamar em cinco meses, pressionados pela fraqueza dos preços do petróleo. A commodity teve recuo de 3,8 por cento.

Nos Estados Unidos, as bolsas de valores operavam em forte baixa no momento em que os negócios no câmbio doméstico se encerraram. O nervosismo lá fora contaminava em cheio o mercado de ações brasileiro. O principal indicador acionário da bolsa paulista cedia mais de 3 por cento no final da tarde.

Esse pessimismo era corroborado por um relatório do Banco Mundial divulgado nesta segunda-feira, que piorou seu prognóstico para a performance da economia global neste ano, para contração de 2,9 por cento, ante projeção anterior de queda de 1,7 por cento.

Para o Brasil, a entidade estima uma contração de 1,1 por cento neste ano, ante cenário anterior de crescimento de 0,5 por cento.

"O cenário lá fora dá condições para que os investidores apresentem um pouco mais de cautela e isso vai refletir em menores investimentos em bolsas e ativos de emergentes", afirmou o gerente de câmbio de um banco nacional que preferiu não se identificar.

No acumulado até 17 deste mês, os estrangeiros já tiraram do mercado acionário brasileiro 1,304 bilhão de reais.

Frente a uma cesta com as principais divisas mundiais, o dólar subia 0,5 por cento no final da tarde.

"A diminuição desse movimento ocorre em função do crescimento a aversão a risco que os mercados têm mostrado, pelo menos no curto prazo", completou.

No final da tarde, o Banco Central prosseguiu com os leilões de compra de dólares no mercado à vista. A taxa de corte da operação foi de 2,0235 reais.

Na roda de pronto da BMF Bovespa, segundo dados preliminares, o volume de dólar negociado no segmento à vista somava cerca de 1,4 bilhão de dólares.

(Reportagem de José de Castro)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dilma manteria pilares econômicos, diz Lula

Por Natuza Nery

BRASÍLIA (Reuters) - Pré-candidata do governo à sucessão, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) manterá os pilares macroeconômicos praticados pela atual administração caso seja eleita, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista exclusiva à Reuters nesta quarta-feira.

Segundo o presidente, Dilma foi escolhida por ele para concorrer às eleições de 2010 pelas afinidades compartilhadas.

"O fato de eu escolher a Dilma como minha sucessora é que ela tem muito a ver comigo. É mais pela semelhança que pela diferença."

Um eventual governo da ministra não faria aventuras, garante Lula. "A seriedade da política econômica vai continuar."

"Afinal de contas, se ela for eleita, vai ser eleita pelo sucesso (deste governo)", argumentou.

Sobre as diferenças entre os dois, porém, ele brinca: "Eu espero que seja diferente, porque se for para ser igual, fico eu." A frase, apesar do que aparenta, não remete a um polêmico terceiro mandato.

O futuro presidente, diz Lula, deve herdar um "novo PAC" (Programa de Aceleração do Crescimento) já com recursos previstos para 2011. Ele quer deixar para o sucessor uma "garantia de obra muito bem demarcada no Orçamento".

Perto de terminar seu segundo mandato como um dos presidentes mais populares da história, ele admitiu que deixará o governo com a frustração de não ter implementado uma lei que desburocratize a execução de obras de infraestrutura.

"Nós fizemos tanta exigência nos marcos regulatórios... que hoje eu acho que deveria, logo no primeiro ano (de governo), se soubesse que era assim, ter feito um projeto de lei para facilitar as coisas."

IPI PERMANENTE

Lula disse querer uma política permanente de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a indústria automotiva até que a crise financeira internacional seja superada.

"A minha posição é de que nós precisamos transformar isso em uma política permanente até você ter sinais totais de que a crise está debelada."

O presidente afirmou ainda não ter conversado com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o assunto, mas considera a medida um importante antídoto contra os efeitos da crise no Brasil.

