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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Dólar supera R$2 com nervosismo externo e aversão a risco

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve a maior alta percentual em mais de três meses ante o real nesta segunda-feira, ficando acima dos 2 reais pela primeira vez em quase quatro semanas, acompanhando o nervosismo no cenário externo e o aumento da aversão a risco.

A moeda norte-americana avançou 2,48 por cento, cotada a 2,023 reais para venda, maior nível desde 25 de maio, quando terminou a 2,025 reais.

É a mais forte alta do dólar desde 2 de março, sessão em que disparou 3,04 por cento.

"Hoje o que a gente tem é uma pressão muito forte vindo das commodities e isso está fazendo o dólar subir aqui e lá fora", considerou Luis Piason, gerente de câmbio da Corretora Concórdia.

Piason disse que o cenário está favorável a correções nas bolsas de valores, o que, segundo ele, também estimula um ajuste no mercado de câmbio.

No momento de maior desvalorização do dólar ante o real este ano, a divisa norte-americana chegou a cair 21,3 por cento. Para Piason, é provável que o dólar devolva parte dessa perda no curto prazo.

"Na realidade, as bolsas não estavam com fôlego para seguir em frente. É uma mini bolha especulativa que está estourando e o câmbio (local) está acompanhando esse contexto", acrescentou.

O front acionário espelhava o receio dos investidores quanto a uma recuperação verdadeira da economia. Na Europa, os índices fecharam no menor patamar em cinco meses, pressionados pela fraqueza dos preços do petróleo. A commodity teve recuo de 3,8 por cento.

Nos Estados Unidos, as bolsas de valores operavam em forte baixa no momento em que os negócios no câmbio doméstico se encerraram. O nervosismo lá fora contaminava em cheio o mercado de ações brasileiro. O principal indicador acionário da bolsa paulista cedia mais de 3 por cento no final da tarde.

Esse pessimismo era corroborado por um relatório do Banco Mundial divulgado nesta segunda-feira, que piorou seu prognóstico para a performance da economia global neste ano, para contração de 2,9 por cento, ante projeção anterior de queda de 1,7 por cento.

Para o Brasil, a entidade estima uma contração de 1,1 por cento neste ano, ante cenário anterior de crescimento de 0,5 por cento.

"O cenário lá fora dá condições para que os investidores apresentem um pouco mais de cautela e isso vai refletir em menores investimentos em bolsas e ativos de emergentes", afirmou o gerente de câmbio de um banco nacional que preferiu não se identificar.

No acumulado até 17 deste mês, os estrangeiros já tiraram do mercado acionário brasileiro 1,304 bilhão de reais.

Frente a uma cesta com as principais divisas mundiais, o dólar subia 0,5 por cento no final da tarde.

"A diminuição desse movimento ocorre em função do crescimento a aversão a risco que os mercados têm mostrado, pelo menos no curto prazo", completou.

No final da tarde, o Banco Central prosseguiu com os leilões de compra de dólares no mercado à vista. A taxa de corte da operação foi de 2,0235 reais.

Na roda de pronto da BMF Bovespa, segundo dados preliminares, o volume de dólar negociado no segmento à vista somava cerca de 1,4 bilhão de dólares.

(Reportagem de José de Castro)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Dólar fecha em alta por juro nos EUA e mercados voláteis

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu ante o real nesta segunda-feira, refletindo um cenário externo mais cauteloso, com investidores embolsando lucros e atentos a uma eventual mudança na taxa de juros dos Estados Unidos.

A moeda norte-americana teve alta de 0,41 por cento, cotada a 1,966 real para venda. Na máxima do dia, o dólar chegou a subir 1,23 por cento, mas diminuiu o avanço no decorrer da sessão em meio à melhora externa.

"O que está acontecendo é que tem se falado em uma alta na taxa de juros dos Estados Unidos. Isso faz com que a procura por títulos norte-americanos volte", avaliou Paulo Shiguemi Fujisaki, analista de mercado da Corretora Socopa.

Na sexta-feira, um relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano mostrou que menos postos de trabalho foram fechados em maio, o que estimulou as especulações sobre um corte da taxa de juros no ano que vem.

O movimento de alta da moeda norte-americana perdeu força no período da tarde com a entrada de recursos de empresas exportadoras no mercado à vista, segundo operadores.

A balança comercial brasileira registrou superávit de 1,208 bilhão de dólares na primeira semana de junho, maior saldo desde a segunda semana de setembro de 2008, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Khan, afirmou nesta segunda-feira que a instituição prevê a recuperação da economia global na primeira metade de 2010, com o ponto de virada devendo acontecer em setembro ou outubro.

Mas Luis Piason, gerente de operações de câmbio da corretora Concórdia, ponderou que os mercados já anteciparam em boa parte essa recuperação da economia.

"Grande parte do mercado já precificou esse movimento, havendo um certo exagero na baixa do dólar nas últimas semanas", disse.

