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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Disparada de commodities amortece pessimismo com Wall Street

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Uma recuperação acentuada dos preços de commodities internacionais amorteceu a influência negativa de Wall Street sobre o principal índice da Bovespa, que entretanto fechou no vermelho pela terceira vez.

A virada nos últimos instantes fez o Ibovespa terminar o dia desvalorizado em 0,13 por cento, aos 38.180 pontos. O movimento financeiro da sessão totalizou apenas 3,38 bilhões de reais.

"O que salvou o índice foi a alta de Petrobras e Vale", disse Pedro Galdi, analista da corretora SLW.

O petróleo superou os 45 dólares o barril após os Emirados Árabes anunciarem cortes maiores em seu fornecimento para a Ásia para o mês de abril, em um sinal de que a Opep poderá reduzir mais a produção.

Esse movimento influenciou outros mercados de commodities, como o de metais, levando Vale a subir 0,2 por cento, para 26,56 reais.

Os papéis da Petrobras fecharam o dia em alta de 1,03 por cento, negociados a 26,52 reais.

Na primeira parte do dia, o otimismo chegou a ser maior, depois que o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou a proposta de Orçamento para 2009, contemplando uma ajuda adicional de até 750 bilhões de dólares para os bancos atingidos pela crise.

Foi o suficiente para abrandar a decepção com uma bateria de novas notícias ruins. No setor privado, o Royal Bank of Scotland reportou prejuízo recorde de 34,3 bilhões de dólares em 2008, enquanto a General Motors anunciou que teve perda líquida de 30,9 bilhões de dólares no mesmo ano.

Enquanto isso no plano macroeconômico, os Estados Unidos anunciavam que as encomendas de bens duráveis atingiram em janeiro o menor nível em seis anos, que os pedidos de auxílio-desemprego atingiram novo recorde em fevereiro e que as vendas de novas moradias caíram para novo piso em janeiro. Na zona do euro, a confiança econômica atingiu recorde de baixa.

No meio da tarde, já olhando para novos indicadores que serão divulgados nesta sexta-feira, entre eles o PIB norte-americano do quarto trimestre, os investidores retomaram a postura defensiva.

Os principais índices de Wall Street fecharam com desvalorização de mais de 1 por cento.

Na bolsa paulista, os destaques de alta e de baixa atenderam a notícias corporativas. Na ponta de cima, Eletropaulo saltou 4,6 por cento, para 29,21 reais, depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal que deu à empresa o direito de restituir 194 milhões de reais em impostos pagos indevidamente.

No extremo oposto, Redecard mergulhou 6,9 por cento, para 23,90 reais, no dia em que a companhia confirmou que pediu à Comissão de Valores Mobiliários o registro para realizar uma oferta pública secundária de ações que pertencem ao Citibank.

(Edição de Eduardo Simões)

Dólar cai com ajuste após feriado e entrada de recursos

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda frente ao real nesta quinta-feira, influenciado por um desmonte de posições feitas por investidores antes do feriado prolongado de Carnaval e por uma entrada de recursos, segundo operadores.

A moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 1,43 por cento, cotada a 2,345 reais.

De acordo com Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da Hencorp Commcor Corretora, houve um ajuste técnico. "Muita gente comprou dólar (antes do Carnaval) com receio de ficar dois ou três dias sem poder fazer nada, à mercê dos mercados lá fora", disse.

Ainda segundo Nassar, houve pela manhã uma quantidade considerável de recursos em moeda estrangeira entrando no mercado doméstico, o que acabou reforçando a queda do dólar.

Nesta quinta-feira, o Banco Central divulgou dados sobre o fluxo cambial no país, que está positivo em 796 milhões de dólares nos 15 primeiros dias úteis de fevereiro.

A autoridade monetária realizou ainda três leilões simultâneos de venda de dólares com compromisso de recompra, porém nenhuma proposta foi aceita.

Para Sidnei Moura Nehme, diretor-executico e econômico da NGO Corretora de Câmbio, há uma tendência natural de queda do dólar. "O que está causando o retardamento desse processo é o fato de os investidores ainda não terem uma estratégia acertada para se livrarem desses dólares (comprados diante do receio da crise global)."

Os mercados acionários mostravam-se divididos. Os índices europeus subiram, enquanto as bolsas de valores dos Estados Unidos exibiam volatilidade perto do horário de fechamento do mercado de câmbio no Brasil. Enquanto isso, a Bovespa subia perto de 1 por cento.

Frente a uma cesta com as principais moedas mundiais, a divisa norte-americana exibia queda de 0,2 por cento.

(Reportagem de José de Castro)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Crise em Wall Street

Índice Dow Jones terminou com queda de 3,41%, aos 7.114 pontos.
Mercado repercute tensão sobre plano de ajuda aos bancos.

Os principais indicadores da bolsa de Nova York tiveram mais um pregão de perdas nesta segunda-feira, recuando para seus menores níveis desde 1997.

As perdas refletiram a tensão do mercado com a incerteza sobre detalhes do plano do governo para ajudar os bancos e rumores sobre a nacionalização das instituições financeiras.

Para completar o quadro, os investidores se desanimaram com a perspectiva de que os esforços do governo possam não ser suficiente para evitar o aprofundamento da recessão.

Indicadores

Ao final das negociações, o índice industrial Dow Jones teve recuo de 3,41%, para 7.114 pontos, perdendo 250 pontos e atingindo o patamar mais baixo desde maio de 1997.

Já o indicador ampliado S&P 500 caiu 3,47%, aos 743 pontos, pontuação mais reduzida desde abril do mesmo ano. Já a bolsa tecnológica Nasdaq fechou com perdas de 3,71%.

"(A queda) é um voto de 'não' do mercado ao que estamos tendo de Washington", disse Hank Smith, chefe de investimentos do Haverford Trust Co, sobre a notícia do Citigroup.

Somando-se ao mau humor, a rede CNBC informou que a seguradora American International Group (AIG) pode ter que pedir falência se o governo não der mais recursos. Segundo fontes, as partes estão em conversações sobre isso.

Falta de clareza

Marc Pado, analista financeiro da Cantor Fitzgerald, estimou que o mercado esperava mais clareza do governo em relação ao plano de resgate destinado aos bancos.

"É uma boa notícia para os bancos, pois o governo está dizendo para eles que aprovou mais recursos para ajudar, mas não é uma boa notícia para o mercado saber que os bancos precisam ser resgatados com dinheiro do governo", explicou Pado.

