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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Bovespa acompanha otimismo global e sobe 7,6%

Investidores acreditam em novo plano de ajuda aos mercados nos EUA.
Em setembro, bolsa brasileira acumulou perdas de 11%.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) mostrou reação e fechou com forte alta nesta terça-feira (30) após o turbulento pregão da véspera, que teve as negociações interrompidas após queda de 10% nos indicadores. O índice Ibovespa - principal referência para o mercado brasileiro - fechou o dia com valorização de 7,63%, aos 49.541 pontos, intensificando a tendência de alta nos momentos finais da sessão. O movimento financeiro ficou na casa dos R$ 4,8 bilhões.

Com o resultado, a bolsa brasileira terminou o mês de setembro com desvalorização acumulada de 11,02%. No ano de 2008, as perdas já chegam a 22,45%.

O principal motivo para a alta dos indicadores é a expectativa de que os congressistas americanos possam aprovar um novo plano de ajuda, semelhante ao que foi rejeitado ontem pela Câmara dos EUA. Também correm rumores de que os bancos centrais podem cortar juros como forma de estimular a liquidez.

"O mercado está agindo na expectativa de que outro plano vai ser apresentado com modificações.. está começando a acreditar que haverá uma aprovação", disse Newton Rosa, economista da SulAmérica Investimentos.

O clima de otimismo se reflete em em Nova York, onde as bolsas também operam de olho numa possível solução para a crise. Depois de ter registrado a maior queda em pontuação da história, o índice Dow Jones mostrava alta de 3,84%, por volta das 17h de Brasília.


Discursos

Os investidores também acompanharam a reação das autoridades mundiais frente à crise no setor financeiro. O presidente dos Estados Unidos, George Bush, disse que "estamos numa situação urgente e as conseqüências ficarão piores a cada dia". Na segunda-feira (29), o presidente se disse desapontado com a atitude dos congressistas, que, por 228 votos a 205, disseram "não" ao plano de US$ 700 bilhões para ajudar os bancos.

Já o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou que a raiz dos problemas enfrentados pelas instituições financeiras está na incapacidade destas de calcular os riscos de suas operações. "As falhas nos sistemas de gestão de risco demonstraram ser fatores determinantes na acumulação de riscos a longo prazo", disse Trichet ao receber, em Frankfurt, o prêmio de "Banqueiro do ano 2007".


Panorama internacional

Outros mercados também mostraram poder de recuperação. As bolsas de valores da Europa fecharam em alta nesta terça-feira (30), recuperando parte do terreno perdido após terem atingido o menor nível em três anos e meio na véspera.

Na Ásia, as bolsas permaneceram em turbulência e encerraram em forte queda, ainda sob efeito das notícias de ontem. O índice Nikkei 225 da bolsa de Tóquio registrou baixa de 4,12%, seu nível mais baixo em três anos. O índice MSCI de ações da Ásia-Pacífico, excluindo o mercado japonês, caiu 3,1%.

Dólar cai quase 3% nesta terça mas salta 16,8% no mês

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em forte queda nesta terça-feira seguindo a recuperação dos principais mercados acionários com a expectativa de que o plano bilionário de ajuda ainda seja aprovado.

A moeda norte-americana caiu 2,95 por cento, a 1,906 real. Ainda assim, no mês de setembro, a divisa acumulou forte alta de 16,79 por cento, maior valorização mensal em seis anos. Em Nova York, os principais índices acionários subiam mais de 4 por cento, enquanto que a Bovespa saltava 4,8 por cento.

(Por Fabio Gehrke)

Lula e Chávez vêem riscos na crise mas se acham bem preparados

MANAUS (Reuters) - Os presidentes do Brasil e da Venezuela, Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, afirmaram nesta terça-feira que os dois países estão mais bem preparados para enfrentar a crise financeira internacional.

Eles ponderaram, no entanto, que uma recessão da economia norte-americana pode afetar a América do Sul.

"A crise é muito séria e tão profunda que ainda não sabemos o tamanho. Nós aqui (no Brasil) estamos em uma situação muito mais tranquila, mas não é que não corramos riscos", disse Lula a jornalistas depois de assinar acordos de cooperação com a Venezuela.

"Temos tomado medidas nos últimos anos que têm nos dado maior nível de solidez...Nós temos corta-fogo", afirmou Chávez, que assim como Lula, reconheceu que nenhum país está imune às consequências da crise.

(Reportagem de Fernando Exman)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Dólar sobe 6% e fecha a R$ 1,96 com rejeição de pacote nos EUA

Patamar é o mais alto desde setembro de 2007.
Na Bovespa, queda de 10% suspendeu operações.

O dólar disparou 6% nesta segunda-feira (29) com o agravamento do cenário internacional após a rejeição nos Estados Unidos do pacote de resgate ao setor financeiro.

A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,964 real, em alta de 5,99%, maior valorização percentual diária desde 2002, quando o mercado refletia as incertezas com as eleições daquele ano. O fechamento foi o mais alto desde setembro de 2007.

"O temor que o mercado tem é quando não consegue precificar, não consegue saber o que vai acontecer. Talvez a gente tenha batido nessa situação nesse exato momento", disse Marcos Forgione analista da Hencorp Commcor Corretora. Refletindo o nervosimo generalizado, as bolsas de valores derretiam. O principal índice da Bovespa ultrapassou 10% de perdas pela primeira vez desde 1999, o que causou a suspensão das operações por alguns minutos durante a tarde. Nos Estados Unidos, os principais índices operavam em queda de mais de 6%.

Por 228 votos a 205, o pacote de regaste de 700 bilhões de dólares foi rejeitado na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira. O plano proposto em 20 de setembro foi derrotado por parlamentares, tanto republicanos quanto democratas, céticos em relação à necessidade e à eficácia dele.

"A situacao é crítica, realmente o mercado não esperava (a rejeição do pacote) de maneira geral", comentou Forgione.

Neste cenário de enorme incerteza, os analistas dizem que o melhor é esperar.

"Eu acho que é um momento de preocupação, momento de não fazer nada", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair corretora.

Nesta segunda-feira, o Banco Central vendeu apenas 11 mil contratos dos 42,4 mil ofertados em um leilão de swap cambial reverso, em uma operação equivalente a aproximadamente US$ 527 milhões.

Para Battistel, apesar do baixo número de propostas aceitas nesse leilão, o fato não teve grande influência no mercado de câmbio. "Estamos sendo arrastados pelo mercado internacional".

Otimismo do pré-sal reforça boa avaliação de Lula--CNI/Ibope

BRASÍLIA (Reuters) - O otimismo gerado pela descoberta da camada pré-sal, que pode transformar o Brasil em um dos maiores produtores mundiais de petróleo, é o novo elemento que impulsiona a boa avaliação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e sua popularidade.

A avaliação foi feita pelo diretor da CNI, Marco Antonio Guarita, após mais uma rodada em parceria com o Ibope, divulgada nesta segunda-feira, que mostrou o governo Lula com 69 por cento de aprovação, sua melhor avaliação desde o primeiro mandato.

Na pesquisa anterior, realizada em junho, o governo Lula tinha 58 por cento de aprovação, considerando os que o consideram como ótimo ou bom. A avaliação positiva do governo Lula só é inferior a obtida pelo governo José Sarney, em 1986, com 72 por cento, no auge do Plano Cruzado, disse a coordenação da pesquisa.

