Pages

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Perdas de empresas e fraqueza nos EUA ditam queda na Bovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Uma tempestade de resultados corporativos assustadores combinada com novas mostras de debilidade da economia norte-americana fizeram a Bovespa naufragar após quatro sessões seguidas de valorização.

Arrastado por ações de bancos e de empresas de commodities, o Ibovespa assinalou baixa de 1,46 por cento, aos 39.638 pontos. A predominância das vendas coincidiu com o enxugamento do giro financeiro, que somou apenas 2,83 bilhóes de reais na sessão, um dos mais fracos do mês.

"Não faltaram motivos para vender ações, especialmente depois de a bolsa ter subido bem nos últimos dias", disse Roberto Além, economista da M2 Investimentos.

A safra de evidências dos estragos causados pela crise nas empresas teve nesta quinta-feira um capítulo particularmente cheio. A Sony divulgou prejuízo no último quarto de 2008 e previu fechar o ano fiscal com perda recorde. Além dos prejuízos, Toshiba e Kodak adiantaram que vão demitir até 4,5 mil empregados em 2009, cada uma.

Fosse no prejuízo de 5,9 bilhões de dólares da Ford ou nos lucros menores da Shell e da 3M, os resultados vieram todos piores do que as expectativas.

Não bastasse os estragos no âmbito corporativo, o humor dos investidores azedou de vez quando vieram a público os dados macroeconômicos. Na zona do euro, a confiança econômica atingiu recorde de baixa em janeiro. E nos EUA, as encomendas de bens duráveis caíram pelo quinto mês consecutivo, os novos pedidos de auxílio-desemprego cresceram acima das projeções e as vendas de novas moradias tiveram a maior queda mensal em 14 anos.

"Com tanta notícia ruim, não tinha jeito de segurar o mercado", disse Além.

Diante disso, até o que podia servir de consolo --a aprovação do pacote de estímulo fiscal do governo Obama pelos deputados-- foi visto com ceticismo. Segundo profissionais do mercado, a votação apertada foi vista pelos investidores como sinal de vida dura para o novo presidente dos Estados Unidos.

Na bolsa paulista, as ordens de venda se concentraram nas ações de bancos e empresas de commodities. No setor financeiro, Banco do Brasil puxou a fila, caindo 3,8 por cento, a 14,15 reais. No ramo de metais, Vale perdeu 3 por cento, a 28,50 reais, arrastando consigo as siderúrgicas.

O setor de pior desempenho foi o de papel e celulose, com destaque para Aracruz, que desabou 4,7 por cento, negociada a 2,02 reais, mesmo depois de a Moody's ter alterado a direção da revisão do rating da companhia, de rebaixamento para elevação.

O destaque positivo foi Usiminas, com avanço de 5,4 por cento, para 27,51 reais, depois da notícia de que a Nippon Steel, sua principal acionista, vai comprar todas as ações detidas pela Vale na siderúrgica.

"O aumento do investimento na siderúrgica brasileira reforça a confiança que o grupo japonês deposita na estratégia de crescimento da Usiminas no longo prazo", disse a corretora Planner, em relatório.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Otimismo com frente anticrise nos EUA dita alta na Bovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A aposta numa série de medidas do governo norte-americano para amenizar os efeitos da crise produziu uma quarta-feira de otimismo nos mercados de ações que levou a Bovespa para a segunda maior alta do mês.

Inflado por uma disparada nos setores bancário, de commodities e de construção civil, o Ibovespa deu um salto de 3,95 por cento, emendando a quarta alta consecutiva, a 40.227 pontos.

O movimento foi lastreado por um giro financeiro de 4,81 bilhões de reais, o melhor em três semanas.

O foco do otimismo foi a especulação de que o Federal Deposit Insurance Corp (FDIC), órgão regulador responsável por garantir depósitos de bancos, assumiria ativos podres de instituições financeiras abatidas pela crise.

Além disso, disseram profissionais do mercado, a onda compradora refletiu a confiança dos investidores na aprovação do pacote fiscal de 825 bilhões de dólares do presidente Barack Obama pelos congressistas do país.

"Tem essa expectativa de atuação em diversas frentes", disse Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros.

Essa percepção foi reforçada depois de o Federal Reserve afirmar que pode comprar títulos de prazo longo prazo do governo dos EUA e após o novo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, afirmar que uma série de opções estão sendo estudadas para recuperar a economia do país .

"Nós estamos considerando várias opções", disse Geithner, na abertura da reunião com autoridades do departamento para discutir o programa de estímulo econômico. "Nós esperamos tomar decisões e termos uma posição logo" para torná-la pública.

Esse pano de fundo realçou o otimismo com grandes companhias domésticas que já vinham sustentando o Ibovespa para cima nas últimas sessões. Petrobras disparou 5,44 por cento, para 25,20 reais, em meio a rumores de que a companhia está próxima de fazer uma grande captação externa.

Vale também refletiu a melhora de humor no mercado, avançando 5,16 por cento, para 29,37 reais, depois de sua concorrente Rio Tinto ter admitido que considera captar recursos para pagar dívidas.

A recuperação generalizada do setor financeiro nas praças internacionais também respingou entre os bancos brasileiros. O mais beneficiado foi Unibanco, com um salto de 8,16 por cento, para 13,79 reais, seguido por Itaú, que avançou 7,4 por cento, valendo 24,48 reais.

Embora com menor peso no Ibovespa, o setor de melhor desempenho na sessão foi o imobiliário, em meio a expectativas positivas sobre o plano de incentivo para o setor que o governo deve anunciar em breve. À frente do bloco, Gafisa teve uma escalada de 13,5 por cento, para 11,59 reais, seguido por Cyrela, com elevação de 10,8 por cento, negociada a 9,55 reais.

(Edição de Vanessa Stelzer)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Dólar acompanha cenário externo e cai frente a real

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta segunda-feira frente ao real, seguindo os movimentos dos mercados internacionais de ações e de câmbio.

A moeda norte-americana fechou a 2,314 reais, em queda de 1,07 por cento.

"Está pesando muito o mercado internacional", avaliou Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora, mencionando a valorização das bolsas de valores e o movimento global de queda do dólar nesta sessão.

Perto do fechamento do mercado de câmbio, o principal índice de ações da Bovespa subia perto de 1 por cento, assim como as bolsas de valores norte-americanas.

Frente a uma cesta com as principais moedas globais o dólar caía em torno de 1 por cento.

Apesar da melhora do humor dos mercados, operadores afirmaram que os investidores se mantêm em estado de alerta em relação à temporada de divulgação de resultados corporativos e a mais notícias sobre o pacote de estímulo econômico do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Battistel ainda citou o volume de negócios reduzido nesta segunda-feira, mas apontou que as expectativas são de que ele aumente com a proximidade do fim do mês.

Segundo os dados mais recentes atualizados pela BM&F, o volume negociado nesta segunda-feira no mercado à vista era pouco maior que 1 bilhão de dólares, cerca de metade da média total diária negociada no mês.

Nesta segunda-feira, o Banco Central vendeu 1,05 bilhão de dólares em um leilão de swap cambial tradicional, para a rolagem de um lote de contratos que vence no início de fevereiro.

A autoridade monetária realizou ainda um leilão de venda de dólares no mercado à vista.

Com salto de ações do Barclays, índices sobem forte

LONDRES (Reuters) - Os principais índices de ações da Europa avançaram nesta segunda-feira, interrompendo uma série de cinco sessões de queda. O movimento foi puxado por um salto de 73 por cento das ações do banco britânico Barclays, que impulsionou o setor financeiro.

Os mercados também subiram motivados por ações de petrolíferas que acompanharam alta dos preços do petróleo.

O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações européias, encerrou em alta 3,17 por cento, para 784 pontos.

Outras ações do setor financeiro também exibiram alta, com Lloyds disparando 33 por cento, ING avançando 25 por cento, Royal Bank of Scotland subindo 22 por cento, BNP Paribas tendo alta de 14 por cento e Société Générale se valorizando 10,5 por cento.

A aquisição da Wyeth pela concorrente Pfizer por 68 bilhões de dólares também estimulou a confiança dos mercados, com analistas dizendo que a operação abriu espaço para mais acordos à frente, enquanto as companhias procuram se posicionar defensivamente em um cenário de enfraquecimento da economia.

Mas analistas disseram que o setor financeiro deve continuar a enfrentar dificuldades neste semestre, apesar do avanço desta segunda-feira.

"Está havendo a recuperação da confiança das empresas, mas dada a quantidade de sinais ruins que nós vimos na semana passada --as coisas nunca tendem a piorar em uma linha contínua-- era justo antecipar uma recuperação", disse Jonathan Lawlor, diretor de pesquisa da Europa.

"A questão principal deve ser por quanto tempo nós podemos sustentar essa recuperação. E como tem se falado muito, nós permanecemos cautelosos sobre o setor bancário... não esquecendo que temos que passar pela temporada de divulgação de resultados", acrescentou.