A medida foi tomada em dezembro, após o auge da crise mundial, e prorrogada até o final deste mês. A redução do imposto ajudou a sustentar as vendas internas das montadoras.

Mantega verbalizou no início desta semana que não tem intenção de prorrogar pela segunda vez a redução do imposto.

Segundo o presidente, o governo está preparado para tomar medidas adicionais de estímulo à economia e defendeu de forma vigorosa a autonomia do Banco Central na definição do juro básico. "Não quero que número seja político", enfatizou.

Quanto ao desempenho da economia, que experimenta recessão técnica por ter apresentado contração por dois trimestres sucessivos, o presidente voltou a dizer que não foi o resultado que ele queria, mas acredita que o desempenho foi melhor do que seus adversários projetavam.

BRICs: COMÉRCIO EM REAL

Às vésperas de uma viagem internacional para encontrar os chefes de Estado de China, Índia e Rússia, os chamados Brics, Lula disse que tem interesse em implementar trocas comerciais em moeda local, substituindo o dólar, não só com essas mas com outras economias do mundo.

"O que queremos fazer com alguns parceiros comerciais, inclusive com o próprio Estados Unidos, é fazer com que a nossa moeda possa ser utilizada pelos nossos empresários. Ter que comprar dólar para pagar um produto que comprou dos Estados Unidos, eu quero pagar em real sem precisar comprar dólar", comentou.

Apesar da importância e da repercussão que o mero debate de uma alternativa ao dólar entre os emergentes gera, Lula afirmou que "isso não é uma coisa que você faz um acordo e começa a funcionar no dia seguinte".

Sobre os Brics --conceito formulado no mercado financeiro para descrever as principais economias emergentes--, o presidente defendeu uma ação conjunta das quatro nações para reformar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e outros organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Mudou a geografia do mundo", ressaltou. "Os países ricos não são mais os únicos que decidem a capacidade produtiva e de consumo do mundo."

Lula antecipou à Reuters a decisão de emprestar 10 bilhões de dólares para capitalizar o FMI no atual cenário de crise.

"A novidade boa é que os ricos entraram em crise e que os que eram emergentes estão dando uma contribuição enorme para salvar a economia e, consequentemente, salvar os países ricos."

Brasil emprestará US$ 10 bi ao FMI e voltará a ser credor da instituição

Anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Brasil vai adquirir bônus do Fundo Monetário, informou ele.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta quarta-feira (10) que o Brasil emprestará US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e, com isso, voltará a ser credor da instituição de crédito internacional, algo que não acontecia desde 1982. Os financiamentos ao FMI serão feitos por meio da compra de bônus (uma forma de título) do Fundo, informou Mantega.

Ajuda à comunidade internacional

De acordo com Mantega, os recursos serão emprestados pelo FMI a outros países em desenvolvimento com "escassez de capital". "É a primeira vez que isso acontece no caso brasileiro. O Brasil está encontrando as condições de solidez para emprestar recursos ao FMI. No passado, era o contrário: o FMI que socorria o Brasil quando era um país menos sólido. Agora, o Brasil acumulou as reservas para ajudar a comunidade internacional", disse o ministro.

Aplicação das reservas

Segundo o ministro da Fazenda, a operação será realizada assim que o FMI concluir o formato de emissão dos novos bônus que serão emitidos. "Assim que o FMI terminar essses bônus, faremos esse aporte de US$ 10 bilhões.

Na realidade, é uma aplicação que o Brasil está fazendo com parte das reservas", disse Mantega. De acordo com ele, as aplicações no FMI não terão impacto nas reservas internacionais, que continuarão sendo contabilizados como uma "disponbilidade de recursos".

Rendimento

Mantega não informou qual o rendimento que o Fundo Monetário Internacional oferecerá pelos bônus. "Não vamos esperar um grande rendimento, se não o FMI teria de repassar a um custo mais elevado aos países que precisam", disse o ministro.

