Por Rodrigo Viga Gaier
RIO (Reuters) - O forte ritmo de atividade da economia brasileira, apesar do turbulento cenário internacional, garantiu uma queda acentuada da taxa de desemprego em agosto, e os números indicam que um novo recorde de baixa deve ser registrado em breve.
De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, a taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país caiu para 7,6 por cento em agosto, a segunda menor taxa registrada na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo.
Para Cimar Azeredo Pereira, economista do instituto, o recorde de baixa registrado em dezembro do ano passado, quando o desemprego atingiu 7,4 por cento, deve ser batido em breve.
"Pelo bom momento da economia... é bem possível que o recorde seja batido antes de dezembro, que é um mês imbatível", afirmou.
A economia brasileira vem mantendo um forte ritmo de atividade. No segundo trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do país surpreendeu, ao registrar um crescimento de 6,1 por cento em relação ao apurado no mesmo período do ano passado.
Analistas apostam que o país encerrará o ano com um crescimento econômico de 5,17 por cento, de acordo com pesquisa divulgada pelo Banco Central na segunda-feira.
A queda do desemprego em agosto foi mais forte do que o mercado esperava. Analistas consultados pela Reuters esperavam que a taxa ficasse em 8,0 por cento no mês passado, depois de ter atingido 8,1 por cento em julho.
MAIS TRABALHO, MAIS RENDA
Segundo o IBGE, entre julho e agosto foram gerados 152 mil postos de trabalho nas regiões metropolitanas pesquisadas. Na comparação com agosto do ano passado, a criação de empregos somou 771 mil postos.
A taxa total de pessoas empregadas subiu 0,7 por cento de julho para agosto, para 21,8 milhões de pessoas. Na comparação com agosto de 2007, o aumento foi de 3,7 por cento.
O total de desempregados, por sua vez, caiu 6,1 por cento em relação a julho e 19,2 por cento frente ao apurado no mesmo período do ano passado, somando um total de 1,8 milhão de pessoas.
Para o economista do IBGE, um fator importante no aumento da geração de emprego no país é a maior formalização dos postos que têm sido criados.
"Há uma mudança estrutural no mercado de trabalho. O cenário econômico brasileiro favorece, e a fiscalização aumentou", avaliou Cimar Pereira.
Além da redução no desemprego, a renda real do trabalhador cresceu 2,1 por cento ante julho, o maior avanço percentual desde julho de 2005, de acordo com os cálculos do IBGE. Na comparação com agosto de 2007, o aumento foi de 5,7 por cento, o melhor resultado desde junho de 2006.
O salário médio em agosto ficou em 1.253,70 reais, de acordo com o IBGE.
"Tem pessoas entrando na indústria, que paga mais. Há mais gente com carteira assinada e a inflação recuou no período", comentou Cimar Pereira.
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