"São três os fatores que explicam o resultado: O desempenho da economia, a reversão da trajetória da inflação e o otimismo associado...ao potencial de exploração do petróleo com o pré-sal", disse Guarita.

A avaliação ruim ou péssima do governo Lula caiu para 8 por cento, chegando pela primeira vez à casa de um dígito. Em junho, o índice dos que reprovavam o governo era de 12 por cento.

A pesquisa CNI/Ibope não capturou a percepção do brasileiro sobre a crise dos Estados Unidos. Ao contrário, mostra um sentimento otimista quanto à economia do país.

"O ânimo da população brasileira em relação ao futuro da economia...ainda não sofreu qualquer impacto pela crise econômica internacional", afirmou Guarita.

A aprovação do presidente Lula subiu de 72 por cento, em junho, para 80 por cento em setembro. A confiança em Lula chegou a 73 por cento, ante 68 por cento em junho.

A nota média ao governo Lula passou de 7 em junho para 7,4 em setembro.

A pesquisa mostrou queda de 52 por cento para 40 por cento entre entrevistados que acreditam no crescimento das taxas de desemprego.

O Ibope entrevistou 2002 pessoas em 141 municípios entre os dias 19 e 22 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

(Reportagem de Natuza Nery)

Wall St despenca com medo de rejeição pela Câmera

NOVA YORK (Reuters) - O mercado norte-americano ampliou as perdas nesta segunda-feira, com o índice S&P 500 apresentando queda de mais de 7 por cento, com temores de que a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos não irá aprovar o pacote de resgate do setor financeiro de 700 bilhões de dólares com o início da votação.

O índice Nasdaq registrou queda de mais de 6 por cento.

As ações também apresentavam fortes quedas depois de o banco Wachovia ter se tornado o último grande banco norte-americano a sucumbir à crise de crédito global quando concordou em vender a maior parte de seus ativos ao Citigroup

Às 15h02 (horário de Brasília), o índice Dow Jones, recuava 4por cento, para 10.697 pontos. O índice Standard & Poor's 500 tinha desvalorização de 5,3 por cento, a 1.148 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq tinha queda de 5,7 por cento, para 2.058 pontos.

(Reportagem de Steven C. Johnson)

Após circuit break, índice mantém queda de mais de 10%

SÃO PAULO (Reuters) - A Bolsa de Valores de São Paulo mantinha as perdas na reabertura dos negócios desta segunda-feira, depois do pregão ter sido interrompido quando o Ibovespa ultrapassou 10 por cento de queda pela primeira vez desde 1999.

Às 15h38, o índice registrava desvalorização de 10,6 por cento, para 45.402 pontos. O giro financeiro era de 3,72 bilhões de reais.

Os investidores reagiam à notícia de que a Câmara dos Deputados dos Estado Unidos rejeitou o plano de 700 bilhões de dólares para salvamento do setor financeiro do país.

Em Wall Street, o índice Dow Jones tinha queda de 4,61 por cento. O S&P 500 despencava 6,2 por cento.

Câmara dos Deputados dos EUA rejeita pacote de resgate

WASHINGTON (Reuters) - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos rejeitou por 228 votos a 205 o pacote de resgate de Wall Street que autorizaria o Tesouro a gastar 700 bilhões de dólares em ativos hipotecários ruins dos bancos para acalmar a crise de crédito.

O plano, proposto pelo governo Bush em 20 de setembro, foi derrotado por céticos de ambos os partidos que questionavam a necessidade e a eficácia dele.

A Casa Branca havia dito que o Congresso precisava agir rapidamente sobre o pacote para evitar um desastre econômico.

(Por Kevin Drawbaugh e Patrick Rucker)

domingo, 28 de setembro de 2008

Bush diz que pacote evitará que economia dos EUA quebre

Presidente expressou confiança de que plano será aprovado rapidamente.
Congresso ainda precisa aprovar ajuda de US$ 700 bilhões aos bancos.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse neste domingo (28) que o pacote de resgate de US$ 700 bilhões a Wall Street que está sendo finalizado pelo Congresso fornece as ferramentas e os recursos para proteger a economia do país de uma quebra geral.

Ele expressou confiança de que o plano será aprovado rapidamente. "Esse plano envia um forte sinal ao mundo de que os EUA estão agindo seriamente na restauração da confiança e da estabilidade do nosso sistema financeiro", disse Bush, em comunicado.


"Sem o plano de resgate, os custos para a economia norte-americana seriam desastrosos."


O senador republicano, Judd Gregg, anunciou, neste domingo (28), que os legisladores norte-americanos chegaram a um acordo sobre os detalhes do plano de resgate do setor financeiro, que será agora levado para votação no Congresso.

"Demos ao secretário (do Tesouro, Henry Paulson) a autoridade e os recursos e a flexibilidade necessários - que ele sente que são necessários - e, claro, é ele que tem a última palavra para poder avançar e estabilizar os mercados de crédito e liberar os mercados de crédito", disse Gregg aos jornalistas, após divulgar o projeto acordado.

A expectativa é que o pacote seja votado na Câmara dos Deputados na segunda-feira (29) e até quarta (1º) no Senado.

O programa de resgate, proposto na semana passada pelo governo, prevê o uso de US$ 700 bilhões para a compra de títulos podres em poder dos bancos. A intenção é desbloquear o fluxo de crédito, que atualmente está paralisado pela presença desses ativos "tóxicos" nos balanços das instituições financeiras.

O presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados, o democrata Barney Frank, disse que a Câmara votará o projeto na segunda.

Já o Senado enfrenta problemas mais complexos para aprová-lo. Os líderes precisam determinar se algum senador está considerando obstáculos processuais para desacelerar o processo. Além disso, um feriado judaico irá parar os trabalhos na segunda-feira e eles serão retomados apenas na terça-feira.

"O mais cedo que o Senado pode trabalhar nisso é na quarta-feira", disse uma fonte à agência Reutes, que preferiu não ser identificada.

Acordo

Líderes do Congresso norte-americano e representantes do governo Bush fecharam na madrugada deste domingo as linhas gerais do acordo.

Um comitê de legisladores já havia anunciado um princípio de acordo na última quinta. O pacto foi quebrado após o protesto de republicanos à ampla intervenção pública na economia.

Antes de entrar na reunião deste sábado, um grupo de republicanos insistiu em que, ao invés de comprar os títulos, o governo deveria coordenar um fundo com dinheiro privado que ofereça garantias de pagamento dos títulos podres.

Os democratas se mostraram dispostos a incorporar essa idéia ao programa final, embora só como uma das opções à disposição do Tesouro, e não como uma alternativa ao plano original.

Presidenciáveis

O candidato do Partido Democrata à Casa Branca, Barack Obama, e o republicano John McCain disseram neste domingo que deverão apoiar o plano.

Em comunicado à imprensa, Obama afirmou que o acordo parece conter os quatro princípios que ele defendia: supervisão do plano por uma comissão independente; a possibilidade de o governo federal e, assim, os contribuintes, serem ressarcidos; mais ajuda para os proprietários de imóveis com problemas; e regras claras sobre a compensação de executivos de instituições socorridas.

