Por David Lawder e Emmanuel Jarry
WASHINGTON (Reuters) - Líderes mundiais apoiaram no sábado um plano de ação rápido para combater a crise econômica global, concordando na necessidade de medidas para impulsionar o crescimento, melhorar as regras do mercado financeiro e dar mais voz aos países emergentes.
"Estamos determinados em melhorar nossa cooperação e trabalhar juntos para restabelecer o crescimento global e realizar as reformas necessárias nos sistemas financeiros mundiais", disseram os líderes de mais de 20 países industrializados e em desenvolvimento após uma cúpula.
Planos de gastos governamentais para impulsionar o crescimento são necessários com "efeito rápido", mas eles não se comprometeram com um impulso coordenado, e as diferenças sobre como regular o setor financeiro ficaram aparentes, principalmente em áreas como hedge funds.
Em um momento histórico, eles concordaram que os países emergentes têm que ter mais voz na tomada de decisões sobre a economia global. Serão estudadas maneiras de dar mais poder a esses países no Fundo Monetário Internacional.
Presidentes e primeiros-ministros das potências do Século 20 se juntaram pela primeira vez num encontro do G20 aos novos peso pesados da economia mundial, como China e Arábia Saudita. Eles se reuniram em um museu de Washington em volta de um grande mapa-mundi, e buscaram enfatizar o caráter global do plano.
O presidente norte-americano, George W. Bush, comemorou o encontro como um sucesso e disse que os líderes concordaram na adoção de políticas pró-crescimento.
"Faz sentido que saiamos daqui com um firme plano de ação, o que nós temos, e também faz sentido dizer às pessoas que há mais trabalho para ser feito e que haverá mais encontros", disse.
Enquanto a cúpula começava, o Fundo Monetário Internacional acertava um empréstimo de pelo menos 7,6 bilhões de dólares como parte de um plano maior para o Paquistão, onde as reservas internacionais despencaram e o risco de inadimplência dos créditos do país aumentaram.
Em outro sinal do alcance da crise, a Índia tomou no sábado a mais recente de uma série de medidas para melhorar a liquidez nos mercados monetários e ajudar os exportadores.
O G20, grupo de países avançados e em desenvolvimento, também concordou no sábado de que não deve haver aumento no protecionismo diante da desaceleração econômica.
Bush e vários outros líderes disseram que eles devem ter como objetivo o fim do impasse na Rodada de Doha de negociações sobre o comércio mundial, para se chegar a um acordo global antes do fim do ano.
NECESSIDADE DE RESPOSTA AMPLA
A apenas dois meses do fim do mandato de Bush e com presidente eleito dos EUA, Barack Obama, preferindo se manter distante da cúpula, as conversas sobre o lançamento de uma reforma ampla das finanças globais foram amenizadas.
No comunicado após o encontro, os líderes disseram que a piora na economia significa que "uma resposta de política mais ampla é necessária, baseada em cooperação macroeconômica mais próxima", e eles apoiaram medidas fiscais para impulsionar o crescimento sem colocar em risco a disciplina orçamentária.
Eles também enfatizaram a importância da política monetária "como considerada apropriada para as condições domésticas".
Os líderes prometeram "tomar qualquer medida que seja necessária para estabilizar o sistema financeiro".
Muitos líderes vieram para Washington para enfatizar a importância de mais regulações para combater os excessos no setor financeiro.
"Prometemos... garantir que todos os mercados financeiros, produtos e participantes sejam regulados ou sujeitos à supervisão", afirma o comunicado do encontro.
Mas um plano de ação, também objetivo de acordo entre os líderes, colocaram, aparentemente, os hedge funds e as private equities como exceção aos rígidos novos controles, alegando que eles "devem trazer propostas para uma série de melhores práticas unificadas" a serem revisadas pelos ministros das Finanças.
Os líderes devem se reunir novamente antes do fim do abril e eles deram uma série de tarefas aos ministros das Finanças como revisar padrões contábeis, colégios de supervisores para grandes bancos globais e padrões para agências de rating.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que a próxima reunião deve acontecer provavelmente em Londres, já que a Grã-Bretanha assume a Presidência do G20 no ano que vem.
Isso deve acontecer no momento em que o mundo poderá ver se Obama terá uma abordagem diferente de Bush sobre como combater a crise financeira, assim como outras questões, como a mudança climática e o comércio internacional.
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