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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Uso de remédios é dúvida chave na morte de Michael Jackson



Por Mary Milliken e Laura Isensee

LOS ANGELES (Reuters) - Médicos examinaram nesta sexta-feira o corpo de Michael Jackson em busca de indícios da causa da morte repentina do "rei do pop", enquanto a família e amigos disseram que um possível medicamento prescrito ao cantor que preparava seu retorno aos palcos poderia ser o motivo.

Um advogado da família disse na sexta-feira que se preocupava com a ideia de que o uso pelo cantor de medicamentos receitados devido a fraturas sofridas ao dançar pudesse acabar sendo fatal e que o círculo de pessoas mais próximas a Jackson vinha ignorando seus avisos.

Um membro da família de Jackson disse ao site TMZ.com que o cantor recebeu uma injeção do analgésico Demerol antes de sofrer a parada cardíaca em sua casa alugada, por volta do meio-dia da quinta-feira no horário local. Pouco depois, o site divulgou que Jackson morrera num hospital de Los Angeles.

O Instituto Médico Legal de Los Angeles disse que a autópsia iniciada nesta sexta-feira pode levar de seis a oito semanas para determinar a causa da morte, que provavelmente terá que aguardar os resultados de exames toxicológicos. Estes vão determinar se Jackson tinha drogas, álcool ou medicamentos receitados em seu organismo.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que Jackson era um "artista espetacular", mas que alguns aspectos da sua vida eram "tristes e trágicos", disse a Casa Branca.

A morte de Jackson fez manchetes em todo o mundo. A TV e as rádios tocaram seus maiores sucessos, de "Thriller" a "Billie Jean", e os sites de relacionamento social foram bombardeados com mensagens e homenagens de fãs e músicos.

"É tão triste e chocante", disse o ex-Beatle Paul McCartney. "Me sinto privilegiado por ter trabalhado e passado tempo com Michael. Ele foi um menino homem de talento imenso e alma gentil. Ele será lembrado para sempre."

LEGIÕES DE FÃS

Quando o dia amanheceu no Hollywood Boulevard, fãs se reuniram diante da estrela de Jackson na Calçada da Fama para prestar homenagem ao ex-menino-prodígio que se tornou um dos artistas pop de maiores vendas de todos os tempos, antes de mergulhar num estilo de vida estranho e recluso, em meio a acusações de abuso sexual infantil.

"Sua música foi a trilha sonora da minha infância", disse Tassa Hampton, 32 anos, ajoelhando-se para acender uma vela em meio à pilha crescente de flores e pôsteres.

A família do cantor ainda não divulgou informações sobre o funeral. Na noite de quinta, o corpo de Jackson foi levado de helicóptero do hospital para o Instituto Médico Legal.

O advogado Brian Oxman, porta-voz da família Jackson, disse na sexta ao "The Early Show", da CBS, que estava preocupado com os medicamentos receitados por médicos que Jackson tomava devido a ferimentos sofridos em apresentações.

"Não quero apontar culpados porque quero ouvir o que dizem os exames toxicológicos e os médicos legistas, mas a verdade é que Michael Jackson tinha medicamentos receitados à sua disposição em todos os momentos", disse Oxman.

O TMZ informou que o médico que vivia na casa de Jackson está desaparecido. Uma fonte da polícia disse ao site que o médico, cujo nome não é conhecido, deu uma injeção a Jackson antes de o cantor morrer.

Diante de sua reputação prejudicada e de uma dívida enorme que, segundo o Wall Street Journal, chegava a 500 milhões de dólares, Jackson passara os últimos dois meses ensaiando para os concertos.

Um processo complexo começou em Londres para reembolsar as pessoas que compraram ingressos para os shows, incluindo os que compraram de revendedores não autorizados. Um par de passes VIP foi oferecido recentemente no eBay por 16 mil libras (mais de 25 mil dólares).

Com sua morte, a música de Jackson desfruta um renascimento comercial que ele não tinha havia anos. Em poucas horas suas canções ocupavam os 15 primeiros lugares entre os álbuns mais vendidos pela loja online Amazon.com.

750 MILHÕES DE CÓPIAS VENDIDAS

Jackson é considerado um dos mais bem-sucedidos artistas do século passado, com vendas estimadas de 750 milhões de discos e 13 prêmios Grammy.

Mas a reputação de Jackson por sua música e sua dança foi ofuscada pelos recentes anos de aparência cada vez mais anormal e estilo de vida esquisito, o que inclui a amizade com um chimpanzé e a preferência da companhia de crianças.

Ele batizou uma propriedade na região central da Califórnia de Rancho de Neverland Valley (ou Rancho do Vale da Terra do Nunca, numa tradução para o português), em homenagem à história de Peter Pan, escrita por J. M. Barrie. O local tinha um parque e um zoológico de animais de estimação.

Jackson foi acusado por duas vezes de molestar jovens e foi formalmente indiciado em 2003 de abuso sexual de crianças. Ele se tornou ainda mais recluso após sua absolvição em 2005 e prometeu que nunca mais moraria em seu rancho.

Apesar dos relatos de problemas na saúde do cantor, os promotores dos shows de Londres, a AEG Live, afirmaram em março que Jackson havia passado por uma série de exames de quatro horas e meia com médicos independentes.

MOONWALK

Jackson nasceu em 29 de agosto de 1958, na cidade de Gary, Estado de Indiana. Ele era o sétimo de nove filhos e atuou ao lado de seus irmãos no grupo Jackson 5.

O álbum "Thriller", de 1982, emplacou sete músicas entre as dez mais tocadas. O disco vendeu 21 milhões de cópias nos Estados Unidos e ao menos outras 27 milhões ao redor do mundo.

No ano seguinte, ele mostrou ao mundo seu passo de dança conhecido como "moonwalk", no qual ele desliza de costas no palco, quando cantava "Billie Jean" durante especial da emissora NBC. O passo se tornou uma de suas marcas registradas.

Em 1994, o cantor casou-se com a única filha de Elvis Presley, Lisa Marie, mas o casamento acabou em divórcio em 1996.

Jackson casou-se com Debbie Rowe em 1996 e teve dois filhos antes de se separar novamente em 1999. Ele teve um outro filho cuja mãe não foi identificada.

Ele deixa os três filhos chamados Prince Michael I, Paris Michael e Prince Michael II, este último conhecido por uma breve aparição pública quando o pai o chacoalhou em uma janela de hotel, gerando duras críticas.

Ibovespa não sustenta ganhos e fecha quase estável

Por Paula Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice do mercado acionário brasileiro devolveu os ganhos e fechou praticamente estável nesta sexta-feira. Em boa parte da sessão, contudo, o Ibovespa sustentou-se em território positivo, descolado de seus pares norte-americanos Dow Jones e S&P 500, que recuram o dia todo.

Após subir 0,81 por cento, na máxima do dia, aos 51.034 pontos, o Ibovespa encerrou com uma queda marginal de 0,06 por cento, aos 51.485 pontos. O volume financeiro do pregão totalizou 3,85 bilhões de reais.

Na semana, o índice acumulou leve alta de 0,22 por cento.

De acordo com o estrategista de renda variável para pessoa física da corretora Santander, Maurício Ceará, foi um dia vazio de notícias, com os indicadores nos Estados Unidos, de modo geral, dentro do esperado. "Houve bastante giro e o volume foi fraco, com o setor siderúrgico ajudando", disse.

Entre as siderúrgicas, CSN valorizou-se 0,34 por cento, a 44,65 reais, Gerdau subiu na maior parte do dia, mas terminou com leve queda de 0,2 por cento, a 20,40 reais, e Usiminas ganhou 0,85 por cento, a 41,35 reais.