Rumores

O nervosismo do mercado veio após os reguladores do sistema bancário do país prometerem injetar nos bancos novos recursos, se necessário, e garantir a viabilidade das principais instituições por intermédio de um programa que será lançado na quarta-feira. No entanto, a avaliação do mercado é que não houve detalhes suficientes sobre a forma de atuação do governo, o que gerou incerteza.Além disso, mesmo com a insistência das autoridades que não haverá nacionalização dos bancos, o mercado operou saturado com rumores sobre uma iminente ação do governo.

Os boatos se iniciaram com a publicação de uma reportagem "no Wall Street Journal", segundo a qual o governo dos Estados Unidos negocia uma maior participação no Citigroup. O jornal disse que os contribuintes podem acabar com 40% do banco.

Rombo pela metade

Nem mesmo a promessa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de reduzir à metade o déficit fiscal do país - atualmente em US$ 1,3 trilhão - conseguiu animar os investidores.

Obama disse que é hora de ter uma "conversa franca" sobre o problema fiscal do país e afirmou que pretende cortar em 50% o rombo até o fim de seu mandato, em 2013.

Obama falou no começo de um encontro sobre de responsabilidade fiscal na Casa Branca, da qual participam cerca de 130 pessoas, e que tem como objetivo determinar o que fazer contra o crescente déficit fiscal do país a médio e longo prazo.

(Com informações de Reuters e France Presse)

Petróleo fecha em queda, abatido por temores sobre economia

NOVA YORK (Reuters) - O preço do petróleo negociado em Nova York caiu nesta segunda-feira, refletindo preocupações sobre a economia. A commodity acompanhou o ritmo dos demais mercados, que estão sofrendo com as dúvidas sobre o plano do governo norte-americano para salvar os bancos do país.

O preço chegou a subir na sessão, atingindo máxima acima de 41 dólares por barril, temendo o comportamento da demanda mesmo após notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estaria perto de um acordo para reduzir a oferta.

Os futuros do contrato abril fecharam em queda de 1,83 dólar, ou 4,57 por cento, a 38,20 dólares o barril.

O preço foi negociado a 41,49 dólares na máxima do dia e a 37,87 dólares na mínima.

(Por Robert Gibbons)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Crise supera direitos humanos em visita de Hillary à China


Por Arshad Mohammed e Benjamin Kang Lim

PEQUIM (Reuters) - A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou neste sábado que os Estados Unidos e a China podem ajudar a tirar o mundo da crise econômica trabalhando juntos, e deixou claro que isso tem precedência em relação às preocupações dos EUA sobre os direitos humanos em território chinês.

Fazendo sua primeira visita ao país como secretária de Estado, Hillary usou um discurso mais tênue sobre as liberdades políticas e religiosas da China do que as palavras usadas em um outro discurso em Pequim, em 1995, no qual ela criticou abertamente o histórico de direitos humanos do governo chinês.

Falando em uma coletiva de imprensa com o ministro das Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, Hillary afirmou que ambos tiveram "discussões francas sobre assuntos onde havia discordâncias, incluindo direitos humanos, o Tibet, liberdade religiosa e liberdade de expressão".

Entretanto, ela sugeriu que os esforços conjuntos para combater a crise financeira global, frear as mudanças climáticas e lidar com desafios de segurança, como o programa de armas nucleares da Coreia do Norte, foram as prioridades da conversa.

"Os eventos mundiais nos deram uma agenda cheia e formidável", afirmou, dizendo que as conversas entre ela e Yang "partiram de uma simples premissa: é essencial que Estados Unidos e China tenham um relacionamento positivo e cooperativo".

Fazendo a sua última parada em uma viagem de uma semana à Ásia, e que também teve passagens por Tóquio, Jacarta e Seul, Hillary mostrou quão entrelaçadas são as economias norte-americana e chinesa.

Os Estados Unidos são um dos maiores compradores de produtos exportados da China, enquanto o país asiático, com reservas externas de cerca de 2 trilhões de dólares, é o maior detentor de títulos de dívida do governo norte-americano.

"Eu aprecio grandemente a contínua confiança do governo chinês no Tesouro dos Estados Unidos. Acho que essa é uma confiança bem-fundamentada", disse Hillary. "Temos todas as razões para acreditar que os Estados Unidos e a China vão se recuperar e que, juntos, ajudaremos a conduzir a recuperação mundial."

Perguntado se a China pode algum dia repensar suas compras de títulos do Tesouro dos EUA, Yang não deu muitos indícios sobre o assunto, dizendo apenas que a nação toma decisões sobre como investir suas reservas para assegurar sua segurança, valor e liquidez.

Tecendo uma diferença marcante de seu discurso em 1995, Hillary afirmou na sexta-feira que Washington pressionará a China sobre os direitos humanos, mas disse que isso não irá "interferir" no trabalho conjunto sobre a crise mundial, as mudanças climáticas e a segurança.

Grupos defensores dos direitos humanos dizem que a posição de Hillary minou a pressão dos EUA sobre os problemas chineses nessa área.

"As palavras da secretária Clinton apontam para uma estratégia diplomática que caiu bem para o governo chinês --segregando assuntos de direitos humanos em um diálogo sem fim de surdos", afirmou em comunicado Sophie Richardson, diretora do Humans Rights Watch na Ásia.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Procura por ingresso para Copa-2010 supera expectativa, diz Fifa

Por Mark Gleeson

JOHANESBURGO (Reuters) - A Fifa recebeu cerca de 200 pedidos por minuto nas primeiras cinco horas de venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2010 nesta sexta-feira.

Houve 60 mil solicitações online em todo o mundo nas primeiras cinco horas, muito além da expectativa, disse em comunicado a entidade que controla o futebol mundial.

Para os organizadores, o primeiro dia de venda de ingressos afasta qualquer dúvida sobre o torneio que acontecerá na África do Sul.

"O início desta parte dos preparativos para a Copa do Mundo representa nossa promessa irrevogável à população do mundo de que tudo estará pronto para 2010", disse o executivo-chefe do comitê organizador da Copa, Danny Jordaan.

O estado de preparo dos estádios e da infra-estrutura da África do Sul tem sido objeto de exame atento, mas, em dezembro, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que não existe "Plano B".

Estão disponíveis cerca de 700 mil ingressos na primeira janela de vendas da para a primeira Copa do Mundo a acontecer em um país africano. No total, haverá pouco mais de 3 milhões de ingressos para as 64 partidas que acontecerão entre 11 de junho e 11 de julho do próximo ano.

Os torcedores terão até o final de março para pedir ingressos, antes de, em abril, participarem de um sorteio para determinar quem terá direito a eles.

Cerca de 20 milhões de pedidos de ingressos foram recebidos durante a primeira fase do processo de vendas para a Copa da Alemanha, em 2006, fase essa que foi conduzida integralmente online.

