Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa de desemprego no país alcançou 8,2 por cento em janeiro, a mais alta desde abril do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
"É um janeiro pior e mais cruel. Foi um janeiro com mais desocupados e muitas dispensas", disse a jornalistas o economista do IBGE Cimar Pereira.
"Não há mais dúvida de que a crise e o cenário econômico conturbado chegaram à nossa pesquisa. O mercado de trabalho não é favorável."
Em dezembro, o desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país estava em 6,8 por cento, recorde de baixa. O aumento em janeiro, de 1,4 ponto percentual, foi o mais elevado para esse período desde o início da série histórica, em 2002.
Em janeiro do ano passado, a taxa era de 8,0 por cento.
O contingente de desocupados (1,9 milhão de pessoas) cresceu 20,6 por cento em relação a dezembro, no pior resultado de toda a série, mas manteve-se estável frente a janeiro de 2008.
Segundo o IBGE, o total de empregados na construção civil caiu 4,7 por cento e o emprego com carteira recuou 1,3 por cento ante dezembro. Ambos foram os piores resultados para um mês de janeiro desde o início da série histórica.
"Os dados de janeiro mostram que teremos um ano diferente para o mercado de trabalho a não ser que aconteça uma forte melhora do cenário econômico", frisou o economista do IBGE.
RENDIMENTO
O mercado de trabalho em São Paulo foi o mais afetado pela crise. A taxa de desemprego passou de 7,1 por cento para 9,4 por cento entre dezembro de 2008 e janeiro.
Segundo o IBGE, foi a taxa mais alta para janeiro desde 2004 e o avanço foi o mais intenso para o período de toda a série.
O rendimento médio real aumentou 2,2 por cento frente a dezembro e 5,9 por cento ante o mesmo mês do ano passado, para 1.318,70 reais.
"Como houve dispensa forte no comércio e na construção, onde os salários são mais baixos, isso pode ter puxado a média", explicou o economista do IBGE.
(Texto de Daniela Machado)
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