Pages

Mostrando postagens com marcador PIB. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PIB. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Otimismo ganha sobrevida e Bovespa acumula alta de 41,7% em 2009

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O contínuo ingresso de recursos estrangeiros levou a Bovespa a sobrepujar um movimento de realização de lucros, cravando em maio o terceiro mês seguido de valorização.

Com uma virada para cima já nos ajustes, o Ibovespa fechou o dia valorizado em 0,3 por cento, aos 53.197 pontos, depois de cair 1,16 por cento na mínima registrada no último pregão de maio.

Com o desempenho nesta sexta-feira, o principal índice da Bolsa paulista estendeu a alta em maio para 12,5 por cento. Em 2009, o principal índice da bolsa paulista já subiu 41,7 por cento.

O repique no final da sessão desta sexta-feira deveu-se à combinação de ganhos maiores nos últimos negócios de Wall Street com os ajustes de investidores a mudanças feitas pelo JP Morgan na sua carteira MSCI para mercados emergentes.

Isso também calibrou o giro financeiro, que somou 8,19 bilhões de reais, o maior movimento diário este ano.

Para profissionais do mercado, passado o que parece ter sido o pior da crise, o mercado acionário doméstico tem sido um dos preferidos de investidores de várias partes do mundo, em meio à leitura de que a economia brasileira vai se levantar antes e mais fortalecida da crise.

"Assim, faz sentido que o fluxo externo venha para o Brasil", disse Gabriel Goulart, economista da Mercatto Investimentos.

Nesta sexta-feira, a Bovespa informou que nos primeiros 26 dias de maio o ingresso líquido de investimento estrangeiro totalizou 5,05 bilhões de reais, elevando o saldo positivo do ano para 10 bilhões de reais.

Esse movimento, no entanto, já começa a ser visto com reservas por uma parcela cada vez maior de investidores e analistas, uma vez que os indicadores econômicos, no Brasil e no exterior, ainda dão sinais desencontrados.

"Isso começa a dar ares de euforia", disse Goulart.

Dados da economia dos Estados Unidos divulgados nesta sexta-feira evidenciaram bem esse quadro. O país informou que seu PIB retraiu 5,7 por cento no primeiro trimestre, menos do que a estimativa inicial, e que a confiança do consumidor subiu ao maior nível desde setembro. Ao mesmo tempo, informou que atividade do Meio-Oeste caiu mais do que o esperado em maio.

Com os investidores novamente dando prioridade aos dados positivos, os principais índices de Wall Street embicaram para cima. O Dow Jones subiu 1,15 por cento no dia.

Na Bolsa paulista, a realocação de carteiras na virada do mês levou investidores a realizar lucros com as blue chips, migrando para papéis que haviam ficado para trás. Assim, apesar da alta das commodities, a ação preferencial da Petrobras caiu 0,6 por cento, a 34,45 reais.

Na mesma trilha, o papel preferencial da Vale recuou 1,2 por cento, para 32,50 reais. Empresas do setor imobiliário figuraram entre as líderes de perdas.

Natura perdeu 4,8 por cento, a 25,90 reais, depois de a empresa de cosméticos ter anunciado pela manhã que contratou uma assessoria financeira para realizar uma "eventual" oferta pública de ações.

Na ponta contrária, JBS liderou os ganhos do Ibovespa, com uma disparada de 10,3 por cento, a 6,73 reais. Analistas citaram como um dos fatores que podem ter contribuído para o movimento a decisão da União Europeia, nesta semana de permitir ao Brasil ampliar para lá as exportações de carne bovina com impostos reduzidos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Bovespa sobe 0,5% em sessão sonolenta por feriado nos EUA

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Sem a referência de Wall Street, a maior parte dos investidores preferiu ficar de fora dos negócios na Bovespa, que teve nesta segunda-feira a sessão de volume mais fraco do ano.

