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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Estrangeiro dobra aposta e leva Bovespa a teto em 6 meses

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O ingresso continuado de capital estrangeiro fez a Bovespa emplacar a quarta sessão consecutiva de alta nesta sexta-feira, descolando do movimento indefinido de Wall Street em dia de novas mostras de fraqueza da economia dos Estados Unidos.

Com valorização de 1,5 por cento, o Ibovespa alcançou 44.390 pontos, nova máxima em seis meses. O giro financeiro da sessão foi de 4,9 bilhões de reais.

"A entrada do investidor estrangeiro está fazendo a diferença", disse Ricardo Tadeu Martins, gerente de pesquisa da corretora Planner.

Segundo ele, esse movimento teve como pano de fundo a percepção de que as várias medidas que têm sido anunciadas criam condições para a melhora da situação global --o que está desovando ordens de compras de ações nos mercados emergentes.

É uma tendência que reforça o que aconteceu em março, quando os estrangeiros injetaram liquidamente 1,4 bilhão de reais no mercado acionário doméstico, o melhor resultado em 11 meses.

Com o pacote trilionário anunciado na véspera pelo G20 para tentar tirar o mundo da recessão, os investidores relativizaram as novas mostras de fraqueza da economia dos Estados Unidos.

Os dados apontaram que o país eliminou 663 mil empregos em março, levando a taxa de desemprego para o maior nível desde 1983, e que a atividade no setor de serviços caiu.

Durante a maior parte do dia, esses dados preocuparam os investidores de Wall Street o suficiente para segurar os principais índices acionários no vermelho. No final do dia, entretanto, prevaleceu o otimismo com o futuro e o Dow Jones avançou 0,5 por cento.

Na bolsa paulista, as líderes de ganhos foram as sucroalcooleiras, depois que o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Alan Kardec, voltar a dizer que a companhia pretende comprar participações em empresas de álcool.

São Martinho, que não faz parte do Ibovespa, disparou 13 por cento, valendo 14 reais, seguida por Cosan, com valorização de 12,2 por cento, a 12,34 reais.

Os setores financeiro e de papel e celulose, além de companhias ligadas a siderurgia e mineração, reforçaram a recuperação do mercado, sob a batuta de Vale, que avançou 1,6 por cento, para 29,15 reais.

(Edição de Daniela Machado)

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