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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Descrença em planos anticrise nos EUA dita 2ª queda da Bovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O ceticismo de Wall Street com os planos anticrise nos Estados Unidos pesaram sobre a Bovespa, que fechou no vermelho pela segunda sessão seguida nesta terça-feira.

O Ibovespa recuou 2,12 por cento, aos 41.207 pontos, arrastado principalmente pelas ações de bancos, acompanhando a tendência dos mercados norte-maericanos.

O volatilidade turbinou o giro financeiro para 5,49 bilhões de reais, o segundo maior movimento diário em 2009.

Diferente do clima de otimismo que na semana passada levou os mercados às alturas, a confirmação do aval do Senado dos EUA ao plano fiscal do governo Obama e o anúncio de um plano do Tesouro para bancos levou os investidores de volta à retranca.

"Para quem esperava uma novidade, Geithner começa com uma colcha de retalhos", disse, em relatório, o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves, referindo-se ao pacote anunciado pelo secretário do Tesouro, Timoty Geithner, que inclui 500 bilhões para bancos atingidos pela crise

O Tesouro anunciou também que vai dar suporte de 1 trilhão de dólares em novos empréstimos por meio da expansão de um programa do Federal Reserve.

"Mas o mercado enxergou que vai ter dificuldade de implementação desse plano", disse Pedro Galdi, analista da corretora SLW.

O clima só piorou depois que o Senado finalmente aprovou o pacote de estímulo fiscal de 838 bilhões de dólares proposto pelo governo Obama para tentar tirar o país da crise.

O pessimismo atingiu principalmente as ações de bancos. No momento em que a Bovespa encerrava o pregão, o setor era o principal responsável pela queda de mais de 4 por cento dos principais índices de Wall Street.

Esse movimento contaminou as ações de bancos domésticos. Itaú perdeu 3,9 por cento, a 24,75 reais. Também na área financeira, BM&F Bovespa tombou 5 por cento, cotada a 6,84 reais.

O Santander divulgou relatório iniciando a cobertura da companhia, avaliando o potencial de alta das ações como abaixo da média do mercado. "A baixa expectativa de crescimento dos volumes de negócios do mercado não está apropriadamente refletida nos preços", disse trecho do documento.

O setor de commodities metálicas, maior responsável pelo rali recente do Ibovespa, foi alvejado por realização de lucros. Gerdau encolheu 5,6 por cento, para 15,90 reais.

Com um cenário de fundo tão ruim, nem mesmo empresas com notícias positivas escaparam ao pessimismo. CCR, um dos destaques positivos nas primeiras horas do pregão, virou, caindo 0,8 por cento, a 23,50 reais. A companhia de concessões de rodovias anunciou na segunda-feira à noite que fechou acordo para compra de 50 por cento da Controlar, especializada pela inspeção de veículos em São Paulo, por 121 milhões de reais.

Entre as raras altas do Ibovespa, Cesp disparou 6,4 por cento, para 13,51 reais, capitaneando recursos dos investidores que voltavam às ações consideradas mais conservadoras em tempos de crise.

(Edição de Vanessa Stelzer)

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