SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, no menor patamar dos últimos seis meses, na esteira de um movimento de entrada de recursos no mercado doméstico. Como pano de fundo, as bolsas de valores operavam em território positivo.
A moeda norte-americana encerrou a sessão com desvalorização de 1,72 por cento, cotada a 2,112 reais para venda, menor nível de fechamento desde 4 de novembro, quando fechou a 2,111 reais para venda.
"O que se viu hoje foi muito recurso entrando, principalmente no comercial", avaliou o diretor de câmbio de uma corretora nacional que preferiu não se identificar.
Segundo ele, o ingresso de divisas observado nesta sessão, somado aos dados divulgados pelo Banco Central sobre o fluxo cambial de abril, reforçam a percepção positiva dos investidores com relação aos fundamentos da economia brasileira.
Números divulgados pelo BC nesta quarta-feira mostraram que o Brasil teve em abril o maior fluxo de entrada de recursos externos desde setembro do ano passado, mês que marcou o agravamento da crise internacional com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers.
O fluxo cambial no país fechou o mês passado positivo em 1,43 bilhão de dólares. Em setembro de 2008, o fluxo ficou positivo em 2,803 bilhões de dólares.
Em março, o fluxo cambial havia ficado negativo em 797 milhões de dólares.
A autoridade monetária também divulgou que a posição comprada dos bancos subiu para 1,258 bilhão de dólares no final de abril, ante 145,2 milhões de dólares no fim de março.
De acordo com os números mais recentes da BM&F, na terça-feira, essas posições compradas estavam em 2,5 bilhões de dólares, bem abaixo do valor máximo alcançado em março, de 14,3 bilhões de dólares.
No âmbito externo, as bolsas de valores dos Estados Unidos operavam em alta no fim da tarde por uma percepção positiva da economia, à medida que investidores apostavam que a falta de capital do setor bancário será administrável. Dados menos ruins do mercado de trabalho também agiam positivamente sobre o mercado acionário.
No Brasil, o principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa, exibia mais fôlego e avançava cerca de 1,5 por cento perto do fechamento.
No mercado de câmbio doméstico, de acordo com os últimos dados disponibilizados pela BM&F, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de 1,8 bilhão de dólares.
Ante uma cesta com as principais moedas globais, o dólar tinha leve queda de 0,3 por cento.
(Reportagem de José de Castro)
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