Na visão do profissional, o Ibovespa deve ficar oscilando em um intervalo de 48 mil a 52 mil pontos antes de definir uma tendência mais clara. Segundo ele, a recuperação desde meados de março refeltiu um acerto à melhora das expectativas, e agora o mercado irá monitorar os números reais, se houver efetivamente uma melhora.

Outro componente para o descolamento do Ibovespa de NY em boa parte da sessão, de acordo com o gerente de operações de renda variável de uma corretora em São Paulo, foi a oferta inicial de ações da Visanet. "Criou um bom humor no mercado local."

A ação da VisaNet estreará na Bovespa na segunda-feira ao preço de 15 reais, no teto das estimativas do coordenador-líder do IPO, que projetava preço entre 12 e 15 reais por papel. O valor total da operação é de 8,397 bilhões de reais, o maior para IPOs da história da bolsa brasileira.

Algumas ações do setor financeiro foram beneficiadas, como Bradesco, que subiu 1,08 por cento, a 28,90; e Itaú Unibanco que ganhou 1,58 por cento, a 30,91 reais --inclusive ajudando o Ibovespa.

Os papéis da Redecard também valorizaram, 3,48 por cento, a 32,40 reais, com muitos investidores que não puderam participar do IPO da Visanet comprando suas ações.

No caso das blue chips, Petrobras fechou estável a 32,25 reais, após subir em boa parte do pregão, mesmo com o petróleo em queda, enquanto Vale cedeu 1,92 por cento, para 30,10 reais.

Em Wall Street, dados melhores de gasto, renda e confiança dos consumidores nos Estados Unidos não foram suficientes para motivar ganhos em Wall St. O elevado nível de poupança gerou preocupação de que o consumo não vai tirar o país da recessão e serviu como argumento para vendas.

O Dow Jones perdeu 0,40 por cento e o S&P 500 recuou 0,15 por cento.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ibovespa retoma 51 mil pontos com Wall St e commodities

Por Paula Laier

SÃO PAULO (Reuters) - Após uma abertura fraca e hesitante, o mercado acionário brasileiro firmou-se em terreno positivo nesta quinta-feira, amparado no forte avanço das bolsas nos Estados Unidos e na valorização das commodities.

No término da sessão, o Ibovespa registrou alta de 3,71 por cento, aos 51.514 pontos. O volume financeiro do pregão totalizou 4,78 bilhões de reais.

A reação negativa ao aumento inesperado dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos perdeu fôlego logo após a abertura, com as bolsas de valores norte-americanas firmando-se em trajetória de alta e contagiando as operações brasileiras.

O avanço de ações ligadas ao consumo em Nova York deu o tom dos negócios, ajudado pela baixa na remuneração dos Treasuries após a boa demanda em um leilão. O recuo nos juros dos títulos do Tesouro norte-americano tende a significar custos mais baixos de crédito a empresas e consumidores.

O alívio com o desdobramento de uma audiência do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, no Congresso sobre o acordo Bank of America/Merrill Lynch foi mais um componente para as compras de ações.

O Dow Jones fechou com elevação de 2,08 por cento e o Standard & Poor's 500 avançou 2,14 por cento.

Outro ingrediente para a forte valorização do Ibovespa foi a alta nos preços de commodities, particularmente petróleo e metais, devido ao impacto nas blue chips brasileiras Petrobras e Vale. O índice CRB de commodities subiu 1,42 por cento.

A preferencial da Petrobras avançou 4,03 por cento, para 32,25 reais, enquanto a preferencial da Vale apreciou-se 4,1 por cento, a 30,69 reais.

O operador de uma corretora em São Paulo, contudo, chamou atenção para o volume relativamente baixo e para o fato de que os negócios foram em grande parte operações em que o investidor compra ações e vende o índice (basket) e arbitragens com o mercado externo. "A alta foi uma correção", disse.

O gerente de renda variável de uma corretora no Rio de Janeiro disse que o gráfico do Ibovespa sinaliza uma realização de lucros, mas que antes disso o índice deverá subir um pouco mais.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Dólar supera R$2 com nervosismo externo e aversão a risco

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve a maior alta percentual em mais de três meses ante o real nesta segunda-feira, ficando acima dos 2 reais pela primeira vez em quase quatro semanas, acompanhando o nervosismo no cenário externo e o aumento da aversão a risco.

A moeda norte-americana avançou 2,48 por cento, cotada a 2,023 reais para venda, maior nível desde 25 de maio, quando terminou a 2,025 reais.

É a mais forte alta do dólar desde 2 de março, sessão em que disparou 3,04 por cento.

"Hoje o que a gente tem é uma pressão muito forte vindo das commodities e isso está fazendo o dólar subir aqui e lá fora", considerou Luis Piason, gerente de câmbio da Corretora Concórdia.

Piason disse que o cenário está favorável a correções nas bolsas de valores, o que, segundo ele, também estimula um ajuste no mercado de câmbio.

No momento de maior desvalorização do dólar ante o real este ano, a divisa norte-americana chegou a cair 21,3 por cento. Para Piason, é provável que o dólar devolva parte dessa perda no curto prazo.

"Na realidade, as bolsas não estavam com fôlego para seguir em frente. É uma mini bolha especulativa que está estourando e o câmbio (local) está acompanhando esse contexto", acrescentou.

O front acionário espelhava o receio dos investidores quanto a uma recuperação verdadeira da economia. Na Europa, os índices fecharam no menor patamar em cinco meses, pressionados pela fraqueza dos preços do petróleo. A commodity teve recuo de 3,8 por cento.

Nos Estados Unidos, as bolsas de valores operavam em forte baixa no momento em que os negócios no câmbio doméstico se encerraram. O nervosismo lá fora contaminava em cheio o mercado de ações brasileiro. O principal indicador acionário da bolsa paulista cedia mais de 3 por cento no final da tarde.

Esse pessimismo era corroborado por um relatório do Banco Mundial divulgado nesta segunda-feira, que piorou seu prognóstico para a performance da economia global neste ano, para contração de 2,9 por cento, ante projeção anterior de queda de 1,7 por cento.

Para o Brasil, a entidade estima uma contração de 1,1 por cento neste ano, ante cenário anterior de crescimento de 0,5 por cento.

"O cenário lá fora dá condições para que os investidores apresentem um pouco mais de cautela e isso vai refletir em menores investimentos em bolsas e ativos de emergentes", afirmou o gerente de câmbio de um banco nacional que preferiu não se identificar.

No acumulado até 17 deste mês, os estrangeiros já tiraram do mercado acionário brasileiro 1,304 bilhão de reais.

Frente a uma cesta com as principais divisas mundiais, o dólar subia 0,5 por cento no final da tarde.

"A diminuição desse movimento ocorre em função do crescimento a aversão a risco que os mercados têm mostrado, pelo menos no curto prazo", completou.

No final da tarde, o Banco Central prosseguiu com os leilões de compra de dólares no mercado à vista. A taxa de corte da operação foi de 2,0235 reais.

Na roda de pronto da BMF Bovespa, segundo dados preliminares, o volume de dólar negociado no segmento à vista somava cerca de 1,4 bilhão de dólares.

(Reportagem de José de Castro)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Microsoft e tecnologia salvam Nasdaq e S&P 500

Por Leah Schnurr

NOVA YORK (Reuters) - Os índices Nasdaq e Standard & Poor's 500 fecharam em alta nesta sexta-feira, à medida que comentários positivos de uma corretora sobre a Microsoft impulsionaram as ações de tecnologia.

Os indicadores, no entanto, acumularam queda semanal pela primeira vez em cinco semanas.