Em entrevista à CBS, Obama acrescentou: "Minha inclinação é apoiar. Temos que lembrar como chegamos aqui. Não para encontrar culpados, mas para entender as escolhas que enfrentará o próximo presidente."

Questionado se apoiaria o plano, McCain disse: "Espero que sim". Para ele, o acordo seria algo que as pessoas teriam que "engolir" e seguir em frente.

Déficit nos EUA pode chegar a US$ 1 trilhão

WASHINGTON - Mesmo que o pacote de resgate estabilize o sistema financeiro americano no curto prazo, o próximo presidente dos Estados Unidos vai herdar um enorme desequilíbrio na economia. O déficit do orçamento deste ano fiscal, que termina dia 30 de setembro, ficou em US$ 407 bilhões. Para o ano que vem, a estimativa era de US$ 482 bilhões. Mas com o plano de resgate de US$ 700 bilhões - mais os US$ 200 bilhões para Fannie Mae e Freddie Mac, US$ 85 bilhões para AIG, e outros - o buraco do orçamento vai crescer muito. Especialistas estimam que o déficit fique entre US$ 700 bilhões e US$ 1 trilhão.


O aumento do déficit projeta uma sombra de incerteza sobre o valor do dólar a longo prazo. No curto prazo, o apetite por ativos americanos continua muito grande - a remuneração dos títulos do Tesouro caiu a quase zero na semana passada, demonstrando que os investidores ainda os consideram os mais seguros do mundo. Mas a longo prazo, a disposição dos estrangeiros, principalmente chineses, japoneses e países produtores de petróleo, de financiarem o déficit americano pode diminuir, à medida que aumenta o déficit e a dívida dos EUA. Existe desconfiança em relação à sustentabilidade das contas públicas americanas e ao potencial de o governo se financiar pela via inflacionária (o que iria corroer o valor dos ativos).


Faz parte do pacote do resgate o aumento do limite de endividamento dos EUA, dos atuais US$ 10,6 trilhões para US$ 11,3 trilhões. Hoje, a dívida pública está em US$ 9,6 trilhões. Isso equivale a 65% do PIB - bem melhor do que o Japão, 182% do PIB, ou Itália, 106% - , mas historicamente é um dos níveis mais altos nos EUA.


O agravamento do desequilíbrio das contas públicas aumentará a urgência de reforma da previdência e do sistema de saúde americano, as maiores fontes dos déficits projetados. De acordo com o Escritório de Responsabilidade do Governo, nos próximos 75 anos o governo vai gastar US$ 41 trilhões mais nesses benefícios do que vai receber em contribuições. A Previdência vai se tornar deficitária em 2011. Se não forem feitas as reformas, o déficit de orçamento, estimado em quase 4% do PIB em 2009, poderia chegar a 20%.


O secretário do Tesouro, Henry Paulson, fez questão de dizer que o governo espera recuperar grande parte dos US$ 700 bilhões com a venda dos papéis comprados dos bancos, e que não afasta a possibilidade de lucrar com o negócio. Mas isso levará um bom tempo, na espera de normalização do mercado e de preços mais razoáveis, ou provavelmente o Tesouro irá manter esses títulos em carteira até o vencimento. Além disso, uma provisão que pode ser incluída na lei exigirá que o presidente dos EUA encontre uma forma de os bancos reembolsarem o governo, caso o Tesouro tenha perdas na venda dos títulos, após cinco anos da compra.


Até agora, nem os candidatos, nem a Casa Branca explicaram como vão financiar esses resgates, com cortes de quais gastos ou aumento de quais impostos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Bovespa cai com Indefinição nos EUA; Sadia e Aracruz desabam

SÃO PAULO (Reuters) - O revés nas negociações em torno do plano de socorro ao sistema financeiro nos Estados Unidos empurrava os investidores para a ponta vendedora de ações na Bolsa de Valores de São Paulo nesta sexta-feira. O movimento negativo era acentuado por perdas acentuadas dos papéis da Sadia e da Aracruz.

Às 11h49, o Ibovespa registrava desvalorização de 3,05 por cento, aos 50.247 pontos. O giro financeiro do pregão era de 1,5 bilhão de reais.

A reviravolta nas conversações entre congressistas norte-americanos para votação do megaplano de 700 bilhões de dólares para socorrer instituições financeiras, que parecia perto de um acordo, punha o mercado em alerta.

"A tendência é que o plano seja aprovado, mas aparentemente não vai ser tão fácil quanto parecia", disse Gustav Gorski, economista-chefe da corretora Geração Futuro.

Em Wall Street, o índice Dow Jones caía 0,36 por cento, enquanto o S&P 500 recuava 1,12 por cento.

O mercado acionário doméstico, no entanto, tinha um fator adicional de incerteza devido aos anúncios de que grandes empresas listadas na Bovespa tiveram portentosas perdas com operações cambiais, por causa da crise internacional.

Sadia despencava 28,1 por cento, a 6,68 reais. A companhia alimentícia admitiu na noite de quinta-feira que operações desse tipo geraram uma perda de 760 milhões de reais.

Em relatório, o banco UBS Pactual manteve a recomendação de venda para as ações da empresa. Em outro documento, a corretora Ativa estimou que o desfalque fará a Sadia sair de um lucro projetado de 536 milhões de reais para um prejuízo de 224 milhões de reais em 2008.

Também na quinta-feira a Aracruz revelou que teve o mesmo tipo de ocorrência, embora não tenha informado o tamanho do prejuízo. Sua ação desabava 15,2 por cento, a 7,13 reais.

"Agora, os investidores começam a olhar com lupa as informações das empresas que não têm uma gestão financeira muito boa para saber se elas também foram afetadas", disse Gorki.

Pelo sim, pelo não, os investidores concentravam ordens de venda sobre ações de empresas exportadoras, que utilizam dessas operações com maior frequência. Perdigão perdia 6,52 por cento, para 35,99 reais. Companhia Siderúrgica Nacional recuava 6,3 por cento, valendo 43,25 reais. Vale tinha queda de 3,6 por cento, cotada a 34,54 reais.

Nokia vai revelar celular com tela sensível a toque em outubro

Por Tarmo Virki

HELSINQUE (Reuters) - Maior fabricante mundial de telefones celulares, a Nokia lançará o primeiro celular da marca com tela sensível ao toque na próxima semana em um evento em Londres, disseram duas fontes do setor à Reuters nesta sexta-feira.

Fabricantes de aparelhos de menor porte -- LG, Apple e Samsung -- lançaram inúmeros telefones celulares populares com tela sensível ao toque nos últimos dois anos.

Ambas as fontes disseram que a Nokia estava pronta para revelar o aparelho, chamado de "Tube", em 2 de outubro. Uma porta-voz da Nokia se recusou a comentar.

"O aparelho é extremamente importante. Nós temos esperado pela resposta da líder do mercado ao iPhone (da Apple) há um ano e meio. Há muita pressão sobre a Nokia", disse Carolina Milanesi, analista da Gartner.

A Nokia já havia informado em julho que apresentaria este ano o primeiro celular da companhia com tela sensível ao toque, e que iria vendê-los mais barato que os modelos rivais do mesmo tipo, para poder entrar em um mercado de maior volume.

