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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Otimismo com frente anticrise nos EUA dita alta na Bovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A aposta numa série de medidas do governo norte-americano para amenizar os efeitos da crise produziu uma quarta-feira de otimismo nos mercados de ações que levou a Bovespa para a segunda maior alta do mês.

Inflado por uma disparada nos setores bancário, de commodities e de construção civil, o Ibovespa deu um salto de 3,95 por cento, emendando a quarta alta consecutiva, a 40.227 pontos.

O movimento foi lastreado por um giro financeiro de 4,81 bilhões de reais, o melhor em três semanas.

O foco do otimismo foi a especulação de que o Federal Deposit Insurance Corp (FDIC), órgão regulador responsável por garantir depósitos de bancos, assumiria ativos podres de instituições financeiras abatidas pela crise.

Além disso, disseram profissionais do mercado, a onda compradora refletiu a confiança dos investidores na aprovação do pacote fiscal de 825 bilhões de dólares do presidente Barack Obama pelos congressistas do país.

"Tem essa expectativa de atuação em diversas frentes", disse Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros.

Essa percepção foi reforçada depois de o Federal Reserve afirmar que pode comprar títulos de prazo longo prazo do governo dos EUA e após o novo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, afirmar que uma série de opções estão sendo estudadas para recuperar a economia do país .

"Nós estamos considerando várias opções", disse Geithner, na abertura da reunião com autoridades do departamento para discutir o programa de estímulo econômico. "Nós esperamos tomar decisões e termos uma posição logo" para torná-la pública.

Esse pano de fundo realçou o otimismo com grandes companhias domésticas que já vinham sustentando o Ibovespa para cima nas últimas sessões. Petrobras disparou 5,44 por cento, para 25,20 reais, em meio a rumores de que a companhia está próxima de fazer uma grande captação externa.

Vale também refletiu a melhora de humor no mercado, avançando 5,16 por cento, para 29,37 reais, depois de sua concorrente Rio Tinto ter admitido que considera captar recursos para pagar dívidas.

A recuperação generalizada do setor financeiro nas praças internacionais também respingou entre os bancos brasileiros. O mais beneficiado foi Unibanco, com um salto de 8,16 por cento, para 13,79 reais, seguido por Itaú, que avançou 7,4 por cento, valendo 24,48 reais.

Embora com menor peso no Ibovespa, o setor de melhor desempenho na sessão foi o imobiliário, em meio a expectativas positivas sobre o plano de incentivo para o setor que o governo deve anunciar em breve. À frente do bloco, Gafisa teve uma escalada de 13,5 por cento, para 11,59 reais, seguido por Cyrela, com elevação de 10,8 por cento, negociada a 9,55 reais.

(Edição de Vanessa Stelzer)

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