Fujisaki, da Socopa, explicou que uma elevação no juro básico dos EUA pode impulsionar os rendimentos dos Treasuries, o que teoricamente reforça a atratividade desses papéis.

Espelhando a possibilidade da volta a esses títulos, o dólar ganhava terreno em nível mundial.

EURO EM QUEDA

Ante uma cesta com as principais divisas globais, a moeda ganhava 0,3 por cento no momento em que o mercado doméstico de câmbio encerrou as operações. Mais cedo, essa alta chegou a ser de 1 por cento.

Um dos destaques de desvalorização era o euro, que se aproximou da mínima em duas semanas. A queda da moeda ocorria em consequência do rebaixamento do rating da Irlanda.

No front acionário norte-americano, na maior parte do dia, os investidores mostraram-se ressabiados com o alerta do McDonald's a respeito de uma queda nos lucros do segundo trimestre, principalmente por conta das oscilações do dólar.

Também causou preocupação uma eventual alta na taxa de juros, o que poderia retardar a recuperação da economia como um todo. Perto do fechamento, no entanto, Wall Street ensaiava uma recuperação, o que contagiava a bolsa paulista.

Fujisaki, no entanto, considerou que a alta do dólar nesta sessão não necessariamente aponta uma tendência de alta. Segundo ele, caso os ingressos de recursos no mercado doméstico se mantenham, a curva do dólar permanecerá descendente.

Na BMF Bovespa, de acordo com os números mais recentes, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de 1,1 bilhão de dólares.

(Reportagem de Silvia Rosa e José de Castro)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Dólar tem maior queda mensal em 6 anos, junho deve seguir

Por José de Castro e Daniela Machado

SÃO PAULO (Reuters) - A sensação de que a economia global já chegou ao fundo do poço e o Brasil deve se sair melhor do que outros países no processo de reotmada deve garantir mais entrada de dólares no Brasil em junho, mantendo o real apreciado.

Analistas preveem, no entanto, que o ritmo vertiginoso de queda do dólar pode não se sustentar após os vencimentos de contratos futuros e derivativos da virada deste mês.

Em maio, a moeda norte-americana teve a maior baixa mensal desde abril de 2003, de 9,5 por cento. A cotação de 1,975 real reais no fechamento desta sexta-feira é a mais baixa desde 1o de outubro do ano passado, quando encerrou a 1,925 real na venda.

"De repente, a percepção de que a gente já atingiu o fundo do poço (na economia global) começou a se espalhar. E o Brasil está se beneficiando desse momento", disse Fernanda Feil, economista da consultoria Rosenberg & Associados, em São Paulo.

"Não acredito que seja algo que vai se manter no longo prazo... porque, de efetivo, nada foi resolvido na economia mundial. Mas, no curtíssimo prazo, digo um ou dois meses, a tendência é de os ingressos continuarem chegando ao país."

Em maio, até o dia 22, o fluxo cambial no país estava positivo em 3,086 bilhões de dólares. É a maior entrada líquida de dólares em um mês desde abril do ano passado e foi ajudada também pelas operações no segmento financeiro.

Desde a piora da crise global, com o colapso do Lehman Brothers em setembro, era apenas a conta comercial que mostrava alguma resistência.

João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora, acredita que em junho a tendência de apreciação do real deve continuar.

Segundo ele, a entrada de dólares no país no próximo mês será ampliada pelo "pico da safra de exportação". Nesse contexto, acrescido de uma diminuição das importações, as entradas de dólares no mercado doméstico devem se acentuar.

Refletindo essa perspectiva de ingresso de recursos no país, as posições compradas dos investidores estrangeiros caíram para os menores níveis desde o início de setembro.

De acordo com os últimos dados da BM&F, as posições futuras compradas desse grupo de investidores estão em cerca de 580 milhões de dólares. Em março, mês em que as apostas na alta do dólar atingiram o pico, essas posições chegaram a 14,3 bilhões de dólares.

DÓLARES PARA BOVESPA E INVESTIMENTO

Dados de maio deixam claro que a maior parte dos recursos externos chegou ao Brasil por meio de investimentos estrangeiros diretos e para a Bovespa.

Até por isso, a eventual taxação das aplicações externas em renda fixa seria ineficiente para brecar a apreciação do real.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negaram a volta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nessas aplicações --o que, segundo os principais jornais brasileiros, estaria sendo estudado pelo governo.

Somente nesta semana, o dólar caiu 2,5 por cento. Operadores citaram que o movimento foi exacerbado por investidores interessados em defender sua posição para o vencimento de contratos futuros e derivativos na virada do mês.

Na segunda-feira vencem 3,4 bilhões de dólares em contratos de swap cambial e, para o mercado ter lucro, é interessado que a moeda norte-americana recue.

"Acho que a tendência ainda é favorável para o real. Os investidores estão voltando de forma sincronizada aos ativos de risco, principalmente à bolsa (de valores)", considerou Antonio Madeira, economista da MCM Consultores Associados.