"A perspectiva de demanda em mercados emergentes, como a Índia, é boa para celulares baratos com tela sensível ao toque", disse Hannu Rauhala, analista do Pohjola Bank.

Kai Oistamo, chefe da divisão de aparelhos da Nokia, disse que a empresa finlandesa está totalmente comprometida a trazer um portfólio completo de produtos sensíveis ao toque ao mercado, tanto sofisticados quanto mais simples.

Rússia ordena modernização de sistema de dissuasão nuclear

CAMPO DE TESTES DE DONGUZ, Rússia (Reuters) - O presidente russo, Dmitry Medvedev, anunciou na sexta-feira planos de atualizar seu sistema nuclear até 2020, o que incluiria um sistema de defesa espacial e novos submarinos nucleares.

"É necessário garantir um sistema de dissuasão nuclear para várias circunstâncias políticas e militares, até 2020", disse Medvedev a chefes militares russos, depois de um exercício militar em Orenburg, na região dos Urais.

"Planeja-se a construção em larga escala de novos tipos de navios de guerra, especialmente submarinos nucleares armados com mísseis cruzadores e submarinos multipropósito. Um sistema de defesa aéreo e espacial também será criado", disse Medvedev.

(Por Dennis Dyomkin)

http://br.reuters.com/resources/r/?m=02&d=20080926&t=2&i=6156322&w=&r=2008-09-26T143455Z_01_BSPE48P14IA00_RTROPTP_0_MUNDO-RUSSIA-ARMAMENTOS

Crédito segue em alta no país e alcança 38% do PIB em agosto

Por Renato Andrade

SÃO PAULO (Reuters) - A falta de dinheiro no mercado de crédito internacional não prejudicou o sistema financeiro nacional em agosto, período em que os empréstimos concedidos pelas instituições no país mantiveram-se em alta, atingindo novo patamar recorde.

As operações de crédito em agosto somaram 1,110 trilhão de reais, um aumento de 2,3 por cento em relação a julho e de 31,8 por cento nos últimos 12 meses, mostrou relatório do Banco Central divulgado nesta sexta-feira.

O montante equivale a 38 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, novo recorde. Em julho, o volume de crédito ofertado no sistema brasileiro correspondia a 37,2 por cento de todas as riquezas produzidas no país. Em agosto do ano passado, essa relação era de 32,8 por cento.

"Em agosto, as operações de crédito do sistema financeiro mantiveram a trajetória de expansão observada nos períodos anteriores, evidenciando, entretanto, arrefecimento nas operações destinadas às pessoas físicas", afirmou o BC.

A forte expansão do crédito está na lista das preocupações da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já disse diversas vezes que o ritmo de expansão é exagerado. O Banco Central, por sua vez, pondera que o forte crescimento pode gerar pressões sobre os preços, um obstáculo à tarefa de colocar a inflação de volta na trajetória das metas.

LIVRE E SOLTO

As chamadas operações de crédito com recursos livres --que não incluem os financiamentos direcionados e representam 71,9 por cento do total da carteira de crédito do sistema-- cresceram 2,5 por cento de julho para agosto. Nos últimos 12 meses, a expansão foi de 35 por cento.

Os financiamentos contratados pelas pessoas físicas totalizaram 375,2 bilhões de reais, com destaque para as operações de leasing, que cresceram 4,5 por cento.

O avanço do leasing já haviam chamado a atenção do BC, que iniciou em maio um aumento gradual da alíquota do recolhimento compulsório dos bancos sobre operações ligadas esse tipo de financiamento. Para mais informações clique .

Mas o agravamento da falta de recursos nos mercados internacionais fez com que o BC decidisse, nesta semana, interromper temporariamente o processo. Isso garante um fôlego ao mercado de crédito, mas também dá mais gás para o avanço destas operações.

O leasing é uma modalidade de crédito que funciona como um aluguel de equipamentos e veículos em que o tomador tem a opção de compra do produto no final do contrato.

No caso das empresas, as operações de crédito com recursos livres em agosto somaram 348 bilhões de reais, um avanço de 3,6 por cento.

Ao mesmo tempo em que o crédito manteve a tendência de alta, o custo dos empréstimos também não cedeu. A taxa média de juros cobrada pelos bancos em agosto atingiu 40,1 por cento, o maior patamar registrado desde novembro de 2006.

Para as empresas, o juro médio cobrado no mês passado foi de 28,3 por cento, acima dos 27,5 por cento de julho. No caso das pessoas físicas, a taxa média foi de 52,1 por cento, superior aos 51,4 por cento do mês anterior.

O comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou em abril um ciclo de aperto da taxa básica de juro, que atualmente está em 13,75 por cento.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Petrobras confirma descoberta de gás e óleo leve em poço Júpiter

LISBOA (Reuters) - Um consórcio formado pela Petrobras e a pela petrolífera portuguesa Galp anunciou que concluiu a perfuração do poço Júpiter, na costa do Rio de Janeiro, confirmando uma importante descoberta de gás e óleo leve que tinha sido anunciada em janeiro.

As companhias informaram que a reserva possui grandes quantidades de gás natural e óleo leve, mas mais poços e análises serão necessários para se determinar o tamanho da reserva e quanto dela é formada por óleo.

As ações da Galp, que tem 20 por cento no bloco enquanto a Petrobras detém os outros 80 por cento, chegaram a subir 3 por cento no início dos negócios desta quinta-feira, antes de reduzirem ganhos para 0,94 por cento.

Os parceiros tiveram que abandonar uma perfuração feita em janeiro depois da descoberta inicial de gás natural, para fazer uma manutenção na plataforma. Os trabalhos iniciais foram completados agora no poço, que está a 5.773 metros abaixo da superfície do mar e em lâmina d'água de 2.187 metros.

O poço de Júpiter fica a 37 quilômetros da gigante reserva de Tupi, onde a Petrobras em novembro calculou o volume de reservas recuperáveis entre 5 bilhões a 8 bilhões de barris.

A Petrobras afirma que a área da acumulação de Júpiter é similar a Tupi, em tamanho.

Alguns analistas estimam que 50 bilhões a 80 bilhões de barris de óleo podem estar embaixo da grossa camada de sal no leito do oceano ao longo da costa de 800 quilômetros.

(Por Andrei Khalip)

PIB em alta garante queda forte do desemprego no país

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO (Reuters) - O forte ritmo de atividade da economia brasileira, apesar do turbulento cenário internacional, garantiu uma queda acentuada da taxa de desemprego em agosto, e os números indicam que um novo recorde de baixa deve ser registrado em breve.

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, a taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país caiu para 7,6 por cento em agosto, a segunda menor taxa registrada na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo.

Para Cimar Azeredo Pereira, economista do instituto, o recorde de baixa registrado em dezembro do ano passado, quando o desemprego atingiu 7,4 por cento, deve ser batido em breve.

"Pelo bom momento da economia... é bem possível que o recorde seja batido antes de dezembro, que é um mês imbatível", afirmou.

A economia brasileira vem mantendo um forte ritmo de atividade. No segundo trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do país surpreendeu, ao registrar um crescimento de 6,1 por cento em relação ao apurado no mesmo período do ano passado.

Analistas apostam que o país encerrará o ano com um crescimento econômico de 5,17 por cento, de acordo com pesquisa divulgada pelo Banco Central na segunda-feira.

