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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Otimismo ganha sobrevida e Bovespa acumula alta de 41,7% em 2009

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O contínuo ingresso de recursos estrangeiros levou a Bovespa a sobrepujar um movimento de realização de lucros, cravando em maio o terceiro mês seguido de valorização.

Com uma virada para cima já nos ajustes, o Ibovespa fechou o dia valorizado em 0,3 por cento, aos 53.197 pontos, depois de cair 1,16 por cento na mínima registrada no último pregão de maio.

Com o desempenho nesta sexta-feira, o principal índice da Bolsa paulista estendeu a alta em maio para 12,5 por cento. Em 2009, o principal índice da bolsa paulista já subiu 41,7 por cento.

O repique no final da sessão desta sexta-feira deveu-se à combinação de ganhos maiores nos últimos negócios de Wall Street com os ajustes de investidores a mudanças feitas pelo JP Morgan na sua carteira MSCI para mercados emergentes.

Isso também calibrou o giro financeiro, que somou 8,19 bilhões de reais, o maior movimento diário este ano.

Para profissionais do mercado, passado o que parece ter sido o pior da crise, o mercado acionário doméstico tem sido um dos preferidos de investidores de várias partes do mundo, em meio à leitura de que a economia brasileira vai se levantar antes e mais fortalecida da crise.

"Assim, faz sentido que o fluxo externo venha para o Brasil", disse Gabriel Goulart, economista da Mercatto Investimentos.

Nesta sexta-feira, a Bovespa informou que nos primeiros 26 dias de maio o ingresso líquido de investimento estrangeiro totalizou 5,05 bilhões de reais, elevando o saldo positivo do ano para 10 bilhões de reais.

Esse movimento, no entanto, já começa a ser visto com reservas por uma parcela cada vez maior de investidores e analistas, uma vez que os indicadores econômicos, no Brasil e no exterior, ainda dão sinais desencontrados.

"Isso começa a dar ares de euforia", disse Goulart.

Dados da economia dos Estados Unidos divulgados nesta sexta-feira evidenciaram bem esse quadro. O país informou que seu PIB retraiu 5,7 por cento no primeiro trimestre, menos do que a estimativa inicial, e que a confiança do consumidor subiu ao maior nível desde setembro. Ao mesmo tempo, informou que atividade do Meio-Oeste caiu mais do que o esperado em maio.

Com os investidores novamente dando prioridade aos dados positivos, os principais índices de Wall Street embicaram para cima. O Dow Jones subiu 1,15 por cento no dia.

Na Bolsa paulista, a realocação de carteiras na virada do mês levou investidores a realizar lucros com as blue chips, migrando para papéis que haviam ficado para trás. Assim, apesar da alta das commodities, a ação preferencial da Petrobras caiu 0,6 por cento, a 34,45 reais.

Na mesma trilha, o papel preferencial da Vale recuou 1,2 por cento, para 32,50 reais. Empresas do setor imobiliário figuraram entre as líderes de perdas.

Natura perdeu 4,8 por cento, a 25,90 reais, depois de a empresa de cosméticos ter anunciado pela manhã que contratou uma assessoria financeira para realizar uma "eventual" oferta pública de ações.

Na ponta contrária, JBS liderou os ganhos do Ibovespa, com uma disparada de 10,3 por cento, a 6,73 reais. Analistas citaram como um dos fatores que podem ter contribuído para o movimento a decisão da União Europeia, nesta semana de permitir ao Brasil ampliar para lá as exportações de carne bovina com impostos reduzidos.

Dólar tem maior queda mensal em 6 anos, junho deve seguir

Por José de Castro e Daniela Machado

SÃO PAULO (Reuters) - A sensação de que a economia global já chegou ao fundo do poço e o Brasil deve se sair melhor do que outros países no processo de reotmada deve garantir mais entrada de dólares no Brasil em junho, mantendo o real apreciado.

Analistas preveem, no entanto, que o ritmo vertiginoso de queda do dólar pode não se sustentar após os vencimentos de contratos futuros e derivativos da virada deste mês.

Em maio, a moeda norte-americana teve a maior baixa mensal desde abril de 2003, de 9,5 por cento. A cotação de 1,975 real reais no fechamento desta sexta-feira é a mais baixa desde 1o de outubro do ano passado, quando encerrou a 1,925 real na venda.

"De repente, a percepção de que a gente já atingiu o fundo do poço (na economia global) começou a se espalhar. E o Brasil está se beneficiando desse momento", disse Fernanda Feil, economista da consultoria Rosenberg & Associados, em São Paulo.

"Não acredito que seja algo que vai se manter no longo prazo... porque, de efetivo, nada foi resolvido na economia mundial. Mas, no curtíssimo prazo, digo um ou dois meses, a tendência é de os ingressos continuarem chegando ao país."

Em maio, até o dia 22, o fluxo cambial no país estava positivo em 3,086 bilhões de dólares. É a maior entrada líquida de dólares em um mês desde abril do ano passado e foi ajudada também pelas operações no segmento financeiro.

Desde a piora da crise global, com o colapso do Lehman Brothers em setembro, era apenas a conta comercial que mostrava alguma resistência.

João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora, acredita que em junho a tendência de apreciação do real deve continuar.

Segundo ele, a entrada de dólares no país no próximo mês será ampliada pelo "pico da safra de exportação". Nesse contexto, acrescido de uma diminuição das importações, as entradas de dólares no mercado doméstico devem se acentuar.

Refletindo essa perspectiva de ingresso de recursos no país, as posições compradas dos investidores estrangeiros caíram para os menores níveis desde o início de setembro.

De acordo com os últimos dados da BM&F, as posições futuras compradas desse grupo de investidores estão em cerca de 580 milhões de dólares. Em março, mês em que as apostas na alta do dólar atingiram o pico, essas posições chegaram a 14,3 bilhões de dólares.

DÓLARES PARA BOVESPA E INVESTIMENTO

Dados de maio deixam claro que a maior parte dos recursos externos chegou ao Brasil por meio de investimentos estrangeiros diretos e para a Bovespa.

Até por isso, a eventual taxação das aplicações externas em renda fixa seria ineficiente para brecar a apreciação do real.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negaram a volta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nessas aplicações --o que, segundo os principais jornais brasileiros, estaria sendo estudado pelo governo.

Somente nesta semana, o dólar caiu 2,5 por cento. Operadores citaram que o movimento foi exacerbado por investidores interessados em defender sua posição para o vencimento de contratos futuros e derivativos na virada do mês.

Na segunda-feira vencem 3,4 bilhões de dólares em contratos de swap cambial e, para o mercado ter lucro, é interessado que a moeda norte-americana recue.

"Acho que a tendência ainda é favorável para o real. Os investidores estão voltando de forma sincronizada aos ativos de risco, principalmente à bolsa (de valores)", considerou Antonio Madeira, economista da MCM Consultores Associados.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Por Aluísio Alves SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa sucumbiu à pressão negativa de Wall Street e fechou no vermelho, rompendo um ciclo de três dias seg

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa sucumbiu à pressão negativa de Wall Street e fechou no vermelho, rompendo um ciclo de três dias seguidos de ganhos, diante do receio de que o aumento dos custos dos empréstimos nos Estados Unidos prejudique a recuperação econômica do país.

Depois de ter chegado a superar os 53 mil pontos no meio do pregão, o Ibovespa foi gradualmente perdendo força, até fechar o dia desvalorizado em 0,09 por cento, a 51.791 pontos.

A volatilidade calibrou o giro financeiro da sessão, que totalizou 5,3 bilhões de reais.

"O mercado doméstico até que esteve forte, diante da queda lá fora, que teve um dia de realização de lucro", disse o analista sênior Hamilton Moreira, do BB Investimentos.

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones recuou 2,05 por cento, com a reação negativa de investidores ao resultado de um leilão do Tesouro norte-americano, que pagou mais caro para vender títulos do governo.

O episódio foi interpretado como sinal de que o crédito para pessoas e empresas também pode ficar mais caro, o que poderia prejudicar a recuperação da economia norte-americana.

A bolsa paulista resistiu na maior parte da sessão. Mas à medida que as perdas cresciam em Nova York, a preferência dos investidores por embolsar ganhos aumentou, especialmente depois de o Ibovespa ter subido 3,5 por cento em três sessões.

Diante disso, o papel preferencial da Vale foi um dos principais alvos e recuou 2,2 por cento, para 32,36 reais. O mote foi a decisão do Goldman Sachs de reduzir a recomendação dos papéis da mineradora de "compra" para "neutra".

O time das maiores perdedoras incluiu os setores aéreo, de energia elétrica e algumas varejistas.

Blindando o índice contra perdas mais acentuadas, Gerdau, a melhor do índice, subiu 3,6 por cento, para 19,38 reais. A siderúrgica foi alvo de relatório do banco JP Morgan, que elevou a recomendação para os papéis da companhia de "neutra" para "compra", apontando a fabricante de aço como uma das que mais deve se beneficiar da tendência de recuperação da economia global.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Bovespa sobe 0,5% em sessão sonolenta por feriado nos EUA

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Sem a referência de Wall Street, a maior parte dos investidores preferiu ficar de fora dos negócios na Bovespa, que teve nesta segunda-feira a sessão de volume mais fraco do ano.