O Nasdaq subiu 1,09 por cento, para 1.827 pontos e o índice S&P 500 teve valorização de 0,31 por cento, a 921 pontos.

Já o índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuou 0,19 por cento, para 8.539 pontos.

As ações da Microsoft subiram 2,4 por cento depois que o Goldman Sachs acrescentou os papéis da maior fabricante de sofware do mundo à sua lista de compra prioritária e disse que novos produtos e um aumento nos investimentos voltados para tecnologia da informação devem dar suporte ao crescimento.

Os papéis da Apple subiram 2,7 por cento, com a chegada às lojas do mais recente modelo de iPhone. Enquanto o lançamento do novo produto levou uma multidão à loja da empresa em Nova York, o número de aparelho disponíveis foi menor que o disponilizado nos lançamentos anteriores.

Após um forte rali de três meses, os índices deram uma pausa nos ganhos esta semana, uma vez que investidores questionam cada vez mais se as ações devem passar por uma correção.

Preocupações de que a recuperação da economia possa ser morna têm diminuído o otimismo que levou o indicador S&P 500 a se valorizar 40 por cento ante as mínimas de fechamento em 12 anos atingidas em março.

"Nós tivemos um repique, com o fim das quedas mês a mês dos dados econômicos", disse Bucky Hellwig, vice-presidente sênior da Morgan Asset Management, em Birmingham, Alabama.

"Mas parece que o debate está emergindo: Vamos parar aqui? Precisamos retroceder ou podemos continuar?", indagou.

No pregão desta sexta-feira, as ações do setor de energia fizeram o Dow Jones fechar negativo e reduziram os ganhos do S&P 500, à medida que os preços do petróleo cederam para abaixo de 70 dólares o barril por apostas de que haverá amplo estoque da commodity durante as férias de verão.

Bovespa tem 1a alta em 5 sessões e Eletrobrás se sobressai

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Notícias positivas envolvendo empresas domésticas abriram o apetite por compras seletivas no mercado acionário brasileiro, o que, num dia de giro tímido de negócios, foi suficiente para levantar a Bovespa pela primeira vez em cinco sessões.

Um dos destaques foi Eletrobrás, depois de o presidente da companhia José Antonio Muniz, ter revelado em entrevista à Reuters, que a elétrica deve pagar neste ano aos acionistas dividendos retidos nas décadas de 1970 e 80.

As ações ordinárias da Eletrobrás, que chegaram a cair quase 2 por cento pela manhã, fecharam em alta de 6,4 por cento, a 28,99 reais. Na máxima, os papéis da estatal --que serão os beneficiados da distribuição de dividendos retidos-- chegaram a apresentar valorização de 10 por cento.

O Ibovespa subiu 0,92 por cento, para 51.373 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 3,78 bilhões de reais.

Para o analista de investimentos Marcelo Lima, da Spinelli Corretora, o investidor "está fazendo um ajuste fino, vendo oportunidades de compra, embora com muito mais cautela".

Uma das eleitas foi a ação preferencial da Petrobras, que ganhou 0,6 por cento, para 31,95 reais, mesmo em dia de queda do petróleo e depois de a companhia ter tido sua nota de crédito reduzida pela Moody's.

O investidor preferiu olhar para o aviso da empresa de que sua produção doméstica de petróleo cresceu 0,7 por cento em maio ante abril.

Para a analista Paula Kovarsky, da Itaú Corretora, o dado mostra que a petrolífera está conseguindo entregar o forte crescimento prometido ao mercado para este ano.

Companhias aéreas figuraram no topo do índice, depois de o presidente da TAM, David Barioni, ter dito na véspera que já enxerga recuperação do setor aéreo. Gol, a melhor do Ibovespa, subiu 6,7 por cento, a 11,25 reais. TAM ganhou 4,2 por cento, para 20 reais.

Em Wall Street, aconteceu o vencimento quádruplo, dia de exercício dos contratos de índices futuros de ações, de índices de opções de ações, de opções de ações e de futuros de ações. No final, o índice Dow Jones caiu 0,19 por cento, enquanto o S&P 500 avançou 0,31 por cento.

PANORAMA

Segundo profissionais do mercado, depois da escalada de 40 por cento do Ibovespa no ano, os investidores entraram numa fase de ajuste nos preços das ações, esperando para ver se os dados macroeconômicos confirmarão a expectativa de retomada da economia global.

Há um mês, o Ibovespa não sai da faixa entre 50 mil e 54 mil pontos. E o investidor estrangeiro, que havia trazido cerca de 12 bilhões de reais para a Bovespa entre fevereiro e maio, nos primeiros 16 dias de junho sacou 886 milhões de reais do mercado acionários doméstico.

"Daqui para a frente, vai ser necessário algo mais consistente para permitir que o mercado continue subindo", disse Marcelo Lima, da Spinelli.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Investidor estende embolso de lucro e Ibovespa tem 3a queda

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A realização de lucros com ações ligadas a commodities prevaleceu pelo terceiro dia seguido na Bovespa, mas o movimento foi contido pelo alívio de investidores diante da ausência de medidas mais agressivas dos Estados Unidos para regular o setor financeiro.

Depois de ter beirado os 2 por cento de queda, o Ibovespa recobrou fôlego e reduziu a desvalorização para 0,31 por cento no fechamento desta quarta-feira, aos 51.045 pontos.

O giro financeiro, inflado pelo vencimento dos contratos de índice futuro, chegou aos 9,35 bilhões de reais, o maior do ano.

Segundo profissionais do mercado, a ansiedade com medidas de reforço regulatório de bancos norte-americanos, anunciadas pelo presidente Barack Obama, acabou se revelando exagerada. O medo era de uma regulação que engessasse o setor, mas Obama mostrou preocupação com um equilíbrio entre a liberdade e a regulação do mercado.

"Acabou não tendo influência nenhuma nos negócios", disse Luiz Gustavo Medina, sócio da M2 Investimentos.

Na bolsa de Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,1 por cento, atingido pela queda de ações de bancos depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou o rating de 18 instituições financeiras do país.

Por aqui, explicou Medina, prevaleceu o esvaziamento do fluxo comprador, que manteve o Ibovespa em alta nos últimos três meses, deixando espaço para realização de lucros.

Os alvos principais foram as ações ligadas a commodities. O papel preferencial da Petrobras cedeu 1,5 por cento, a 32,05 reais. A preferencial da Vale recuou 0,9 por cento, valendo 31,88 reais.

Os bancos refletiram o mau desempenho setorial em Wall Street, com liderança de Bradesco, que perdeu 0,95 por cento, para 29,27 reais.

AÇÕES EM ALTA

A ponta de cima do índice teve entre os destaques as companhias aéreas. TAM subiu 4 por cento, para 19,35 reais. Gol ganhou 3,9 por cento, a 10,33 reais.

Ambas perderam market share no mercado doméstico de aviação civil, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil divulgados na terça-feira, mas analistas tiveram visões divergentes sobre os números.

As corretoras Itaú e Banif reforçaram a preferência por Gol em relação à TAM. O HSBC avaliou que o cenário ainda é positivo para a TAM.

Eletropaulo subiu 1,8 por cento, a 33,18 reais. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu na terça-feira aprovar redução de 8,07 por cento para o índice de revisão tarifária da distribuidora retroativo a julho de 2007. Analistas, porém, consideraram que a revisão veio melhor do que as expectativas.

O Banif elevou a recomendação para os papéis da companhia de "vender" para "neutra".

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Índice fecha em alta por bancos e commodities

LONDRES (Reuters) - As bolsas de valores da Europa terminaram em alta nesta quarta-feira, com os bancos liderando os ganhos.