O Ibovespa fechou com valorização de 0,49 por cento, aos 50.816 pontos. O giro financeiro foi de modestos 1,55 bilhão de reais, o menor desde 26 de dezembro.

"Sem Nova York e Londres, foi um dia horroroso de volume", disse Roberto Alem, economista da M2 Investimentos.

Nos Estados Unidos, a comemoração do Memorial Day deixou as bolsas de valores de Nova York fora de circulação. Em Londres foi o Spring Holiday que paralisou os negócios locais com ações.

Assim, restou olhar para outros mercados europeus e o segmento de metais, setores em que a movimentação predominante foi levemente positiva.

Foi o suficiente para atrair novas ordens de compra para as blue chips domésticas ligadas ao setor. Em destaque, o papel preferencial da Usiminas ganhou 2,05 por cento, a 35,36 reais. Companhia Siderúrgica Nacional subiu 1,3 por cento, cotada a 43,40 reais.

Na outra ponta, uma realização de lucros com papéis isolados elegeu as piores do índice. Sadia, uma das campeãs recentes de ganhos depois de ter sido comprada pela Perdigão, caiu 1,2 por cento, para 4,95 reais.

De acordo com Alem, a expectativa dos investidores por importantes indicadores macroeconômicos que serão divulgados ao longo da semana também pesou na decisão dos investidores de evitar transações com lotes maiores.

Entre os dados esperados para a semana estão o do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do primeiro trimestre, além dos resultados de pesquisas sobre o mercado imobiliário norte-americano.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Bovespa cai 0,89% no dia e fecha semana com baixa de 4,65%

Bolsa quebra sequência de nove semanas de valorização.

No mês, índice ainda acumula alta de 3,63%.

Em um dia de abertura positiva e oscilação durante os negócios, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) firmou-se em território negativo e fechou a semana com queda acumulada de 4,65%.

Principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa fechou em queda de 0,89%, aos 49.007 pontos nesta sexta-feira (15). Investidores monitoraram notícias sobre efeitos da crise na economia mundial. O giro financeiro somou R$ 4,13 bilhões

Com isso, chega ao fim uma sequência de nove semanas de valorização.

Em março, o índice ainda acumula alta de 3,63%, e no ano o ganho soma 30,5%.

O principal foco desta sexta foi a Europa, que divulgou uma série de dados ruins, como os anúncios de que a zona do euro resgistrou queda recorde de 2,5% do PIB no primeiro trimestre e a França entrou oficialmente em recessão.

Indicadores

Nos Estados Unidos, os investidores acompanharam Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que teve estabilidade no mês passado. Já o núcleo do

O setor de seguros operava com destaque, depois que o governo aprovou medida preliminar que permite ao setor receber dinheiro dos programas de ajuda ao setor financeiro, como o TARP. Segundo o Wall Street Journal (WSJ), mais de US$ 22 bilhões serão destinados às seguradoras.

Na Europa, os índices estavam no território negativo. Na Ásia, o dia terminou com ganhos.

Véspera

Na quinta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou em alta de 1,58%, aos 49.446 pontos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Realização de lucros dita 2a queda seguida do Ibovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Num dia de negócios contaminados com a disputa pelos contratos de índice futuro, a Bovespa emendou a segunda queda seguida, contrariando a tendência positiva de Wall Street.

O Ibovespa cedeu 0,32 por cento para 45.272 pontos. O volume de negócios da sessão foi de 7,9 bilhões de reais, o maior desde 17 de dezembro, com ajuda dos 1,63 bilhão de reais do exercício dos contratos de Ibovespa futuro.

O mercado acionário doméstico, um dos mais beneficiados pelo ingresso de recursos internacionais com o arrefecimento da crise nas últimas semanas, também foi um dos preferidos por investidores para realização de lucros, à medida que novos dados mostraram a persistente fraqueza da economia global.

