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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Lula descarta reforma ministerial e garante que Temporão fica

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou na terça-feira qualquer reforma ministerial em seu governo até 2010 e enviou um recado ao PMDB dizendo que o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, é cota sua.

Após almoço no Itamaraty com o presidente da Indonésia, Lula afirmou que só fará mudança no governo se algum ministro quiser se candidatar em 2010.

O PMDB vinha manifestando nos bastidores interesse em assumir mais ministérios --a pasta da Justiça chegou a ser ventilada--, e também estava em rota de colisão com o ministro da Saúde.

Semana passada, Temporão acusou a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), cujo presidente foi indicado pela bancada do PMDB na Câmara, de envolvimento em corrupção, o que gerou revolta no partido. Alguns deputados chegaram a considerar a idéia de propor a troca de Temporão por outro nome do PMDB.

"O Temporão é meu ministro, ele fica", disse Lula sobre o titular da Saúde.

Na Câmara, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, garantiu que os problemas entre Temporão e o PMDB foram solucionados. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que a bancada desistiu de fazer nota de repúdio às declarações de Temporão.

"Todo mundo se entendeu e isso é bom", disse Múcio a jornalistas. "(O caso da) Funasa também está resolvido e tudo permanece como está", acrescentou o ministro.

Lula descartou problemas com o PMDB, o principal aliado na base de apoio do governo, e disse que deseja uma reunião com lideranças do partido para que tudo fique claro.

"O PMDB tem prestado um serviço importante para as pastas que dirige", afirmou.

Além do conflito com Temporão e supostas pretensões ministeriais, o PMDB também deseja a presidência das duas casas do Congresso, o que contraria o presidente, que gostaria de ver Tião Viana (PT-AC) na presidência do Senado.

Lula evitou polemizar o assunto, atribuindo a competência ao Congresso.

"Eu não posso dar palpite num problema que é do Congresso Nacional", disse ele.

(Reportagem de Raymond Colitt)

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