O Barclays divulgou que não tem necessidade de levantar capital e continua apresentando lucros, apesar das baixas contábeis de 2008, que chegaram a 8 bilhões de libras (11 bilhões de dólares).

As ações de petrolíferas avançaram com os ganhos de 3 por cento dos preços do petróleo. Tullow Oil subiu 9,6 por cento, enquanto Total avançou 5,9 por cento.

Em LONDRES, o índice Financial Times fechou em alta de 3,86 por cento, a 4.209 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX avançou 3,54 por cento, para 4.326 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 subiu 3,73 por cento, para 2.955 pontos.

Em MILÃO, o índice Mibtel encerrou em alta de 2,67 por cento, a 14.185 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou valorização de 2,48 por cento, para 8.375 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 teve alta de 0,94 por cento, para 6.353 pontos.

(Reportagem de Atul Prakash)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Bolívia vota nova Constituição socialista

Por Carlos A. Quiroga e Alejandro Lifschitz

LA PAZ (Reuters) - Os bolivianos votam neste domingo um referendo sobre a nova Constituição promovida pelo presidente Evo Morales, que outorgaria ao Estado o controle total da economia e abriria as portas das instâncias do poder à maioria indígena.

A reforma constitucional foi rechaçada durante quase três anos pela oposição, que liderou violentas manifestações que deixaram um saldo de mortos.

Analistas crêem que a popularidade de Morales entre a comunidade indígena, que chega a dois terços da população boliviana de 10 milhões de habitantes e que foi relegada durante décadas na vida política, será suficiente para a aprovação da carta magna.

Mas há dúvidas se o mandatário obterá novamente o forte apoio obtido em outras consultas.

"Esperamos sua participação (da população) nesta festa democrática. Neste 25 de janeiro, pela primeira vez uma proposta de Constituição está sendo submetida ao povo boliviano", disse Morales à radio Erbol.

A oposição, integrada por partidos de centro e centro-direita com grande poder nos departamentos do leste do país, afirma que a nova Constituição criaria um Estado totalitário e afugentaria os investimentos de que o país mais pobre de América do Sul necessita com urgência.

Ainda acusam Morales, um indígena de 49 anos, de querer instaurar um regime centralista apoiado por seu maior aliado, o presidente venezuelano Hugo Chávez.

"É um momento muito especial para nossa pátria. Peço a todos que ajudem esta jornada democrática. Estão em jogo muitas coisas transcendentais para o futuro de nosso país", afirmou aos jornalistas o governador de Santa Cruz, Rubén Costas, um dos líderes da oposição.

Costas ainda evocou o fantasma da fraude e pediu aos observadores internacionais que estejam atentos a qualquer anormalidade.

O projeto constitucional boliviano, que permite a reeleição de Morales em um pleito que poderia ser convocado em dezembro, estabelece que as 36 etnias indígenas que compõem a Bolívia devem estar representadas nos poderes Legislativo e Judicial.

Além disso, aprofunda a reforma agrária ao proibir os latifúndios e estabelece que o Estado exercerá a planificação da economia, a administração dos recursos naturais e poderá intervir em toda a cadeia produtiva.

As urnas foram abertas às 08h locais (10h em Brasília) e fecharão às 16h. Espera-se que os primeiros resultados de boca de urna saiam às 18h, e os primeiros números oficiais devem surgir no início da noite.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Vale garante Bovespa no azul após sessão volátil

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Um lampejo de otimismo dos investidores com a Vale fez a Bovespa fechar a sexta-feira no azul, em mais uma sessão que refletiu a volatilidade de Wall Street.

Depois de oscilar entre 2 por cento de alta e 3 por cento de queda, o Ibovespa terminou o dia nos 38.132 pontos, valorizado em 0,63 por cento. O giro financeiro da sessão totalizou 3,2 bilhões de reais.

"Os investidores estão tentando se apoiar no noticiário econômico e nos dados das empresas, mas está tudo ainda muito indefinido", afirmou Romeu Vidale, gerente de renda variável da Concórdia Corretora.

No plano econômico, todas as novidades foram negativas. A Grã-Bretanha entrou em recessão pela primeira vez desde 1991, depois que sua economia teve contração de 1,5 por cento no último trimestre de 2008, e a Espanha viu sua taxa de desemprego saltar para cerca de 14 por cento, a maior em nove anos.

No setor corporativo, as notícias foram desencontradas. O Google reportou lucro acima das expectativas após o fechamento da véspera, enquanto a General Eletric teve queda de 44 por cento no resultado líquido do quarto trimestre e apontou para um 2009 "extremamente difícil".

Com isso, nem os principais índices de Wall Street trabalhavam em direção única no final da tarde, com Nasdaq subindo por conta do setor de tecnologia e o Dow Jones no vermelho, puxado por GE.

TIM DISPARA

Na bolsa paulista, Vale foi o fiel da balança, subindo 1,74 por cento, para 26,30 reais, no dia em que a mineradora anunciou proposta de pagar remuneração de pelo menos 2,5 bilhões de dólares a seus acionistas em 2009.

Além disso, o papel refletiu a repercussão do mercado a um relatório da corretora japonesa Nomura, que elevou o preço-alvo das ações de diversas mineradoras, incluindo a Vale, apontando que a demanda da China por metais pode dar alguma sustentação ao preço dessas commodities.

Mas o grande destaque da sessão foram as ações ordinárias da TIM Participações, com uma disparada de 29,9 por cento, a 6,90 reais, depois que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mandou a Telco, holding controladora da companhia, realizar uma oferta pública pelas ações ques estão em circulação no mercado.

Na ponta de baixo do índice, Usiminas desabou 4,1 por cento, a 28,30 reais, tendo pouco atrás Companhia Siderúrgica Nacional, com baixa de 2,8 por cento, cotada a 34,50 reais.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Governo anuncia R$100 bi para BNDES garantir investimentos

BRASÍLIA (Reuters) - O Tesouro Nacional fará um aporte de 100 bilhões de reais no BNDES para que o banco estatal de fomento possa financiar todos os projetos de investimento em sua carteira e atender a demanda por crédito no país, anunciou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo o ministro, todos os projetos de investimentos da Petrobras terão recursos garantidos, assim como os projetos no setor de energia elétrica.

"A recomendação do presidente foi que os bancos agilizassem a liberação de crédito", afirmou o ministro a jornalistas, após participar de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidentes de bancos estatais.

(Reportagem de Fernando Exman)

Em vídeo na web, líder da Al Qaeda pede ataques na Grã-Bretanha

DUBAI (Reuters) - Um importante líder da rede Al Qaeda pediu, nesta quinta-feira, que sejam realizados ataques em países do Ocidente, em especial na Grã-Bretanha, em retaliação à ofensiva israelense em Gaza.

Abu Yahya al-Libi alegou que Londres esteve por trás da criação do Estado judaico.

"Já está mais do que na hora desse país criminoso, quero dizer a Grã-Bretanha, pague o preço por seu crime histórico", disse Libi, em um vídeo exibido na Internet por um site islâmico.

"Não há criança que morra na Palestina... sem que isso seja culpa do (país) que entregou a Palestina aos judeus... a Grã-Bretanha."

Libi, cujo grupo foi responsável por violentos ataques na Grã-Bretanha em 2005, é um dos principais líderes da Al Qaeda. Acredita-se que ele esteja escondido na região de fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.

Libi disse aos britânicos que esperem por represálias pela "campanha de aniquilamento" israelense em Gaza.

"Nós não somos enganados pelas políticas de cortesia. Um lobo é um lobo mesmo que vestido de cordeiro", disse ele, em uma aparente referência às manifestações ocorridas nos países do Ocidente pedindo pelo fim da ofensiva israelense.

Em um vídeo de 31 minutos de duração, Libi também reiterou pedidos por ataques em outros países ocidentais, incluindo nos Estados Unidos.

"Façam com que eles provem a amargura da guerra e as tragédias da falta de moradias, e a miséria do horror", afirmou ele em um chamado aos militantes. "Eles não devem estar seguros enquanto nosso povo (os palestinos) está amedrontado."

"Mujahideen (combatentes sagrados) de todos os lugares, levantem-se como um leão enfurecido... façam o que puderem para que as infiéis capitais do Ocidente e da América e os tiranos árabes experimentem o que nossos irmãos e camaradas mais fracos na Palestina têm experimentado".

Libi elogiou os três dias de ataques em Mumbai, na Índia, em novembro, quando 183 pessoas morreram por supostos militantes islâmicos chamados por ele de "heróis", e pediu atos similares de retaliação.

O líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, convocou os muçulmanos neste mês a promover uma luta sagrada contra a ofensiva israelense em Gaza e acusou líderes árabes de estarem em conluio com Israel.

(Reportagem de Inal Ersan)

Obama manda Exército planejar retirada do Iraque

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse a líderes militares na quarta-feira que façam arranjos adicionais para a retirada das tropas norte-americanas do Iraque.

Em seu primeiro dia na Presidência, o novo presidente se encontrou com conselheiros militares e de segurança nacional, para discutir os conflitos no Afeganistão e no Iraque.

"Durante a conversa, pedi à liderança militar que faça todos os planos adicionais necessários para fazer uma retirada responsável do Iraque", disse Obama em um comunicado divulgado após a reunião.

Retirar as tropas do Iraque foi uma das principais promessas de campanha de Obama. Antes do estouro da crise econômica, a guerra era a maior preocupação dos eleitores.

Obama disse que a reunião foi produtiva e que vai se consultar com líderes militares do Pentágono nos próximos dias e semanas, a fim de avançar na discussão.

"Vamos fazer uma análise completa da situação no Afeganistão, para desenvolver uma política compreensiva para a região toda", disse.

(Por Jeff Mason)

Resultado da Nokia fica abaixo do esperado no trimestre

HELSINQUE (Reuters) - A maior fabricante de celulares do mundo, a Nokia, divulgou nesta quinta-feira resultado trimestral abaixo do esperado e alertou o mercado que as vendas em volume do mercado mundial devem cair cerca de 10 por cento com a crise internacional afetando a demanda dos consumidores.

No mês passado, a companhia havia informado que o mercado recuaria 5 por cento ou mais em 2009.

A Nokia divulgou lucro por ação no quarto trimestre de 0,26 euro, ficando abaixo da expectativa média de analistas consultados pela Reuters, de 0,3 euro, mas ficando dentro da ampla variação de estimativas.

A Nokia informou que espera cortar seus custos anuais com celulares em 700 milhões de euros (909,4 milhões de dólares).

"Estamos tomando medidas para reduzir custos e para preservar nossa forte estrutura de capital. Isso é claramente nossa maior prioridade no atual ambiente econômico", informou o presidente-executivo, Olli-Pekka Kalllasvuo, em comunicado.

O resultado da Nokia é o mais recente sinal de que a antes pujante indústria celular bateu em uma parede e enfrentará seu ano mais difícil diante da contenção dos gastos dos consumidores.

(Por Tarmo Virki)

Lucro decepciona e Microsoft demite até 5 mil

NOVA YORK (Reuters) - A Microsoft divulgou nesta quinta-feira resultados trimestrais que ficaram aquém da expectativa de Wall Street. A companhia de software também anunciou que poderá cortar até 5 mil postos de trabalho e informou que não poder dar estimativa de ganhos para todo o resto do ano fiscal.

Os cortes, entretanto, não devem afetar a operação brasileira, segundo informações da assessoria de imprensa local. "A Microsoft Brasil esclarece que o anúncio de redução de quadros feito hoje pela Microsoft Corporation não afetou a operação da empresa no Brasil", diz a empresa em comunicado.

A subsidiária informou em novembro ter ampliado seu quadro de pessoal em cerca de 30 por cento nos últimos dois anos no país, ampliando seus escritórios de 8 para 14 e o total de funcionários para 550.

A Microsoft registrou um lucro líquido de 4,17 bilhões de dólares, ou 0,47 dólar por ação, naquele que é o seu segundo trimestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro. No mesmo período um ano antes o ganho foi de 4,71 bilhões de dólares, ou 0,50 dólar por ação.

Analistas consultados pela Reuters Estimates esperavam um lucro de 0,49 dólar por ação.

A receita da companhia de software cresceu 2 por cento na comparação com igual período do ano anterior, para 16,63 bilhões de dólares, abaixo também da expectativa dos analistas, que era uma receita de 17,1 bilhões de dólares.

Para cortar custos, a Microsoft informou que vai eliminar até 5 mil empregos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, marketing, vendas, setor financeiro, jurídico, de recursos humanos e de tecnologia da informação nos próximos 18 meses.

Sony espera prejuízo anual recorde e acelera reestruturação

Por Sachi Izumi e Kiyoshi Takenaka

TÓQUIO (Reuters) - A Sony alertou nesta quinta-feira que vai registrar prejuízo operacional anual recorde de 2,9 bilhões de dólares por causa da queda na demanda e valorização do iene. A companhia revelou novas medidas de restruturação em suas operações com eletrônicos.

O prejuízo operacional será o primeiro da Sony em 14 anos, o que sinaliza agravamento dos problemas de uma companhia que caiu atrás da Apple no mercado de música digital, da Nintendo nos videogames e está perdendo dinheiro com televisores de telas planas.

"A Sony precisa de mais restruturação, não apenas corte de custos, mas uma reorganização de suas operações", disse Naoki Fujiwara, gerente de fundos da Shinkin Asset Management.

A Sony informou que agora espera prejuízo operacional de 260 bilhões de ienes (2,9 bilhões de dólares) para o ano fiscal que se encerra em março, queda ante projeção anterior de lucro de 200 bilhões de ienes e bem pior que a média anterior de expectativas de analistas, de prejuízo de 100 bilhões de ienes.

A companhia informou que vai responder à perda com aceleração de sua restruturação e que vai mais que dobrar a meta de corte de custo entre este ano fiscal e 2010, para 250 bilhões de ienes.

Mas a Sony não é a única empresa de eletrônicos a sofrer com a crise. A rival sul-coreana Samsung Electronics se reorganizou este mês em dois grupos principais enquanto a Panasonic reduziu sua projeção de desempenho e ampliou medidas de restruturação.

Ações da Microsoft caem a nível mais baixo desde 1998

NOVA YORK (Reuters) - As ações da Microsoft despencavam cerca de 10 por cento nesta quinta-feira, para o menor patamar desde janeiro de 1998, após a empresa divulgar um lucro trimestral decepcionante e informar que demitirá 5 mil pessoas.

Os papéis afundavam 9,91 por cento, a 17h45 dólares, às 15h19 (horário de Brasília). Na mínima, eles chegaram a 17,19 dólares.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

BC reduz juro em 1,0 ponto, maior corte desde fim de 2003

Por Ana Nicolaci da Costa




BRASÍLIA (Reuters) - O Comitê de Política Monetária (Copom) optou
nesta quarta-feira por um corte de 1,0 ponto percentual do juro básico
brasileiro, ritmo não visto desde o final de 2003.




Na primeira redução desde setembro de 2007, a Selic caiu para 12,75
por cento ao ano. A decisão foi por cinco votos a três, sendo que os
dissidentes defenderam uma redução mais branda, de 0,75 ponto
percentual.




"Com isso, o comitê inicia um processo de flexibilização da política
monetária realizando de imediato parte relevante do movimento da taxa
básica de juros, sem prejuízo para o cumprimento da meta para a
inflação", apontou em nota o Copom.




Pesquisa da Reuters feita na semana passada já apontava a previsão
de que o ciclo de afrouxamento monetário seria iniciado. Naquele
momento, no entanto, os analistas estavam divididos entre corte de 0,50
e de 0,75 ponto percentual.




Mas nos últimos dias surgiram apostas de que era possível um corte de até 1,0 ponto.




"O tamanho da desaceleração (da economia) que o Copom está
enxergando é muito grande. A situação é bastante crítica... É um sinal
muito forte para coordenar as expectativas", avaliou Roberto Padovani,
economista-chefe do Banco WestLB do Brasil.




No setor real, crítico feroz do juro alto, a decisão chegou a ser
vista com surpresa --embora muitos empresários defendam mais reduções.




"Foi uma demonstração de que o Banco Central também está preocupado
com a crise. Até 1,5 ponto percentual eu acharia perfeitamente viável,
mas 1,0 ponto é melhor do qu eu esperava, que era de 0,75 ponto", disse
Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica (Abinee).

ANTECIPAÇÃO DOS CORTES?




O BNP Paribas destacou na comunicado do Copom o comentário de que
uma "parte significativa" da redução da Selic já foi implementada.




"Tal sentença foi a mesma usada quando o BC iniciou o ciclo de
aperto monetário em abril de 2008, que elevou a Selic num total de 2,25
pontos percentuais", afirmou em relatório.




Analistas também destacaram que os dados econômicos se enfraqueceram
de forma mais acentuada a partir de dezembro, como consequência da
crise global.




Algumas empresas, principalmente do setor automotivo, anunciaram
demissões e o Ministério do Trabalho e Emprego registrou em dezembro o
pior fechamento de postos de trabalho desde 1999.




Já do lado da inflação, os indicadores mostraram-se bem comportados
--a despeito da recente desvalorização do real. A segunda prévia do
Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), divulgado nesta
quarta-feira, apontou deflação de 0,58 por cento, por exemplo.




"O Copom resolveu adiantar grande parte do ajuste agora, mas isso
não muda a perspectiva para a Selic no final do ano, que continua algo
em torno de 11 a 11,25 por cento ao ano", disse John Welch, economista
global do Itaú.




