SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta terça-feira, acompanhando o otimismo dos mercados externos, com a divulgação de que Citigroup registrou lucro nos dois primeiros meses deste ano, reduzindo as preocupações com o setor bancário.
A moeda norte-americana terminou o dia a 2,349 reais, um recuo de 1,30 por cento. Nas duas últimas sessões, o dólar exibiu variação discreta, ficando praticamente estável.
"A partir do momento em que o mercado 'respira' lá fora, por aqui a melhora também é sentida", afirmou Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa de Investimento.
Os mercados mostravam-se otimistas após o presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, enviar um memorando aos funcionários do banco afirmando que as atividades do grupo financeiro foram lucrativas nos meses de janeiro e fevereiro, e que o banco está confiante sobre a força de seu capital.
As bolsas espelharam as boas notícias vindas do setor bancário, um dos mais golpeados pela atual crise. Na Europa, as principais praças fecharam em alta, rompendo uma série de três dias de perdas. Em Nova York, os índices disparavam mais de 5 por cento.
No Brasil, o mercado igorava os dados divulgados pelo IBGE, mostrando que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 3,6 por cento no último trimestre de 2008 em comparação aos três meses anteriores. A Bovespa exibia rali de 5 por cento, seguindo o bom humor de Wall Street.
Um gerente de câmbio de banco que preferiu não se identificar avaliou que a perspectiva de queda na taxa básica de juros também ajudou a levar o dólar para baixo.
Para ele, uma vez que o juro cai, as perspectivas para o cenário econômico como um todo melhoram e mesmo com um corte agressivo da Selic, a taxa básica brasileira ainda é muito atrativa.
Atualmente a Selic está em 12,75 por cento ao ano e uma pesquisa Reuters divulgada esta tarde mostra a maioria dos economista ouvidos apostando num corte de 1,5 ponto percentual.
(Reportagem de José de Castro)
Índices de NY sobem com notícias favoráveis sobre Citigroup
Por Chuck Mikolajczak
NOVA YORK (Reuters) - As bolsas de valores dos Estados Unidos tiveram nesta terça-feira o melhor dia em quatro meses, depois que o Citigroup informou que foi lucrativo nos primeiros dois meses de 2009.
O mercado também recebeu um impulso, que tirou os principais índices acionários dos níveis mais baixos em 12 anos, depois que um importante parlamentar afirmou que espera o restabelecimento de regras que limitam as vendas a descoberto.
O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, fechou em forte alta de 5,8 por cento, a 6.926 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq saltou 7,07 por cento, para 1.358 pontos. O índice Standard & Poor's 500 disparou 6,37 por cento, a 719 pontos.
Ações do setor finaceiro subiram 15 por cento, após o presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, afirmar num memorando para funcionários que está confiante sobre a força de capital da instituição.
Acrescentando ao tom positivo, o deputado Barney Frank, chairman do Comitê de Serviços Financeiros da câmara dos deputados dos EUA, disse estar esperançoso sobre a possibilidade de a Securities and Exchange Commission (órgão regulador do mercado de capitais dos EUA) restabelecer a regra sobre vendas a descoberto em cerca de um mês.
A regra diminui o movimento de vendas a descoberto, ou apostas de que uma ação deva cair, e pode acalmar os mercados voláteis.
"Tem havido significativa cobertura de posições no setor financeiro hoje, como resultado de comentários do chairman do Citi, oferecendo um forte apoio ao setor financeiro de maneira geral", disse Michael James, operador sênior no banco de investimento regional Wedbush Morgan em Los Angeles.
"A possibilidade de que a regra sobre vendas a descoberto possa de fato voltar também deve ser significativamente positiva para as ações financeiras", acrescentou.
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