Com o Ibovespa ainda sustentando valorização superior a 10 por cento em abril, o noticiário do dia potencializou a preferência dos investidores para garantir os ganhos recentes.

"Os dados negativos foram usados como argumento para o investidor realizar lucros", disse Felipe Casotti, gestor de renda variável da Máxima Asset Management.

Essa fila teve à frente os estrangeiros, que só nos primeiros nove dias de abril ampliaram seus investimentos na Bovespa em 2,3 bilhões de reais.

A bateria de dados divulgados nesta quarta-feira incluiu a informação de que o PIB da China deve ter crescido cerca de 6 por cento no primeiro trimestre, abaixo da previsão de economistas, e que os preços ao consumidor e a produção industrial nos EUA recuaram surpreendentemente em março.

Foi o bastante para abater os mercados de commodities. A cotação do barril do petróleo cedeu pelo segundo dia. Os preços dos metais também cederam.

Ações de empresas ligadas a esses setores estiveram entre os principais alvos de vendas. Petrobras caiu 1,7 por cento, para 29,98 reais. Gerdau cedeu 2,1 por cento, para 15,03 reais.

Para completar, o investidor ainda repercutiu a notícia de que o governo brasileiro decidiu reduzir a meta de superávit primário de 2009, de 3,8 para 2,5 por cento.

Embraer seguiu devolvendo parte do ganho de mais de 60 por cento em pouco mais de um mês e encolheu 4,1 por cento, para 9,16 reais.

(Edição de Eduardo Simões)

segunda-feira, 16 de março de 2009

Petrobras e pessimismo com PIB doméstico apertam Bovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A fraqueza das ações da Petrobras e o crescente pessimismo com a economia doméstica em 2009 pesaram sobre os negócios da Bovespa nesta segunda-feira.

No final de uma sessão volátil, o Ibovespa marcou desvalorização de 1,05 por cento, aos 38.607 pontos. O giro financeiro do pregão, inflado por 1,41 bilhão de reais do exercício de opções, somou 5,12 bilhões de reais.

De acordo com profissionais do mercado, as crescentes indicações de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não vai escapar da recessão global estão levando investidores a vender ações na Bovespa, que nas últimas semanas vinha tendo desempenho acima da média internacional.

"Os números da economia estão mostrando que o otimismo com o mercado doméstico não se sustentava", disse Nicholas Barbarisi, sócio e diretor de operações da Hera Investment.

Depois da divulgação na semana passada de que a economia brasileira se retraiu 3,6 por cento na passagem do terceiro para o quarto trimestres, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central cortaram à metade as estimativas para a expansão neste ano, a 0,59 por cento, .

Num relatório individual, o Morgan Stanley previu uma contração de 4,5 por cento do PIB do país neste ano.

Com esse pano de fundo, ações de empresas ligadas a consumo foram as que mais caíram. Lojas Renner desabou 6,1 por cento, a 14,50 reais. A operadora de TV por assinatura Net perdeu 5 por cento, avaliada em 15,71 reais.

Assim, mesmo o noticiário externo positivo não conseguiu sustentar as ações domésticas.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), por exemplo, decidiu manter as metas de produção, medida recebida como sinal de que a demanda pela commodity não deve cair ainda mais. Conseguiu segurar o preço do petróleo.

Petrobras, no entanto, caiu 1,84 por cento, para 27,19 reais.

Na reta final do pregão, o otimismo externo com notícias de bancos foi substituído pela cautela, depois de a American Express ter dito que o total de pessoas com dificuldade para pagar as contas de cartão de crédito cresceu.

Os índices Dow Jones e Standard & Poor's 500 acabaram fechando em leve queda, depois de terem chegado a subir cerca de 2 por cento impulsionados pelo setor financeiro --com o Barclays indicando que pode vender sua unidade iShares e o HSBC descartando um novo aumento de capital para fazer frente a perdas com crédito.

