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domingo, 25 de abril de 2010

Bovespa se aproxima do patamar pré-crise, mas juro pode atrapalhar

Mesmo assim, especialistas vêem boas perspectivas para o mercado.
Alta 'exagerada' dos juros pode atrapalhar a Bolsa de Valores.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se aproximou na semana passada do patamar atingido antes da crise financeira mundial, chegando perto dos 72 mil pontos. Nesta semana, o principal índice do mercado paulista, o Ibovespa, se manteve perto dos 70 mil pontos.

Com a bolsa em níveis saudáveis e o "susto" dado pela Grécia aos mercados dando sinais de se resolver, especialistas dizem que é hora de o investidor voltar a olhar para as ações.

A tendência, dizem eles, é de alta no restante do ano, com o crescimento da economia e a recuperação mundial.

Os economistas alertam, porém, que uma alta exagerada dos juros pode atrapalhar a Bovespa. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, os juros básicos da economia foram mantidos em 8,75% ao ano, mas a ata da reunião revelou que a taxa deve subir na próxima reunião, nos dias 27 e 28 de abril.

"O acúmulo de pontuação do Ibovespa é muito apoiada na Petrobras e na Vale, que são 37% do índice. Mas isso tem influenciado positivamente a liquidez [facilidade de comprar e vender ações] do restante do mercado", diz Carlos Alberto Decotelli da Silva, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio. "O investidor deve olhar ações de outros segmentos. Alguns que estão indo muito bem são o de varejo, o financeiro e o de produtos que focam o público feminino", diz o economista.

O especialista diz que a perspectiva de ampliação do poder de compra do brasileiro e a continuidade da expansão do crédito são positivas para a Bovespa. Para Decotelli, a bolsa é a melhor opção para quem quer investir a médio e longo prazo ou no curtíssimo prazo, no chamado "day trade" (compra e venda de ações no mesmo dia) - nesse último caso, porém, o risco é muito maior.

Outra dica de Decotelli é que o investidor olhe as empresas que têm ADRs (recibos de ações) negociados em bolsas estrangeiras. "São empresas com boa imagem lá fora que têm boa liquidez no mercado brasileiro", diz o professor.

Para Ricardo Almeida, professor do Insper (ex-Ibmec São Paulo), "o patamar de 71 mil pontos já tem durado bastante tempo. São quatro meses [de Bovespa] andando de lado. Está na hora de abandonar um pouco a cautela e aumentar a exposição a renda variável".

O economista diz que a tendência é que o Ibovespa ultrapasse o patamar de antes da crise (em maio de 2008, a pontuação passou de 73 mil pontos). "Se o aumento dos juros for saudável, só para controlar a inflação, é até bom para as empresas. O problema é se for uma alta exagerada", diz ele.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Banco do Brasil compra 51% do Banco Patagonia por US$ 480 milhões


Negócio depende de autorizações dos BCs do Brasil e da Argentina. Patagonia é um banco de varejo com atuação em todo o país vizinho

O Banco do Brasil anunciou nesta quarta-feira (21) que vai comprar 51% do argentino Banco Patagonia por US$ 479,6 milhões (cerca de R$ 839 milhões).

Na última sexta-feira (16), o BB havia confirmado que estava estudando a aquisição de uma participação no banco argentino.

A compra depende de autorizações dos bancos centrais do Brasil e da Argentina, do CNDC (Comitê Nacional de Defesa da Competência) e dos acionistas do BB.

A compra do Patagonia é mais um capítulo no processo de internacionalização do BB, o maior banco da América Latina.

O Banco Patagonia presta serviços principalmente a famílias e a pequenas e médias empresas. Os principais acionistas do banco são da família Stuart Milne e cerca de 24% das ações do banco são negociadas em bolsa de valores.

O Patagonia, sexto maior banco nacional da Argentina, terminou o ano de 2009 com ativos de 9,8 bilhões de pesos argentinos (cerca de R$ 4,4 bilhões) e lucro de 448,8 milhões de pesos argentinos (cerca de R$ 202,7 milhões). O banco tem 752 mil clientes, 154 agências em todas as províncias da Argentina e 2.660 funcionários.

O BB tem uma agência na capital da Argentina, Buenos Aires, desde 1960, onde trabalham 44 funcionários. O banco tem ao todo 45 escritórios em 23 países.

sábado, 3 de abril de 2010

Emprego nos EUA está começando a melhorar, diz Obama


Por Matt Spetalnick

CHARLOTTE, Estados Unidos (Reuters) - O presidente norte-americano, Barack Obama, saudou os números sobre o emprego nesta sexta-feira como uma evidência de que a economia está mudando para melhor, mas ele disse que ainda levará tempo para se atingir a geração de empregos sustentável de que o país precisa.

Procurando manter o ritmo depois de os parlamentares terem aprovado sua histórica reforma no sistema de saúde, Obama mudou o foco para combater o alto desemprego, um problema que ameaça prejudicar as perspectivas do Partido Democrata nas eleições parlamentares de novembro.

Obama falou após um relatório do governo ter mostrado que a economia dos EUA criou 162 empregos em março, o sinal mais forte até agora de que a recuperação econômica está em terreno mais sólido.

"Hoje é um dia encorajador. Nós aprendemos que a economia realmente produziu um número substancial de empregos ao invés de perder um número substancial de empregos. Nós estamos começando a virar a esquina", disse Obama a trabalhadores em uma fábrica de componentes de bateria na Carolina do Norte, um estado disputado onde ele venceu nas eleições presidenciais de 2008.

Apesar de receber o relatório desta sexta-feira como "a melhor notícia sobre o mercado de trabalho em mais de dois anos", ele alertou que há mais a ser feito para incentivar a criação de empregos, sua prioridade doméstica.

"Não é rápido e não é fácil", disse ele. "É importante enfatizar que, apesar de nós termos percorrido um longo caminho, nós ainda temos um longo caminho pela frente."

O mercado de trabalho atrasou a recuperação da economia norte-americana na pior recessão desde os anos 1930, criando um desafio político para Obama. No mês passado, a taxa de desemprego continuou em 9,7 por cento.

Mas Obama disse: "O pior da tempestade terminou e há dias mais claros pela frente."

Ele também usou sua visita à Carolina do Norte para promover a reforma do sistema de saúde, tendo em mente as pesquisas mostrando que muitos norte-americanos estão céticos sobre o extenso plano, aprovado apesar da forte oposição republicana.