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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Temores sobre bancos voltam a pesar e dólar sobe 1,7%

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em forte alta nesta sexta-feira em mais um dia de preocupações nos mercados financeiros sobre a possibilidade de nacionalização de grandes bancos norte-americanos.

A moeda norte-americana terminou a sessão em alta de 1,70 por cento, a 2,392 reais, maior valor desde 30 de dezembro de 2008. Na semana, o dólar acumulou uma alta de 5,56 por cento.

"Hoje falaram da nacionalização do Citi e do Bank of America. A nacionalização não pegou bem. Além disso, houve piora dos indicadores no exterior", disse Luis Piason, gerente de operações de câmbio da Corretora Concórdia.

Nesta tarde, o chairman do Comitê Bancário do Senado dos EUA, Christopher Dodd, disse que a nacionalização de alguns bancos poderia ser necessária, "pelo menos durante algum tempo", segundo notícias publicadas na mídia.

Já perto do horário de fechamento do mercado de câmbio brasileiro, no entanto, comentários da Casa Branca foram na direção contrária.

"Este governo continua a acreditar fortemente que manter um sistema de bancos privados é o caminho certo, assegurando que eles sejam regulados o suficiente por este governo", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.

O índice das principais ações europeias encerrou o dia em queda, atingindo o menor patamar em seis anos, com investidores temerosos com a possível nacionalização de bancos preferindo vender esses papéis para aplicar em outros ativos, como ouro e títulos do governo.

Em Nova York, os índices Dow Jones e S&P 500 caíam por volta de 1,5 por cento no momento em que as operações no mercado de câmbio doméstico se encerravam. E o Ibovespa operava em queda de mais de 2 por cento.

No lado doméstico, o feriadão do Carnaval também serviu para pressionar para cima a cotação do dólar.

"Com isso, o pessoal que venderia acaba comprando", explicou Piason. "Você toma uma atitude mais defensiva contra o dólar."

De acordo com os dados mais recentes atualizados pela BM&F, o volume de negócios no mercado à vista de dólar somava cerca de 2,4 bilhões de dólares.

(Reportagem de José de Castro)

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