SÃO PAULO (Reuters) - O dólar marcou sua sétima queda consecutiva ante o real nesta segunda-feira, na esteira de um movimento de ingresso de recursos, ancorado em perspectivas otimistas para a economia brasileira.
A influência positiva das bolsas de valores também contribuía para fortalecer a baixa da moeda norte-americana no mercado doméstico.
O dólar recuou 1,06 por cento, valendo 1,954 real para venda, confirmando a maior série de quedas diárias desde o início de abril do ano passado, quando a divisa norte-americana cravou oito baixas seguidas.
Durante a tarde, o dólar atingiu o menor nível ante o euro. No final do dia, a divisa operava praticamente estável ante uma cesta com as principais moedas.
"O cenário lá fora está tranquilo. As bolsas (de valores) estão subindo, inclusive a Bovespa, e isso é um indicativo de fluxo para o país", avaliou Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper.
Knauer se referiu às bolsas de valores dos Estados Unidos, que exibiam fortes altas após a divulgação de dados econômicos fortes, que estimulavam o otimismo em investidores, em meio à percepção de que o pior da crise global ficou para trás.
O bom humor em Wall Street era seguido pelo principal índice da Bovespa, que no final da tarde avançava cerca de 2,2 por cento. No ano, a valorização do índice chega a quase 40 por cento.
O gerente de câmbio lembrou que os investidores estrangeiros têm voltado ao Brasil por acreditarem que o país ainda oferece alta rentabilidade às suas aplicações.
A entrada de dólares tem ocorrido também pelo segmento comercial. Segundo números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgados nesta segunda-feira, a balança comercial brasileira registrou superávit de 2,6 bilhões de dólares em maio, aumentando o saldo acumulado no ano para 9,3 bilhões de dólares.
Nesse contexto, o Banco Central realizou nesta tarde mais um leilão de compra de dólares no mercado à vista. Desde 8 de maio, o BC tem feito esse tipo de operação em todas as sessões regulares.
Para o operador da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Forgione, a tendência de queda do dólar ante o real deve permanecer neste mês, principalmente lastreada pelo ingresso de recursos na Bovespa.
Entretanto, Forgione pondera que "ainda estamos num momento de crise e não devemos nos iludir com esses momentos de melhora no cenário (econômico)".
Na BM&F, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de 1,2 bilhão de dólares, segundo dados preliminares.
(Reportagem de José de Castro)
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