As ações do setor de energia foram impulsionadas pelo avanço do petróleo, enquanto as mineradoras registraram valorização após a produtora de cobre Antofagasta ter dito que planos de expansão estão em andamento.

O índice FTSEurofirst 300, referência das principais praças da região, subiu 1,1 por cento, para 879 pontos, após variar entre 889 e 870 pontos durante a sessão.

"Foi um bom dia, mas eu não estou totalmente certo se há qualquer justificativa inteiramente real por trás disso. Não há notícias que realmente causaram qualquer mudança --nós sabemos que os bancos norte-americanos têm tentado pagar os recursos do governo", disse Peter Dixon, economista do Commerzbank.

"Eu acho que o mercado está subindo à frente de uma recuperação. Eu não tenho certeza se isso é sustentável", afirmou ele.

O segmento bancário foi o que mais impulsionou o índice. HSBC, Banco Santander, UBS, Credit Suisse e BNP Paribas ganharam entre 1 e 4,8 por cento.

Na terça-feira, o Tesouro dos EUA informou que 10 dos principais bancos norte-americanos estão autorizados a reembolsar 68 bilhões de dólares em recursos obtidos por meio do Troubled Asset Relief Program (Tarp).

As ações do setor de energia se subiram após o preço do petróleo atingir a marca de 71 dólares o barril pela primeira vez em 7 meses. BP, Royal Dutch Shell, Premier Oil e Total avançaram de 0,4 a 3,2 por cento.

Mineradoras também operaram em território positivo. A mineradora de cobre chilena Antofagasta subiu 4,5 por cento depois do grupo ter afirmado que está mantendo planos de expansão, com meta de aumento de produção de 60 por cento até 2011.

Em LONDRES, o índice Financial Times fechou em alta de 0,73 por cento, a 4.436 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX ganhou 1,07 por cento, para 5.051 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 subiu 0,56 por cento, para 3.315 pontos.

Em MILÃO, o índice Mibtel encerrou em alta de 1,14 por cento, a 20.299 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou valorização de 1,37 por cento, para 9.627 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 perdeu 0,38 por cento, para 7.114 pontos.

(Reportagem de Joanne Frearson)

Dilma manteria pilares econômicos, diz Lula

Por Natuza Nery

BRASÍLIA (Reuters) - Pré-candidata do governo à sucessão, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) manterá os pilares macroeconômicos praticados pela atual administração caso seja eleita, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista exclusiva à Reuters nesta quarta-feira.

Segundo o presidente, Dilma foi escolhida por ele para concorrer às eleições de 2010 pelas afinidades compartilhadas.

"O fato de eu escolher a Dilma como minha sucessora é que ela tem muito a ver comigo. É mais pela semelhança que pela diferença."

Um eventual governo da ministra não faria aventuras, garante Lula. "A seriedade da política econômica vai continuar."

"Afinal de contas, se ela for eleita, vai ser eleita pelo sucesso (deste governo)", argumentou.

Sobre as diferenças entre os dois, porém, ele brinca: "Eu espero que seja diferente, porque se for para ser igual, fico eu." A frase, apesar do que aparenta, não remete a um polêmico terceiro mandato.

O futuro presidente, diz Lula, deve herdar um "novo PAC" (Programa de Aceleração do Crescimento) já com recursos previstos para 2011. Ele quer deixar para o sucessor uma "garantia de obra muito bem demarcada no Orçamento".

Perto de terminar seu segundo mandato como um dos presidentes mais populares da história, ele admitiu que deixará o governo com a frustração de não ter implementado uma lei que desburocratize a execução de obras de infraestrutura.

"Nós fizemos tanta exigência nos marcos regulatórios... que hoje eu acho que deveria, logo no primeiro ano (de governo), se soubesse que era assim, ter feito um projeto de lei para facilitar as coisas."

IPI PERMANENTE

Lula disse querer uma política permanente de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a indústria automotiva até que a crise financeira internacional seja superada.

"A minha posição é de que nós precisamos transformar isso em uma política permanente até você ter sinais totais de que a crise está debelada."

O presidente afirmou ainda não ter conversado com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o assunto, mas considera a medida um importante antídoto contra os efeitos da crise no Brasil.

A medida foi tomada em dezembro, após o auge da crise mundial, e prorrogada até o final deste mês. A redução do imposto ajudou a sustentar as vendas internas das montadoras.

Mantega verbalizou no início desta semana que não tem intenção de prorrogar pela segunda vez a redução do imposto.

Segundo o presidente, o governo está preparado para tomar medidas adicionais de estímulo à economia e defendeu de forma vigorosa a autonomia do Banco Central na definição do juro básico. "Não quero que número seja político", enfatizou.

Quanto ao desempenho da economia, que experimenta recessão técnica por ter apresentado contração por dois trimestres sucessivos, o presidente voltou a dizer que não foi o resultado que ele queria, mas acredita que o desempenho foi melhor do que seus adversários projetavam.

BRICs: COMÉRCIO EM REAL

Às vésperas de uma viagem internacional para encontrar os chefes de Estado de China, Índia e Rússia, os chamados Brics, Lula disse que tem interesse em implementar trocas comerciais em moeda local, substituindo o dólar, não só com essas mas com outras economias do mundo.

"O que queremos fazer com alguns parceiros comerciais, inclusive com o próprio Estados Unidos, é fazer com que a nossa moeda possa ser utilizada pelos nossos empresários. Ter que comprar dólar para pagar um produto que comprou dos Estados Unidos, eu quero pagar em real sem precisar comprar dólar", comentou.

Apesar da importância e da repercussão que o mero debate de uma alternativa ao dólar entre os emergentes gera, Lula afirmou que "isso não é uma coisa que você faz um acordo e começa a funcionar no dia seguinte".

Sobre os Brics --conceito formulado no mercado financeiro para descrever as principais economias emergentes--, o presidente defendeu uma ação conjunta das quatro nações para reformar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e outros organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Mudou a geografia do mundo", ressaltou. "Os países ricos não são mais os únicos que decidem a capacidade produtiva e de consumo do mundo."

Lula antecipou à Reuters a decisão de emprestar 10 bilhões de dólares para capitalizar o FMI no atual cenário de crise.

"A novidade boa é que os ricos entraram em crise e que os que eram emergentes estão dando uma contribuição enorme para salvar a economia e, consequentemente, salvar os países ricos."

Dólar sobe espelhando aversão a risco e fraqueza de bolsa

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar acompanhou o aumento da aversão a risco em nível mundial e subiu ante o real nesta quarta-feira, numa sessão fraca por conta da proximidade do feriado de Corpus Christi.

A moeda norte-americana foi pressionada, no mercado doméstico, por um movimento global de valorização e pelo receio de eventual mudança na taxa básica de juros dos Estados Unidos.

O dólar avançou 0,67 por cento, cotado a 1,951 real para venda. No início do dia, a divisa norte-americana chegou a cair 0,57 por cento, mas reverteu a trajetória perto do encerramento dos negócios da manhã.

Ante uma cesta com as principais divisas globais, o dólar subia cerca de 0,6 por cento no final da tarde.

"O mercado abriu relativamente tranquilo, mas aí veio o assunto da possível mudança na política monetária dos Estados Unidos. Isso criou tensão", avaliou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Segundo a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, o aumento do déficit fiscal norte-americano acendeu a preocupação sobre uma mudança na política monetária do Federal Reserve, antecipando uma alta na taxa de juros.

"A preocupação de que o Fed terá que aumentar a taxa e reduzir a injeção de liquidez na economia diminiu o apetite dos investidores por ativos de maior risco", disse.