A queda do desemprego em agosto foi mais forte do que o mercado esperava. Analistas consultados pela Reuters esperavam que a taxa ficasse em 8,0 por cento no mês passado, depois de ter atingido 8,1 por cento em julho.

De janeiro a agosto, a taxa média de desemprego no Brasil está em 8,2 por cento, bem abaixo dos 9,8 por cento observados no mesmo período do ano passado. Em 2007 como um todo, essa média foi de 9,3 por cento.

MAIS TRABALHO, MAIS RENDA

Segundo o IBGE, entre julho e agosto foram gerados 152 mil postos de trabalho nas regiões metropolitanas pesquisadas. Na comparação com agosto do ano passado, a criação de empregos somou 771 mil postos.

A taxa total de pessoas empregadas subiu 0,7 por cento de julho para agosto, para 21,8 milhões de pessoas. Na comparação com agosto de 2007, o aumento foi de 3,7 por cento.

O total de desempregados, por sua vez, caiu 6,1 por cento em relação a julho e 19,2 por cento frente ao apurado no mesmo período do ano passado, somando um total de 1,8 milhão de pessoas.

Para o economista do IBGE, um fator importante no aumento da geração de emprego no país é a maior formalização dos postos que têm sido criados.

"Há uma mudança estrutural no mercado de trabalho. O cenário econômico brasileiro favorece, e a fiscalização aumentou", avaliou Cimar Pereira.

Além da redução no desemprego, a renda real do trabalhador cresceu 2,1 por cento ante julho, o maior avanço percentual desde julho de 2005, de acordo com os cálculos do IBGE. Na comparação com agosto de 2007, o aumento foi de 5,7 por cento, o melhor resultado desde junho de 2006.

O salário médio em agosto ficou em 1.253,70 reais, de acordo com o IBGE.

"Tem pessoas entrando na indústria, que paga mais. Há mais gente com carteira assinada e a inflação recuou no período", comentou Cimar Pereira.

Com lote inicial de 30 mil, Claro prevê falta de iPhone no país

SÃO PAULO (Reuters) - A Claro acredita que vai faltar iPhone no Brasil, celular da Apple que começa a ser vendido no país na sexta-feira e que é aguardado desde o lançamento nos Estados Unidos, em julho.

A companhia, controlada pela mexicana América Móvil, recebeu um lote inicial de 30 mil aparelhos e afirma que a Apple, fabricante do modelo, estaria adaptando os lotes pedidos diante da demanda maior que a esperada.

Segundo João Cox, presidente da Claro, em audioconferência com os jornalistas nesta sexta-feira, "é de se esperar que falte aparelhos nesta primeira etapa".

Ele afirmou que "a demanda é muito grande, é impressionante". Em um cadastramento de interessados feito no seu site desde o início de agosto, a companhia recebeu, segundo ele, "mais de 100 mil interessados".

Estes, no entanto, se cadastraram para receber informações sobre o modelo, e não necessariamente irão adquirir o celular.

A Claro se comprometeu a procurar essas pessoas para checar seu interesse e, em paralelo, colocará o iPhone à venda em um grupo de 25 lojas próprias em 13 Estados.

Cox explicou que "é natural que no lançamento de um produto, haja um ajuste de produção. A demanda é grande em todos os lugares e a Apple tem tentado atender a todos e uma forma de fazer isso é reduzir um pouco dos pedidos de cada um, mas virão muito mais à frente".

Ele ressaltou que o pedido inicial da Claro "era muito maior que isso", referindo-se aos 30 mil aparelhos recebidos. A empresa já fez pedidos para o ano inteiro, mas ele informou não poder revelar a quantia pedida.

A Claro vai vender o iPhone a preços entre 1 mil e 2,6 mil reais, de acordo com o modelo e plano escolhido. Segundo o executivo, "o preço é basicamente o mesmo dos Estados Unidos mais impostos estadual e federal".

Em julho, quando foi lançado no país de origem da Apple, o iPhone era vendido a 199 dólares.

Para facilitar a aquisição, a Claro vai oferecer financiamentos em 10, 12 e até 24 vezes. Esta última opção, entretanto, só vale para o plano de 400 minutos e para portadores do cartão American Express.

(Edição de Vanessa Stelzer)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Brasil piora 8 posições no ranking de corrupção

SÃO PAULO (Reuters) - O Índice de Percepção da Corrupção no Brasil se manteve estável em 2008 na comparação com o ano anterior, mas o país caiu oito posições no ranking dos países que tem menor percecpção da corrupção no setor público, ficando agora com a 80a posição, divulgou a organização não-governamental Transparência Internacional nesta terça-feira.

Mesmo com a manutenção do índice em 3,5, o Brasil aparece atrás de países como Butão, Botsuana, Gana e Seicheles na lista da ONG.

Na América do Sul, o Brasil ficou à frente de Argentina, Bolívia, Paraguai, Equador e Venezuela. O país também está empatado no ranking com Burkina Faso, Marrocos, Arábia Saudita e Tailândia.

A Transparência Internacional detectou uma "ligação fatal entre pobreza, instituições falidas e corrupção" no mundo como um todo.

De acordo com a entidade, a presença de países como Somália, Iraque e Haiti na parte de baixo do ranking mostra que o aumento da corrupção provoca um "contínuo desastre humanitário".

"Nos países pobres, os níveis de corrupção podem ser a linha divisória entre a vida e a morte, quando dinheiro para hospitais ou água potável está em questão", disse Huguette Labelle, presidente da Transparência Internacional, em comunicado.

"Porém, até mesmo nos países mais privilegiados, onde as sanções são aplicadas de forma perturbadoramente desiguais, o combate à corrupção precisa ser enrijecido", acrescentou.

Pelo segundo ano seguido, Dinamarca e Nova Zelândia lideraram o ranking de países com menor percepção de corrupção, dessa vez empatadas com a Suécia. No ano passado, a Finlândia também dividia a liderança. Haiti, Mianmar, Iraque e Somália ocupam as últimas posições.

O Índice de Percepção da Corrupção é calculado pela Transparência Internacional com base em diferentes pesquisas do setor privado e junto a consultores. O ranking conta com 180 países e considera o índice 10 como ausência de percepção de corrupção e o índice 0 como percepção total de corrupção.

(Texto de Eduardo Simões; Edição de Pedro Fonseca)

Bush promete a líderes mundiais tentar conter crise global

Por Patrick Worsnip e Matt Spetalnick

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O presidente americano George W. Bush e outros líderes mundiais buscavam nesta terça-feira conter os efeitos da crise financeira que engole Wall Street e envia ondas de choque ao redor do mundo.

Bush utilizou seu discurso de despedida na ONU para oferecer garantias de seu comprometimento com a estabilização dos mercados globais, que no momento se sobrepõe às preocupações mundiais como as relações tensas com a Rússia, o Irã e a Coréia do Norte.

Mas ele também enfrentou críticas no encontro anual da Assembléia Geral da ONU, que congrega líderes de todo o mundo, sobre os excessos de um sistema de comércio global que Washington vem impondo há tempos como o caminho para o crescimento econômico e a prosperidade.

