Por Aluísio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - Uma medida dramática do Federal Reserve para tentar reanimar a economia norte-americana deu fôlego adicional aos mercados de ações no exterior, movimento seguido pela Bovespa, que alcançou o maior nível em um mês.
Depois de passar a maior parte da quarta-feira operando no vermelho, o Ibovespa seguiu a reversão de Wall Street e fechou com avanço de 1,6 por cento, aos 40.142 pontos. O giro financeiro da sessão foi de 4,58 bilhões de reais.
"Foi o Fed", sintetizou André Querne, sócio da Rio Gestão de Recursos, explicando o motivo da virada do índice.
Depois de ter baixado para a faixa de zero a 0,25 por cento o juro básico dos Estados Unidos, o Fed não viu alternativa para tentar levantar a economia abalada pela crise senão ampliar sua atuação no mercado secundário de títulos públicos.
O banco central norte-americano informou que nos próximos seis meses vai comprar até 300 bilhões de dólares em títulos de longo prazo do governo, o que não fez nas últimas quatro décadas. A instituição também vai ampliar as compras de dívidas lastreadas em hipotecas.
Foi o suficiente para tirar os principais índices acionários de Wall Street do vermelho, colocando-os na sexta alta em sete sessões e de volta no melhor patamar em um mês.
O anúncio também permitiu recuperação nos mercados de commodities, justamente os que pesavam sobre as ações mais importantes do Ibovespa.
BM&F Bovespa, que pela manhã informou ter conseguido compensar parcialmente as quedas de receita com cortes de custos no quarto trimestre de 2008, subiu 3,6 por cento, a 7,12 reais.
Banco do Brasil tomou a liderança entre os bancos, com ganhos de 3,5 por cento, a 15,51 reais.
Mas o setor mais valorizado foi o de papel e celulose, segundo operadores, devido à análise de que as empresas dessa área estão excessivamente desvalorizadas, o que atraiu caçadores de barganhas.
VCP foi a melhor do índice, disparando 7,75 por cento, a 11,12 reais. Aracruz subiu 6,7 por cento, para 1,60 real.
0 comentários:
Postar um comentário