SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mostrou um otimismo cauteloso nesta segunda-feira, dizendo estar confiante de que o Brasil sairá da crise um pouco antes dos demais países.
Em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Meirelles defendeu a atuação do BC no combate aos efeitos da crise.
"É importante garantir que a economia tenha juros mais baixos no futuro, de maneira que tudo isso permita crescimento sustentável e sem os desequilíbrios do passado", disse.
"O BC está fazendo política que vai dar sustentação ao crescimento", avaliou.
Meirelles ressaltou que, diferentemente da maioria dos países, o Brasil entrou na crise com a demanda interna bastante aquecida, crescendo a uma taxa de 9,3 por cento. Esse quadro justificaria o fato de o BC ter iniciado os cortes do juro básico apenas em janeiro, o que foi alvo de críticas por parte de vários analistas.
"Podemos ter aspiração de taxas de juros menores no futuro... mas uma economia que tem esse crescimento da demanda não é uma economia que tem um BC excessivamente conservador", afirmou ao lado de um dos principais críticos da política monetária, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Segundo Meirelles, todos estão "no mesmo barco", em busca de um crescimento sustentável, embora haja divergências pontuais.
"Nelson Rodrigues já dizia 'toda unanimidade é burra'."
(Reportagem de Daniela Machado; texto de Alexandre Caverni)
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