A sessão foi aberta em meio a grandes esforços em Washington entre o governo Bush e os legisladores americanos para criar um inédito pacote de ajuda de 700 bilhões de dólares instigado pela pior reviravolta no sistema financeiro dos EUA desde a Grande Depressão.

"Posso garantir a vocês que meu governo e nosso Congresso estão trabalhando juntos para aprovar rapidamente a legislação que permite esta estratégia e estou confiante de que vamos agir dentro da urgência necessária", disse Bush.

Com os investidores ainda preocupados e a crise se espalhando globalmente, outras potências econômicas também sentem a estocada. Países pobres temem que a crise possa levar a cortes nos orçamentos de auxílio de seus maiores doadores.

Falando a poucos minutos de Wall Street, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o turbilhão financeiro ameaça as iniciativas para reduzir a pobreza mundial e exige uma nova abordagem com menos "fé cega na mágica dos mercados".

Suas palavras podem ter ecoado junto aos delegados de governos esquerdistas, que se opõem há tempos à ortodoxia do livre mercado que o governo Bush advoga.

"A crise financeira global ameaça todo nosso trabalho", disse Ban à Assembléia Geral. "Precisamos restabelecer a ordem nos mercados financeiros globais".

Lula lamenta discurso de Bush na Assembléia-Geral


NOVA YORK (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira o presidente dos Estados Unidos, George W.Bush, por não ter dado maior destaque à questão da crise financeira em seu discurso na reunião da Assembléia-Geral das Nações Unidas.

"Eu lamentei porque eu imaginei que o presidente, na sua última aparição na sede das Nações Unidas como presidente da República, ia fazer um discurso de despedida e falar um pouco da crise econômica, o que é que o governo americano pretende fazer", afirmou Lula a jornalistas ao chegar ao hotel onde está hospedado em Nova York.

"Mas ele fez a opção por voltar a falar do terrorismo, e eu obviamente, como sou defensor da autodeterminação dos povos e da soberania dos discursos dos presidentes, fui obrigado então a ficar quieto", acrescentou o presidente, classificando a crise financeira internacional como o assunto mais importante do momento.

Bush foi o segundo líder mundial a discursar na ONU depois do presidente do Brasil, que tradicionalmente abre a reunião.

Em seu pronunciamento, Bush disse estar confiante em que sua administração e o Congresso agirão com a urgência necessária para aprovar um pacote de resgate do sistema financeiro, mas não deu detalhes sobre as medidas.

"Eu estou confiante que nós agiremos com a urgência necessária", disse Bush, que centrou seu discurso principalmente na questão do terrorismo.

Lula, em seu pronunciamento, defendeu que a solução para a crise financeira deve ser tratada por organismos multilaterais, liderados pela ONU.

"Das Nações Unidas, máximo cenário multilateral, deve partir a convocação para uma resposta vigorosa às ameaças que pesam sobre nós."

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Euforia com plano dos EUA perde força e Bovespa cai 2,86%

SÃO PAULO (Reuters) - A euforia com o plano do governo dos Estados Unidos para enfrentar a crise financeira do país perdeu força na volta do final de semana, provocando forte correção nos mercados acionários, movimento que fez a Bolsa de Valores de São Paulo fechar mais uma vez no negativo.

O Ibovespa ainda resistiu durante a maior parte do pregão, mas acabou sendo arrastada no final do dia, à medida que os índices de Wall Street intensificavam as perdas, e caiu 2,86 por cento, aos 51.540 pontos.

O giro financeiro do pregão totalizou 5,35 bilhões de reais.

Embora ainda nem tenha sido apreciado por congressistas norte-americanos, o pacote de socorro estimado pelo Tesouro em 700 bilhões de dólares passava a ser encarado com menos otimismo que nas últimas duas sessões.

"O pacote tende a melhorar as condições do mercado, mas ainda há bastante incertezas sobre o próprio plano. E pode ser que os congressistas atrasem a aprovação da proposta, o que pode causar mais turbulência no curto prazo", disse Kelly Trentin, analista da corretora SLW.

O desdobramento desse cenário de maior indefinição se traduziu na retomada de uma dinâmica conhecida dos mercados nos últimos meses: queda do dólar frente a outras moedas, escalada dos preços de commodities --o barril do petróleo deu um salto de 15 por cento, para a casa dos 120 dólares-- e, claro, queda nos mercados de ações.

Os principais índices das bolsas de valores de Nova York desabaram entre 3 e 4 por cento, puxadas pelo setor financeiro.

Em parceria com os papéis de empresas ligadas a metais, o segmento financeiro também pesou sobre a Bovespa. Em destaque, Redecard despencou 6,8 por cento, a 24,70 reais, seguida por BM&F Bovespa, recuando 4,95 por cento, para 8,65 reais.

No ramo de mineração e siderurgia, CSN perdeu 4,8 por cento, para 49,50 reais. Vale teve baixa de 3,77 por cento, para 35,45 reais.

Para completar, a fortíssima alta do petróleo também empurrou ladeira abaixo as ações das companhias aéreas. Gol foi uma das piores do Ibovespa, tombando 8,3 por cento, para 13,68 reais.

O Ibovespa só não caiu ainda mais devido ao efeito da escalada do óleo sobre Petrobras, cujas ações ordinárias fecharam a 42,98 reais, com valorização de 0,23 por cento. A mesma variação, porém de queda, foi registrada pela ação preferencial que fechou valendo 34,90 reais.

(Edição de Alexandre Caverni)

Lula tem aprovação recorde e é maior cabo eleitoral do país--CNT

BRASÍLIA (Reuters) - A popularidade recorde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o coloca na condição de maior puxador de votos do país, apontou pesquisa do Instituto Sensus nesta segunda-feira.

A sondagem, encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), não só mostra que o eleitor leva a opinião do presidente em consideração como também aponta os programas sociais como principal elemento para essa transferência.

"Ele é o maior cabo eleitoral (do Brasil). Tem força enorme de transferência, mas o candidato tem de ser palatável", avaliou Ricardo Guedes, responsável pela pesquisa.

Sem precisar qual eleição, 75,3 por cento dos entrevistados votariam nos candidatos do governo para manter programas como o bolsa família.

Apesar disso, em simulações eleitorais para 2010 feitas pela pesquisa, eventuais candidatos petistas apresentaram baixo desempenho, caso da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

"A transferência não é um ato político tão simples", ponderou Guedes.

Lula é dono de um importante patrimônio eleitoral, exibindo aprovações recordes a cada levantamento estatístico. De acordo com o Sensus, ele obteve avaliação positiva de 68,8 por cento, ante 57,5 por cento em abril. Esse é o melhor nível desde 1998, quando o instituto passou a fazer a pesquisa para a CNT, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso.

Segundo Ricardo Guedes, o exemplo dos Estados Unidos é uma boa premissa para analisar o quadro eleitoral brasileiro. Para ele, as eleições nacionais tendem para o bipartidarismo, com PT e PSDB protagonistas dessas disputas

"Nas eleições norte-americanas (polarizadas entre republicanos e democratas), quando a aprovação (do presidente) fica acima de 50 por cento, ele tende a fazer seu sucessor", afirmou.

No pleito municipal, por exemplo, Lula tem um potencial de transferência direta de voto da ordem de 44,1 por cento. Entre os entrevistados, 15,5 por cento disseram que votariam somente no candidato apoiado por Lula, e 28,6 afirmaram que poderiam votar no nome escolhido pelo presidente.