A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 10 e 11 de março.




(Com reportagem adicional de Vanessa Stelzer e Aluísio Alves; Texto de Daniela Machado)

Bolsas da Ásia caem apesar da posse de Obama

Por Rafael Nam

HONG KONG (Reuters) - Contínuos sinais de problemas no setor financeiro e dados econômicos preocupantes fizeram com que as principais bolsas de valores da Ásia recuassem aos patamares mais baixos em seis semanas nesta quarta-feira.

Barack Obama torno-se presidente dos Estados Unidos na terça-feira, com uma mensagem de esperança e determinação que até o momento falhou em convencer investidores agitados. Um indicador de ações globais atingiu o patamar mais baixo desde 5 de dezembro nesta quarta-feira, trazendo as ações de volta ao nível menos valorizado dos últimos cinco anos e meio.

"O foco agora está de volta na velocidade com que o governo Obama será capaz de implementar o esperado pacote de apoio econômico, e quanto tempo demorará para que os efeitos do pacote se reflitam na economia real", disse Kim Yong-kyun, analista de mercado do Daishin Securities, em Seul.

"Investidores estão olhando muito friamente a realidade e estão muito sensíveis ao que está nas notícias, sendo que a confiança continua frágil", acrescentou Kim.

O índice MSCI que reúne mercados da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão caiu pela segunda sessão seguida, e fechou em desvalorização de 1,9 por cento. Mais cedo, o indicador atingiu anteriormente o nível mais baixo desde dezembro. O índice já acumula queda de 10 por cento em 2009.

O índice Nikkei, da bolsa de TÓQUIO, perdeu 2 por cento, terminando com pontuação mais baixa em sete semanas.

Entre outros importantes bolsas da região, SEUL fechou em baixa de 2,1 por cento, HONG KONG caiu 2,9 por cento e SYDNEY teve perda de 1 por cento.

A bolsa de CINGAPURA se desvalorizou em 1,1 por cento, TAIWAN avançou 0,13 por cento e XANGAI caiu 0,46 por cento.

Após dia histórico, Obama começa a encarar desafios

Por Caren Bohan

PhotoWASHINGTON (Reuters) - Um dia depois da histórica e festiva cerimônia de posse, o presidente dos EUA, Barack Obama, começa na quarta-feira a trabalhar por suas metas de recuperar a economia, resolver as guerras do Iraque e do Afeganistão e criar uma abordagem para o conflito do Oriente Médio.

Obama prometeu uma ação rápida e incisiva contra a crise econômica no país, a pior em sete décadas, e também pediu à população que tenha paciência com problemas, internos e externos, cuja solução irá demorar.

Ainda na quarta-feira, Obama se reúne com assessores econômicos que estão discutindo com o Congresso a aprovação de um pacote de 825 bilhões de dólares para estimular a economia.

Além disso, ele avalia novas abordagens para restaurar o sistema financeiro, o que pode incluir a criação de um banco público que compraria dívidas "tóxicas" de bancos em apuros. O novo governo acredita que isso iria levar a uma retomada do crédito para empresas e consumidores.

Iraque e Afeganistão vão dominar a política externa de Obama, mas ele diz que também buscará um papel ativo para tentar resolver o conflito entre israelenses e palestinos. É possível que rapidamente ele nomeie um representante especial para o Oriente Médio --o ex-senador George Mitchell, experiente em questões diplomáticas, está muito cotado.

Além da reunião com os assessores econômicos, Obama deve se sentar também com a cúpula militar para falar sobre o Iraque e o Afeganistão. Fontes oficiais dizem que será discutida a possibilidade de acelerar a retirada das tropas norte-americanas do Iraque e de enviar reforços ao Afeganistão.

O general David Petraeus, que como comandante das forças no Iraque foi um dos responsáveis pela redução da violência sectária, deve participar da reunião de quarta-feira, logo após desembarcar vindo do Afeganistão.

O secretário de Defesa, Robert Gates, e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Mike Mullen, também são aguardados.

Também na quarta-feira, o Senado deve votar e aprovar a indicação de Hillary Clinton como secretária de Estado. Já a pasta do Tesouro permanece vaga, pois Tim Geithner, pressionado devido a um caso de sonegação fiscal e a irregularidades na contratação de uma empregada estrangeira, ainda não foi aprovado pelo Senado.

(Reportagem adicional de Matt Spetalnick, Jeremy Pelofsky e David Morgan)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Meirelles: momento é grave, mas Brasil está bem posicionado

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira que a economia global enfrenta um momento "sério" e "grave", mas o Brasil está bem posicionado para enfrentar a situação.

"O governo brasileiro está preparado para tomar todas as medidas necessárias para que enfrentemos essa crise da melhor maneira possível", afirmou Meirelles, após participar de solenidade, na sede do BC em Brasília, em comemoração aos 10 anos da implementação do câmbio flutuante no país.

(Reportagem de Ana Nicolaci da Costa; Texto de Renato Andrade)

sábado, 17 de janeiro de 2009

Obama, à caminho de Washington, alerta para desafios

Por Caren Bohan

FILADÉLFIA (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou neste sábado que a América enfrenta "um momento de grande desafio".

A declaração foi feita enquanto ele lançava suas festividades pré-inauguratórias com uma viagem especial de trem a Washington, onde em três dias ele se tornará o presidente dos EUA.

Obama, um democrata que tomará posse na terça-feira durante a maior desaceleração econômica em gerações, prometeu pés no chão com planos para gastar centenas de bilhões de dólares para evitar que ocorra um aprofundamento da recessão no país.

Ele disse, entretanto, que levará tempo e sacrifício para colocar a economia nos eixos, jogando uma nebulosa sombra sobre as celebrações que marcam sua vitória.

"Juntos, sabemos que este é um momento de grande desafio para o povo americano. Estamos passando por dias difíceis e dias mais difíceis estão à frente", afirmou Obama em discurso semanal em rádio neste sábado.

"Nossa nação está em guerra. Nossa economia enfrenta forte turbulência e há muito trabalho a ser feito para restaurar a paz e o avanço da prosperidade."

O presidente que deixará o governo, George W. Bush, republicano que sai da Casa Branca com um dos índices mais baixos de popularidade da história, usou uma série de discursos de despedida para defender seus oito anos de governo, incluindo sua resposta aos ataques de 11 de setembro de 2001 e sua decisão de declarar guerra ao Iraque.

"Tenho seguido minha consciência e feito o que considerei correto", afirmou Bush em seu discurso final em rádio neste sábado.

"Você pode não concordar com algumas decisões difíceis que tomei, mas eu espero que você concorde que eu desejava tomar as melhores decisões", complementou o atual presidente americano.

Obama e sua família embarcaram em um trem especial na Filadélfia, um dos berços da democracia nos Estados Unidos. A lenta viagem os levará por Delaware, onde se encontrarão com o vice-presidente eleito, Joe Biden, e então para Baltimore, antes da chegada na noite de sábado na capital.

"Estamos aqui para marcar o início de nossa jornada a Washington", disse Obama a uma entusiasmada multidão na estação de trem da Filadélfia. "Foi aqui nesta cidade que nossa jornada americana teve início."

Janice Winston, 56, disse estar eufórica com Obama se tornando o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos.

"Estou finalmente sentindo, porque estou começando a chorar, que isso está realmente acontecendo", afirmou Winston, que é negra, na estação. "Hoje é um novo dia."

A jornada de 220 quilômetros -- que será marcada por diversas paradas para discursos e passagens lentas para que as pessoas possam acenar para a família Obama -- é o início oficial para um fim de semana de festas, concertos e shows para celebrar a inauguração.

Obama ganhou um grande reforço esta semana quando os democratas no Parlamento anunciaram um orçamento de estímulo econômico no valor de 825 bilhões de dólares, o que atende às medidas que o presidente eleito havia solicitado.

Ainda na quinta-feira, o Senado votou para dar a Obama autoridade para gastar os 350 bilhões de dólares remanescentes de um fundo industrial financeiro de 700 bilhões de dólares criado em outubro.

Israel disse sim a pedido de cessar-fogo, diz Egito

CAIRO (Reuters) - O primeiro ministro israelense, Ehud Olmert, telefonou no sábado para o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e afirmou "a resposta positiva de Israel" ao pedido egípcio de cessar-fogo em Gaza. A informação foi divulgada pela agência de notícias estatal do Egito, Middle East News Agency (MENA).

(Redação de Alaa Shahine)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Dólar recua em ajuste, mas sobe mais de 3% na semana

Por Jenifer Corrêa

SÃO PAULO (Reuters) - Invertendo a tendência predominante na semana, o dólar fechou em queda de quase 2 por cento nesta sexta-feira, em movimento de ajuste em relação à alta acumulada nas últimas quatro sessões, disseram operadores.