Segundo ele, o Banco Central efetuará o resgate de parte das aplicações das reservas internacionais (que estão acima de US$ 200 bilhões aplicadas em títulos de outros países) para fazer o aporte ao FMI.

Mobilização de recursos

O Ministério da Fazenda informou que a contribuição do governo brasileiro para o FMI faz parte de um "esforço" para a mobilização de recursos para o FMI atender a outros países em dificuldades. Além do Brasil, a China comprará US$ 50 bilhões neste tipo de novo bônus, e a Rússia outros US$ 10 bilhões.

A necessidade de captação de recursos por parte do FMI, de acordo com o Ministério da Fazenda, é de US$ 500 bilhões. em relação aos níveis anteiores à crise financeira. O governo lembra que essa foi uma das concordâncias da cúpula do G-20 de Londres, realizada no início de abril.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Perdigão assume Sadia e busca expansão no exterior


Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A Perdigão assumiu sua rival Sadia em um negócio feito inteiramente em troca de ações, criando a Brasil Foods, empresa com faturamento anual superior a 20 bilhões de reais que pretende focar principalmente o mercado externo para sua expansão.

O negócio, que ocorre após várias semanas de negociações entre as duas empresas, deixará os acionistas da Perdigão com 68 por cento da Brasil Foods, enquanto os acionistas da Sadia ficam com 32 por cento.

A nova companhia deverá realizar uma oferta pública de ações em meados de julho para levantar 4 bilhões de reais, dinheiro que deverá, em parte, ser utilizado para saldar dívidas de curto prazo que possuem custo elevado.

A união das empresas, que já esteve perto de ocorrer outras vezes no passado, se desenhou a partir dos graves problemas financeiros da Sadia, que perdeu bilhões de reais em operações com derivativos cambiais depois que a crise econômica global mudou a direção da moeda brasileira no ano passado.

O real, que até então registrava forte valorização contra o dólar, passou a cair e fez com que as apostas da Sadia no mercado de câmbio gerassem perdas volumosas.

Sadia e Perdigão chegaram a trabalhar juntas no início da década na Brazilian Foods, uma associação para as vendas no mercado externo que não vingou.

Em 2005, a Sadia, então maior, lançou oferta hostil pela Perdigão, que a rejeitou.

Desde então, a Perdigão se expandiu, comprou concorrentes menores e avançou em lácteos, com a incorporação da Eleva e da Batavo, diversificando negócios e ganhando tamanho.

"Começamos a conversar sobre uma união há 10 anos, mas vocês têm que imaginar que uma associação desse porte é difícil e tem muitos aspectos a serem discutidos", afirmou a jornalistas Nildemar Secches, presidente do conselho da Perdigão e agora co-presidente do conselho da Brasil Foods, ao lado de Luiz Fernando Furlan, da Sadia.

"Provavelmente no curto prazo essa empresa se tornará o maior exportador de carne processada do mundo", disse Furlan no evento organizado para apresentar a nova companhia.

Como já haviam subido bastante nas últimas semanas, as ações das empresas apresentavam baixas após o anúncio do acordo. Por volta das 14h10, os papéis da Sadia caíam 1,9 por cento e os da Perdigão perdiam 4,2 por cento.

CRESCER FORA

A empresa resultante do negócio terá uma presença muito forte no varejo brasileiro. Juntas, Sadia e Perdigão dominam mais de 55 por cento do mercado de industrializados de carne e margarinas, e possuem parcelas ainda maiores em itens como massas prontas.

Assim, o negócio depende da aprovação dos órgãos de defesa da concorrência no Brasil.

Mas é no mercado externo que a Brasil Foods deve focar sua expansão, pelo que disseram Furlan e Secches em São Paulo.

"Queremos oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis em todos os lugares do mundo. Essa é a missão e a responsabilidade", afirmou o representante da Perdigão, acrescentando que a Brasil Foods buscará ampliar o número de mil clientes ativos no exterior atualmente.