Essa marca, no entanto, pode crescer ainda mais, já que outros 30,9 por cento disseram que só decidiriam pela influência de Lula quando o candidato fosse definido.

"Essa é uma taxa historicamente alta. Em geral, os presidentes transferem uma média de 10 por cento", disse Guedes.

SUCESSÃO PRESIDENCIAL

Apesar de Lula exibir o status de maior cabo eleitoral, a pesquisa mostrou um cenário muito mais favorável ao PSDB em 2010. Sem Lula no páreo, o governador de São Paulo, José Serra, se mantém à frente de adversários na pesquisa estimulada.

Lula, no entanto, lidera o quadro na sondagem espontânea.

O tucano está à frente em todas as simulações em que participa. Já Dilma Rousseff (PT), ocupa o terceiro ou quarto lugares no primeiro turno e é derrotada por qualquer candidato do PSDB no segundo.

"A gente vê o Serra em alta ou estável, a Heloísa Helena (PSOL) decrescendo e a Dilma aumentando paulatinamente", disse Guedes, explicando que, apesar de os candidatos do PT terem baixo desempenho, "ainda é muito cedo" para uma eventual transferência de popularidade do presidente a um candidato seu em 2010.

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE), da base de sustentação de Lula, aparece sempre na frente de Dilma. Ele também derrotaria o tucano Aécio Neves, governador de Minas, em cenário de 1o turno, mas perderia para Serra. Petistas como Marta Suplicy e o ministro Patrus Ananias não rompem a marca do último lugar nas simulações.

POPULARIDADE RECORDE

A percepção do brasileiro, que colabora para a popularidade recorde de Lula, vem de fatores como moeda relativamente estável, poder aquisitivo maior, reservas cambiais em alta e opinião de que a crise internacional não deve atingir o Brasil.

O desempenho pessoal de Lula ficou em 77,7 por cento, frente aos 69,3 por cento em abril, retomando o grau atingido no primeiro ano de seu governo.

A avaliação negativa do governo caiu de 11,3 por cento em abril para 6,8 por cento neste mês. A regular percorreu a mesma trajetória, passando de 29,6 por cento para 23,2 por cento.

A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 15 e 19 deste mês com 2.000 entrevistados em 136 municípios do país. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo.

domingo, 21 de setembro de 2008

Lula deve reabrir uso do FGTS para comprar ações da Petrobras, diz jornal

Idéia seria recapitalizar a estatal para investir no pré-sal.
Governo vem estudando um novo modelo de exploração.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve voltar a permitir que os trabalhadores apliquem os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações da Petrobras, segundo reportagem publicada neste sábado (21) pelo jornal "Folha de S. Paulo". A idéia seria recapitalizar a estatal para investimentos na extração de petróleo e gás da camada pré-sal.

Uma única vez, em 2000, o governo permitiu que os trabalhadores comprassem ações da empresa com o dinheiro do fundo. Desde então, a operação não foi mais possível. Quem aplicou os recursos teve rendimento superior ao pago pelo FGTS.

Ainda segundo o jornal, o governo deve criar uma estatal 'enxuta' para administrar as reservas do pré-sal que ainda não foram leiloadas. Na semana passada, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que os contratos já firmados em alguns locais do pré-sal serão mantidos.

O governo vem estudando um novo modelo para exploração das reservas do pré-sal, localizadas em uma área de 800 quilômetros de extensão, que vai do Espírito Santo a Santa Catarina.

Tesouro dos EUA pede urgência em aprovação de plano de resgate

Pacote de US$ 700 bilhões foi enviado no sábado ao Congresso.
Fundo vai resgatar créditos podres do mercado imobiliário.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, afirmou neste domingo (21) que os mercados de crédito do país estão muito frágeis e ainda congelados e disse que o Congresso americano precisa aprovar rapidamente um pacote de ajuda de US$ 700 bilhões para as companhias do setor financeiro.

Em entrevista à rede de televisão "ABC", Paulson disse que o sistema desatualizado de regulamentação do país para os mercados financeiros precisa ser reformulado, mas o primeiro trabalho que o Congresso tem a fazer é aprovar, nos próximos dias, o mais amplo pacote de resgate desde a Grande Depressão. "Precisamos enfrentar isso, e rápido", disse ele.

Segundo Paulson, bancos estrangeiros que possuem ativos financeiros considerados ruins poderão se beneficiar do plano elaborado contra a crise. A explicação dada por ele foi que, "se uma instituição financeira tem operações nos Estados Unidos, contrata pessoas nos Estados Unidos, se eles estão embaraçados com a falta de liquidez dos ativos, eles sofrem o mesmo impacto do povo americano, como qualquer outra instituição".

O secretário também afirmou que disposto a ouvir os pedidos dos congressistas democratas para que os proprietários de imóveis com dívidas de hipoteca sejam incluídos no plano. "O programa deve ter um componente de alívio no que se refere às hipotecas".

Paulson disse ainda que o plano foi elaborado para minimizar custos para os contribuintes americanos e que eles podem enfrentar riscos maiores se o governo não fizer nada. "Esse plano não somente lida com as instituições à beira da falência, como também protege o sistema ao evitar o máximo de falências possível", disse Paulson.

Pacote de US$ 700 bilhões

Segundo a proposta legislativa, o plano de ajuda ao setor financeiro custará US$ 700 bilhões. A proposta também pede para que o limite de dívida do país suba para US$ 11,315 trilhões. O projeto pode ser considerado pela Câmara dos Representantes e pelo Senado do país já na próxima semana.

"O pacote é grande porque o problema é grande", afirmou o presidente norte-americano George W. Bush neste sábado. "Vou trabalhar com democratas e republicanos para retirar nossa economia desta situação difícil e trazê-la de volta ao caminho de um crescimento de longo prazo", acrescentou.

Por favor, copiem

Paulson afirmou que pedirá a países estrangeiros que imitem o plano dos Estados Unidos. "Vou pedir a nossos colegas de todo o mundo que concebam programas similares para seus bancos e entidades (financeiras) quando for oportuno. Lembrem que vivemos em um sistema mundial", enfatizou.

Pacote

Ainda sem detalhes, o pacote foi anunciado na manhã de sexta-feira pelo secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, que afirmou então que o plano ficaria na casa das "centenas de bilhões de dólares".

O fundo que será criado será responsável por adquirir os créditos podres do mercado imobiliário – os empréstimos de alto risco que não vêm sendo pagos pelos mutuários. Segundo Paulson, há cerca de 5 milhões de americanos com problemas para pagar o financiamento ou que já tiveram os imóveis retomados pelos bancos.

Também na sexta-feira, Bush advertiu que "este é um momento-chave para a economia americana". "Vivemos um desafio sem precedentes e estamos tomando medidas sem precedentes", afirmou, em seu segundo pronunciamento sobre a crise dos mercados em dois dias. "A intervenção do governo federal é essencial."

O secretário do Tesouro vai trabalhar neste fim de semana com o Congresso "para examinar medidas que possam amenizar a pressão dos empréstimos ruins de nosso sistema, para que o crédito possa fluir novamente em direção aos consumidores e às empresas americanas".


