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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dólar inverte tendência e registra baixa

Na véspera, moeda fechou no maior nível desde 22 de agosto de 2007.
Mercado aguarda votação de plano anticrise pela Câmara dos EUA.

Depois de chegar a subir mais de 2% no início do pregão nesta sexta-feira (3), o dólar inverteu a tendência e agora aponta baixa. Pouco depois das 12h20, a moeda norte-americana registrava queda de 0,79%, sendo negociada a R$ 2,007.

Na quinta-feira (2), o dólar fechou acima de R$ 2 pela primeira vez desde agosto de 2007, pressionado pelos movimentos no mercado futuro em meio a temores sobre a saúde econômica dos Estados Unidos. A moeda saltou 4,99%, para R$ 2,021. É o maior nível de fechamento desde 22 de agosto de 2007.

Ação do BC

Com a forte alta da moeda, analistas passaram a defender que o Banco Central precisa atuar de forma mais incisiva no mercado, ampliando os leilões de venda de dólar com compromisso de recompra - que funciona como um empréstimo ao mercado -, alem de expandir os seus prazos, como forma de romper a parcela especulativa da alta da divisa.

Análise

"Não vamos ter sossego, quanto mais demora esse plano a situação se deteriora mais", afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio. "Estamos vendo cada vez mais empresas fora do setor financeiro perdendo também", completou.

Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, diz que os dados divulgados pelo Banco Central na quarta-feira com um fluxo cambial positivo no país durante os primeiros 20 dias úteis de setembro, mês no qual o dólar decolou quase 17%, mostram que um tanto de especulação no movimento do dólar.

Ele ponderou, no entanto, que algumas linhas de crédito na moeda norte-americana começam a apresentar escassez. Além disso, ressaltou, "nos mercados futuros da BM&F é que temos um problema sério". "Temos uma forte posição montada apostando contra o real", disse Nehme.

Os mercados vivem um dia expectativa por conta da votação do pacote de salvamento dos bancos pela Câmara dos EUA, o que deve acontecer ainda nesta sexta-feira. A discussão dos temas relacionados à proposta já começou.

Depois de ser rejeitado na Casa na segunda-feira (29), o plano de ajuda a bancos passou por mudanças, garantindo que o contribuinte norte-americano - que, afinal, vai pagar a conta da proposta - também tenha vantagens.

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