A Brasil Foods deverá exportar 42 por cento de sua produção total. A companhia tem capacidade instalada de abater 1,7 bilhão de aves por ano e 10 milhões de suínos. Será responsável por quase a metade das exportações de carne de frango do Brasil, o maior exportador mundial com cerca de 40 por cento do mercado global.

Furlan acredita que a empresa terá capacidade de elevar no curto prazo seu faturamento para cerca de 30 bilhões de reais e afirmou que não vê sobreposições nas unidades industriais no Brasil. "Não há previsão de demissão no chão da fábrica", acrescentou.

Dispensas, no entanto, poderão ocorrer nas áreas não industriais, já que as companhias atuam nos mesmos mercados e possuem estruturas parecidas.

Secches ressaltou o aspecto de a produção de proteína animal ser altamente competitiva no Brasil, o que vai gerar condições para a empresa, agora mais robusta, ganhar mercado fora do país.

PROCESSO COMPLICADO

A união das companhias se dará por meio de uma complexa operação societária, com a criação de uma outra entidade, a HFF Participações.

Para o negócio se concretizar, os detentores de pelo menos 51 por cento das ações ordinárias da Sadia deverão repassar os papéis com direito a voto que detêm para a HFF.

Ao mesmo tempo, a Perdigão terá sua denominação alterada para Brasil Foods, que posteriormente vai incorporar as ações da HFF. A relação de troca, nesse caso, será de 0,166247 ação de emissão da Brasil Foods por cada ação ordinária da HFF.

A incorporação de ações da HFF pela Brasil Foods está condicionada à alienação, pela Sadia, da Concórdia Holding Financeira, que controla banco e corretora de mesmo nome, para outra sociedade de participações.

O comunicado declara ainda que a condição final para a associação é a comprovação, pela HFF, de que é detentora de mais de 51 por cento das ações ordinárias da Sadia.

As ações da Sadia em circulação no mercado serão, depois disso, incorporadas pela Brasil Foods. A relação de troca para os minoritários será de 0,132998 ação ordinária da Brasil Foods por cada ação ordinária ou preferencial da Sadia, equivalente a 80 por cento do valor atribuído aos controladores da empresa, como determinam as regras da Comissão de Valores Mobiliários em caso de alienação de controle.

Conforme as empresas, as ações da Brasil Foods continuarão a ser negociadas no Novo Mercado, ambiente da Bovespa que exige maior grau de governança corporativa e em que hoje está listada a Perdigão.

As empresas informaram que o acordo de associação pode ser rescindido no prazo de 15 dias se as condições incluídas no documento não forem cumpridas.

(Reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr., Cesar Bianconi e Guillermo Parra-Bernal)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Com corte de 1,0 ponto, BC põe Selic em menor patamar histórico

BRASÍLIA (Reuters) - O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu em 1,0 ponto percentual a taxa básica de juro brasileira, para 10,25 por cento ao ano, em decisão unânime e em linha com as expectativas do mercado.

O terceiro corte sucessivo foi inferior ao promovido em março, de 1,5 ponto, mas levou a Selic ao menor patamar da história.

A decisão se deu "avaliando o cenário macroeconômico e visando ampliar o processo de distensão monetária", afirmou o Copom em comunicado nesta quarta-feira.

Pesquisa da Reuters feita na última semana mostrou que 19 de 30 instituições previam corte de 1,0 ponto. Oito previam um novo corte de 1,5 ponto e três acreditavam em redução de 1,25 ponto.

A avaliação predominante dos analistas era de que sinais recentes de recuperação da economia brasileira, ainda que tênues, justificariam um corte menor da taxa básica de juros.

(Reportagem de Isabel Versiani)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Brasil monitora 20 possíveis casos de gripe suína

BRASÍLIA (Reuters) - Autoridades sanitárias brasileiras monitoram o estado de saúde de 20 pessoas que apresentam alguns sintomas da gripe suína, que já matou 149 pessoas no México e se espalhou para sete países.