A moeda norte-americana fechou a 2,344 reais, em queda de 1,76 por cento. Na semana, entretanto, a divisa acumulou valorização de mais de 3 por cento.

Um operador de câmbio de uma corretora nacional, que preferiu não ser identificado, mencionou o fôlego que o dólar tomou durante a manhã, chegando a cair mais de 3 por cento, com a melhora do humor dos mercados acionários em relação aos últimos dias.

Entretanto, com a piora do cenário global durante a tarde, a moeda norte-americana reduziu sua queda, dando espaço para a realização de um leilão de venda de dólares no mercado à vista pelo Banco Central.

Perto do fechamento do mercado de câmbio, o principal índice da Bovespa caía, após ter chegado a beirar os 2 por cento de alta. As bolsas de valores norte-americanas também inverteram o movimento predominante na manhã e cediam.

Ainda nesta sexta-feira, o Banco Central realiza pesquisa de demanda para medir as condições para realizar na segunda-feira um leilão de swap cambial para dar início à rolagem de um lote de contratos que vence no início de fevereiro.

(Edição de Vanessa Stelzer)

Bovespa encerra pregão com alta de 0,49% em dia de oscilação

,Bolsa abriu em alta, caiu à tarde e mostrou reação ao fim do pregão.
Ibovespa fechou aos 39.341 pontos.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que teve um dia de oscilações nesta sexta-feira (16) - com alta na abertura, inversão de negócios à tarde e reação ao fim do pregão - fechou o pregão em alta. Ao fim do dia, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, subiu 0,49%, aos 39.341 pontos.

A ajuda de US$ 400 bilhões ao Bank of America e ao Citigroup, anunciada nesta sexta-feira (16) pelo governo dos Estados Unidos, não foi capaz de manter em alta as bolsas de valores. Notícias sobre demissões em grandes empresas retiveram a atenção dos investidores.Depois de um pico de valorização, os indicadores também perderam força e passaram a recuar no meio da tarde, com a preocupação dos investidores de que os recursos não sejam suficientes para "salvar" o Bank of America. Confirmando os rumores de dias atrás, o Bank of America receberá também um injeção de US$ 20 bilhões do Tesouro, além das garantias para US$ 118 bilhões em ativos.

Refletindo maiores custos de crédito e baixas contábeis o banco fechou o quarto trimestre com prejuízo de US$ 1,8 bilhão, ou perda de US$ 0,48 por ação, contrariando a expectativa de resultado positivo.

A instituição também anunciou dados preliminares sobre o Merrill Lynch, comprado recentemente. O banco de investimento deve encerrar o quarto trimestre de 2008 com perda de US$ 15,31 bilhões. Os números do Merrill Lynch ainda não estão consolidados com os resultados do Bank of America.

O Citigroup também divulgou seu desempenho, uma perda de US$ 8,3 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, ou US$ 1,72 por ação, resultado pior do que o estimado pelos analistas. Em igual período de 2007, o prejuízo tinha sido um pouco maior, US$ 9,83 bilhões. O resultado de 2008 inclui US$ 6 bilhões em perdas com crédito e outros US$ 6 bilhões em provisões. Mas o governo deu garantia de US$ 301 bilhões em ativos.

O Citigroup anunciou, ainda, que se dividirá em duas unidades de negócio. O Citicorp assumirá a área de banco e o Citi Holding ficará com os ativos de risco da companhia.

Na Europa, o principal índice de ações europeu subiu, interrompendo a série de sete quedas seguidas, liderado pelas recentemente golpeadas ações de mineradoras e petrolíferas, como as da Xstrata. A sexta-feira encerra uma semana sombria, marcada pela retomada dos temores sobre o setor bancário. O índice FTSEurofirst 300 subiu 1,17%, para 805 pontos. O indicador caiu 7,1% na semana.


Na Ásia, a sexta-feira foi de retomada. Tóquio subiu 2,58%, Seul avançou 2,15%, Xangai aumentou 1,78% e Hong Kong ganhou 0,09%.

Quinta-feira

Na quinta-feira, a Bovespa teve pregão foi bastante instável, mas uma puxada de alta no final do pregão resultou em valorização de 3,08%, para o Ibovespa, que fechou aos 39.151 pontos. O giro financeiro somou R$ 4,05 bilhões.

Em Wall Street, a sessão encerrou de forma positiva, com valorização de 0,15% para o Dow Jones e alta de 1,49%, para o Nasdaq.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Apesar de leilões, dólar fecha em alta pelo 3o dia

Por Jenifer Corrêa

SÃO PAULO (Reuters) - Mesmo após uma série de atuações do Banco Central, o dólar cravou a terceira alta seguida frente ao real nesta quarta-feira ao acompanhar o pessimismo dos mercados acionários globais.

A moeda norte-americana fechou a 2,349 reais, em alta de 0,95 por cento, depois de ter chegado a subir 1,5 por cento na máxima do dia e a cair 0,90 por cento pela manhã.

Na semana, o dólar acumula avanço de mais de 3 por cento.

Durante a primeira parte da sessão, predominou a queda do dólar frente ao real. Mas a piora do cenário externo não foi ignorada.

"O mal-estar é muito maior que isso... as notícias são péssimas", observou Alberto Dwec, gerente de câmbio da corretora Souza Barros, acrescentando que as dificuldades globais devem persistir no primeiro semestre de 2009.

A quarta-feira contou com a divulgação de mais dados econômicos negativos, como a queda nas vendas do varejo dos Estados Unidos, o pedido de proteção contra falência da Nortel Networks e o menor crescimento econômico na Alemanha em três anos.

Após a queda de mais de 4 por cento do principal índice de ações europeias, as bolsas de valores norte-americanas caíam mais de 3 por cento e eram acompanhadas de perto pelo Ibovespa, que cedia quase 4 por cento.

Nesse contexto, o Banco Central vendeu 1,276 bilhão de dólares em dois leilões para o financiamento de emportações, além de realizar um leilão de venda de dólares no mercado à vista.

Ainda nesta sessão, o BC divulgou os dados iniciais do fluxo cambial do país em 2009. Nos seis primeiros dias úteis de janeiro, o Brasil registrou saída líquida de 873 milhões de dólares.

Fantasmas da crise voltam a assombrar e Bovespa desaba 4%

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Recessão profunda e um sistema financeiro fraco, os fantasmas ligados à crise global que mais provocaram estragos nos mercados, voltaram a assombrar os investidores nesta quarta-feira e levaram a Bovespa à menor pontuação de fechamento em 2009.

Arrastado por perdas expressivas de bancos e de empresas ligadas a matérias-primas, o Ibovespa despencou 3,95 por cento, para 37.981 pontos.

A força vendedora teve lastro no giro financeiro da sessão, que somou 4,4 bilhões de reais, acima da média diária recente.

O foco do pessimismo foi a notícia de que as vendas no varejo dos Estados Unidos caíram 2,7 por cento em dezembro, mostrando que os efeitos da crise sobre o consumo foram mais devastadores do que se imaginava.

Essa leitura foi reforçada à tarde com a divulgação do Livro Bege, espécie de sumário macroeconômico do Federal Reserve.

O documento apontou que a economia norte-americana continuou a se enfraquecer no início de 2009, com declínio nos mercados de trabalho e imobiliário e desaceleração do setor manufatureiro.

Não bastasse o panorama macroeconômico sombrio, os investidores ainda se depararam com uma safra de notícias nada animadoras de bancos, incluindo um prejuízo de 6,4 bilhões de dólares do Deutsche Bank no final de 2008, previsão do Morgan Stanley de que o HSBC pode ser forçado a elevar capital e o temor de que o Citigroup tenha que buscar socorro do governo.

O resultado foi outro dia de perdas pesadas nos mercados internacionais, desmontando as últimas fronteiras de otimismo em relação ao mercado acionário brasileiro.

O Ibovespa chegou a acumular avanço de 12,7 por cento nas três primeiras sessões do ano, amparado pela forte entrada líquida de capital externo.

"O investidor parece ter descoberto que o descasamento entre o que acontecia aqui e lá fora não fazia nenhum sentido", diz Hamilton Moreira, analista financeiro do BB Investimentos.

Bancos e empresas de matérias-primas, justamente as que impulsionaram o Ibovespa no começo do mês, foram algumas das mais alvejadas por realização de lucros. No setor financeiro, a derrocada teve Unibanco na liderança, com queda de 7,7 por cento, a 13,58 reais.

Entre os papéis ligados a commodities, os destaques negativos foram Gerdau, caindo 4,5 por cento, para 16 reais, e Usiminas, cedendo de 4,4 por cento, a 28,04 reais.

As blue chips foram pelo mesmo caminho. Petrobras encolheu 2,7 por cento, a 23,30 reais, enquanto Vale perdeu 3,9 por cento, a 25,70 reais.