Os preços dos ingressos variam entre 20 e 900 dólares, um aumento drástico em relação ao preço de entre 1,50 e 2,50 pagos pelos torcedores para assistir às partidas dos times da primeira liga sul-africana.

Na quinta-feira, a Fifa tinha divulgado um comunicado pedindo desculpas pelo fato de nem todas as agências bancárias terem os formulários para ingressos.

"Pedimos paciência aos torcedores e queremos lembrar a eles que as primeiras vendas de ingressos não seguem o formato de primeiro a chegar, o primeiro a receber seu ingresso", disse a Fifa.

"Todos os interessados que preencherem corretamente os pedidos de ingressos entre 20 de fevereiro e 31 de março terão oportunidade iguais de obter os ingressos aos quais se candidataram."

Temores com bancos voltam a abalar Wall Street

Por Ellis Mnyandu

NOVA YORK (Reuters) - As bolsas de valores dos Estados Unidos voltaram a cair nesta sexta-feira, com o índice Dow Jones fechando no menor patamar em seis anos e meio, com temores de que o governo seja forçado a nacionalizar alguns grandes bancos mesmo com a Casa Branca dizendo que dá apoio a um sistema de bancos privado.

O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuou 1,34 por cento, para 7.365 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq caiu 0,11 por cento, para 1.441 pontos. O índice Standard & Poor's 500 teve desvalorização de 1,14 por cento, para 770 pontos.

Medos de que alguns dos principais bancos pudessem ser tomados pelo governo levaram o índice S&P 500 a caminhar para um fechamento no menor nível em 12 anos, antes que a Casa Branca divulgasse sua mais direta declaração sobre os bancos.

Mas embora o comentário tenha anulado as fortes perdas nas ações de bancos, o comentário da Casa Branca fracasou em lidar com as persistentes incertezas sobre como o governo resgatará bancos enfraquecidos.

"Nós temos tido uma perda de confiança porque o governo continua mudando sua estratégia, e quando isso acontece investidores não querem injetar capital no mercado", disse James Paulsen, estrategista-chefe de investimento na Wells Capital Management em Minneapolis.

Os papéis do Citigroup e do Bank of America, afetados por rumores de que seriam candidatos à nacionalização, fecharam em baixa de 22,3 por cento e 3,6 por cento, respectivamente.

Elas haviam caído mais de 35 por cento antes da declaração da Casa Branca.

Na semana, o índice Dow Jones acumulou queda de 6,2 por cento; o S&P 500 desvalorizou-se 6,9 por cento e o Nasdaq tombou 6,1 por cento.

Investidores veem a estabilização do setor bancário como crucial para que a economia se afaste de uma deterioração maior, com os empréstimos tanto para empresas como para consumidores ainda contraídos.

Temores sobre bancos voltam a pesar e dólar sobe 1,7%

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em forte alta nesta sexta-feira em mais um dia de preocupações nos mercados financeiros sobre a possibilidade de nacionalização de grandes bancos norte-americanos.

A moeda norte-americana terminou a sessão em alta de 1,70 por cento, a 2,392 reais, maior valor desde 30 de dezembro de 2008. Na semana, o dólar acumulou uma alta de 5,56 por cento.

"Hoje falaram da nacionalização do Citi e do Bank of America. A nacionalização não pegou bem. Além disso, houve piora dos indicadores no exterior", disse Luis Piason, gerente de operações de câmbio da Corretora Concórdia.

Nesta tarde, o chairman do Comitê Bancário do Senado dos EUA, Christopher Dodd, disse que a nacionalização de alguns bancos poderia ser necessária, "pelo menos durante algum tempo", segundo notícias publicadas na mídia.

Já perto do horário de fechamento do mercado de câmbio brasileiro, no entanto, comentários da Casa Branca foram na direção contrária.

"Este governo continua a acreditar fortemente que manter um sistema de bancos privados é o caminho certo, assegurando que eles sejam regulados o suficiente por este governo", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.

O índice das principais ações europeias encerrou o dia em queda, atingindo o menor patamar em seis anos, com investidores temerosos com a possível nacionalização de bancos preferindo vender esses papéis para aplicar em outros ativos, como ouro e títulos do governo.

Em Nova York, os índices Dow Jones e S&P 500 caíam por volta de 1,5 por cento no momento em que as operações no mercado de câmbio doméstico se encerravam. E o Ibovespa operava em queda de mais de 2 por cento.

No lado doméstico, o feriadão do Carnaval também serviu para pressionar para cima a cotação do dólar.

"Com isso, o pessoal que venderia acaba comprando", explicou Piason. "Você toma uma atitude mais defensiva contra o dólar."

De acordo com os dados mais recentes atualizados pela BM&F, o volume de negócios no mercado à vista de dólar somava cerca de 2,4 bilhões de dólares.

(Reportagem de José de Castro)

Desemprego atinge 8,2%, maior taxa desde abril de 2008

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa de desemprego no país alcançou 8,2 por cento em janeiro, a mais alta desde abril do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

"É um janeiro pior e mais cruel. Foi um janeiro com mais desocupados e muitas dispensas", disse a jornalistas o economista do IBGE Cimar Pereira.

"Não há mais dúvida de que a crise e o cenário econômico conturbado chegaram à nossa pesquisa. O mercado de trabalho não é favorável."

Em dezembro, o desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país estava em 6,8 por cento, recorde de baixa. O aumento em janeiro, de 1,4 ponto percentual, foi o mais elevado para esse período desde o início da série histórica, em 2002.

Em janeiro do ano passado, a taxa era de 8,0 por cento.

O contingente de desocupados (1,9 milhão de pessoas) cresceu 20,6 por cento em relação a dezembro, no pior resultado de toda a série, mas manteve-se estável frente a janeiro de 2008.

Segundo o IBGE, o total de empregados na construção civil caiu 4,7 por cento e o emprego com carteira recuou 1,3 por cento ante dezembro. Ambos foram os piores resultados para um mês de janeiro desde o início da série histórica.

A população ocupada nas seis regiões caiu entre dezembro e janeiro 1,6 por cento, o equivalente a menos 353 mil pessoas empregadas. Em termos percentuais, foi o resultado mais negativo para janeiro desde 2004.

"Os dados de janeiro mostram que teremos um ano diferente para o mercado de trabalho a não ser que aconteça uma forte melhora do cenário econômico", frisou o economista do IBGE.

RENDIMENTO

O mercado de trabalho em São Paulo foi o mais afetado pela crise. A taxa de desemprego passou de 7,1 por cento para 9,4 por cento entre dezembro de 2008 e janeiro.

Segundo o IBGE, foi a taxa mais alta para janeiro desde 2004 e o avanço foi o mais intenso para o período de toda a série.