De todo modo, uma queda ainda maior do Ibovespa foi amortecida pelas ações de bancos, que refletiram o tom moderadamente positivo do setor no plano internacional.

Bradesco subiu 0,55 por cento, a 21,82 reais, e Itaú avançou 0,46 por cento, para 24,11 reais.

terça-feira, 10 de março de 2009

Bovespa sobe mais de 5% animado por Citi e China

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O alívio trazido por notícias positivas nesta terça-feira, após três pregões consecutivos de queda e muito desânimo, fez a Bovespa operar em alta por todo o pregão e encerrar em forte alta.

O principal índice de ações da bolsa encerrou aos 38.794 pontos, com valorização de 5,59 por cento. O volume financeiro também melhorou, quase dobrando em relação ao movimento de segunda-feira e atingindo 4,5 bilhões de reais.

Notícias favoráveis sobre o Citigroup, produção de aço na China e em relação à economia norte-americana animaram o mercado, segundo analistas.

Nem mesmo a expressiva queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6 por cento no último trimestre do ano passado contra o terceiro, divulgado esta manhã, atrapalhou o bom humor que se instalou no mercado após a notícia de que o Citigroup foi lucrativo nos primeiros dois meses do ano.

A preocupação com a saúde das instituições financeiras é um dos principais fatores que vem desanimando o mercado.

Uma produção maior do que o esperado de aço na China em janeiro e fevereiro, da ordem de 2,4 por cento, também ajudou o Ibovespa a recuperar parte das perdas sofridas nos últimos dias. Este foi o maior ganho do índice em um único dia desde o primeiro pregão deste ano.

Mesmo assim, a animação não se transformou em euforia no mercado, já que as perdas ainda são grandes e as perspectivas de mais boas notícias são incertas.

"O problema é que a bolsa está vivendo apenas no intraday e estimula quem trabalha só no giro. Os investidores de médio e longo prazos não conseguem recuperar",lamentou o assessor de investimentos da corretora Souza Barros Luiz Roberto Monteiro, lembrando que o Ibovespa em meados de 2008 marcava cerca de 70 mil pontos.

Mesmo com o petróleo em queda, as ações da Petrobras valorizaram 5,33 por cento, cotadas a 27,07 reais, um pouco abaixo da alta das preferenciais da Vale, segundo mais negociada e que, impulsionadas pela produção de aço na China, subiu 6,21 por cento, cotada a 27,37 reais.

Ações de empresas com muita defasagem como ALL e B2W, que divulgam seus balanços na quarta e quinta-feiras, respectivamente, dispararam na esteira da alta do índice.

"No caso da ALL ajudou o acordo com a Cosan, e a B2W, que é de varejo, recuperou", explicou Pedro Galdi, da SLW Corretora.

A ALL e a Cosan firmaram na segunda-feira acordo de 1,2 bilhão de reais para ampliar a capacidade operacional ferroviária da ALL para o porto de Santos. ALL disparou 13,9 por cento, para 9,34 reais, enquanto B2W, empresa que vende os produtos das Lojas Americanas pela Internet, saltou 11,7 por cento, para 22,00 reais.

Para Galdi é difícil prever se o mercado continuará de bom humor, mas espera uma grande ansiedade até o final da reunião do Comitê de Política Monetária, no final da tarde de quarta-feira.

"O PIB deu esperanças de um corte forte nas taxas de juros", explicou o economista.

Além do Copom, as atenções também estarão voltadas, segundo Galdi, para dados previstos para serem divulgados na quarta-feira, como a produção industrial da China e o comportamento do varejo no país asiático.

"Se as notícias vierem positivas puxam a bolsa, mas pode ser também um dia meia boca à espera do Copom", avaliou Galdi.

(Edição de Alexandre Caverni)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Disparada de commodities amortece pessimismo com Wall Street

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Uma recuperação acentuada dos preços de commodities internacionais amorteceu a influência negativa de Wall Street sobre o principal índice da Bovespa, que entretanto fechou no vermelho pela terceira vez.

