Por Aluísio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - Às portas da temporada de balanços corporativos do quarto trimestre, os investidores deixaram de lado o otimismo dos primeiros dias do ano e passou a vender ações compulsivamente, levando a Bolsa de Valores de São Paulo ao seu pior dia em sete semanas.
Com uma baixa de 5,24 por cento, o Ibovespa voltou aos 39.403 pontos, apagando com sobras o ganho acumulado na semana passada. O giro financeiro da sessão foi de 3,43 bilhões de reais.
Segundo profissionais do mercado, os investidores da bolsa paulista, que vinham tentando se distanciar do movimento internacional negativo das últimas sessões, sucumbiram ao pessimismo continuado, que também contaminou os mercados de commodities, e preferiram garantir os ganhos recentes.
O medo é que os resultados do quarto trimestre de 2008, que nos mercados norte-americanos começam ainda nesta segunda-feira com a Alcoa.
"Foi uma período muito ruim da economia e isso deve se refletir nos lucros das companhias. Foi um motivo encontrado para o investidor realizar", disse Kelly Trentin, analista da SLW Corretora.
Até o dia 7 de janeiro, a reboque de um ingresso líquido de 1 bilhão de reais de investimentos estrangeiros, o Ibovespa acumulou ganho de 11,8 por cento.
Os papéis mais atingidos foram os de companhias ligadas a commodities. Como Petrobras que, na cola de uma queda de quase 8 por cento na cotação do barril do petróleo, desabou 6,5 por cento, para 23,75 reais.
O movimento de realização de lucros, que começou no setor ligado a matérias-primas, se espalhou para todo o mercado. Das 66 ações do Ibovespa, 57 fecharam o dia no vermelho.
O setor aéreo foi um dos mais atingidos, tendência liderada por Tam, que desabou 10,4 por cento, a 19,57 reais, no dia em que Embraer informou ter entregue menos aeronaves no quarto trimestre do que em igual período de 2007.
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