O rendimento médio real aumentou 2,2 por cento frente a dezembro e 5,9 por cento ante o mesmo mês do ano passado, para 1.318,70 reais.

"Como houve dispensa forte no comércio e na construção, onde os salários são mais baixos, isso pode ter puxado a média", explicou o economista do IBGE.

(Texto de Daniela Machado)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

BC aprova fusão e Itaú-Unibanco alinham taxas de juro

SÃO PAULO (Reuters) - Três meses e meio depois de anunciada, a fusão entre Itaú e Unibanco, que criou o maior grupo financeiro da América Latina, foi aprovada nesta quarta-feira pelo Banco Central.

A surpreendente união, anunciada em 3 de novembro, uniu o segundo e o terceiro maiores bancos privados brasileiros, criando um gigante com 575 bilhões de reais em ativos --um dos 20 maiores conglomerados financeiros do mundo.

Em nota, o BC mencionou características "sistemicamente importantes" como fatores que o estimularam a dar o aval à operação. "Trata-se de iniciativa que contribui para a solidez do Sistema Financeiro Nacional na atual conjuntura do mercado financeiro internacional", diz trecho da nota.

Também em nota, o grupo informou que a partir de 1o de março as tarifas de serviços prioritários serão unificadas para os clientes dos dois bancos, niveladas pelo menor valor cobrado. Desde 29 de janeiro, os caixas eletrônicos de ambos já compartilhavam operações.

Segundo o Itaú Unibanco, desde novembro os executivos das duas instituições trabalham em conjunto para identificar oportunidades e dirimir os níveis de sobreposição.

"Em breve, vamos comunicar novos benefícios", disse em nota o presidente-executivo do grupo, Roberto Setubal.

(Por Aluísio Alves)

Recessão nos EUA mantêm investidores na defensiva e Ibovespa cai

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Confrontados com novas evidências de aprofundamento da recessão nos Estados Unidos, os mercados de ações tiveram outro dia de perdas, movimento seguido pela Bovespa, que zerou os ganhos do mês.

Influenciado pelo efeito da queda das commodities sobre algumas das ações mais importantes do mercado doméstico, o Ibovespa caiu 0,43 por cento, aos 39.674 pontos.

Com reforço do exercício dos contratos de índice futuro, o giro financeiro somou 5,1 bilhões de reais.

Depois da derrocada das bolsas na véspera, que derrubou os principais índices de Wall Street para perto dos menores níveis em 14 anos, os investidores apoiaram-se no anúncio de um novo pacote anticrise nos EUA, este para o setor imobiliário, um motivo para ir em busca de pechinchas.

O plano de 275 bilhões de dólares do presidente Barack Obama visa a ajudar até 9 milhões de famílias a salvarem seus planos de hipoteca.

Mas esse fio de esperança logo se esvaiu após a divulgação de que a produção industrial e a construção de moradias nos EUA caíram mais do que o esperado em janeiro, reforçando a leitura de que a recessão no país está se aprofundando.

"Mesmo com todos esses pacotes do governo, está ficando claro para os investidores que não há solução de curto prazo para os Estados Unidos", disse Hamilton Moreira, analista senior do BB Investimentos.

Os principais índices de Wall Street fecharam perto da estabilidade, depois de oscilarem o dia inteiro sem definir uma tendência firme.

Já o Ibovespa, mesmo enxugando boa parte das perdas já nos últimos minutos do pregão, não conseguiu amortecer totalmente a pressão também exercida pela queda do petróleo sobre Petrobras, que caiu 1,93 por cento, para 25,89 reais.

Os bancos, também refletindo o mau humor global com o setor, acrescentaram peso ao índice. Banco do Brasil, que divulga seus resultados do quarto trimestre nesta quinta-feira, foi o pior do segmento, com queda de 1 por cento, a 13,51 reais.

"Há uma cautela maior do investidor com a Bovespa, porque o mercado doméstico está com alta acumulada no ano, ao contrário de Wall Street, que tem perda", acrescentou Moreira.

Vale evitou uma perda maior do índice ao subir 1,9 por cento, para 29,61 reais, um dia antes de a mineradora divulgar seus resultados do quarto trimestre.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Recessão e setor bancário pressionam Wall Street

Por Ellis Mnyandu

NOVA YORK (Reuters) - O mercado de ações dos Estados Unidos operava em forte queda nesta terça-feira, à medida que investidores confrontavam sinais renovados de que a recessão está piorando, e temiam que esforços para estabilizar o abatido sistema financeiro talvez não sejam suficientes.

Às 14h14 (horário de Brasília), o índice Dow Jones, recuava 3,43 por cento, para 7.581 pontos. O índice Standard & Poor's 500 tinha desvalorização de 4,11 por cento, a 792 pontos, enquanto o termômetro de tecnologia Nasdaq operava em queda de 3,74 por cento, para 1.476 pontos.

O declínio fazia com que o índice S&P 500 operasse abaixo do patamar de 800 pontos pela primeira vez desde atingir o nível mais baixo do mercado em 21 de novembro, pressionado por papéis do setor financeiro, companhias do setor de energia e grandes manufatureiros.

Ações do Bank of America perdiam 10 por cento, negociadas a 5 dólares na Bolsa de Valores de Nova York, à medida que ações do JPMorgan recuavam aproximadamente 9 por cento, para 22,45 dólares. Wells Fargo caía mais de 7 por cento, para 14,64 dólares, enquanto o índice do setor bancário KBW perdia 7,9 por cento.

"Ainda há problemas no setor bancário, problemas em relação aos lucros corporativos, e nada do que vimos reverterá isso no curto prazo", disse Dan Greenhous, analista de mercado do Miller Tabak & Co em Nova York.

Antes da abertura do mercado nos Estados Unidos, um relatório mostrou que a produção manufatureira no Estado de Nova York caiu para um patamar recorde de baixa em fevereiro, o que se somava a temores de investidores de que o pacote de estímulo econômico do país não irá prover uma correção rápida dos problemas.

No Japão, dados mostraram na segunda-feira que a segunda maior economia do mundo se aprofundava na crise, diante da pior contração trimestral do país desde a crise do petróleo da década de 1970.

Ações do Wal-Mart eram as únicas que se valorizavam entre as 30 que compõem o índice Dow Jones, após a rede varejista ter registrado um lucro trimestral que superou as expectativas de Wall Street. As ações da rede se valorizavam 1,5 por cento.

Pessimismo nos EUA impõe maior queda da Bovespa em 5 semanas

SÃO PAULO (Reuters) - Uma mistura de dados econômicos decepcionantes e ceticismo com a eficácia das iniciativas anticrise nos Estados Unidos encheram os investidores de pessimismo, fazendo a Bovespa fechar a terça-feira com forte desvalorização.

