Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo nas principais bolsas de valores internacionais combinado com a alta do dólar no mercado global respaldou o sétimo avanço consecutivo da moeda norte-americana frente ao real.
O dólar registrou alta de 0,85 por cento nesta terça-feira, a 1,905 real. Foi o primeiro fechamento acima do patamar de 1,90 real desde 29 de julho.
Em sete sessões, a mais longa série de altas desde setembro do ano passado, a moeda norte-americana acumulou ganho de 4 por cento ante o real.
"Essa alta do dólar ocorreu por conta do cenário externo negativo. Não há um motivo concreto. É de fato realização de lucros e ninguém sabe ao certo se aquele momento otimista vai continuar", disse o operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold.
Nos mercados internacionais, os investidores mostravam-se receosos de que o otimismo que contagiou as bolsas de valores nos últimos meses possa ter ido longe demais. Nem números melhores sobre a economia norte-americana conseguiram dar um viés positivo à sessão.
Por lá, o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) mostrou que a atividade manufatureira expandiu-se em agosto pela primeira vez desde janeiro de 2008. Enquanto isso, as vendas pendentes de casas subiram em julho para o maior nível desde junho de 2007.
Mas o temor de que a valorização vista nos últimos tempos tenha sido exagerada levava os principais índices de Wall Street a ceder perto de 2 por cento no final da tarde, movimento acompanhado pela bolsa brasileira.
O cenário de maior aversão ao risco permitia que o dólar ganhasse 0,7 por cento ante suas principais rivais.
No mercado local, de acordo com números preliminares disponibilizados no site da BM&FBovespa, o volume negociado no segmento interbancário era de cerca de 2,5 bilhões de dólares em operações com liquidação em dois dias (D+2).
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