SÃO PAULO (Reuters) - A Vale anunciou nesta sexta-feira que vai cortar sua produção de minério de ferro em 30 milhões de toneladas métricas anuais a partir de 1o de novembro para se adequar ao cenário de desaceleração do crescimento da economia global.
A companhia decidiu paralisar a partir deste sábado as atividades de algumas minas, produtoras de minérios de menor qualidade, localizadas nos Sistema Sul e Sudeste, em Minas Gerais. Segundo a Vale, essas unidades apresentam maior custo e produzem minérios de qualidade inferior relativamente aos demais produzidos pela mineradora.
Na sexta-feira passada, o presidente da Vale, Roger Agnelli, havia informado que a companhia iria reduzir a produção em operações de custos mais alto enquanto a demanda se mostrar retraída devido à crise financeira global.
"No futuro, esses minérios poderão enfrentar dificuldades de colocação, tendo em vista a redução de demanda já verificada. Essa é uma ação que visa adequar a oferta da Vale à situação de mercado, evitando a estocagem desnecessária de produtos. Assim, como decorrência das paralisações acima mencionadas, nossos empregados nessas unidades entrarão em férias coletivas", informou a Vale em comunicado.
A companhia também divulgou que duas plantas pelotizadoras, representando cerca de 20 por cento da capacidade nominal de produção de pelotas, vão interromper suas atividades para entrarem em manutenção a partir de novembro.
As atividades da empresa com minério de manganês e ferro ligas no Brasil vão ficar paradas entre dezembro e janeiro do próximo ano. Na França, a planta de ferro ligas de Dunkerque permanecerá desativada até abril de 2009, enquanto na Noruega, na planta de Mo I Rana, a parada para a reforma de um forno se estenderá até junho de 2009.
"Dessa forma, haverá redução de produção de 600 mil toneladas métricas de minério de manganês e 90 mil toneladas métricas de ferro ligas relativamente ao programado para o primeiro semestre de 2009", informou a Vale.
A empresa também vai fazer um corte de 20 por cento na produção de níquel na Indonésia, o que representa uma redução de 17 mil toneladas métricas. Na China, a refinaria de níquel em Dalian vai se manter operando a 35 por cento de sua capacidade nominal de 60 mil toneladas métricas anuais, informou a Vale.
"O novo cenário global exige... que a Vale ajuste seus programas de produção em diversos países, o que implicará em redução de ritmo relativamente aos níveis praticados até setembro de 2008", informou a empresa no comunicado, acrescentando que no caso do minério de ferro "não há simplesmente espaço físico disponível para a acumulação de estoques envolvendo dezenas de milhões de toneladas".
(Reportagem de Alberto Alerigi Jr.; Edição de Renato Andrade)
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