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terça-feira, 3 de março de 2009

Vale ajuda alta da Bovespa em meio a desânimo

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Depois de um dia inteiro de muita volatilidade, o mercado acionário brasileiro encerrou enfraquecido e desanimado com a falta de boas notícias, mas resistiu à queda de Wall Street e conseguiu fechar em leve alta.

No auge da melhora ao longo do dia, motivada por declarações otimistas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o Ibovespa chegou a ultrapassar os 37 mil pontos, recuando para 36.467 pontos no fechamento, uma alta de 0,64 por cento em relação à véspera. O volume financeiro foi de 3,9 bilhões de reais.

A ajuda no mercado brasileiro veio principalmente dos papéis da mineradora Vale, puxados para cima pela melhora das commodities no cenário internacional e recomendações de compra das ações da companhia por grandes bancos.

A empresa está em plena negociação para fechar o preço do minério para 2009 e analistas já reduziram o tamanho do desconto que o produto deve receber. Em outubro de 2008 chegou a se pensar em queda de 80 por cento e atualmente se especula algo entre estabilidade e queda de 20 por cento.

"A Vale passou o dia todo forte, chegou a subir mais de 4 por cento, ajudou a segurar o mercado", destacou o o analista Gustavo Alcântara, da SLW Corretora.

Em contrapartida, as ações da Petrobras encerraram o dia em queda, mesmo com a alta de quase 4 por cento do petróleo, refletindo perspectivas pessimistas para o balanço da companhia que será divulgado na sexta-feira. Segundo analistas, o lucro será menor do que no trismetre anterior devido à queda do preço da commodity.

As ações da Petrobras, as mais negociadas, encerraram o dia em tímidos 24,80 reais, queda de 0,88 por cento.

"O balanço não deve vir bom por causa do preço do petróleo e o mercado teme dificuldades da empresa em reduzir o custo operacional", explicou o analista.

Para o analista da SLW, ainda faltam notícias positivas mais concretas para estimular o mercado, e a tendência é de que a semana continue em ritmo lento.

"O mercado ainda está muito fragilizado. Para ter uma melhora consistente tem que vir melhora do mercado norte-americano, o que não está acontecendo", avaliou o analista.

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