Para completar, dados setoriais domésticos mostrando que os efeitos da crise internacional já se fazem sentir no Brasil empurraram ladeira abaixo papéis de companhias aéreas e de telefonia móvel.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Hillary Clinton promete diplomacia "pragmática"


Por Arshad Mohammed e Sue Pleming

WASHINGTON (Reuters) - A senadora norte-americana Hillary Clinton disse na terça-feira que adotará uma abordagem pragmática para a diplomacia como secretária de Estado, enquanto senadores questionaram as atividades de Bill Clinton para arrecadar verbas para uma fundação.

Na audiência de confirmação dela como principal diplomata dos Estados Unidos no governo do próximo presidente, Barack Obama, Hillary Clinton prometeu usar "poder inteligente" em vez de uma abordagem ideológica pela qual a administração Bush é criticada.

"Precisamos usar o que tem sido chamado de poder inteligente, toda série de instrumentos à nossa disposição. Com o poder inteligente, a diplomacia será a vanguarda da política externa", disse ela ao Comitê de Relações Exteriores do Senado.

Hillary Clinton deveria ser confirmada como secretária de Estado, mas políticos republicanos e democratas questionaram atividades de arrecadação de fundos de seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, para a fundação dele.

"O cerne do problema é que governos e entidades estrangeiras talvez percebam a Fundação Clinton como um meio para obter favores da Secretaria de Estado", disse o senador republicano Richard Lugar, de Indiana, que pediu "transparência" da fundação.

O presidente democrata do comitê, o senador John Kerry, de Massachusetts, concordou que ainda há questões pendentes sobre as atividades de arrecadação do marido de Hillary, mas disse que a ex-senadora por Nova York ajudará a mudar a opinião estrangeira com relação aos Estados Unidos.

"A presença dela no exterior enviará imediatamente um forte sinal de que a América está de volta", disse Kerry no discurso de abertura.

Em suas primeiras declarações sobre a política externa sob a administração Obama, Hillary disse que os EUA precisam tratar das necessidades de segurança de Israel e ao mesmo tempo lidar com as "legítimas" aspirações políticas e econômicas dos palestinos.

Ela afirmou que os EUA precisam exigir de forma efetiva que o Irã coloque fim a seu programa de armas nucleares e convencer o governo iraniano e a Síria a "abandonarem seu comportamento perigoso e se tornarem atores regionais construtivos."

Volatilidade pesa e dólar consolida 2a alta seguida,Bovespa sobe um pouco.

Por Jenifer Corrêa

SÃO PAULO (Reuters) - Nem mesmo as intervenções do Banco Central e a melhora momentânea dos mercados acionários impediram o dólar de consolidar nesta terça-feira sua segunda alta consecutiva, durante sessão bastante volátil.

A moeda norte-americana fechou cotada a 2,327 reais para venda, com valorização de 1,35 por cento. Na máxima, o dólar subiu 1,52 por cento. Na mínima, a variação positiva foi de apenas 0,13 por cento.

"Não existe tendência para os mercados... a volatilidade está muito grande", afirmou um gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que pediu para não ser identificado.

Para tentar responder à crescente demanda por dólares no mercado brasileiro, o BC voltou a atuar em quase todas as frentes, vendendo dólares com compromisso de recompra e atuando no mercado à vista.

As dúvidas sobre a possibilidade de recuperação da economia dos EUA ainda persistem, o que tem garantido a volatilidade dos mercados mundo à fora.

"A gente tem que esperar o resultado desse pacote (de ajuda do governo norte-americano), alguma coisa mais palpável", ponderou o gerente de câmbio.

Com a recuperação temporária da Bovespa, logo após a abertura dos negócios em Wall Street, a moeda americana chegou a reduzir seus ganhos frente ao real. Mas a cotação voltou a subir nos últimos minutos do pregão, seguindo a virada dos índices acionários, tanto em Nova York, quanto no Brasil.

A própria redução na cotação da moeda fez com que alguns investidores aproveitassem a oportunidade para fazer novas compras, aumentando assim o fluxo e a cotação.

Para o gerente de câmbio, ainda falta segurança no mercado, portanto, todas as vezes que a moeda chega em um patamar mais baixo, "você compra".

O volume negociado nesta sessão apresentou melhora, em comparação aos menos de 2 bilhões de dólares diários das últimas sessões. Segundo operadores, o volume de negócios no mercado de dólar à vista somou 3,6 bilhões de dólares nesta terça-feira.

No final da sessão, o BC anunciou que fará na quarta-feira um leilão para financiamento do comércio exterior.

Bolsa nacional teve elevação de 0,36%, aos 39.544 pontos.
Nos EUA e na Europa, mercados registram baixa.

Em um pregão marcado pela volatilidade, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou suas negociações desta terça-feira (13) com uma leve alta. O índice Ibovespa - principal referência do mercado brasileiro -apontou valorização de 0,36%, aos 39.544 pontos.Durante o pregão, a Bovespa alternou seguidamente de tendências, passando de uma baixa de 1,6% para uma alta de 1,9%, acompanhando as oscilações registradas na bolsa de Nova York e as flutuações nos preços das commodities no mercado internacional.

Nos EUA, após também oscilarem, os índices da Bolsa de Nova York se firmam no vermelho. Por volta das 17h50 de Brasília, o indicador Dow JOnes aponta queda de 0,59%, aos 8.423 pontos. Enquanto isso, o S&P 500 caía 0,25% e o Nasdaq recuava 0,11%.

Os investidores acompanham as notícias do setor financeiro, com o Citigroup confirmando que estuda a fusão de sua corretora com o Morgan Stanley. No segmento de tecnologia, o Wall Street Journal noticiou que Carol Bartz, ex-presidente da Autodesk, aceitou assumir a presidência-executiva do Yahoo.

No dia, o mercado também repercutiu o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano. Ben Bernanke afirmou que a estabilização do sistema financeiro do país pode necessitar de mais injeções de capital. A necessidade, segundo ele, advém da piora nas expectativas de crescimento da economia norte-americana e das perdas no crédito.

Outros mercados

Na Europa, os mercados acionários fecharam em queda, à medida que se intensificavam as preocupações dos investidores sobre a desaceleração econômica global, o que se refletiu em perdas para os bancos bancos.

O índice FTSEurofirst 300, que acompanha as principais ações europeias, caiu 1,69%, para 838 pontos. Na mínima da sessão, o indicador chegou a marcar 828 pontos.

Na Ásia, a terça-feira foi de alta apenas em Seul, onde o Seul Composite apresentou valorização de 0,95%. Já em Tóquio, o Nikkei-225 caiu 4,79%, motivado pela preocupação dos investidores com a valorização do iene e a perspectiva de resultados ruins da gigante japonesa da eletrônica Sony.

Na China, Hong Kong e Xangai caíram 2,17% e 1,95%, respectivamente. As exportações chinesas caíram 2,8% em dezembro, pior resultado desde abril de 1999.

(Com informações da Reuters e Valor Online)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Com queda de 5,24%, Bovespa tem pior dia em 7 semanas

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Às portas da temporada de balanços corporativos do quarto trimestre, os investidores deixaram de lado o otimismo dos primeiros dias do ano e passou a vender ações compulsivamente, levando a Bolsa de Valores de São Paulo ao seu pior dia em sete semanas.

Com uma baixa de 5,24 por cento, o Ibovespa voltou aos 39.403 pontos, apagando com sobras o ganho acumulado na semana passada. O giro financeiro da sessão foi de 3,43 bilhões de reais.

Segundo profissionais do mercado, os investidores da bolsa paulista, que vinham tentando se distanciar do movimento internacional negativo das últimas sessões, sucumbiram ao pessimismo continuado, que também contaminou os mercados de commodities, e preferiram garantir os ganhos recentes.

O medo é que os resultados do quarto trimestre de 2008, que nos mercados norte-americanos começam ainda nesta segunda-feira com a Alcoa.

"Foi uma período muito ruim da economia e isso deve se refletir nos lucros das companhias. Foi um motivo encontrado para o investidor realizar", disse Kelly Trentin, analista da SLW Corretora.

Até o dia 7 de janeiro, a reboque de um ingresso líquido de 1 bilhão de reais de investimentos estrangeiros, o Ibovespa acumulou ganho de 11,8 por cento.

Os papéis mais atingidos foram os de companhias ligadas a commodities. Como Petrobras que, na cola de uma queda de quase 8 por cento na cotação do barril do petróleo, desabou 6,5 por cento, para 23,75 reais.

Na mesma batida, Vale perdeu 7,26 por cento, para 26,18 reais. A orientação foi seguida pela indústria siderúrgica, como Gerdau, que derreteu 8,8 por cento, avaliada em 17,09 reais.

O movimento de realização de lucros, que começou no setor ligado a matérias-primas, se espalhou para todo o mercado. Das 66 ações do Ibovespa, 57 fecharam o dia no vermelho.