Com queda de 4,44 por cento, segundo dados preliminares, o Ibovespa registrou a maior queda em cinco semanas, terminando o dia na casa dos 39.983 pontos. A sessão teve um giro financeiro de 3,9 bilhões de reais.

A bolsa paulista refletiu a performance dos principais índices de Wall Street, que caíram para os menores níveis desde meados de novembro, arrastados pelas ações de bancos, de montadoras de veículos e de empresas de energia.

A derrocada na cotação do barril do petróleo, aliás, empurrou a blue chip Petrobras para um tombo de 5 por cento, a 26,52 reais. Vale, também refletindo a queda das matérias-primas, mergulhou 5,4 por cento, a 29,26 reais.

(Reportagem de Aluísio Alves)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ação da Positivo dispara em meio a rumores de nova oferta

SÃO PAULO (Reuters) - A possibilidade de que a Positivo Informática tenha recebido nova oferta de compra, pela chinesa Lenovo ou mesmo por outra multinacional, como a Dell, levou as ações da companhia paranaense a saltos de mais de 80 por cento nesta segunda-feira.

Para a analista Luciana Leocádio, da Ativa Corretora, entretanto, a empresa que mais vende computadores no varejo brasileiro informou que não há nenhuma negociação no momento.

Quando procurada pela Reuters, no entanto, a Positivo disse, por meio de sua assessoria de imprensa, não ter comentários para fazer sobre o assunto no momento.

Procuradas, as assessorias de imprensa da Dell e da Lenovo informaram que as empresas não comentam rumores de mercado.

Às 16h51, as ações da Positivo disparavam 77,9 por cento, cotadas a 9,25 reais. Há um ano, o papel foi negociado a mais de 32 reais.

"A única certeza que temos é a da volatilidade dos papéis" nos próximos dias, disse o analista Alan Cardoso, da Ágora Corretora.

Segundo Cardoso, a alta nas ações é, ao mesmo tempo, uma oportunidade e um risco para o acionista minoritário.

"Primeiro é preciso saber se a oferta realmente existe, depois saber a que preço e, por último, saber se o controlador vai aceitar, porque ele já recusou uma vez", lembrou o analista.

Em dezembro, a própria Lenovo informou ao mercado ter encerrado negociações com a Positivo por não terem chegado a um consenso diante das incertezas econômicas. A oferta era de 18 reais por ação da empresa brasileira.

"Dezoito reais já era um preço muito bom", opina Cardoso. Os papéis da Positivo abriram esta segunda-feira negociados a 5,20 reais.

Notícias publicadas na mídia nesta segunda-feira afirmam a nova oferta poderia ser de 31 reais.

"O preço me parece excessivo", uma vez que o mercado mudou de dezembro para cá, ponderou o analista da Ágora, referindo-se ao agravamento da crise financeira global.

A Lenovo já aventou a possibilidade de crescer através de aquisições em países emergentes, mas não citou especificamente o Brasil. Em fevereiro, ela informou seu primeiro prejuízo em três anos, diante do aprofundamento da recessão internacional, e informou que só espera a volta do lucro em 2010.

(Por Taís Fuoco)

Dólar sobe com cenário externo negativo e feriado nos EUA

SÃO PAULO (Reuters) - Em meio às preocupações no cenário externo e ao feriado nos Estados Unidos, o dólar fechou em alta frente ao real nesta segunda-feira.

A moeda norte-americana encerrou a sessão valorizada em 0,62 por cento, a 2,280 para venda, na cotação máxima do dia.

"O principal fator hoje é a valorização que o dólar está tendo em relação às principais moedas. A queda nos mercados estrangeiros (de ações) também contribuiu", afirmou Gerson de Nobrega, gerente de tesouraria do banco Alfa de Investimento.

Frente a uma cesta das principais moedas, o dólar tinha valorização de 0,67 por cento no momento em que o mercado brasileiro de câmbio encerrou as operações.

Nesta segunda-feira, dados mostraram que a economia do Japão teve a maior contração trimestral em 35 anos, causada principalmente pela queda nas exportações e a fraca demanda interna.

Preocupações sobre perdas de bancos e redução de preços das commodities derrubaram os mercados acionários da Europa. A decepção frente à falta de ação coordenada por parte dos países do G7, que se reuniram no final de semana, também ajudou na queda dos índices.

De acordo com dados mais atualizados da BM&F, o volume de negócios no mercado de dólar à vista girava em torno de 460 milhões de dólares, bem abaixo da média diária de fevereiro, de cerca de 3 bilhões de dólares.

O Banco Central vendeu 37.300 contratos de swap cambial tradicional, de uma oferta de até 44.300 para rolagem de contratos que expiram em 2 de março. O volume da operação foi de 1,85 bilhão de dólares.

"Até sobrou dólar. Não tinha tanta gente querendo dólar para esse vencimento", ponderou Mario Battistel, gerente de operações de câmbio da Fair Corretora.

Enquanto isso, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) operava em baixa de mais de 1 por cento, também no horário de fechamento do mercado cambial.

(Reportagem de José de Castro)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Popularidade do governo japonês cai para 9,7%, mostra pesquisa

Por Linda Sieg

Photo TÓQUIO (Reuters) - A popularidade do primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, e do seu gabinete caiu para 9,7 por cento, segundo divulgou neste domingo a rede de televisão NTV. O resultado da pesquisa deve aumentar a pressão para que ele seja substituído antes da eleição prevista para outubro.

O apoio a Aso tem caído devido a gafes e políticas erráticas, no momento em que ele enfrenta uma recessão, um Parlamento dividido e brigas no partido da situação.

O resultado da pesquisa é a mais recente má notícia para o político de 68 anos, que se prepara para se encontrar com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, na segunda-feira.

Levantamentos mostram que o principal partido de oposição, o Partido Democrático do Japão, tem boa chance de vencer a próxima eleição para a câmara baixa do Parlamento.

Isso terminaria com um período de mais de 50 anos, praticamente contínuo, de domínio do atual partido da situação, o Partido Democrático Liberal, e abriria caminho para um governo comprometido em reduzir o poder dos burocratas, diminuir as desigualdades sociais e adotar uma diplomacia mais independente de Washington.

Hillary Clinton deve se encontrar com o líder da oposição na terça-feira.

Aso é o terceiro premiê japonês desde que Junichiro Koizumi deixou o cargo em 2006, depois de cinco anos no poder.

