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domingo, 14 de dezembro de 2008

Banco Mundial alerta que socorro financeiro pode prejudicar os mais pobres

MIANYANG, China (Reuters) - As nações ricas devem ter cuidado para não causar mais sofrimento ao mundo em desenvolvimento ao tomar medidas mais ousadas para fortalecer suas economias fragilizadas, disse o presidente do Banco Mundial Robert Zoellick neste domingo.

Zoellick alertou que os países mais pobres, que já enfrentam grande perda de empregos, estão vulneráveis às conseqüências indiretas das políticas criadas para socorrer os mercados financeiros.

"Os países desenvolvidos garantiram muitos débitos bancários. Isso tornou difícil para os países em desenvolvimento, com bons programas orçamentários, conseguir lançar títulos no mercado", disse Zoellick em uma entrevista enquanto visitava a província chinesa de Sichuan, devastada por um terremoto em maio.

"É importante para os países em desenvolvimento reconhecer que em algum momento vão precisar de estratégias de saída para essas garantias ou ser capazes de discipliná-las", disse ele. "Não estou dizendo que devem tomar essa atitude agora, mas de outra fora os países em desenvolvimento vão arcar com o impacto disso".

O Banco Mundial disse na semana passada que o derretimento financeiro global está pesando muito nas economias em desenvolvimento, prevendo um crescimento de 4,5 por cento para o próximo ano diante dos 6,3 de 2008.

"Esta crise financeira virou uma crise econômica, e no ano que vem será uma crise de desemprego", disse Zoellick. "Será uma fase extremamente difícil".

Ele disse que a recuperação pode ser dificultada se os países se voltarem para si mesmos na tentativa de salvar suas economias, com pouca atenção para os outros.

"Estou preocupado que o desemprego, especialmente se combinado com os descontos nos preços, possa levar a ondas de protecionismo", disse ele.

Embora elogiando a expansão monetária e o estímulo fiscal nos EUA e em outras partes, Zoellick disse que tais políticas podem conter as sementes de futuros problemas econômicos, acrescentando que seria necessário disciplina para freá-las no longo prazo.

(Reportagem de Simon Rabinovitch)

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