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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Apesar da crise, Mantega vê expansão de 4% em 2009

Por Fernando Exman

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu nesta segunda-feira que a economia brasileira vai desacelerar em 2009, mas ainda assim terá condições de crescer 4 por cento.

"Nós ainda sairemos (da crise financeira internacional) de forma robusta e mantendo o crescimento. Não haverá recessão", afirmou o ministro em breve relato feito a jornalistas, após o término da primeira parte da reunião ministerial, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que acontece na Granja do Torto, em Brasília.

Ao mesmo tempo em que reconhceu que 2009 será "um ano de crescimento menor para todo o mundo", Mantega buscou manter o tom otimista sobre as condições do país frente à turbulência que sacode os mercados financeiros globais há mais de um ano.

"O Brasil está em posição mais favorável... o país foi pego num momento de dinamismo", salientou o ministro, destacando os bons fundamentos da economia, o forte ritmo da atividade econômica doméstica e a menor vulnerabilidade do Brasil aos choques externos.

A projeção otimista do ministro em relação ao desempenho da economia no próximo ano contrasta com as estimativas de analistas do mercado brasileiro.

De acordo com pesquisa semanal do Banco Central, analistas e empresários esperam uma expansão de 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2009, seguindo o avanço de 5,24 por cento da economia em 2008.

Em outra pesquisa divulgada nesta segunda-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que especialistas acreditam que o país deve crescer, em média, 3,9 por cento num horizonte de 3 a 5 anos.

Durante sua apresentação aos colegas da Esplanada dos Ministérios, Mantega destacou mais uma vez a manutenção dos investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas assegurou que o controle fiscal não será abandonado.

"Tudo isso mantém a economia brasileira em crescimento. O governo continuará tomando medidas anticíclicas de modo a estimular o crescimento", disse.

Mais uma vez, Mantega fez questão de afirmar que o governo não pretende lançar um pacote contra a crise financeira internacional, e manterá a estratégia de adotar medidas pontuais quando necessário.

Desde o agravamento da crise, em meados de setembro, o governo adotou uma série de medidas para tentar reverter a contração do mercado de crédito e evitar um efeito mais negativo sobre a economia da pior crise financeira dos últimos 80 anos.

(Edição de Renato Andrade)

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