O Ibovespa fechou com valorização de 0,49 por cento, aos 50.816 pontos. O giro financeiro foi de modestos 1,55 bilhão de reais, o menor desde 26 de dezembro.

"Sem Nova York e Londres, foi um dia horroroso de volume", disse Roberto Alem, economista da M2 Investimentos.

Nos Estados Unidos, a comemoração do Memorial Day deixou as bolsas de valores de Nova York fora de circulação. Em Londres foi o Spring Holiday que paralisou os negócios locais com ações.

Assim, restou olhar para outros mercados europeus e o segmento de metais, setores em que a movimentação predominante foi levemente positiva.

Foi o suficiente para atrair novas ordens de compra para as blue chips domésticas ligadas ao setor. Em destaque, o papel preferencial da Usiminas ganhou 2,05 por cento, a 35,36 reais. Companhia Siderúrgica Nacional subiu 1,3 por cento, cotada a 43,40 reais.

Na outra ponta, uma realização de lucros com papéis isolados elegeu as piores do índice. Sadia, uma das campeãs recentes de ganhos depois de ter sido comprada pela Perdigão, caiu 1,2 por cento, para 4,95 reais.

De acordo com Alem, a expectativa dos investidores por importantes indicadores macroeconômicos que serão divulgados ao longo da semana também pesou na decisão dos investidores de evitar transações com lotes maiores.

Entre os dados esperados para a semana estão o do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do primeiro trimestre, além dos resultados de pesquisas sobre o mercado imobiliário norte-americano.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Financeiras caem no fim do pregão e fazem NY recuar

Por Edward Krudy

NOVA YORK (Reuters) - Os índices Dow Jones e Standard & Poor's 500 caíram nesta terça-feira, sob o peso da queda nas ações financeiras e de dados decepcionantes do setor imobiliário.

O indicador Nasdaq, porém, teve alta, à medida que investidores correram para os papéis de empresas de tecnologia antes da divulgação dos resultados da Hewlett Packard.

O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuou 0,34 por cento, para 8.474 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq teve oscilação positiva de 0,13 por cento, para 1.734 pontos. O índice Standard & Poor's 500 teve leve queda de 0,17 por cento, para 908 pontos.

As ações financeiras recuaram, à medida que o Senado dos Estados Unidos aprovou legislação para restringir repentinos aumentos nas taxas de juros de cartões de crédito, golpeando os rendimentos. Isso levou os índices Dow Jones e S&P 500 para baixo, após operarem em território positivo durante a maior parte do dia.

"De qualquer maneira que você olhe para isso, é menos favorável para os bancos", disse Stephen Massocca, diretor de gerenciamento da Wedbush Morgan em San Francisco, sobre o pacote.

Analistas disseram que o pacote abaterá os lucros das principais empresas de cartões de crédito.

Os papéis da American Express cederam 5,1 por cento, para 24,79 dólares, enquanto os da Capital One Financial caíram 4,5 por cento, a 24,90 dólares. As ações do JPMorgan Chase perderam 3,9 por cento, valendo 36,81 dólares.

O índice Nasdaq, por outro lado, fugiu do pior das perdas, uma vez que investidores buscaram papéis de empresas de tecnologia antes da divulgação dos resultados da Hewlett Packard, apostando que a companhia --considerada um termômetro do setor-- deverá ser a mais nova empresa a superar as estimativas do mercado.

Perdigão assume Sadia e busca expansão no exterior


Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A Perdigão assumiu sua rival Sadia em um negócio feito inteiramente em troca de ações, criando a Brasil Foods, empresa com faturamento anual superior a 20 bilhões de reais que pretende focar principalmente o mercado externo para sua expansão.

O negócio, que ocorre após várias semanas de negociações entre as duas empresas, deixará os acionistas da Perdigão com 68 por cento da Brasil Foods, enquanto os acionistas da Sadia ficam com 32 por cento.

A nova companhia deverá realizar uma oferta pública de ações em meados de julho para levantar 4 bilhões de reais, dinheiro que deverá, em parte, ser utilizado para saldar dívidas de curto prazo que possuem custo elevado.

A união das empresas, que já esteve perto de ocorrer outras vezes no passado, se desenhou a partir dos graves problemas financeiros da Sadia, que perdeu bilhões de reais em operações com derivativos cambiais depois que a crise econômica global mudou a direção da moeda brasileira no ano passado.

