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terça-feira, 10 de março de 2009

Bovespa sobe mais de 5% animado por Citi e China

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O alívio trazido por notícias positivas nesta terça-feira, após três pregões consecutivos de queda e muito desânimo, fez a Bovespa operar em alta por todo o pregão e encerrar em forte alta.

O principal índice de ações da bolsa encerrou aos 38.794 pontos, com valorização de 5,59 por cento. O volume financeiro também melhorou, quase dobrando em relação ao movimento de segunda-feira e atingindo 4,5 bilhões de reais.

Notícias favoráveis sobre o Citigroup, produção de aço na China e em relação à economia norte-americana animaram o mercado, segundo analistas.

Nem mesmo a expressiva queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6 por cento no último trimestre do ano passado contra o terceiro, divulgado esta manhã, atrapalhou o bom humor que se instalou no mercado após a notícia de que o Citigroup foi lucrativo nos primeiros dois meses do ano.

A preocupação com a saúde das instituições financeiras é um dos principais fatores que vem desanimando o mercado.

Uma produção maior do que o esperado de aço na China em janeiro e fevereiro, da ordem de 2,4 por cento, também ajudou o Ibovespa a recuperar parte das perdas sofridas nos últimos dias. Este foi o maior ganho do índice em um único dia desde o primeiro pregão deste ano.

Mesmo assim, a animação não se transformou em euforia no mercado, já que as perdas ainda são grandes e as perspectivas de mais boas notícias são incertas.

"O problema é que a bolsa está vivendo apenas no intraday e estimula quem trabalha só no giro. Os investidores de médio e longo prazos não conseguem recuperar",lamentou o assessor de investimentos da corretora Souza Barros Luiz Roberto Monteiro, lembrando que o Ibovespa em meados de 2008 marcava cerca de 70 mil pontos.

Mesmo com o petróleo em queda, as ações da Petrobras valorizaram 5,33 por cento, cotadas a 27,07 reais, um pouco abaixo da alta das preferenciais da Vale, segundo mais negociada e que, impulsionadas pela produção de aço na China, subiu 6,21 por cento, cotada a 27,37 reais.

Ações de empresas com muita defasagem como ALL e B2W, que divulgam seus balanços na quarta e quinta-feiras, respectivamente, dispararam na esteira da alta do índice.

"No caso da ALL ajudou o acordo com a Cosan, e a B2W, que é de varejo, recuperou", explicou Pedro Galdi, da SLW Corretora.

A ALL e a Cosan firmaram na segunda-feira acordo de 1,2 bilhão de reais para ampliar a capacidade operacional ferroviária da ALL para o porto de Santos. ALL disparou 13,9 por cento, para 9,34 reais, enquanto B2W, empresa que vende os produtos das Lojas Americanas pela Internet, saltou 11,7 por cento, para 22,00 reais.

Para Galdi é difícil prever se o mercado continuará de bom humor, mas espera uma grande ansiedade até o final da reunião do Comitê de Política Monetária, no final da tarde de quarta-feira.

"O PIB deu esperanças de um corte forte nas taxas de juros", explicou o economista.

Além do Copom, as atenções também estarão voltadas, segundo Galdi, para dados previstos para serem divulgados na quarta-feira, como a produção industrial da China e o comportamento do varejo no país asiático.

"Se as notícias vierem positivas puxam a bolsa, mas pode ser também um dia meia boca à espera do Copom", avaliou Galdi.

(Edição de Alexandre Caverni)

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