O Tesouro dos Estados Unidos anunciou que o país teve déficit orçamentário de 189,65 bilhões de dólares em maio, acima do previsto e perfazendo o oitavo mês seguido de saldo negativo.

O leilão de Treasuries de 10 anos refletiu a preocupação com o custo de financiamento do crescente déficit fiscal dos EUA. Os preços dos Treasuries caíram, elevando os rendimentos para 4 por cento pela primeira vez em oito meses.

Os sintomas de aumento da aversão a risco eram reverberados pelas bolsas de valores de Nova York, que caíam no final da tarde por preocupações de que uma elevação do juro possa frear os gastos de consumidores.

Os índices em Wall Street cediam em torno de 0,5 por cento, enquanto o principal índice da bolsa paulista marcava baixa de 0,3 por cento.

FLUXO CAMBIAL

O Banco Central divulgou o fluxo cambial da primeira semana de junho, período em que as entradas de recursos superaram as saídas em 550 milhões de dólares.

Isso resultou de saldo positivo nas operações comerciais de 670 milhões de dólares e negativo nas transações financeiras em 120 milhões de dólares.

Em maio, o fluxo cambial havia ficado positivo em 3,134 bilhões de dólares. No ano, o país acumula entrada líquida de 2,140 bilhões de dólares.

Miriam, da AGK Corretora, destacou que o fluxo cambial refletiu uma pausa nas aplicações dos investidores estrangeiros em bolsa. "Houve uma pausa nas compras dos investidores estrangeiros em bolsa, que só deve voltar a subir com mais força com novas notícias positivas."

O BC também informou a compra de 589 milhões de dólares no mercado à vista por intermédio de leilões diários neste mês, até o dia 3 (operações liquidadas até o dia 5). O volume é superior à entrada líquida de dólares no país no mesmo período, que somou apenas 16 milhões de dólares.

De acordo com os números mais recentes da BMF Bovespa, o volume de dólar negociado no segmento à vista era de pouco mais de 1 bilhão de dólares.

(Reportagem de José de Castro, Jenifer Corrêa e Silvia Rosa)

Brasil emprestará US$ 10 bi ao FMI e voltará a ser credor da instituição

Anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Brasil vai adquirir bônus do Fundo Monetário, informou ele.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta quarta-feira (10) que o Brasil emprestará US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e, com isso, voltará a ser credor da instituição de crédito internacional, algo que não acontecia desde 1982. Os financiamentos ao FMI serão feitos por meio da compra de bônus (uma forma de título) do Fundo, informou Mantega.

Ajuda à comunidade internacional

De acordo com Mantega, os recursos serão emprestados pelo FMI a outros países em desenvolvimento com "escassez de capital". "É a primeira vez que isso acontece no caso brasileiro. O Brasil está encontrando as condições de solidez para emprestar recursos ao FMI. No passado, era o contrário: o FMI que socorria o Brasil quando era um país menos sólido. Agora, o Brasil acumulou as reservas para ajudar a comunidade internacional", disse o ministro.

Aplicação das reservas

Segundo o ministro da Fazenda, a operação será realizada assim que o FMI concluir o formato de emissão dos novos bônus que serão emitidos. "Assim que o FMI terminar essses bônus, faremos esse aporte de US$ 10 bilhões.

Na realidade, é uma aplicação que o Brasil está fazendo com parte das reservas", disse Mantega. De acordo com ele, as aplicações no FMI não terão impacto nas reservas internacionais, que continuarão sendo contabilizados como uma "disponbilidade de recursos".

Rendimento

Mantega não informou qual o rendimento que o Fundo Monetário Internacional oferecerá pelos bônus. "Não vamos esperar um grande rendimento, se não o FMI teria de repassar a um custo mais elevado aos países que precisam", disse o ministro.

Segundo ele, o Banco Central efetuará o resgate de parte das aplicações das reservas internacionais (que estão acima de US$ 200 bilhões aplicadas em títulos de outros países) para fazer o aporte ao FMI.

Mobilização de recursos

O Ministério da Fazenda informou que a contribuição do governo brasileiro para o FMI faz parte de um "esforço" para a mobilização de recursos para o FMI atender a outros países em dificuldades. Além do Brasil, a China comprará US$ 50 bilhões neste tipo de novo bônus, e a Rússia outros US$ 10 bilhões.

A necessidade de captação de recursos por parte do FMI, de acordo com o Ministério da Fazenda, é de US$ 500 bilhões. em relação aos níveis anteiores à crise financeira. O governo lembra que essa foi uma das concordâncias da cúpula do G-20 de Londres, realizada no início de abril.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Fluxo garante Ibovespa no azul após dia volátil

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Altas pontuais de ações de bancos e de empresas de commodities fizeram o principal índice da bolsa paulista fechar no azul ao fim de uma sessão volátil e pálido giro financeiro.

Depois de ter chegado a cair 1,6 por cento nas primeiras horas da sessão, o Ibovespa fechou a segunda-feira valorizado em 0,54 por cento, aos 53.630 pontos.

O volume de negócios se restringiu a 3,84 bilhões de reais, o menor em duas semanas.

Para profissionais do mercado, o movimento desencontrado do dia refletiu a indefinição dos investidores, a exemplo do que houve em Wall Street, onde os principais índices fecharam sem direção única.

"Ainda persiste algum otimismo com a recuperação da economia, mas por enquanto é só promessa. Além disso, já começa a se falar em alta dos juros lá fora", disse Ricardo Tadeu Martins, gerente de pesquisa da Planner Corretora.

Durante a maior parte do dia imperou a disposição do mercado para vender ações, embolsando parte dos ganhos dos últimos três meses, especialmente depois de o McDonald's avisar que espera lucros menores no segundo trimestre e a Apple lançar um programa agressivo de descontos nas vendas do iPod.

As notícias alimentaram temores de que o otimismo recente com a recuperação da economia pode ter sido precipitado.

Por aqui, o apetite dos investidores por compras selecionadas de papéis sustou o movimento de realização de lucros que predominou na maior parte do dia.

Entre os alvos de mais otimismo dos investidores esteve o setor financeiro, sob liderança de Banco do Brasil, que avançou 1,8 por cento, para 22,19 reais. Nas bolsas de Nova York, os bancos também se destacaram com ganhos.

Empresas ligadas a metais também se deram bem. A ação preferencial da Vale subiu 1,5 por cento, a 33,00 reais, depois de ter sido alvo de relatório positivo do UBS Pactual, que manteve a recomendação de compra para os papéis.

A ação preferencial da Usiminas foi ainda mais adiante, garantindo alta de 2,7 por cento, a 41,45 reais.

Perdigão e Sadia foram as líderes do Ibovespa, com alta de 4,8 e 5,0 por cento, respectivamente, para 39,98 reais e 5,03 reais.

Na ponta contrária, Pão de Açúcar caiu 2 por cento, a 35,90 reais, mostrando a desaprovação do mercado ao anúncio de compra da rede Ponto Frio, por 824,5 milhões de reais, feito pela manhã.

"Acreditamos que a aquisição é negativa para as ações, uma vez que isso pode adicionar risco à estratégia de longo prazo do Pão de Açúcar de elevar sua lucratividade", avaliou o Credit Suisse em relatório, ilustrando a preocupação de analistas pelo avanço da empresa no setor de eletroeletrônicos, que oferece rentabilidade menor.

Dólar fecha em alta por juro nos EUA e mercados voláteis

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu ante o real nesta segunda-feira, refletindo um cenário externo mais cauteloso, com investidores embolsando lucros e atentos a uma eventual mudança na taxa de juros dos Estados Unidos.