Dos casos notificados ao Ministério da Saúde, ao todo quatro pacientes estão no Paraná, três em Minas Gerais, outros três no Amazonas e mais três em Santa Catarina. Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Norte apresentam dois possíveis casos cada um. E o Pará tem um caso possível da doença.

Após a confirmação de casos da doença em Nova Zelândia, Reino Unido, e Espanha, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta terça-feira estender a triagem de passageiros que desembarcam no Brasil também para voos provenientes desses países.

Passageiros de voos do México, EUA e Canadá já estavam sujeitos a uma fiscalização por parte da Anvisa para verificar se há pessoas com sintomas da gripe. Os viajantes com sinais da doença serão encaminhados diretamente dos aeroportos para hospitais de referência.

A Secretaria Especial de Portos da Presidência da República informou em nota que também serão intensificadas as medidas de prevenção nos portos de todo o país.

Entre elas estão orientação a viajantes que chegarem ou que forem para áreas afetadas pela doença, identificação de casos suspeitos e limpeza e desinfecção de navios provenientes de regiões atingidas, incluindo a gestão de resíduos sólidos.

De acordo com o Ministério da Saúde, em todos os casos sob investigação no país os pacientes estiveram em locais onde houve confirmação da doença, como o México, os EUA e o Canadá. Esses casos continuam sendo monitorados pelas Secretarias Estaduais de Saúde.

Segundo o ministério, no entanto, nenhum dos pacientes preenche a definição de caso suspeito conforme critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que inclui uma febre repentina superior a 38 graus, acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse, dificuldade respiratória, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, além de ter estado no México, no Canadá ou nos Estados Unidos nos últimos dez dias.

Na terça-feira, a direção do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou que os três pacientes que foram hospitalizados com sintomas da gripe suína continuavam internados, apesar de apresentarem quadro estável.

Um casal que chegou de Cancún na própria segunda-feira e um homem que chegou de Nova York há alguns dias foram internados por apresentarem febre, coriza, tosse e outros sintomas após chegarem de áreas onde há confirmação da incidência da gripe suína.

Segundo a direção do hospital, o resultado dos exames feitos nos pacientes para verificar se foram ou não infectados pela gripe suína devem ser divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na quarta-feira.

Um dos casos da Bahia refere-se a um homem de 40 anos que foi internado na noite de segunda-feira no hospital Otávio Mangabeira, em Salvador, apresentando febre e dor de garganta.

"Ele é brasileiro, vive em Boston e tem parentes em Salvador. Nós estamos monitorando o caso", disse Maria de Fátima Sá Guirra, epidemiologista da Secretaria Estadual da Saúde da Bahia.

"TERRORISMO"

"Até o momento, não há evidências de circulação do novo subtipo do vírus da influenza suína A (H1N1) no Brasil", informou o Ministério da Saúde em uma nota na noite de segunda-feira.

No comunicado, o ministério afirmou que todas as recomendações da OMS estão de acordo com medidas já adotadas no país, "em especial aquelas referentes à não restrição às viagens internacionais e à orientação para procura de atendimento médico, no caso dos viajantes procedentes das áreas afetadas que apresentem sintomas compatíveis com a influenza suína".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não há motivo para fazer "terrorismo" em cima da doença no Brasil.

"O Brasil está preparado, nós temos remédios para atender as pessoas, vamos fazer fiscalização rígida nos aeroportos, para que a gente evite que essa doença chegue ao Brasil", disse Lula. "Esse é um momento de cautela, um momento de prevenção, e não um momento de se fazer terrorismo com uma coisa que não chegou aqui."

O novo vírus já matou até 149 pessoas no México, e a OMS elevou na segunda-feira o seu nível de alerta contra a gripe suína para a fase 4 (numa escala que vai de 1 a 6), indicando um risco ampliado de pandemia (epidemia global). A última pandemia, da chamada "gripe de Hong Kong", em 1968, matou cerca de 1 milhão de pessoas.