O setor aéreo foi um dos mais atingidos, tendência liderada por Tam, que desabou 10,4 por cento, a 19,57 reais, no dia em que Embraer informou ter entregue menos aeronaves no quarto trimestre do que em igual período de 2007.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Obama: plano deve criar ou manter até 4 milhões de empregos

WASHINGTON (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que sua proposta de estímulo à economia mostra que entre 3 e 4 milhões de empregos podem ser mantidos ou criados até 2010, cerca de 90 por cento deles no setor privado.

Em sua mensagem semanal de rádio e pela Internet, Obama disse que o plano de recuperação deve criar perto de 500 mil empregos como resultado de investimentos em energia "limpa" e como consequência do compromisso de dobrar a produção de energia alternativa em três anos, além do aumento da eficiência energética em 2 milhões de residências.

Segundo Obama, outras 400 mil pessoas devem trabalhar nas obras de infra-estrutura que incluirão a recuperação de casas, rodovias, pontes e escolas.

Obama disse ainda que o plano --concebido para recuperar os Estados Unidos de uma recessão que já dura um ano-- também inclui a extensão do seguro-desemprego e da cobertura do seguro de saúde, além de mil dólares em corte de taxas para 95 por cento das famílias, e ajuda para que os Estados evitem graves cortes de orçamento em serviços essenciais como segurança, bombeiros, educação e saúde.

(Reportagem de Deborah Charles)

Desemprego nos EUA desanima e Bovespa recua 0,97% NA SEXTA

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A Bolsa de Valores de São Paulo refletiu o pessimismo dos mercados internacionais com a revelação de novos estragos provocados pela crise sobre a economia norte-americana.

Numa sessão volátil, o Ibovespa fechou em baixa de 0,97 por cento, a 41.582 pontos. O giro financeiro do pregão voltou a ser estreito, com apenas 3,69 bilhões de reais.

Assim como na véspera, quando o índice subiu 2,87 por cento, na contramão das principais bolsas globais, nesta sexta-feira o mercado doméstico esboçou subir sozinho. Na máxima, o Ibovespa avançou 1,3 por cento.

Mas o ânimo dos investidores estrangeiros, que só nos primeiros três pregões de janeiro ampliaram suas aplicações na Bovespa em quase 1 bilhão de reais, evaporou depois da notícia de que o nível de desemprego no mercado de trabalho dos Estados Unidos atingiu em dezembro o maior patamar em 16 anos.

O cenário azedou de vez depois de novas notícias negativas do setor privado. De um lado, a rede varejista Best Buy reportou queda nas vendas de final de ano. De outro, a petroleira Chevron reduziu suas perspectivas de lucro para o quarto trimestre de 2008.

"O mercado estava otimista, tentando achar motivos para segurar uma alta. Mas não deu", disse Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos.

O setor de commodities, que vinha concentrando o otimismo dos investidores, virou alvo de realização de lucros e foi o que mais pressionou o índice. Em destaque, Usiminas caiu 1,85 por cento, para 30,71 reais.

O movimento foi seguido pelos segmentos de telefonia e eletricidade. Uma das que mais perdeu foi Brasil Telecom, que teve o rating de crédito reduzido pela Fitch para "BBB-" nesta sexta-feira.

As blue chips também não resistiram a outro dia de perdas nos mercados de matérias-primas e fecharam o dia no vermelho. Petrobras cedeu 0,4 por cento, para 25,40 reais. Vale caiu 1 por cento, valendo 28,23 reais.

A estrela do pregão foi Banco do Brasil, a líder de ganhos do índice, com avanço de 3,12 por cento, a 15,88 reais, no dia em que o banco federal anunciou a compra de 50 por cento do banco Votorantim por 4,2 bilhões de reais.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Bovespa se descola do cenário externo e fecha em alta

Bolsa nacional teve valorização de 2,87%, aos 41.990 pontos.
Mercado americano diminuiu perdas na reta final do pregão.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta nesta quinta-feira (8), descolada da tendência negativa da maior parte dos mercados mundiais. Ao final do pregão, o índice Ibovespa - o principal do mercado nacional - apontou elevação de 2,87%, aos 41.990 pontos.

A bolsa nacional registrou forte oscilação durante a maior parte do pregão, chegando a recuar 1,3%. No entanto, o mercado ganhou força na parte final da sessão e terminou no azul, recuperando parte das perdas de 3,5% de terça-feira.

"Os estrangeiros fecharam 2008 completamente vendidos em mercados emergentes. Agora, alguns deles estão começando a voltar e estão entrando pelas ações mais líquidas", explicou Gabriel Goulart, analista econômico da Mercatto Gestão de Recursos.

Assim, Petrobras subiu 4,3%, para US$ 25,50, mesmo num dia de queda do preço do petróleo. Na mesma batida, Vale ganhou 3,7%, a US$ 28,51.

Nos EUA

O mercado nacional foi ajudado pela melhora dos principais indicadores das bolsas de valores dos EUA, que diminuíram suas perdas no final do pregão. O índice Dow Jones registrou queda de 0,31%, aos 8.742 pontos. Na contramão, os outros indicadores subiram: o S&P 500 avançou 0,34% e o Nasdaq teve aumento de 1,12%.

A melhora de Nova York veio após o anúncio de que a Sears Holdings reviu para cima sua projeção de ganhos no quarto trimestre fiscal, que se encerra no fim deste mês. A dona das redes Sears e Kmart disse que seu lucro recorrente para o período deve ficar entre US$ 300 milhões e US$ 380 milhões.

Fatores

Mais cedo, os mercados globais recuaram após a divulgação de uma sequência de dados negativos sobre a economia dos Estados Unidos e da Europa. Nos EUA, a alta na taxa de desemprego e dados de redes varejistas pressionam os mercados desde terça-feira.

Além disso, o varejista Wal-Mart divulgou números frustrantes sobre suas vendas e cortou sua perspectiva de lucro do quarto trimestre, elevando as preocupações dos investidores sobre o aprofundamento da recessão.

Nesta quarta, números mostraram que o emprego vem se contraindo também na Europa, com a Espanha batendo recorde no número de desempregados. Dados ruins vieram também da Alemanha, onde as exportações tiveram em dezembro a maior queda mensal desde 1990, ano da reunificação do país.

Nem mesmo o anúncio de que o Banco da Inglaterra baixou sua principal taxa de juros a 1,5% - seu menor nível na história - conseguiu recuperar o ânimo dos investidores nos mercados.

Cenário global

Na Europa, o temor de que a desaceleração econômica global mine os ganhos das empresas gerou perdas nas bolsas pelo segundo dia consecutivo. O FTSE-100, de Londres, fechou com queda de 0,05%, aos 4.505 pontos. Em Frankfurt, o DAX declinou 1,17%. O CAC 40, de Paris, encerrou com recuo de 0,65%.

O dia também foi de prejuízos nas bolsas asiáticas, pressionadas por dados ruins sobre o emprego nos Estados Unidos e temores quanto aos lucros de empresas. índice Nikkei da bolsa de Tóquio caiu 3,9%, após ter tido a maior sequência de altas desde abril de 2006. Na Coréia do Sul, a bolsa de Seul perdeu 1,8%, enquanto a desvalorização na bolsa de valores de Cingapura foi de 2,8%.

(Com informações da Reuters e Valor Online)

Petróleo nos EUA tem queda de 2% por temores com economia

NOVA YORK (Reuters) - Os futuros do petróleo bruto negociados em Nova York terminaram em queda pelo segundo dia consecutivo nesta quinta-feira, com a escalada dos temores econômicos, mesmo depois de o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, ter buscado apoio para o plano de estímulo econômico que inclui um programa de eficiência energética.

Preocupações com a demanda por petróleo continuaram enquanto as vendas mais fracas do que o esperado pelo gigante varejista Wal-Mart proporcionaram mais evidências do encolhimento dos gastos do consumidor em meio a uma previsão de empregos sombria.

Na quarta-feira, os dados mostraram que os estoques domésticos de petróleo subiram significativamente na semana passada.

"Isso pode ajudar, mas sinto que estamos sendo condicionados a esperar um relatório de empregos ruim amanhã", disse John Kilduff, vice-presidente sênior da MF Global.

"Se as perdas de empregos excederem 700.000, isso irá estremecer os mercados, contendo as altas nos preços de energia, isso se não houver mais perdas."

"A economia dos Estados Unidos precisará de cada pedaço do estímulo incentivado por Obama", acrescentou.

Na Nymex, o petróleo fevereiro caiu 93 centavos, ou 2,18 por cento, a 41,70 dólares sendo negociado entre 40,54 dólares e 43,63 dólares. Em dois dias, o contrato perdeu no total 6,88 dólares, ou 14,2 por cento.

Em Londres, o contrato fevereiro do petróleo Brent caiu 1,19 dólares, ou 2.59 por cento, para 44,67 dólares o barril, sendo negociado entre 43,75 e 47,36 dólares.