O real, que até então registrava forte valorização contra o dólar, passou a cair e fez com que as apostas da Sadia no mercado de câmbio gerassem perdas volumosas.

Sadia e Perdigão chegaram a trabalhar juntas no início da década na Brazilian Foods, uma associação para as vendas no mercado externo que não vingou.

Em 2005, a Sadia, então maior, lançou oferta hostil pela Perdigão, que a rejeitou.

Desde então, a Perdigão se expandiu, comprou concorrentes menores e avançou em lácteos, com a incorporação da Eleva e da Batavo, diversificando negócios e ganhando tamanho.

"Começamos a conversar sobre uma união há 10 anos, mas vocês têm que imaginar que uma associação desse porte é difícil e tem muitos aspectos a serem discutidos", afirmou a jornalistas Nildemar Secches, presidente do conselho da Perdigão e agora co-presidente do conselho da Brasil Foods, ao lado de Luiz Fernando Furlan, da Sadia.

"Provavelmente no curto prazo essa empresa se tornará o maior exportador de carne processada do mundo", disse Furlan no evento organizado para apresentar a nova companhia.

Como já haviam subido bastante nas últimas semanas, as ações das empresas apresentavam baixas após o anúncio do acordo. Por volta das 14h10, os papéis da Sadia caíam 1,9 por cento e os da Perdigão perdiam 4,2 por cento.

CRESCER FORA

A empresa resultante do negócio terá uma presença muito forte no varejo brasileiro. Juntas, Sadia e Perdigão dominam mais de 55 por cento do mercado de industrializados de carne e margarinas, e possuem parcelas ainda maiores em itens como massas prontas.

Assim, o negócio depende da aprovação dos órgãos de defesa da concorrência no Brasil.

Mas é no mercado externo que a Brasil Foods deve focar sua expansão, pelo que disseram Furlan e Secches em São Paulo.

"Queremos oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis em todos os lugares do mundo. Essa é a missão e a responsabilidade", afirmou o representante da Perdigão, acrescentando que a Brasil Foods buscará ampliar o número de mil clientes ativos no exterior atualmente.

A Brasil Foods deverá exportar 42 por cento de sua produção total. A companhia tem capacidade instalada de abater 1,7 bilhão de aves por ano e 10 milhões de suínos. Será responsável por quase a metade das exportações de carne de frango do Brasil, o maior exportador mundial com cerca de 40 por cento do mercado global.

Furlan acredita que a empresa terá capacidade de elevar no curto prazo seu faturamento para cerca de 30 bilhões de reais e afirmou que não vê sobreposições nas unidades industriais no Brasil. "Não há previsão de demissão no chão da fábrica", acrescentou.

Dispensas, no entanto, poderão ocorrer nas áreas não industriais, já que as companhias atuam nos mesmos mercados e possuem estruturas parecidas.

Secches ressaltou o aspecto de a produção de proteína animal ser altamente competitiva no Brasil, o que vai gerar condições para a empresa, agora mais robusta, ganhar mercado fora do país.

PROCESSO COMPLICADO

A união das companhias se dará por meio de uma complexa operação societária, com a criação de uma outra entidade, a HFF Participações.

Para o negócio se concretizar, os detentores de pelo menos 51 por cento das ações ordinárias da Sadia deverão repassar os papéis com direito a voto que detêm para a HFF.

Ao mesmo tempo, a Perdigão terá sua denominação alterada para Brasil Foods, que posteriormente vai incorporar as ações da HFF. A relação de troca, nesse caso, será de 0,166247 ação de emissão da Brasil Foods por cada ação ordinária da HFF.

A incorporação de ações da HFF pela Brasil Foods está condicionada à alienação, pela Sadia, da Concórdia Holding Financeira, que controla banco e corretora de mesmo nome, para outra sociedade de participações.

O comunicado declara ainda que a condição final para a associação é a comprovação, pela HFF, de que é detentora de mais de 51 por cento das ações ordinárias da Sadia.

As ações da Sadia em circulação no mercado serão, depois disso, incorporadas pela Brasil Foods. A relação de troca para os minoritários será de 0,132998 ação ordinária da Brasil Foods por cada ação ordinária ou preferencial da Sadia, equivalente a 80 por cento do valor atribuído aos controladores da empresa, como determinam as regras da Comissão de Valores Mobiliários em caso de alienação de controle.

Conforme as empresas, as ações da Brasil Foods continuarão a ser negociadas no Novo Mercado, ambiente da Bovespa que exige maior grau de governança corporativa e em que hoje está listada a Perdigão.