Além dos casos no México, EUA e Canadá, a doença foi registrada também na Espanha, na Escócia, em Israel e na Nova Zelândia.

MISSIONÁRIOS EM QUARENTENA

Um grupo de sete missionários mexicanos foi posto em quarentena ao desembarcar na manhã desta terça-feira, em Belo Horizonte, por temor de serem portadores do vírus da gripe suína.

O grupo chegou do México no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, na segunda-feira, e seguiu de ônibus para Belo Horizonte. A Secretaria de Saúde de Belo Horizonte já havia sido alertada sobre a chegada dos missionários e os abordou ainda na rodoviária da capital.

A secretaria informou que os missionários não apresentam nenhum sintoma, mas foram orientados a manter isolamento até que seja afastado o risco de estarem contagiados pela doença --que, segundo infectologistas, se manifesta entre seis e dez dias.

(Por Ana Paula Paiva e Fábio Murakawa, com reportagem adicional de Marcelo Portela e Pedro Fonseca)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Governo propõe salário mínimo de R$ 506,50 a partir de 1º de fevereiro

Valor seria relativo ao pagamento de janeiro.
Governo prevê crescimento de 4,5% e taxa de juros de 10,2% em 2010.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o governo federal está propondo um salário mínimo de R$ 506,50 no ano que vem. O primeiro pagamento com o novo valor seria depositado em 1º de fevereiro, referente a janeiro. A proposta está incluída no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias enviada nesta quarta-feira (15) ao Congresso.

Atualmente, o salário mínimo é de R$ 465. O último reajuste aconteceu em fevereiro deste ano.

Segundo Bernardo, a proposta contempla a expectativa de inflação deste ano e a previsão de crescimento do PIB em 2008. Mais cedo, o Ministério do Planejamento anunciou a exclusão da Petrobras do cálculo do superávit primário.



Depois de prever um crescimento econômico de 2% para o Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, o governo federal informou que a expectativa é de uma expansão muito maior em 2010: de 4,5% –mais do que o dobro do estimado para 2009.

"Estamos trabalhando com a recuperação da economia em 2010. Um crescimento de 4% a 4,5%", informou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em 2011, a previsão é de um crescimento econômico de 5% para o PIB.

Tendo por base projeções do mercado financeiro, o governo estimou ainda um recuo da taxa básica de juros básicos da economia brasileira. A previsão é de uma taxa Selic média de 10,8% neste ano, de 10,2% em 2010, de 10% em 2011 e de 9,99% em 2012.

O governo também espera uma subida no preço do petróleo, que passaria de US$ 47,27 p preço do barril em 2009, para US$ 56 em 2010, para US$ 61 em 2011 e para US$ 64,24 em 2012.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Bovespa decola 6% após mapa do socorro a bancos nos EUA

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O detalhamento do plano para livrar grandes bancos dos Estados Unidos de ativos podres provocou uma onda de euforia na Bovespa, cujo principal índice teve a maior alta diária em 12 semanas.

Com um salto de 5,89 por cento nesta segunda-feira, o Ibovespa alçou os 42.438 pontos --maior nível desde 6 de fevereiro. O giro financeiro da sessão foi de 4,77 bilhões de reais.

"O investidor gostou de ter sabido detalhes do plano para bancos", resumiu Ernesto Leme, diretor da Claritas Wealth Management, referindo-se às explicações do secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner.

Pela manhã, ele detalhou os termos do plano para limpar os balanços de grandes bancos, envenenados com os chamados ativos tóxicos. O plano consiste em parcerias público-privadas, com as quais o governo espera atrair investidores privados.

De saída, o Tesouro vai colocar até 100 bilhões de dólares --valor que, somado ao capital privado, pode alcançar 1 trilhão de dólares.