Falta de financiamento para países emergentes preocupa G7 e FMI

Por Anna Willard

ROMA (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Grupo dos Sete países mais industrializados do mundo (G7) estão preocupados com a crescente falta de crédito para as economias emergentes, o que pode aumentar o número de países a procura de dinheiro.

Diversas autoridades revelaram suas preocupações sobre os vencimentos de dívidas de curto prazo este ano, durante o encontro dos ministros de finanças e diretores de bancos centrais do G7 no sábado.

"Teremos o vencimento de um grande número de dívidas de curto prazo em 2009 e não está claro se haverá rolagem", afirmou Dominique Strauss-Khan, diretor-gerente do FMI, após o encontro.

"Poucos recursos provenientes de superávits em conta corrente; crescente necessidade de renovação de crédito de curto prazo; o vácuo de financiamento para os países emergentes vai ficar bem grande em 2009."

A dramática desaceleração da economia mundial e a queda dos preços das commodities atingiu as exportações dos países emergentes e o fluxo de investimentos secou devido à crise financeira internacional.

Christian Noyer, membro da diretoria do Banco Central Europeu (BCE), e que também presidente o Banco da França, disse que diversas autoridades expressaram suas preocupações durante o encontro.

"Realmente está faltando financiamento mesmo para países (emergentes) muito bem administrados", disse Noyer.

"Um fator extra é a desaceleração do comércio global", acrescentou.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Pessimismo com planos dos EUA patrocina 4a queda da Bovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O temor de Wall Street de que o plano do governo norte-americano para socorrer o setor financeiro não funcione contaminou os negócios na Bovespa, que nesta quinta-feira emendou a quarta baixa consecutiva.

O Ibovespa caiu 0,84 por cento, para 40.500 pontos. O giro financeiro da sessão foi de 3,67 bilhões de reais.

Segundo profissionais do mercado, a crescente desconfiança dos investidores nas iniciativas de Washington --o socorro a bancos e o pacote de estímulo de 789 bilhões de dólares-- para enfrentar a crise produziu outro dia de pessimismo nos mercados.

A safra de indicadores do dia não ajudou. De um lado, as vendas no varejo nos Estados Unidos inesperadamente subiram 1 por cento em janeiro. De outro, os estoques empresariais do país tiveram em dezembro a maior queda mensal desde 2001, enquanto a produção industrial da zona do euro registrou queda recorde em dezembro.

Na bolsa paulista, uma derrapada ainda maior do índice só foi evitada devido à atuação dos comprados, investidores que apostam na alta dos papéis no mercado de opções. Na próxima segunda-feira acontece o exercício de opções sobre ações e dois dias depois será a vez dos contratos de índice futuro.

"Só não caiu mais por causa da disputa por opções, porque a coisa lá fora está bem feia", disse Edson Marcellino, diretor de renda variável da corretora Finabank.

A disputa por opções amorteceu a pressão sobre Petrobras, que caiu apenas 0,4 por cento, a 26,79 reais, mesmo num dia em que a cotação do barril do petróleo afundou quase 6 por cento.

Vale, outra referência no mercado de opções, caiu 1,6 por cento, para 29,80 reais.

Já as fabricantes de aço não tiveram a mesma sorte e ficaram entre as piores do dia. CSN teve baixa de 3,2 por cento, a 35,60 reais, enquanto Gerdau cedeu 2,95 por cento, a 15,45 reais.

Contaminado pelo desempenho nas bolsas norte-americanas, o setor financeiro também foi alvo de vendas. Bradesco encabeçou as perdas, cedendo 2,76 por cento, a 21,82 reais.

Parte dos recursos que saíram dos setores de commodities e de bancos migrou para ações de concessionárias de serviços públicos, como elétricas e teles.

Assim, Cesp liderou a ponta positiva do Ibovespa, saltando 5 por cento, para 14,55 reais.

Brasil Telecom, que na terça-feira reportou lucro líquido de 115,3 milhões de reais no quarto trimestre de 2008, abaixo das expectativas, avançou 4,6 por cento, para 14,60 reais.

Produção industrial da Europa tem queda recorde em dezembro

BRUXELAS (Reuters) - A produção industrial da zona do euro registrou uma queda recorde em dezembro, mostraram dados nesta quinta-feira, apontando para um aprofundamento da recessão na região e aumentando os argumentos favoráveis a um corte mais forte da taxa de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) no próximo mês.

A produção das indústrias nos 15 países que usam o euro como moeda teve uma queda mensal em dezembro de 2,6 por cento e um tombo de 12 por cento na comparação anual, a queda mais acentuada desde que os dados começaram a ser coletados em 1990, informou a a agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.

Economistas consultados pela Reuters esperava uma queda mensal de 2,1 por cento e um recuo anual de 8,9 por cento.

(Reportagem de Jan Strupczewski)

Congresso dos EUA fecha acordo para o polêmico "Buy American"

Por Susan Cornwell e Doug Palmer

WASHINGTON (Reuters) - Congressistas nos EUA chegaram a um acordo para aprovar os polêmicos artigos de incentivo à compra de produtos norte-americanos dentro do enorme pacote de estímulo econômico nos EUA, disse um parlamentar democrata na quarta-feira.

Canadá, União Europeia e Japão elogiaram na semana passada o abrandamento das regras apelidadas de "Buy American", uma orientação do presidente Barack Obama para não criar uma guerra comercial com outros países.

Mas países como China, Índia, Brasil e Rússia continuam incomodados com o atual plano de obras públicas dos EUA, incluído no pacote de 789 bilhões de dólares (que inclui gastos governamentais e renúncias fiscais, ambos para estimular a economia em recessão).

Na versão aprovada no Senado, todas as obras públicas do pacote seriam obrigadas a usar ferro, aço e outros produtos de fabricação norte-americana. A versão da Câmara falava apenas em ferro e aço, mas não incluía uma emenda, acrescentada na semana passada no Senado, que exigia que a regra fosse adotada de maneira consistente com as obrigações internacionais dos EUA.

O líder democrata na Câmara, Steny Hoyer, disse a jornalistas que a nova versão "foi modificada em grande medida de acordo com a linha do Senado". Ainda não foram divulgados mais detalhes do pacote resultante.

As siderúrgicas dos EUA, muito afetadas pela redução da demanda num ambiente de recessão, defendiam mais ênfase na regra "Buy American" como forma de criar empregos no setor.

A versão modificada dá ao Canadá, à União Europeia, ao Japão e a uma curta lista de outros parceiros alguma garantia de que eles poderão participar das obras públicas a serem criadas pelo pacote.

Outros países, que não tem acordos sobre compras públicas com os EUA, não terão esse acesso ampliado. Entre eles estão China, Índia, Brasil e Rússia.

