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segunda-feira, 2 de março de 2009

Bovespa segue onda pessimista global e tem queda de 5%

G1-Bolsa brasileira terminou pregão aos 36.234 pontos, com recuo de 5,10%.
Principais mercados recuam com problemas em banco e seguradora.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seguiu a onda de pessimismo que tomou conta do mercado internacional nesta segunda-feira (2) e fechou com forte baixa suas negociações. O índice Ibovespa - principal referência para o mercado brasileiro - teve queda de 5,10%, aos 36.234 pontos, menor nível desde novembro.

A Petrobras tombou 5,23%, para R$ 25,02, enquanto a Vale encolheu 5,9%, valendo R$ 25,25, arrastando todo o setor siderúrgico. Os papéis de bancos, influenciados pelo pessimismo internacional com o setor, também mergulharam. O Banco do Brasil caiu 2,4%, para R$ 4,50.

"As notícias do setor financeiro e da economia americana fizeram a semana começar bastante pesada nos mercados internacionais", disse Nicolas Barbarisi, diretor de operações da consultoria Hera Investments. "O noticiário do dia acendeu mais luzes vermelhas no painel do investidor", resumiu Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos.

Preocupação

A preocupação dos investidores começou já nas primeiras horas da manhã, quando, depois de uma série de rumores durante o final de semana, o governo dos EUA anunciou um novo plano de ajuda à seguradora AIG, que amargou prejuízo de US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre do ano passado.

Em vez de pagar US$ 38 bilhões em dinheiro e juros devidos ao Federal Reserve (Fed), banco central americano, a AIG pagará tal quantia em ações da American International Assurance Co., que tem base na Ásia, e da American Life Insurance, que opera em mais de 50 países.

Banco em crise

A situação piorou com o anúncio que o banco britânico HSBC, o maior da Europa em termos de capitalização, teve uma queda de 70% do lucro líquido em 2008, a US$ 5,728 bilhões. O banco também anunciou que pretende levantar US$ 17,7 bilhões vendendo ações com desconto para seus atuais acionistas.

O HSBC anunciou ainda o fechamento da maioria das agências de crédito ao consumidor HFC e Beneficial nos Estados Unidos, o que representará o corte de 6.100 postos de trabalho

Além disso, a economia dos EUA dru sinais desencontrados, aumentando o medo de que a recessão no país esteja se aprofundando. Entre os dados divulgados estava o de que a atividade industrial do país se retraiu novamente em fevereiro, e de que os gastos com construção caíram em janeiro para o menor nível em quatro anos.

Esses indicadores se contrapunham a outros que mostravam que o gasto do consumidor norte-americano recuperou-se em janeiro após seis meses de declínio e a renda aumentou inesperadamente.

Panorama

Com a predominância negativa das notícias, as bolsas registraram perdas pesadas nas diversas praças mundiais. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu para baixo dos 7 mil pontos pela primeira vez em 11 anos. Por volta das 18h de Brasília, o indicador tinha baixa de 3,59%, para 6.809 pontos, enauanto o S&P 500 recuava 4,08% e o Nasdaq perdia 3,32%.

Na Europa, as vendas foram bastante acentuadas e as bolsas recuaram para o menor patamar em seis anos. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais praças da região, fechou em baixa de 4,94%, a 683 pontos, perto da marca mais baixa da história, segundo dados preliminares. Na Ásia, a segunda-feira também foi de perdas nos principais mercados.

Na Ásia, a Bolsa de Tóquio encerrou a sessão com baixa de 3,81%. O índice Nikkei 225 perdeu 288,27 pontos, a 7.280,15 unidades. Na bolsa de Seul, o índice Kospi caiu 4,2%, perdendo 44,22 pontos, a 1.018,81 unidades. Em Hong Kong, a baixa foi de 3,86%. A exceção foi a bolsa de Xangai, que fechou em alta de 0,5%.

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