BRASÍLIA (Reuters) - Apesar de já ter propalado aos quatro cantos que a ministra Dilma Rousseff é o nome do governo para disputar a sucessão de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que ainda não tem candidato ou candidata.
Ele garantiu porém, que fará campanha no ano que vem para alguém que represente a "continuidade".
"Eu ainda não tenho candidato, não tenho candidata, nem a governador nem a presidente, mas pode ficar certo que o ano que vem eu virei a Porto Alegre e a todo Brasil porque nós vamos eleger alguém para dar continuidade a tudo que nós estamos fazendo neste país", discursou ele em um evento no Rio Grande do Sul.
Nos últimos meses, cresceram rumores de um possível plano B para a Presidência, sobretudo após a ministra anunciar o tratamento contra um câncer. Auxiliares diretos de Lula, porém, asseguram de forma enfática que essa hipótese não existe.
Segundo uma fonte da Presidência, que falou na condição de anonimato após o discurso, o aparente recuo do presidente ao dizer que ainda não tem candidata pode ter tido a função de cumprir uma mera formalidade: evitar questionamentos na justiça eleitoral.
Lula falou da campanha em cima de um palanque. Defender o nome de Dilma Rousseff naquele momento --apesar de já tê-lo feito em entrevistas e outras oportunidades-- poderia trazer contestações. O Rio Grande do Sul é um Estado governado pelo PSDB, maior rival do PT, e cujo principal candidato, José Serra, está à frente nas pesquisas de opinião.
"O país não pode retroceder e voltar ao que era há 15 ou 20 anos", completou o presidente na defesa de um postulante governista.
Ele defendeu o pré-sal --provável trunfo eleitoral no ano que vem-- e disse que a exploração nas reservas gigantes jogarão o Brasil na posição de terceira ou quarta economia mundial nos próximos 15 anos.
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