O jornal International Business Daily, editado em chinês pelo Ministério de Comércio de Pequim, disse que o "Buy American" havia atraído forte oposição internacional.

"Antes que Obama pegue a caneta para assinar isso, deve pesar seriamente que 'comprar bens nacionais' pode 'provocar uma calamidade nacional'", disse o texto.

Autoridades japonesas disseram que, embora o país não seja afetado, outros serão, e isso pode ser um indício de protecionismo nos EUA.

A Câmara de Comércio dos EUA e muitos outros grupos também foram contra a regra, alegando que ela iria aumentar os custos das obras públicas e estimular outros países a adotarem medidas que fechem suas portas a produtos norte-americanos.

Na quarta-feira, a União Europeia fez um apelo de última hora ao Congresso dos EUA para que dê mais garantias de que empresas da UE não serão prejudicadas pelo "Buy American".

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Descrença em planos anticrise nos EUA dita 2ª queda da Bovespa

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O ceticismo de Wall Street com os planos anticrise nos Estados Unidos pesaram sobre a Bovespa, que fechou no vermelho pela segunda sessão seguida nesta terça-feira.

O Ibovespa recuou 2,12 por cento, aos 41.207 pontos, arrastado principalmente pelas ações de bancos, acompanhando a tendência dos mercados norte-maericanos.

O volatilidade turbinou o giro financeiro para 5,49 bilhões de reais, o segundo maior movimento diário em 2009.

Diferente do clima de otimismo que na semana passada levou os mercados às alturas, a confirmação do aval do Senado dos EUA ao plano fiscal do governo Obama e o anúncio de um plano do Tesouro para bancos levou os investidores de volta à retranca.

"Para quem esperava uma novidade, Geithner começa com uma colcha de retalhos", disse, em relatório, o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves, referindo-se ao pacote anunciado pelo secretário do Tesouro, Timoty Geithner, que inclui 500 bilhões para bancos atingidos pela crise

O Tesouro anunciou também que vai dar suporte de 1 trilhão de dólares em novos empréstimos por meio da expansão de um programa do Federal Reserve.

"Mas o mercado enxergou que vai ter dificuldade de implementação desse plano", disse Pedro Galdi, analista da corretora SLW.

O clima só piorou depois que o Senado finalmente aprovou o pacote de estímulo fiscal de 838 bilhões de dólares proposto pelo governo Obama para tentar tirar o país da crise.

O pessimismo atingiu principalmente as ações de bancos. No momento em que a Bovespa encerrava o pregão, o setor era o principal responsável pela queda de mais de 4 por cento dos principais índices de Wall Street.

Esse movimento contaminou as ações de bancos domésticos. Itaú perdeu 3,9 por cento, a 24,75 reais. Também na área financeira, BM&F Bovespa tombou 5 por cento, cotada a 6,84 reais.

O Santander divulgou relatório iniciando a cobertura da companhia, avaliando o potencial de alta das ações como abaixo da média do mercado. "A baixa expectativa de crescimento dos volumes de negócios do mercado não está apropriadamente refletida nos preços", disse trecho do documento.

O setor de commodities metálicas, maior responsável pelo rali recente do Ibovespa, foi alvejado por realização de lucros. Gerdau encolheu 5,6 por cento, para 15,90 reais.

Com um cenário de fundo tão ruim, nem mesmo empresas com notícias positivas escaparam ao pessimismo. CCR, um dos destaques positivos nas primeiras horas do pregão, virou, caindo 0,8 por cento, a 23,50 reais. A companhia de concessões de rodovias anunciou na segunda-feira à noite que fechou acordo para compra de 50 por cento da Controlar, especializada pela inspeção de veículos em São Paulo, por 121 milhões de reais.

Entre as raras altas do Ibovespa, Cesp disparou 6,4 por cento, para 13,51 reais, capitaneando recursos dos investidores que voltavam às ações consideradas mais conservadoras em tempos de crise.

(Edição de Vanessa Stelzer)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Petróleo cai com desemprego nos EUA; Wall St. limita perdas

NOVA YORK (Reuters) - Os futuros do petróleo nos EUA fecharam em baixa após uma sessão volátil na sexta-feira, com investidores preocupados após dados do governo norte-americano mostrarem que a economia no mês passado cortou o maior número de empregos em 34 anos.

Um rally em Wall Street, no entanto, elevou os preços em mais de 1 dólar na parte final do pregão, mas uma enxurrada de vendas perto do fechamento varreu todos os ganhos. Ainda assim, o petróleo conseguiu fechar acima de 40 dólares.

Na Nymex, o contrato março fechou com baixa de 1 dólar, a 40,17 dólares o barril, tendo sido negociado entre 38,60 dólares e 42,68 dólares durante o pregão.

Em Londres, o vencimento março do petróleo tipo brent encerrou a 46,21 dólares o barril, com queda de 25 centavos.

"O petróleo testou abaixo de 40 dólares por causa do desemprego, mas o fato de não cair tão fundo se deve ao mercado de ações, que se sustentou mais acima", disse Tom Knight, trader da Truman Arnold, em Texarkana, no Texas.

Bovespa tem maior nível em 4 meses à espera de plano nos EUA

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa seguiu a disparada de Wall Street nesta sexta-feira, em meio à aposta de que o aprofundamento da crise nos Estados Unidos vai facilitar a aprovação legislativa do pacote proposto pelo governo Obama.

O Ibovespa disparou 4,01 por cento, a 42.755 pontos, na maior pontuação desde 3 de outubro. O volume financeiro da sessão totalizou 5,36 bilhões de reais.

Diferentemente do habitual, o anúncio de que a taxa de desemprego nos EUA atingiu o maior nível em 16 anos foi entendido como fator adicional de pressão para que os congressistas aprovem o multibilionário pacote de estímulo econômico.

"É hora do Congresso agir. É hora de aprovar um plano de recuperação econômica e reinvestimento para fazer nossa economia se mover novamente", disse o presidente norte-americano, Barack Obama, classificando a notícia de mais demissões como "devastadora".

Nos EUA, os principais índices acionários avançavam cerca de 2,5 por cento a menos de uma hora do encerramento dos negócios.

"Tem uma expectativa combinada de estímulo à economia e também para ajudar os bancos", disse Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.

O secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, vai divulgar na segunda-feira um "plano abrangente" para estabilizar o sistema financeira. A expectativa é de que ele apresente um menu de opções para "limpar" o balanço dos bancos de ativos considerados tóxicos.

DE OLHO NAS COMMODITIES

Além disso, diante de reiterados sinais de que a China está recompondo estoques de petróleo e minério de ferro, os investidores estrangeiros seguiram na ponta compradora das blue chips domésticas Petrobras e Vale, que carregaram o Ibovespa para a quarta alta consecutiva.