A moeda norte-americana teve alta de 0,41 por cento, cotada a 1,966 real para venda. Na máxima do dia, o dólar chegou a subir 1,23 por cento, mas diminuiu o avanço no decorrer da sessão em meio à melhora externa.

"O que está acontecendo é que tem se falado em uma alta na taxa de juros dos Estados Unidos. Isso faz com que a procura por títulos norte-americanos volte", avaliou Paulo Shiguemi Fujisaki, analista de mercado da Corretora Socopa.

Na sexta-feira, um relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano mostrou que menos postos de trabalho foram fechados em maio, o que estimulou as especulações sobre um corte da taxa de juros no ano que vem.

O movimento de alta da moeda norte-americana perdeu força no período da tarde com a entrada de recursos de empresas exportadoras no mercado à vista, segundo operadores.

A balança comercial brasileira registrou superávit de 1,208 bilhão de dólares na primeira semana de junho, maior saldo desde a segunda semana de setembro de 2008, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Khan, afirmou nesta segunda-feira que a instituição prevê a recuperação da economia global na primeira metade de 2010, com o ponto de virada devendo acontecer em setembro ou outubro.

Mas Luis Piason, gerente de operações de câmbio da corretora Concórdia, ponderou que os mercados já anteciparam em boa parte essa recuperação da economia.

"Grande parte do mercado já precificou esse movimento, havendo um certo exagero na baixa do dólar nas últimas semanas", disse.

Fujisaki, da Socopa, explicou que uma elevação no juro básico dos EUA pode impulsionar os rendimentos dos Treasuries, o que teoricamente reforça a atratividade desses papéis.

Espelhando a possibilidade da volta a esses títulos, o dólar ganhava terreno em nível mundial.

EURO EM QUEDA

Ante uma cesta com as principais divisas globais, a moeda ganhava 0,3 por cento no momento em que o mercado doméstico de câmbio encerrou as operações. Mais cedo, essa alta chegou a ser de 1 por cento.

Um dos destaques de desvalorização era o euro, que se aproximou da mínima em duas semanas. A queda da moeda ocorria em consequência do rebaixamento do rating da Irlanda.

No front acionário norte-americano, na maior parte do dia, os investidores mostraram-se ressabiados com o alerta do McDonald's a respeito de uma queda nos lucros do segundo trimestre, principalmente por conta das oscilações do dólar.

Também causou preocupação uma eventual alta na taxa de juros, o que poderia retardar a recuperação da economia como um todo. Perto do fechamento, no entanto, Wall Street ensaiava uma recuperação, o que contagiava a bolsa paulista.

Fujisaki, no entanto, considerou que a alta do dólar nesta sessão não necessariamente aponta uma tendência de alta. Segundo ele, caso os ingressos de recursos no mercado doméstico se mantenham, a curva do dólar permanecerá descendente.

Na BMF Bovespa, de acordo com os números mais recentes, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de 1,1 bilhão de dólares.

(Reportagem de Silvia Rosa e José de Castro)

Retificado para 16 número de corpos resgatados do AF 447


Por Fernando Exman

RECIFE (Reuters) - Os comandos da Marinha e Aeronáutica retificaram nesta segunda-feira para 16 o número de corpos resgatados do mar que estavam no avião da Air France que caiu no oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo na semana passada.

No domingo, as equipes de buscas informaram que o total de corpos resgatados do local da tragédia era 17.

"A Fragata Ventose, da Marinha Francesa, recolheu sete e não oito corpos como foi informado anteriormente à Coordenação das Buscas," informaram em nota a Marinha e a Aeronáutica.

As duas forças disseram ainda que os corpos recolhidos, que estão sendo transportados por um navio da Marinha brasileira, devem chegar ao arquipélago de Fernando de Noronha na terça-feira.

"Em função de limitada capacidade da fragata francesa para armazenar os corpos, decidiu-se transferir os corpos para a fragata Constituição através de embarcações miúdas", disse a jornalistas o capitão-de-fragata Giucemar Tabosa Cardoso, assessor de imprensa da Marinha, acrescentando que o navio brasileiro estava nesta manhã a 688 km de Fernando de Noronha.

Segundo o capitão, a fragata Ventose tem capacidade para armazenar 15 corpos.

No arquipélago, peritos aguardam para fazer uma triagem dos corpos. O Instituto Médico Legal do Recife e a Polícia Federal montaram uma estrutura para a catalogação dos corpos, que serão levados depois a Recife, onde será feita a identificação.

Outros corpos que teriam sido avistados pelas aeronaves nas operações de busca ainda não foram confirmados pelos navios, informaram os militares.

"(Os corpos) podem ter sido avistados por aeronaves, mas esses corpos não foram confirmados pelos navios", disse o capitão-de-fragata, acrescentando que as condições meteorológicas não atrapalham as operações de busca e resgate neste momento, mas "existem áreas de instabilidade próximas ao arquipélago de Fernando de Noronha."

A FAB e a Marinha afirmaram ainda que a partir de agora só vão confirmar o número de corpos resgatados quando estes forem reunidos nos navios brasileiros, para que não haja mais erros de informações.

"Esse problema de contagem de modo algum prejudica a cooperação entre as marinhas", assegurou Tabosa.

A operação de buscas conta com 14 aeronaves, sendo 12 da Força Aérea Brasileira (FAB) e duas da França. O navio-patrulha Guaíba está substituindo o Grajaú, que retorna para Natal. Por mar, a operação conta com cinco navios da Marinha brasileira e uma fragata da Marinha da França.

Na quinta-feira chegará ao local um submarino nuclear da França equipado com sonares para ajudar nas buscas pelas caixas-pretas do avião, de acordo com a Marinha brasileira.

Em seu programa semanal de rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os trabalhos das equipes de busca prosseguirão.

"O governo vai continuar fazendo o esforço, através da Marinha, através da Aeronáutica, para que a gente possa encontrar, se possível, todos os corpos, porque nós sabemos o que significa para uma família receber o seu ente querido desaparecido," disse Lula no programa "Café com o Presidente" desta segunda-feira.

"Vamos fazer todo o esforço que estiver ao nosso alcance, com a Aeronáutica, com a Marinha para encontrarmos tudo que foi possível encontrar. E, principalmente, os corpos, porque nesse momento de dor não vai resolver o problema, mas já é um conforto imenso para a família saber que está enterrando o seu ente querido", acrescentou.

(Reportagem adicional de Bruno Domingos em Fernando de Noronha; Edição de Maria Pia Palermo e Pedro Fonseca)

Pão de Açúcar estima sinergias de R$500 mi com Ponto Frio

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo Pão de Açúcar calcula sinergias de 500 milhões de reais a valor presente com a aquisição do Ponto Frio, anunciada na manhã desta segunda-feira, afirmaram executivos da empresa.

Segundo o vice-presidente financeiro do Pão de Açúcar, Enéas Pestana, as economias de custos virão principalmente de ganhos de escala para negociação com fornecedores, aumento de eficiências comercial, operacional e administrativa e potencialização dos serviços financeiros, entre outros.

De acordo com executivos do Pão de Açúcar, a sobreposição de lojas é mínima e, se necessário, os ajustes através de fechamento de unidades serão pontuais. Os executivos não quiseram dar mais detalhes.

Com o Ponto Frio, a participação de produtos eletrônicos nas vendas totais do Pão de Açúcar, sobe de 10 para 26 por cento.

De acordo com o presidente de administração do grupo, Abílio Diniz, a empresa continua aberta a novas oportunidades de aquisição.