A virada nos últimos instantes fez o Ibovespa terminar o dia desvalorizado em 0,13 por cento, aos 38.180 pontos. O movimento financeiro da sessão totalizou apenas 3,38 bilhões de reais.

"O que salvou o índice foi a alta de Petrobras e Vale", disse Pedro Galdi, analista da corretora SLW.

O petróleo superou os 45 dólares o barril após os Emirados Árabes anunciarem cortes maiores em seu fornecimento para a Ásia para o mês de abril, em um sinal de que a Opep poderá reduzir mais a produção.

Esse movimento influenciou outros mercados de commodities, como o de metais, levando Vale a subir 0,2 por cento, para 26,56 reais.

Os papéis da Petrobras fecharam o dia em alta de 1,03 por cento, negociados a 26,52 reais.

Na primeira parte do dia, o otimismo chegou a ser maior, depois que o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou a proposta de Orçamento para 2009, contemplando uma ajuda adicional de até 750 bilhões de dólares para os bancos atingidos pela crise.

Foi o suficiente para abrandar a decepção com uma bateria de novas notícias ruins. No setor privado, o Royal Bank of Scotland reportou prejuízo recorde de 34,3 bilhões de dólares em 2008, enquanto a General Motors anunciou que teve perda líquida de 30,9 bilhões de dólares no mesmo ano.

Enquanto isso no plano macroeconômico, os Estados Unidos anunciavam que as encomendas de bens duráveis atingiram em janeiro o menor nível em seis anos, que os pedidos de auxílio-desemprego atingiram novo recorde em fevereiro e que as vendas de novas moradias caíram para novo piso em janeiro. Na zona do euro, a confiança econômica atingiu recorde de baixa.

No meio da tarde, já olhando para novos indicadores que serão divulgados nesta sexta-feira, entre eles o PIB norte-americano do quarto trimestre, os investidores retomaram a postura defensiva.

Os principais índices de Wall Street fecharam com desvalorização de mais de 1 por cento.

Na bolsa paulista, os destaques de alta e de baixa atenderam a notícias corporativas. Na ponta de cima, Eletropaulo saltou 4,6 por cento, para 29,21 reais, depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal que deu à empresa o direito de restituir 194 milhões de reais em impostos pagos indevidamente.

No extremo oposto, Redecard mergulhou 6,9 por cento, para 23,90 reais, no dia em que a companhia confirmou que pediu à Comissão de Valores Mobiliários o registro para realizar uma oferta pública secundária de ações que pertencem ao Citibank.

(Edição de Eduardo Simões)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

BC espera desaceleração do crescimento em 2009 a 3,2%

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central espera uma desaceleração do crescimento em 2009, em meio à crise mundial, e vê a inflação abaixo do centro da meta em 2010, segundo o Relatório de Inflação do quarto trimestre, divulgado nesta segunda-feira.

A estimativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano passou para 5,6 por cento, contra 5 por cento há três meses. Para 2009, a projeção é de 3,2 por cento de avanço.

O BC ressaltou as incertezas sobre os impactos da crise no país, mas afirmou ver efeitos em vários setores e acrescentou que, novamente, a demanda interna será o motor do crescimento no ano que vem.

"O recrudescimento da crise financeira mundial também afeta negativamente, em magnitude e duração de difícil antecipação, os investimentos, via condições de financiamento e confiança dos empresários", disse o BC no documento.

Segundo o BC, investimentos mais dependentes de crédito podem ser adiados ou mesmo cancelados. Outro meio de propagação da crise nessa área é o câmbio, acrescentou o BC, notando que a depreciação do real aumentou os custos de bens de capital importados.