Petrobras avançou 4,2 por cento, a 27,10 reais, enquanto Vale teve ganho de 3,6 por cento, a 32,48 reais.

(Reportagem de Aluísio Alves)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Turbulências na economia levam Bombardier a demitir

Por John McCrank e Scott Anderson

TORONTO (Reuters) - A divisão aeroespacial da Bombardier planeja cortar mais de 1,3 mil postos de trabalho em resposta a um desaquecimento da demanda por jatos executivos, disse a empresa nesta quinta-feira.

A companhia baseada em Montreal informou que 1.010 funcionários temporários e terceirizados, assim como 350 empregos diretos que serão cortados, representam algo como 4,5 por cento dos seus 30 mil trabalhadores em todo o mundo. Os custos da medida devem ficar dentro de 5 milhões de dólares canadenses (4,1 milhões de dólares).

Os cortes de profissionais assalariados vão acontecer nas unidades de Montreal, Wichita, Kansas e Belfast, na Irlanda do Norte, em um período de cinco meses a partir deste mês.

"A indústria está vivendo uma forte turbulência, e nós antecipamos mais volatilidade no curto prazo", disse Guy Hachey, diretor de operações da Bombardier Aerospace, em um comunicado.

"Os fundamentos da Bombardier são sólidos, mas estimamos que iremos enfrentar mais desafios neste ano", acrescentou.

No último ano fiscal, a Bombardier entregou 239 aviões executivos, acima dos 232 no ano anterior.

O número, entretanto, foi menor que o projetado por muitos analistas. Benoit Poirier, analista da Desjardins Securities, disse que esperava que a empresa entregasse 254 jatos executivos. Segundo ele, o número menor que o esperado significava cancelamentos no último trimestre do ano.

A projeção foi, entretanto, mais otimista que a de outros analistas.

"Imaginamos que eles fossem reduzir as entregas em 12 por cento ou algo assim, mas eles nos informaram que o número de jatos executivos será 10 por cento menor", disse Jacques Kavafian, analista da Research Capital.

Os analistas da Desjardins Securities previram uma queda de 23 por cento nos pedidos de jatos executivos neste ano e acrescentaram que novos cortes de produção ainda são uma possibilidade.

Dólar segue mercados externos e cai pela 3a sessão

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar contabilizou nesta quinta-feira a terceira queda seguida frente ao real, em uma sessão volátil em que o mercado de câmbio acompanhou o vaivém das principais bolsas de valores.

A divisa norte-americana fechou a 2,285 reais, cotação mínima do dia, com recuo de 1,17 por cento. Na máxima, o dólar chegou a subir 0,43 por cento.

Após apresentar queda nos primeiros negócios, o dólar inverteu o movimento com a piora das bolsas de valores diante da divulgação de que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos atingiram o maior patamar em 26 anos.

Mas, durante a tarde, o dólar voltou a cair, atrelado à recuperação das bolsas de valores nos EUA e no Brasil.

Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, mencionou as expectativas dos investidores com o pacote de estímulo econômico do presidente norte-americano, Barack Obama, e com uma melhora da situação das instituições financeiras.

No final da tarde, os principais índices acionários norte-americanos subiam mais de 1 por cento, impulsionados por rumores de que os EUA podem suspender a regra de marcação a mercado para estimular o setor financeiro.

No Brasil, o principal índice de ações da Bovespa avançava mais de 2 por cento.

Além disso, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou nesta sessão que está pronto para oferecer até 36 bilhões de dólares a empresas brasileiras com dívidas no exterior. Ele acredita, no entanto, que a demanda pelos recursos das reservas internacionais ficará ao redor de 20 bilhões de dólares.

As empresas que precisarem dos recursos vão negociar as condições para um empréstimo com um dos bancos brasileiros autorizados a fazer a operação com o BC .

(Reportagem de Jenifer Corrêa)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Dado dos EUA e commodities fazem Bovespa avançar 2,8%

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Entusiasmado com um indicador do setor imobiliário dos Estados Unidos que veio acima das expectativas, o investidor do mercado de ações foi às compras e levou a Bovespa para cima nesta terça-feira.

O Ibovespa, índice mais importante da bolsa paulista, subiu 2,79 por cento, para 39.746 pontos. O giro financeiro da sessão somou 3,4 bilhões de reais.

As compras predominaram mesmo com a rotina de empresas contabilizando os efeitos devastadores da crise global. Motorola, Hitachi e Dow Chemical divulgaram prejuízos maiores que o esperado no último trimestre de 2008.

Além disso, grandes montadoras dos EUA reportaram nova derrocada nas vendas de veículos em janeiro, levando os números do setor para as mínimas em 27 anos. Enquanto isso, o setor financeiro afundava, em meio a temores de que Citigroup e Bank of America sejam nacionalizados.

No plano doméstico, a notícia do dia foi que a produção industrial desabou 12,4 por cento em dezembro em relação ao mês anterior, a maior queda mensal da série histórica.

Mas, depois de três sessões seguidas de perdas nos mercados acionários, os olhos dos investidores se voltaram mais para as notícias positivas. No setor corporativo, Merck e Vodafone divulgaram resultados acima das expectativas.

A maior fonte de otimismo veio do anúncio de uma alta inesperada nas vendas pendentes de moradias nos EUA em dezembro, a primeira em quatro meses.

"Embora o dado não seja dos mais importantes, alguns investidores podem ter enxergado que a economia americana está saindo do pior da crise", disse Hamilton Moreira, analista senior da BB Investimentos.

À tarde, sinais de que o pacote de estímulo econômico do presidente dos EUA, Barack Obama, está avançando entre congressistas deu fôlego adicional a Wall Street.

MATÉRIAS-PRIMAS

Em outra frente, os preços de matérias-primas tiveram um dia de recuperação, sob liderança do barril do petróleo, depois de uma fonte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ter dito à Reuters que o grupo pode anunciar mais um corte de produção se os preços da commodity seguirem em baixa.

O movimento ajudou a levantar as blue chips da Bovespa. Vale avançou 4,5 por cento, para 29 reais, enquanto Petrobras subiu 3,6 por cento, para 25,58 reais.

Para completar, o setor de construção civil deu um salto depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter anunciado que o governo vai lançar em breve um programa nacional de habitação para construir 500 mil casas populares.

Na ponta de cima do Ibovespa, Cyrela decolou 10,05 por cento, para 10,40 reais. Logo atrás, Gafisa teve alta de 9,4 por cento, cotada a 13,20 reais, seguida por Rossi Residencial, com elevação de 6,5 por cento, negociada a 4,79 reais.