Ajudas

Na noite de quinta-feira (18), o Tesouro e o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) já haviam anunciado que estudavam a criação do plano. A notícia provocou um rali nos mercados financeiros, que dispararam em todo o mundo.

Na véspera, os mercados já haviam mostrado reação positiva à injeção de US$ 180 bilhões na economia coordenada pelo Fed em conjunto com outros cinco bancos centrais do mundo.

Também na quinta, como parte das ações para controlar as turbulências do mercado, o Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado norte-americano) proibiu a venda a descoberto dos ativos de 799 instituições financeiras. A ação visa, na prática, que os investidores estão proibidos de apostar nas baixas das companhias.

Mais cedo, o Tesouro anunciou a criação de um programa temporário de US$ 50 bilhões para dar sustentação ao setor de fundos mútuos de mercados monetários (dívida de curto prazo), respondendo às preocupações que a crise financeira global possam afetar estes ativos historicamente seguros.

Pelo programa, o Tesouro irá dar garantia aos ativos de qualquer fundo de mercados monetários oferecido publicamente.

Com informações da Agência Estado, France Presse, AP e Reuters

sábado, 20 de setembro de 2008

Petrobras vai devolver campo amazônico ao Equador

QUITO (Reuters) - A Petrobras fez acordo para devolver ao Equador um controverso campo de petróleo no centro da selva amazônica, afirmou neste sábado o presidente Rafael Correa.

Correa, ex-ministro da Economia e aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deu à Petrobras no ano passado a permissão para explorar o bloco 31, no parque nacional Yasuni.

Mas o projeto está em modo de espera porque a empresa entrou em conflito com o Equador por questões tributárias, e ambientalistas se opuseram fortemente a qualquer atividade petrolífera dentro do parque onde vivem raras espécies de jaguares e golfinhos.

"Mesmo depois de eles (a Petrobras) investirem 200 milhões de dólares, nós pudemos fazê-los transferir o bloco 31 para (a estatal) Petroecuador", disse Correa durante seu programa de rádio semanal.

Ele não disse se o campo de petróleo seria explorado pelo Estado ou entregue a outras empresas estrangeiras.

A Petrobras planejava investir mais de 300 milhões de dólares para desenvolver o campo e esperava extrair 40 mil barris de petróleo por dia. O bloco 31 é considerado um projeto chave para o Equador ampliar sua produção.

A estatal brasileira disse em nota que tinha concordado em dar fim ao seu contrato pelo campo de petróleo, mas planeja continuar investindo no país.

Autoridades do governo dizem que o acerto para devolução do campo é parte de um acordo mais amplo que está sendo negociado agora para que a Petrobras se transforme em uma empresa contratada para prestar serviços.

Sob um acerto desse tipo, o Estado manteria todo o petróleo que a empresa extrair em troca de um pagamento. Funcionário do Ministério do Petróleo, Jose Sanchez, que participou da negociação, disse à Reuters que a empresa queria devolver o campo de petróleo porque ele não é lucrativo sob os novos termos contratuais que o governo quer promover.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Bush: plano de resgate é 'grande porque o problema é grande'

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou neste sábado que o plano de seu governo para pôr fim à crise financeira é "grande porque o problema é grande".

Ao se referir ao grande plano de resgate que seu governo propõe para o setor financeiro por centenas de bilhões de dólares, Bush disse na Casa Branca: "Este é um pacote grande porque o problema é grande".

"Direi a nossos cidadãos e continuarei lembrando a eles que o risco de não fazer nada é muito maior que o risco do pacote", acrescentou no momento em que o Congresso avalia a sua proposta.

Luz no fim do túnel leva Bovespa a maior alta desde 1999

SÃO PAULO (Reuters) - O aceno do governo dos Estados Unidos para tentar conter a crise financeira do país catapultou a Bolsa de Valores de São Paulo para a maior alta diária em quase uma década.

O Ibovespa fechou o dia nos 53.055 pontos depois de uma disparada de 9,57 por cento, alta só inferior à de 33 por cento de 15 de janeiro de 1999, época da máxi-desvalorização do real frente ao dólar.

O giro financeiro somou 7,66 bilhões de reais, o maior desde o final de julho.

Com a variação desta sexta-feira, o índice acumulou alta de 1,2 por cento numa semana aberta sob o sgino do pânico, com o colapso do Lehman Brothers e ao socorro à seguradora AIG, e que terminou com uma euforia nunca vista nos últimos cinco anos de valorização consecutiva do mercado.

Para especialistas, a impressionante reação dos investidores ao plano apresentado pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, foi o primeiro sinal consistente de confiança do mercado de que a quebradeira de gigantes financeiros do país pode estar perto do fim.

"O eixo do plano (criar um fundo para absorver os títulos podres das instituições atingidas pela crise imobiliária) vai contra a cartilha da economia liberal, mas não tinha outra alternativa. Uma não intervenção estatal provavelmente levaria a economia para uma depressão", disse Mariana Costa, economista-chefe da Link Corretora.

Enxergado como uma luz no final do túnel, o anúncio reabriu o apetite dos investidores, que descarregaram uma avalanche de ordens de compra de papéis que haviam sido severamente castigados nas últimas sessões.

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones subiu 3,35 por cento, enquanto o S&P 500 cresceu 4 por cento, ambos puxados por escaladas das ações de bancos.

O mesmo otimismo contaminou a Bovespa, que subiu forte carregada pelos papéis de empresas financeiras e das ligadas a matérias-primas. Dentre as fabricantes de aço, Usiminas puxou a fila, com uma disparada de 18,1 por cento, a 47 rais.

BM&F Bovespa, depois de cair quase 37 por cento apenas em setembro, deu um salto de 15,9 por cento, a 9,10 reais. Beneficiada pela combinação de disparada no mercado de ações e pela maior queda do dólar frente ao real desde 2002, Cesp foi a estrela do índice, subindo impressionantes 21,8 por cento, a 18,02 reais.

Comparativamente, as blue chips tiveram um desempenho mais modesto que o conjunto do mercado. Petrobras subiu 8,6 por cento, a 34,98 reais, enquanto Vale galgou 6,5 por cento, cotada a 36,84 reais.

Para a economista da Link, a despeito do ânimo criado com o plano, que será apresentado neste final de semana ao Congresso norte-americano, o horizonte de curto prazo dos mercados ainda está sujeito a chuvas e trovoadas, devido aos desdobramentos da crise sobre a economia.

"Vai haver uma desaceleração forte, movimento que só deve ser revertido em meados de 2010, por causa da demora para serem restabelecidos os canais de crédito", disse.

Pacote de socorro a Wall Street custará US$700 bi, diz proposta

WASHINGTON (Reuters) - Um pacote de ajuda ao setor financeiro de Wall Street que está sendo montado pelo governo de George W. Bush custará 700 bilhões de dólares, segundo proposta legislativa entregue ao Congresso dos Estados Unidos neste sábado.

Uma cópia da proposta, obtida pela Reuters, também pede para que o limite de dívida dos Estados Unidos suba para 11,315 trilhões de dólares.

Membros do Congresso devem ser informados neste sábado sobre a proposta legislativa, que poder ser considerada pela Câmara dos Representantes e pelo Senado do país já na próxima semana.

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