Por Aluísio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - Apoiada nas blue chips, a Bolsa de Valores de São Paulo resistiu enquanto pôde à influência negativa de Wall Street, mas sucumbiu nos últimos minutos, fechando praticamente estável. O movimento não impediu que seu principal índice acumulasse ganho semanal pela primeira vez em quatro semanas.
A contabilização das últimas transações garantiu a reviravolta do Ibovespa, fechando em leve queda de 0,12 por cento, a 36.399 pontos, depois de ter chegado a subir mais de 5 por cento.
Tudo aconteceu numa sessão com giro financeiro de apenas 4,55 bilhões.
O dia foi de constante volatilidade, com os índices das principais bolsas de valores internacionais registrando a queda-de-braço entre o efeito de novos sinais de recessão nos Estados Unidos e a busca de investidores por pechinchas.
A primeira força tinha argumentos fortes: a construção de novas casas nos Estados Unidos caiu para o menor nível desde janeiro de 1991, enquanto a confiança do consumidor norte-americano teve a maior queda desde os anos 1950.
Por isso, foi o que prevaleceu no índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que caiu 1,41 por cento, devolvendo parte de mais da alta de 4 por cento da quinta-feira.
Curiosamente, no entanto, todos os principais índices de Wall Street fecharam a semana no azul, justamente no momento em que o que mercado mais temia começa a se materializar.
"Os investidores estão sem uma referência segura, o que pode resultar em diminuição do giro financeiro daqui pra frente", disse o chefe de análise da Link Corretora, Celso Boin Júnior.
Um aperitivo desse cenário já aconteceu nesta sexta-feira, sessão normalmente agitada, visto ser a que antecede o vencimento de opções, na próxima segunda-feira, mas que teve o menor movimento do mês.
Na bolsa paulista, a pressão negativa de Wall Street venceu por pouco a força positiva das ações de empresas domésticas ligadas a commodities, seguindo a recuperação internacional das matérias-primas como petróleo e metais, que no meio do dia patrocinaram fechamento positivo das bolsas européias.
Por aqui, isso se traduziu na alta de 3,56 por cento de Petrobras, a 22,99 reais, seguindo o avanço do petróleo para cima dos 70 dólares o barril. Ou no avanço de 3,6 por cento de Vale, para 23,15 reais.
Na mão oposta, a pressão negativa veio com força de Votorantim Celulose e Papel, desabando 13,6 por cento, a 17,36 reais, e Aracruz, com um mergulho de 9,8 por cento, a 3,33, depois que esta reportar prejuízo de 1,6 bilhão de reais por causa de perdas com derivativos.
(Edição de Vanessa Stelzer)
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