Pages

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Dólar fecha no maior nível desde julho de 2005, a R$2,461

Por Fabio Gehrke

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu pela quinta sessão consecutiva e terminou a sexta-feira no maior patamar em mais de três anos, em linha com o pessimismo do principal índice acionário do país.

A moeda norte-americana avançou 2,41 por cento, para 2,461 reais, maior cotação de fechamento desde 25 de julho de 2005. Na semana, a divisa acumulou valorização de 8,4 por cento.

"O dólar continua bastante forte pois o mercado está sem liquidez nenhuma", afirmou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora.

A falta de liquidez decorre da crise financeira global, que já fez o dólar decolar quase 40 por cento frente ao real este ano e mais de 57 por cento desde o patamar mínimo de 2008, atingido em agosto.

"As bolsas no mundo inteiro estão caindo e aqui não é diferente. Isso contribui para um dólar mais forte", acrescentou Carreira.

O principal índice da Bovespa caía quase 6 por cento no final da tarde e na Europa o indicador das ações mais representativas fechou em queda de mais de 2 por cento.

Em Wall Street, o mercado tentava se sustentar em território positivo numa sessão de forte volatilidade. Nos dois últimos pregões, as bolsas de valores norte-americanas tiveram queda acentuada.

João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora, lembrou que muitos dos negócios, principalmente de importadores, paralisados à espera de uma acomodação da moeda norte-americana estão começando a ser realizados.

Segundo ele, o posionamento dos agentes no mercado futuro de dólar também está pressionando o mecado à vista. De acordo com os últimos dados atualizados pela BM&F, o estrangeiros tinham mais de 14 bilhões de dólares em posições compradas, que funcionam como uma aposta na alta do dólar.

Medeiros ressaltou também o pessimismo global em torno dos problemas financeiros da indústria automobilística norte-americana e as especulações de que o Citigroup poderia vender importantes negócios para restaurar sua saúde e a confiança de investidores.

Nesta sexta-feira, as ações do Citi chegaram a cair abaixo de 4 dólares.

"Nós vamos ter problemas enquanto os EUA não se acertarem. Essas montadoras, bancos, tudo isso só prejudica o mercado."

0 comentários: