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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Bovespa acompanha otimismo global e sobe 7,6%

Investidores acreditam em novo plano de ajuda aos mercados nos EUA.
Em setembro, bolsa brasileira acumulou perdas de 11%.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) mostrou reação e fechou com forte alta nesta terça-feira (30) após o turbulento pregão da véspera, que teve as negociações interrompidas após queda de 10% nos indicadores. O índice Ibovespa - principal referência para o mercado brasileiro - fechou o dia com valorização de 7,63%, aos 49.541 pontos, intensificando a tendência de alta nos momentos finais da sessão. O movimento financeiro ficou na casa dos R$ 4,8 bilhões.

Com o resultado, a bolsa brasileira terminou o mês de setembro com desvalorização acumulada de 11,02%. No ano de 2008, as perdas já chegam a 22,45%.

O principal motivo para a alta dos indicadores é a expectativa de que os congressistas americanos possam aprovar um novo plano de ajuda, semelhante ao que foi rejeitado ontem pela Câmara dos EUA. Também correm rumores de que os bancos centrais podem cortar juros como forma de estimular a liquidez.

"O mercado está agindo na expectativa de que outro plano vai ser apresentado com modificações.. está começando a acreditar que haverá uma aprovação", disse Newton Rosa, economista da SulAmérica Investimentos.

O clima de otimismo se reflete em em Nova York, onde as bolsas também operam de olho numa possível solução para a crise. Depois de ter registrado a maior queda em pontuação da história, o índice Dow Jones mostrava alta de 3,84%, por volta das 17h de Brasília.


Discursos

Os investidores também acompanharam a reação das autoridades mundiais frente à crise no setor financeiro. O presidente dos Estados Unidos, George Bush, disse que "estamos numa situação urgente e as conseqüências ficarão piores a cada dia". Na segunda-feira (29), o presidente se disse desapontado com a atitude dos congressistas, que, por 228 votos a 205, disseram "não" ao plano de US$ 700 bilhões para ajudar os bancos.

Já o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou que a raiz dos problemas enfrentados pelas instituições financeiras está na incapacidade destas de calcular os riscos de suas operações. "As falhas nos sistemas de gestão de risco demonstraram ser fatores determinantes na acumulação de riscos a longo prazo", disse Trichet ao receber, em Frankfurt, o prêmio de "Banqueiro do ano 2007".


Panorama internacional

Outros mercados também mostraram poder de recuperação. As bolsas de valores da Europa fecharam em alta nesta terça-feira (30), recuperando parte do terreno perdido após terem atingido o menor nível em três anos e meio na véspera.

Na Ásia, as bolsas permaneceram em turbulência e encerraram em forte queda, ainda sob efeito das notícias de ontem. O índice Nikkei 225 da bolsa de Tóquio registrou baixa de 4,12%, seu nível mais baixo em três anos. O índice MSCI de ações da Ásia-Pacífico, excluindo o mercado japonês, caiu 3,1%.

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