Foi o suficiente para tirar da defensiva vários investidores, que correram a comprar ações de bancos e de empresas de energia, setores que conduziram uma disparada de 6 a 7 por cento dos principais índices de Wall Street.

O mercado celebrou ainda a divulgação de um dado mostrando que a venda de moradias usadas nos Estados Unidos aumentou 5,1 por cento em fevereiro, a maior alta desde julho de 2003.

A bolsa paulista partilhou desse otimismo, em meio ao ingresso de recursos de estrangeiros, os mesmos investidores que já injetaram 550 milhões de reais em ações de empresas domésticas nos primeiros 17 dias de março.

BANCOS NO BRASIL

Antevendo o restabelecimento do crédito no plano internacional, os investidores também buscaram papéis de instituições financeiras domésticas. Um dos líderes de ganhos foi Itaú, saltando de 9,6 por cento, a 26,75 reais.

O banco anunciou nesta tarde que exerceu opção de compra de 3,6 por cento das ações da Redecard, o que lhe deu o controle majoritário da companhia.

Em linha com o mercado global de commodities, que também teve um dia de fortes altas, as blue chips domésticas ajudaram a levantar o índice. Petrobras saltou 6,05 por cento, para 30,86 reais. Vale subiu 4,8 por cento, a 28,40 reais.

Na contramão restou Gol, que desabou 7,05 por cento, a 7,25 reais. A companhia divulgou na madrugada de sábado que teve prejuízo de 687 milhões de reais no último trimestre de 2008, elevando a perda do ano a 1,4 bilhão de reais. E anunciou também um aumento de capital de 203,5 milhões de reais.

(Edição de Daniela Machado)

terça-feira, 3 de março de 2009

Vale ajuda alta da Bovespa em meio a desânimo

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Depois de um dia inteiro de muita volatilidade, o mercado acionário brasileiro encerrou enfraquecido e desanimado com a falta de boas notícias, mas resistiu à queda de Wall Street e conseguiu fechar em leve alta.

No auge da melhora ao longo do dia, motivada por declarações otimistas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o Ibovespa chegou a ultrapassar os 37 mil pontos, recuando para 36.467 pontos no fechamento, uma alta de 0,64 por cento em relação à véspera. O volume financeiro foi de 3,9 bilhões de reais.

A ajuda no mercado brasileiro veio principalmente dos papéis da mineradora Vale, puxados para cima pela melhora das commodities no cenário internacional e recomendações de compra das ações da companhia por grandes bancos.

A empresa está em plena negociação para fechar o preço do minério para 2009 e analistas já reduziram o tamanho do desconto que o produto deve receber. Em outubro de 2008 chegou a se pensar em queda de 80 por cento e atualmente se especula algo entre estabilidade e queda de 20 por cento.

"A Vale passou o dia todo forte, chegou a subir mais de 4 por cento, ajudou a segurar o mercado", destacou o o analista Gustavo Alcântara, da SLW Corretora.

Em contrapartida, as ações da Petrobras encerraram o dia em queda, mesmo com a alta de quase 4 por cento do petróleo, refletindo perspectivas pessimistas para o balanço da companhia que será divulgado na sexta-feira. Segundo analistas, o lucro será menor do que no trismetre anterior devido à queda do preço da commodity.

As ações da Petrobras, as mais negociadas, encerraram o dia em tímidos 24,80 reais, queda de 0,88 por cento.

"O balanço não deve vir bom por causa do preço do petróleo e o mercado teme dificuldades da empresa em reduzir o custo operacional", explicou o analista.

Para o analista da SLW, ainda faltam notícias positivas mais concretas para estimular o mercado, e a tendência é de que a semana continue em ritmo lento.

"O mercado ainda está muito fragilizado. Para ter uma melhora consistente tem que vir melhora do mercado norte-americano, o que não está acontecendo", avaliou o analista.