(Por Cesar Bianconi; Edição de Aluísio Alves)

sábado, 6 de junho de 2009

Susan Boyle deixa clínica e prevê possível sucesso nos EUA


LONDRES (Reuters Life!) - Susan Boyle, que se tornou superestrela global depois de aparecer num programa de talentos na TV britânica, deixou a clínica de Londres onde estava sendo tratada para exaustão, disse seu irmão nesta sexta-feira.

A cantora amadora escocesa de 48 anos, cuja performance no programa "Britain's Got Talent" em abril foi descarregada quase 200 milhões de vezes na Internet, foi internada na clínica Priory no domingo, em meio a receios quanto a sua saúde mental.

"Ela está bem mais feliz", disse seu irmão Gerry à GMTV. "Ela pareceu bem mais normal. Acho que as coisas estão ficando mais claras para ela agora, e ela está mais contente. Acredito que ela está num apartamento em Londres."

Desarrumada e nem um pouco glamurosa, a voluntária de igreja desempregada contestou as ideias dos espectadores sobre como deve ser uma estrela.

Boyle virou foco de atenção da mídia, com equipes de TV acampadas diante de sua casa e Larry King e Oprah Winfrey convidando-a para aparecer em seus programas de TV americanos.

Mas, com a aproximação da final do programa de talentos, no sábado passado, Boyle -- que sofreu falta de oxigênio ao nascer, o que a levou a sofrer leve dano cerebral -- começou a mostrar sinais de estresse, chorando com frequência e ameaçando desistir do concurso.

Depois de não ter vencido a final, apesar de seu favoritismo avassalador, ela foi internada numa clínica particular, sofrendo de exaustão emocional.

Seu futuro financeiro é visto como estando assegurado, apesar de ter perdido a final para a trupe de dança Diversity, já que se prevê Simon Cowell, o criador do "Britain's Got Talent", e seu selo musical Syco assinem contrato com ela para um álbum.

Já se aventou a possibilidade de um filme de Hollywood sobre ela.

"Agora é discutir o futuro da carreira dela", disse o irmão de Boyle.

"Ela está absorvendo o fato de que os EUA têm interesse enorme por ela. Ela está começando a acreditar que vai de fato ter uma carreira como cantora. É tudo o que ela sempre quis."

Gerry Boyle se disse a favor de que Simon Cowell administre a carreira de Boyle como cantora.

"Simon Cowell já deu alguns giros na pista de dança, não é verdade? Tenho certeza de que ele sabe que tem uma pessoa que já rompeu as barreiras dos EUA antes mesmo de chegar lá e que Simon fará um bom trabalho por ela."

O irmão de Susan Boyle também confirmou que a cantora espera apresentar-se diante do presidente americano Barack Obama.

(Reportagem de Mike Collett-White)

FAB encontra corpos e destroços de avião da Air France

RECIFE (Reuters) - A Força Aérea Brasileira informou ter encontrado na manhã deste sábado dois corpos e destroços do Airbus A330 da Air France, desaparecido na noite do último domingo quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris.

"Hoje pela manhã, às 8h14, tivemos a confirmação do resgate na água de peças e corpos que pertenciam ao voo da Air France", disse a jornalistas o coronel Jorge Amaral, vice-chefe da Comunicação Social da FAB.

Os dois corpos encontrados são do sexo masculino.

Entre os objetos achados, estão uma poltrona azul com número de série de coloração igual aos usados pela Air France, uma mochila com cartão de vacina e uma valise com um bilhete da Air France.

As buscas continuam durante a tarde deste sábado. Às 19h, a FAB fará outra entrevista coletiva para dar mais detalhes das buscas.

O jato A330 da Air France decolou na noite do último domingo do Rio de Janeiro com destino a Paris, com 216 passageiros e 12 tripulantes. A aeronave desapareceu no Oceano Atlântico cerca de 4 horas depois da decolagem.

(Reportagem de Fernando Exman; Texto de Hugo Bachega; Edição de Aluísio Alves)

(aluisio.pereira@thomsonreuters.com; 5511 5644-7712;Reuters Messaging: aluisio.pereira.reuters.com@thomsonreuters.net)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Agência de risco Moody's atribui 'grau de investimento' à Globo


Nova avaliação consta de comunicado divulgado nesta terça-feira (2). Mudança reflete dívida sob controle e alta de receitas, segundo a agência.

A agência de risco Moody's concedeu grau de investimento à Globo Comunicação e Participações S.A. nesta terça-feira (2) ao aumentar a nota da empresa de "Ba1" para a categoria "Baa3".

De acordo com a agência, a mudança está baseada no perfil da dívida e também no aumento das receitas da companhia.

Em 2008, a Globo havia recebido grau de investimento de outras duas agências de risco: a Fitch e a Standard & Poor's.

“A elevação da Globo para Baa3 é baseada na demonstração de estabilidade de suas operações desde sua conclusão da reestruturação de sua dívida em 2005, sua posição de liquidez confortável e índices de proteção de dívida muito fortes comparado aos seus pares na categoria de rating Baa”, explicou o vice-presidente e analista sênior da Moody’s, Soummo Mukherjee, em nota.

“A elevação também reflete o crescimento da receita total e da receita com publicidade da Globo que excedeu o crescimento total de publicidade de TV do Brasil nos últimos quatro trimestres, bem como o aumento da diversificação da Globo no segmento menos cíclico de conteúdo e programação, que cresceu de 12% da receita total da Globo em 2006 para 15% em 2008”, ressaltou o analista, em comunicado.

Lula: Brasil acha petróleo a 6.000 m, pode encontrar caixa-preta

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou nesta terça-feira a tecnologia brasileira de prospecção de petróleo em alto mar com as buscas à caixa-preta do avião da Air France que caiu no oceano Atlântico depois de decolar na noite de domingo no Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo.

"Eu penso que um país que teve condições de achar petróleo a 6 mil metros de profundidade pode achar um avião a 2 mil metros, mas vamos ver, porque não sou especialista nisso e não quero ficar dando palpite", disse Lula a jornalistas em viagem oficial à Guatemala.

Lula, que volta ao Brasil na quinta-feira, previu que levará tempo para encontrar a caixa-preta do avião e disse que o papel do Estado é prestar contas à sociedade.

"O dado concreto é que vamos fazer o possível e o impossível para prestar contas à sociedade brasileira. O melhor que poderia acontecer era encontrar gente viva, mas, se não tiver, que possamos encontrar pelo menos as pessoas para entregar a suas famílias", afirmou.

Nesta terça-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que destroços encontrados pela Força Aérea Brasileira (FAB) a 1.200 quilômetros da cidade de Recife são do avião da Air France.

TERCEIRO MANDATO

Na mesma entrevista, Lula voltou a rejeitar a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato.

"Da minha parte, não existe hipótese de terceiro mandato. Eu fico muito feliz quando as pesquisas mostram que uma grande parcela do povo começa a querer. Mas não existe hipótese de terceiro mandato, volto a dizer que eu não brinco com a democracia. Foi muito difícil conquistá-la", afirmou.

Disse, no entanto, que se o mecanismo for feito democraticamente é "assimilável", dando como exemplos os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e da Colômbia, Alvaro Uribe.

(Reportagem de Carmen Munari)

Pausa de commodities leva investidor a realizar lucro na Bovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A pausa no avanço dos preços das commodities, combinada com a volatilidade em Wall Street, levou os investidores da Bovespa para a ponta vendedora de ações nesta terça-feira.

Com isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, recuou 0,89 por cento, para 53.999 pontos. O giro financeiro da sessão foi de 6,26 bilhões de reais.

Segundo profissionais do mercado, a fatia dos investidores que vinha preferindo realizar lucro foi engrossada nesta sessão pelos estrangeiros, depois de o Ibovespa ter acumulado 45 por cento de alta em 2009.

