O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse neste domingo (28) que o pacote de resgate de US$ 700 bilhões a Wall Street que está sendo finalizado pelo Congresso fornece as ferramentas e os recursos para proteger a economia do país de uma quebra geral.
Ele expressou confiança de que o plano será aprovado rapidamente. "Esse plano envia um forte sinal ao mundo de que os EUA estão agindo seriamente na restauração da confiança e da estabilidade do nosso sistema financeiro", disse Bush, em comunicado.
"Sem o plano de resgate, os custos para a economia norte-americana seriam desastrosos."
O senador republicano, Judd Gregg, anunciou, neste domingo (28), que os legisladores norte-americanos chegaram a um acordo sobre os detalhes do plano de resgate do setor financeiro, que será agora levado para votação no Congresso.
"Demos ao secretário (do Tesouro, Henry Paulson) a autoridade e os recursos e a flexibilidade necessários - que ele sente que são necessários - e, claro, é ele que tem a última palavra para poder avançar e estabilizar os mercados de crédito e liberar os mercados de crédito", disse Gregg aos jornalistas, após divulgar o projeto acordado.
A expectativa é que o pacote seja votado na Câmara dos Deputados na segunda-feira (29) e até quarta (1º) no Senado.
O programa de resgate, proposto na semana passada pelo governo, prevê o uso de US$ 700 bilhões para a compra de títulos podres em poder dos bancos. A intenção é desbloquear o fluxo de crédito, que atualmente está paralisado pela presença desses ativos "tóxicos" nos balanços das instituições financeiras.
O presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados, o democrata Barney Frank, disse que a Câmara votará o projeto na segunda.
Já o Senado enfrenta problemas mais complexos para aprová-lo. Os líderes precisam determinar se algum senador está considerando obstáculos processuais para desacelerar o processo. Além disso, um feriado judaico irá parar os trabalhos na segunda-feira e eles serão retomados apenas na terça-feira.
"O mais cedo que o Senado pode trabalhar nisso é na quarta-feira", disse uma fonte à agência Reutes, que preferiu não ser identificada.
Acordo
Líderes do Congresso norte-americano e representantes do governo Bush fecharam na madrugada deste domingo as linhas gerais do acordo.
Um comitê de legisladores já havia anunciado um princípio de acordo na última quinta. O pacto foi quebrado após o protesto de republicanos à ampla intervenção pública na economia.
Antes de entrar na reunião deste sábado, um grupo de republicanos insistiu em que, ao invés de comprar os títulos, o governo deveria coordenar um fundo com dinheiro privado que ofereça garantias de pagamento dos títulos podres.
Os democratas se mostraram dispostos a incorporar essa idéia ao programa final, embora só como uma das opções à disposição do Tesouro, e não como uma alternativa ao plano original.
Presidenciáveis
O candidato do Partido Democrata à Casa Branca, Barack Obama, e o republicano John McCain disseram neste domingo que deverão apoiar o plano.
Em comunicado à imprensa, Obama afirmou que o acordo parece conter os quatro princípios que ele defendia: supervisão do plano por uma comissão independente; a possibilidade de o governo federal e, assim, os contribuintes, serem ressarcidos; mais ajuda para os proprietários de imóveis com problemas; e regras claras sobre a compensação de executivos de instituições socorridas.
Em entrevista à CBS, Obama acrescentou: "Minha inclinação é apoiar. Temos que lembrar como chegamos aqui. Não para encontrar culpados, mas para entender as escolhas que enfrentará o próximo presidente."
Questionado se apoiaria o plano, McCain disse: "Espero que sim". Para ele, o acordo seria algo que as pessoas teriam que "engolir" e seguir em frente.
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