(Reportagem de Gene Ramos e Robert Gibbons)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Dólar ajusta-se após queda recente e avança quase 3%

Por Jenifer Corrêa

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de quase 3 por cento frente ao real nesta quarta-feira, seguindo um movimento de ajuste dos mercados acionários e "devolvendo" parte da queda acumulada nas duas últimas sessões.

A moeda norte-americana fechou a 2,241 reais, em alta de 2,7 por cento e na cotação máxima do dia, mas ainda acumula na semana queda de cerca de 4 por cento.

"O movimento está bem forte nos primeiros dias do ano. Acho que é mais uma realização (de lucro) mesmo e é até natural e saudável", avaliou Ana Cristina Mori, gerente de operações do Banco Rendimento.

Após seis valorizações consecutivas, o principal índice da Bovespa perdia quase 4 por cento no final da tarde. As bolsas de valores norte-americanas, da mesma forma, cediam perto de 2 por cento.

Ana Cristina apontou também que, apesar da forte entrada de estrangeiros no país nos últimos dias, o volume de negócios no mercado de câmbio nesta sessão foi menor que o habitual.

Enquanto a média diária de negócios no mercado à vista aproximou-se de 3 bilhões de dólares em dezembro, nesta quarta-feira o volume não chegava a 2 bilhões de dólares, segundo os dados mais recentes atualizados pela BM&F.

A sessão ainda contou com a divulgação de dados do Banco Central que mostraram que o fluxo cambial do país ficou negativo no ano passado pela primeira vez desde 2002.

Enquanto em 2008 foi registrada saída líquida de recursos de 983 milhões de dólares, em 2007 houve saldo positivo de 87,454 bilhões de dólares.


Com cenário externo negativo, Bovespa tem queda de 3,5%

Nos EUA e na Europa, mercados recuam com resultados econômicos.
Investidores aproveitaram alta acumulada no Brasil para realizar lucros.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um pregão de queda nesta quarta-feira (7), com os investidores aproveitando a alta acumulada de 16% das últimas seis sessões para vender ações e realizar os lucros.

Ao final do dia, o índice Ibovespa teve a primeira desvalorização do ano, de 3,53%, para 40.820 pontos.

"Essa queda já era esperada, depois de subir tanto, especialmente com novos números ruins da economia", disse Américo Reisner, operador da corretora Fator.

Segundo o economista da UM Investimentos, Hersz Ferman, o cenário externo negativo e a perda de valor das commodities também estimulam a investidor a colocar no bolso os ganhos do começo do ano.

Segundo Ferman, ainda é muito cedo para falar em melhora de cenário. O que acontece, na visão do especialista, é que os investidores estão percebendo que a situação não é tão ruim quanto a precificada no final de 2008. "Está limpando aquele cenário de catástrofe do final do ano."


Cenário americano

Nos EUA, os mercados fecharam em queda acentuada, pela combinação de indicadores econômicos negativos com notícias corporativas ruins. O índice Dow Jones perdeu 2,72%, aos 9.769 pontos, enquanto o indicador Nasdaq recuou 3,23%, a 1.599 unidades. O índice ampliado Standard & Poor's 500 recuou 3%, fechando em 906,65 pontos.
A ADP, empresa que processa folhas de pagamento, apontou que o setor privado norte-americano perdeu 693 mil postos de trabalho em dezembro, resultado pior do que o esperado.

Os investidores também reagem ao anúncio da gigante do alumínio Alcoa, que na noite de terça-feira comunicou o corte de 13% de sua força de trabalho, ou cerca de 13,5 mil empregos, até o final do ano. A companhia também reduzirá sua produção.

Outros mercados

Na Europa, os mercados tiveram perdas com a perspectiva de redução dos ganhos das empresas. O FTSE-100, de Londres, fechou em baixa de 3,16%, aos 4.492 pontos. Em Paris, o CAC 40, encerrou com 3.346 pontos, em queda de 1,48%. O DAX, de Frankfurt, declinou 1,77%, para 4.937 pontos.

Já na Ásia, a quarta-feira foi de alta em Tóquio, onde o índice Nikkei-225 subiu 1,74%. Valorização também em Seul, onde o Kospi avançou 2,84%. Já na China, as bolsas de Xangai e Hong Kong caíram 0,68% e 3,37%, respectivamente.


(Com informações do Valor Online e da Reuters)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Dólar cai 3,2% e termina pregão abaixo de R$ 2,20

Moeda americana terminou cotada a R$ 2,180, com queda de 3,24%.
Instituições nacionais mudam aposta para queda da divisa.

O dólar comercial registrou mais um pregão de queda frente ao real nesta terça-feira (6), em um dia de tranquilidade nos principais mercados mundiais. A moeda americana recuou para abaixo do patamar de R$ 2,20, terminando as negociações cotada a R$ 2,180, com desvalorização de 3,24%.

"A queda do dólar (nesta sessão) é a princípio... pelo pessoal se desfazendo de posição comprada (no mercado futuro). Isso acaba refletindo direto no mercado à vista, o pessoal começa a vender, vira efeito manada", avaliou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora.

Segundo os dados mais recentes atualizados pela BM&F, as instituições nacionais inverteram na virada do ano seu posicionamento no mercado futuro de dólar de comprado para vendido, uma aposta prática na queda do dólar. A posição inicial era sustentada há cerca de três meses.

Perspectivas menos sombrias

Luis Piason, gerente de operações de câmbio da Corretora Concórdia, apontou as perspectivas mais otimistas dos mercados em geral neste início de 2009 como fator que também contribui para uma certa acomodação do câmbio.

"O epicentro da crise já passou, a tendência é, aos poucos, ir voltando à normalidade. O sentimento está mudando", avaliou, mencionando que, em movimento contrário ao do final do mês passado, o Brasil tem apresentado um ingresso de recursos um pouco mais forte nos primeiros dias de 2009.

Piason ponderou que, apesar das perspectivas otimistas, refletidas nos ganhos dos mercados acionários globais nesta sessão, a tendência de volatilidade permanece já que dados econômicos pessimistas ainda devem fazer parte do dia-a-dia dos investidores por um bom tempo.

Segunda-feira

Na segunda-feira, o dólar comercial recuou 3,42%, a R$ 2,251 na compra e R$ 2,253 na venda. De acordo com a BM&F, o volume negociado no mercado de dólar à vista girou em torno de US$ 1 bilhão na sessão. A média diária negociada em dezembro foi de quase US$ 3 bilhões.

(Com informações de Reuters e Valor Online)

Bovespa registra sexto pregão consecutivo de alta

Bolsa nacional teve elevação de 1,91%, aos 42.312 pontos.
Mercados também sobem nos EUA, na Europa e na Ásia.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve nesta terça-feira (6) seu sexto pregão seguido de alta, uma sequência que não era observada desde fevereiro do ano passado. O índice Ibovespa - principal referência para o mercado nacional - teve elevação de 1,91%, aos 42.312 pontos.

A exemplo do último pregão, os papéis relacionados às commodities ganharam destaque, com notícias apontando que a China retomaria as importações de algumas matérias-primas na modalidade "toll trading ", na qual o país importa recursos básicos, os processa e exporta.

Puxando os ganhos, as ações PN da Vale tiveram alta de 3,39%, aos R$ 28,95. Bom desempenho também para o ativo PN da Petrobras, que valorizou 1,07%, a R$ 25,37. O giro financeiro da sessão ficou na casa de R$ 3,8 bilhões.

Tendência positiva

A bolsa brasileira seguiu a tendência de Wall Street, onde o dia também é positivo. Por volta das 18h de Brasília, o índice Dow Jones apontava alta de 1,27%, aos 9.066 pontos. O índice ampliado S&P 500 subia 1,37% e o Nasdaq avançava 2,10%.

Os investidores assimilaram bem a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o BC americano), que em dezembro cortou a taxa de juros do país para uma banda entre zero e 0,25% ao ano. No documento, o colegiado projeta uma forte retração econômica entre outrubro e dezembro de 2008, e estima alguma recuperação econômica a partir de 2010.


Europa e Ásia

Na Europa, as bolsas fecharam em alta, com destaque para o setor automotivo depois que a Porsche anunciou que elevará sua participação na Volkswagen para mais de 50%. O setor de minaração também teve fortes ganhos. De acordo com dados preliminares, o índice FTSEurofirst 300 subiu 1,64%, para 887 pontos, no maior patamar de fechamento desde 10 de novembro.

Na Ásia, a terça-feira encerrou de maneira positiva para a Bolsa de Tóquio, onde o Nikkei-225 subiu 0,42%. Em Seul, a alta foi de 1,76%, e Xangai valorizou 3%. Destoando, Hong Kong caiu 0,35%. Ainda na região, o Banco Central da China disse que precisa estimular o crédito visando impulsionar a demanda doméstica e o crescimento econômico.