Em maio, até o dia 28, o ingresso líquido de recursos externos na Bovespa foi de 6,1 bilhões de reais, o maior saldo positivo da história no setor.

"Com as commodities perdendo um pouco de força, parece que muitos investidores preferiram garantir os ganhos", disse André Hannah Farath, analista da corretora Interfloat.

A referência foi o petróleo. Após um ciclo de seis sessões de alta, que o levou à maior cotação desde novembro, o petróleo fechou o dia praticamente estável. Matérias-primas como metais tiveram um dia de leve declínio.

Foi o suficiente para a reversão das blue chips domésticas. A ação preferencial da Vale cedeu 2,5 por cento, para 32,95 reais. A preferencial da Petrobras recuou 2 por cento, para 34,55 reais.

A pressão exercida pelas commodities impediu o Ibovespa de acompanhar Wall Street, onde os principais índices garantiram leve alta no final de um dia volátil. Prevaleceu o otimismo com um dado animador do setor imobiliário dos Estados Unidos e o índice Dow Jones subiu 0,22 por cento.

GAFISA

Além disso, perdas isoladas acabaram pesando sobre a bolsa brasileira. A principal foi Gafisa, que tomou um tombo de 6,7 por cento, para 16,97 reais, arrastando consigo o setor imobiliário, depois de anunciar que pretende levantar até 700 milhões de reais com uma oferta de ações.

O setor financeiro também afundou, puxado por Bradesco, que caiu 1,85 por cento, para 30,24 reais, depois que o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, previu crescimento menor da carteira de crédito em 2009.

Perdas mais acentuadas do índice foram evitadas pela disparada de companhias aéreas, sob liderança de Gol com avanço de 12,5 por cento, a 9,90 reais.

Segundo operadores, a melhora da recomendação da companhia aérea Continental Airlines pelo JP Morgan teve efeito cascata no setor.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Saída do Citigroup do índice Dow Jones consolida queda do banco

Por Jonathan Stempel

NOVA YORK (Reuters) - A jornada à ruína do Citigroup chegou a este ponto: perder seu cobiçado lugar no índice industrial Dow Jones para uma antiga unidade do conglomerado financeiro.

A Dow Jones Indexes anunciou nesta segunda-feira que a seguradora de propriedades e acidentes Travelers irá substituir o Citigroup em seu principal índice de 30 blue chips dos Estados Unidos, a partir do dia 8.

As ações do Citigroup têm sido negociadas a menos de 5 dólares desde meados de janeiro, e chegaram ao seu menor nível, de 0,97 dólar, em 5 de março, após enormes perdas que levaram a uma série de auxílios federais. O contribuinte norte-americano pode acabar controlando 34 por cento do que já foi o maior banco do mundo em valor de mercado.

A mudança no índice Dow Jones marca o fim dos 12 anos em que o banco com sede em Nova York, conhecido como Citicorp à época, fez parte do indicador. Também marca a volta da Travelers ao índice, que tem como logotipo o guarda-chuva vermelho --vendido à seguradora pelo Citigroup em 2007, cinco anos após sua cisão com o Citicorp.

"Estão retirando uma ação financeira fraca, ferida", afirmou o professor Richard Sylla, da Stern School of Business, da Universidade de Nova York. "Eles provavelmente nunca imaginaram que o maior banco do mundo se tornaria um pato ferido."

O Citigroup foi criado em 1998, com a fusão do grupo Travelers com o Citicorp, criando o que foi considerado um "supermercado financeiro".

O atual presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, está se desfazendo desse modelo, vendendo empresas e títulos de dívida para ampliar a base de capital do banco.

"Tínhamos relutância de retirar o Citigroup durante o pico do frenesi financeiro", disse o editor-chefe da Dow Jones, Robert Thomson, em comunicado. "Sinceramente, esperamos que, uma vez que o banco se reformular, possamos considerar inclui-lo novamente (no índice Dow Jones)."

O Citigroup afirmou que a saída do banco do índice não irá afetar sua estratégia ou esforços para voltar a ter uma "rentabilidade sustentável". A Travelers não retornou pedidos por comentários.

Nesta segunda-feira, o Citigroup iniciou uma joint-venture de corretagem com o Morgan Stanley, transferindo sua unidade Smith Barney por uma participação acionária de 49 por cento no empreendimento combinado e mais 2,75 bilhões de dólares em dinheiro.

A retirada do Citigroup do índice Dow Jones deixa apenas dois bancos tradicionais sobrando no indicador, o Bank of America e o JPMorgan.

Incluir a Travelers "tem a intenção de restaurar a indústria financeira a uma representação completa no Dow", afirmou o editor-chefe da Dow Jones. Em setembro, a seguradora AIG saiu do Dow Jones e foi substituída pela Kraft Foods.

Outros dois componentes do Dow Jones têm grandes unidades de serviços financeiros: a American Express e a General Electric. O índice Dow Jones foi criado em 1896.

(Reportagem adicional de Dan Wilchins)

Fluxo positivo leva dólar à 7a queda seguida

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar marcou sua sétima queda consecutiva ante o real nesta segunda-feira, na esteira de um movimento de ingresso de recursos, ancorado em perspectivas otimistas para a economia brasileira.

A influência positiva das bolsas de valores também contribuía para fortalecer a baixa da moeda norte-americana no mercado doméstico.

O dólar recuou 1,06 por cento, valendo 1,954 real para venda, confirmando a maior série de quedas diárias desde o início de abril do ano passado, quando a divisa norte-americana cravou oito baixas seguidas.

Durante a tarde, o dólar atingiu o menor nível ante o euro. No final do dia, a divisa operava praticamente estável ante uma cesta com as principais moedas.

"O cenário lá fora está tranquilo. As bolsas (de valores) estão subindo, inclusive a Bovespa, e isso é um indicativo de fluxo para o país", avaliou Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper.

Knauer se referiu às bolsas de valores dos Estados Unidos, que exibiam fortes altas após a divulgação de dados econômicos fortes, que estimulavam o otimismo em investidores, em meio à percepção de que o pior da crise global ficou para trás.

O bom humor em Wall Street era seguido pelo principal índice da Bovespa, que no final da tarde avançava cerca de 2,2 por cento. No ano, a valorização do índice chega a quase 40 por cento.

O gerente de câmbio lembrou que os investidores estrangeiros têm voltado ao Brasil por acreditarem que o país ainda oferece alta rentabilidade às suas aplicações.

A euforia com a economia brasileira tem como reflexo o forte fluxo de entrada de dólares Bovespa. Até 27 de maio, o ingresso de recursos para a bolsa doméstica somava cerca de 5,6 bilhões de reais.

A entrada de dólares tem ocorrido também pelo segmento comercial. Segundo números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgados nesta segunda-feira, a balança comercial brasileira registrou superávit de 2,6 bilhões de dólares em maio, aumentando o saldo acumulado no ano para 9,3 bilhões de dólares.

Nesse contexto, o Banco Central realizou nesta tarde mais um leilão de compra de dólares no mercado à vista. Desde 8 de maio, o BC tem feito esse tipo de operação em todas as sessões regulares.

Para o operador da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Forgione, a tendência de queda do dólar ante o real deve permanecer neste mês, principalmente lastreada pelo ingresso de recursos na Bovespa.

Entretanto, Forgione pondera que "ainda estamos num momento de crise e não devemos nos iludir com esses momentos de melhora no cenário (econômico)".

Na BM&F, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de 1,2 bilhão de dólares, segundo dados preliminares.

(Reportagem de José de Castro)