Por Fabio Gehrke
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu pela quinta sessão consecutiva e terminou a sexta-feira no maior patamar em mais de três anos, em linha com o pessimismo do principal índice acionário do país.
A moeda norte-americana avançou 2,41 por cento, para 2,461 reais, maior cotação de fechamento desde 25 de julho de 2005. Na semana, a divisa acumulou valorização de 8,4 por cento.
"O dólar continua bastante forte pois o mercado está sem liquidez nenhuma", afirmou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora.
A falta de liquidez decorre da crise financeira global, que já fez o dólar decolar quase 40 por cento frente ao real este ano e mais de 57 por cento desde o patamar mínimo de 2008, atingido em agosto.
"As bolsas no mundo inteiro estão caindo e aqui não é diferente. Isso contribui para um dólar mais forte", acrescentou Carreira.
O principal índice da Bovespa caía quase 6 por cento no final da tarde e na Europa o indicador das ações mais representativas fechou em queda de mais de 2 por cento.
Em Wall Street, o mercado tentava se sustentar em território positivo numa sessão de forte volatilidade. Nos dois últimos pregões, as bolsas de valores norte-americanas tiveram queda acentuada.
Segundo ele, o posionamento dos agentes no mercado futuro de dólar também está pressionando o mecado à vista. De acordo com os últimos dados atualizados pela BM&F, o estrangeiros tinham mais de 14 bilhões de dólares em posições compradas, que funcionam como uma aposta na alta do dólar.
Medeiros ressaltou também o pessimismo global em torno dos problemas financeiros da indústria automobilística norte-americana e as especulações de que o Citigroup poderia vender importantes negócios para restaurar sua saúde e a confiança de investidores.
Nesta sexta-feira, as ações do Citi chegaram a cair abaixo de 4 dólares.
"Nós vamos ter problemas enquanto os EUA não se acertarem. Essas montadoras, bancos, tudo isso só prejudica o mercado."
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