"Neste ambiente, em que a manutenção dos sólidos fundamentos macroeconômicos observados na economia brasileira não se constitui em condição suficiente para evitar que desdobramentos da severa crise mundial se propaguem internamente, ainda que amenize tal processo, as perspectivas referentes à evolução do nível da atividade no último trimestre de 2008 e em 2009 mostram-se menos favoráveis."

O BC ressaltou que as medidas adotadas pelo governo, principalmente para o aumento da oferta de crédito, darão suporte aos investimentos, mas que é "previsível alguma desaceleração nos próximos trimestres".

O prognóstico do BC para o PIB deste ano está exatamente em linha com a visão do mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, também divulgada nesta manhã. Mas para 2009 a autoridade monetária é bem otimista: analistas vêem uma expansão de apenas 2,4 por cento.

INFLAÇÃO

Em relação à inflação, o BC vê uma desaceleração contínua, mas aponta a taxa abaixo do centro da meta apenas em 2010.

A projeção para a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou para 6,2 por cento, ante a de 6,1 por cento divulgada no documento do terceiro trimestre.

Para 2009, o prognóstico para a alta do IPCA é de 4,7 por cento, contra o anterior de 4,8 por cento. Para o acumulado em 12 meses no último trimestre de 2010, o prognóstico é de 4,2 por cento.

(Reportagem de Vanessa Stelzer; Edição de Alexandre Caverni)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Inflação segue em alta, analistas elevam estimativas

Por Renato Andrade

SÃO PAULO (Reuters) - Os primeiros índices de preços de novembro vieram com variações salgadas, mostrando que a inflação no país segue sem sinais de desaceleração. Na esteira dos dados, analistas revisaram para cima suas projeções para os indicadores de 2008 e 2009, uma notícia ruim para o Banco Central.

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) registrou na primeira leitura do mês uma alta de 0,80 por cento, ante valorização de 0,55 por cento no mesmo período de outubro.

Já o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve uma variação positiva de 0,58 por cento, a maior taxa registrada desde a terceira semana de julho, segundo informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo cálculo dos dois indicadores.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já havia informado que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza a política de metas de inflação, acumulou nos últimos 12 meses até outubro, uma alta de 6,41 por cento, muito próximo do teto da meta definida pelo governo.

Diante da deterioração do cenário inflacionário, analistas consultados pelo BC elevaram suas estimativas para o comportamento do IPCA em 2008 e 2009, o que pode ser mais um elemento complicador para o trabalho do Banco Central de ancorar as expectativas inflacionárias do mercado.

De acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira, analistas apostam que o IPCA fechará o ano com alta de 6,40 por cento, acima dos 6,31 por cento estimados no levantamento anterior.

Para 2009, a projeção foi elevada para 5,20 por cento, ante estimativa de 5,06 por cento na pesquisa passada.

O governo fixou para 2008, 2009 e 2010 uma meta de inflação de 4,5 por cento, com margem de variação de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo.

Se a inflação ultrapassar o teto da meta, de 6,5 por cento, o presidente do BC, Henrique Meirelles, terá que encaminhar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicando as razões que levaram ao descumprimento da meta e as medidas que serão adotadas para trazer os preços de volta à trajetória das metas.

SUBINDO JURO?

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC sempre deixou claro que a ancoragem das expectativas inflacionárias do mercado é um dos elementos-chave da política monetária brasileira.

Nas atas de suas reuniões, o comitê sempre destaca que a materialização de repasses de preços mais altos no atacado para o varejo, assim como a generalização de pressões localizadas, dependem "de forma crítica" das expectativas de inflação dos agentes econômicos.

Na reunião de outubro, o Copom decidiu, por unanimidade, interromper o ciclo de aperto do juro iniciado em abril, mantendo a taxa Selic em 13,75 por cento ao ano. Mas deixou claro que o juro pode ser elevado novamente, caso os índices de preços não voltem ao patamar desejado.

O avanço do IGP-M na abertura de novembro foi influenciado pela forte alta dos preços no atacado, que tiveram variação de 1,01 por cento. Os preços ao consumidor também registraram um comportamento pior na abertura do mês, com alta de 0,22 por cento, ante queda de 0,08 por cento no mesmo período de outubro.

Na pesquisa feita pelo BC, analistas mantiveram a aposta que a Selic será mantida em 13,75 por cento na reunião do Copom de dezembro. Para 2009, entretanto, os economistas consultados estimam que a taxa estará em 13,25 por cento em dezembro daquele ano, levemente abaixo dos 13,38 por cento projetados no levantamento anterior.

Em termos de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), os analistas seguem apostando num crescimento de 5,23 por cento este ano e de 3 por cento em 2009.

(Edição de Alberto Alerigi Jr.)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Crédito segue em alta no país e alcança 38% do PIB em agosto

Por Renato Andrade

SÃO PAULO (Reuters) - A falta de dinheiro no mercado de crédito internacional não prejudicou o sistema financeiro nacional em agosto, período em que os empréstimos concedidos pelas instituições no país mantiveram-se em alta, atingindo novo patamar recorde.

As operações de crédito em agosto somaram 1,110 trilhão de reais, um aumento de 2,3 por cento em relação a julho e de 31,8 por cento nos últimos 12 meses, mostrou relatório do Banco Central divulgado nesta sexta-feira.

O montante equivale a 38 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, novo recorde. Em julho, o volume de crédito ofertado no sistema brasileiro correspondia a 37,2 por cento de todas as riquezas produzidas no país. Em agosto do ano passado, essa relação era de 32,8 por cento.

"Em agosto, as operações de crédito do sistema financeiro mantiveram a trajetória de expansão observada nos períodos anteriores, evidenciando, entretanto, arrefecimento nas operações destinadas às pessoas físicas", afirmou o BC.

A forte expansão do crédito está na lista das preocupações da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já disse diversas vezes que o ritmo de expansão é exagerado. O Banco Central, por sua vez, pondera que o forte crescimento pode gerar pressões sobre os preços, um obstáculo à tarefa de colocar a inflação de volta na trajetória das metas.

LIVRE E SOLTO

As chamadas operações de crédito com recursos livres --que não incluem os financiamentos direcionados e representam 71,9 por cento do total da carteira de crédito do sistema-- cresceram 2,5 por cento de julho para agosto. Nos últimos 12 meses, a expansão foi de 35 por cento.

Os financiamentos contratados pelas pessoas físicas totalizaram 375,2 bilhões de reais, com destaque para as operações de leasing, que cresceram 4,5 por cento.

O avanço do leasing já haviam chamado a atenção do BC, que iniciou em maio um aumento gradual da alíquota do recolhimento compulsório dos bancos sobre operações ligadas esse tipo de financiamento. Para mais informações clique .

Mas o agravamento da falta de recursos nos mercados internacionais fez com que o BC decidisse, nesta semana, interromper temporariamente o processo. Isso garante um fôlego ao mercado de crédito, mas também dá mais gás para o avanço destas operações.

O leasing é uma modalidade de crédito que funciona como um aluguel de equipamentos e veículos em que o tomador tem a opção de compra do produto no final do contrato.

No caso das empresas, as operações de crédito com recursos livres em agosto somaram 348 bilhões de reais, um avanço de 3,6 por cento.

Ao mesmo tempo em que o crédito manteve a tendência de alta, o custo dos empréstimos também não cedeu. A taxa média de juros cobrada pelos bancos em agosto atingiu 40,1 por cento, o maior patamar registrado desde novembro de 2006.

Para as empresas, o juro médio cobrado no mês passado foi de 28,3 por cento, acima dos 27,5 por cento de julho. No caso das pessoas físicas, a taxa média foi de 52,1 por cento, superior aos 51,4 por cento do mês anterior.

O comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou em abril um ciclo de aperto da taxa básica de juro, que atualmente está em 13,75 por cento.