BELO HORIZONTE (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira a redução dos juros bancários e dos preços praticados pela indústria para estimular o consumo e minimizar o impacto da redução na atividade econômica por conta da crise financeira global.
"Os bancos têm que baixar os juros, as indústrias têm que baixar os preços dos seus produtos. A prestação tem que caber no bolso do consumidor. Nós temos reserva. Nós temos dinheiro no Tesouro para financiar o crédito. Se a gente permitir que a economia pare, aí nós estamos desgraçados", afirmou o presidente em cerimônia de inauguração de avenida e entrega de imóveis para famílias de um conjunto de favelas na capital mineira.
Na avaliação de Lula, a manutenção do consumo é uma das medidas mais importantes no combate aos efeitos da crise. Ele conclamou a população a não temer assumir uma prestação, porque "se todo mundo acha que não vai comprar, que não vai fazer prestação, porque pode perder o emprego, aí é que nós vamos perder o emprego", declarou, em fala direcionada diretamente para a platéia, composta, em sua maioria, por famílias de baixa renda.
Lula ressaltou, no entanto, que serão necessários "sacrifícios" dos governos, dos empresários e dos trabalhadores para superar a crise.
"Todos nós teremos que trabalhar de forma harmônica. E daí, fazer os sacrifícios que tivermos que fazer para que todos ganhem, para que todos percam o menos possível", afirmou.
Ao lado do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), e do governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), o presidente voltou a defender investimentos públicos em obras e classificou a crise internacional como desafio.
"Adoro desafios. Se tem uma coisa que eu gosto é de ser provocado. Eu estou sendo provocado por uma crise mundial que não tem nada a ver com nosso país. Nós vamos vencer essa crise e vamos sair muito mais preparados", salientou.
"A prefeitura investe, o Estado investe, o governo federal investe e as indústrias têm que produzir para atender os investimentos que a gente está fazendo", acrescentou.
"Vocês viram na televisão, na semana passada, o presidente eleito dos Estados Unidos dizendo que vai gerar dois milhões de empregos até 2011, que vai investir em obras de infra-estrutura? Acho que ele vai fazer um PAC lá." disse, referindo-se ao Programa de Aceleração do Crescimento, que promete manter intacto.
(Por Marcelo Portela)
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