As empresas informaram que o acordo de associação pode ser rescindido no prazo de 15 dias se as condições incluídas no documento não forem cumpridas.

(Reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr., Cesar Bianconi e Guillermo Parra-Bernal)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Bovespa cai 0,89% no dia e fecha semana com baixa de 4,65%

Bolsa quebra sequência de nove semanas de valorização.

No mês, índice ainda acumula alta de 3,63%.

Em um dia de abertura positiva e oscilação durante os negócios, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) firmou-se em território negativo e fechou a semana com queda acumulada de 4,65%.

Principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa fechou em queda de 0,89%, aos 49.007 pontos nesta sexta-feira (15). Investidores monitoraram notícias sobre efeitos da crise na economia mundial. O giro financeiro somou R$ 4,13 bilhões

Com isso, chega ao fim uma sequência de nove semanas de valorização.

Em março, o índice ainda acumula alta de 3,63%, e no ano o ganho soma 30,5%.

O principal foco desta sexta foi a Europa, que divulgou uma série de dados ruins, como os anúncios de que a zona do euro resgistrou queda recorde de 2,5% do PIB no primeiro trimestre e a França entrou oficialmente em recessão.

Indicadores

Nos Estados Unidos, os investidores acompanharam Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que teve estabilidade no mês passado. Já o núcleo do

O setor de seguros operava com destaque, depois que o governo aprovou medida preliminar que permite ao setor receber dinheiro dos programas de ajuda ao setor financeiro, como o TARP. Segundo o Wall Street Journal (WSJ), mais de US$ 22 bilhões serão destinados às seguradoras.

Na Europa, os índices estavam no território negativo. Na Ásia, o dia terminou com ganhos.

Véspera

Na quinta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou em alta de 1,58%, aos 49.446 pontos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Lucro do BB desaba 29% com inadimplência e Nossa Caixa

SÃO PAULO (Reuters) - O lucro líquido do Banco do Brasil caiu 29,1 por cento no primeiro trimestre deste ano contra igual período de 2008, impactado por sensível aumento na provisão sobre inadimplência e incorporação de números do paulista Nossa Caixa, que teve rentabilidade negativa no período.

A instituição, que concluiu a aquisição da Nossa Caixa no primeiro trimestre, encerrou o período com lucro líquido de 1,665 bilhão de reais, contra ganho de 2,347 bilhões de reais um ano antes.

A Nossa Caixa informou esta semana, prejuízo de 349 milhões de reais no primeiro trimestre, contra lucro de 114,9 milhões de reais um ano antes. O resultado, segundo o banco, foi influenciado por ajustes contábeis relativos à transferência do controle acionário ao Banco do Brasil.

Em relação ao quarto trimestre do ano passado, a queda no lucro do Banco do Brasil foi de 43,4 por cento.

A carteira de crédito total --incluindo carteira externa e prestação de garantias-- totalizou 254,4 bilhões de reais, alta de 41,3 por cento sobre o primeiro trimestre de 2008 e de 7,3 por cento contra os três últimos meses do ano passado.

Pelas normas da Comissão de Valores Mobiliários, a carteira de crédito encerrou o período em 241,9 bilhões de reais, crescimento de 40 por cento em 12 meses e de 7,6 por cento em relação ao quarto trimestre de 2008.

A carteira de pessoa física saltou 67 por cento, impulsionada por financiamento a veículos, que disparou 97,7 por cento, a 7 bilhões de reais; enquanto operações de crédito consignado tiveram um aumento de 44 por cento.

Os créditos à pessoa jurídica tiveram alta de 47,2 por cento, enquanto a carteira de agronegócio cresceu 13,7 por cento e a de financiamento externo avançou 40,3 por cento, a 14,73 bilhões de reais.

O Banco do Brasil registrou aumento em índices de inadimplência da carteira total. As operações vencidas há mais de 90 dias passaram de 2,4 no quarto trimestre para 2,7 por cento

O banco elevou em 65 por cento a provisão para créditos de difícil recuperação (PDD) em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para 2,654 bilhões de reais, mas em relação ao quarto trimestre, considerado o auge da crise financeira internacional, houve queda de 31,8 por cento.

A instituição teve receitas com prestação de serviços praticamente estáveis em relação ao primeiro trimestre do ano passado, avançando ligeiro 1 por cento, para 2,943 bilhões de reais. Na comparação com dezembro, o banco apurou queda de 3,7 por cento.

Enquanto isso, após a incorporação da Nossa Caixa, as despesas com pessoal dispararam 63 por cento, contra o registrado um ano antes, e 29,7 por cento em relação ao quarto trimestre, para 3,152 bilhões de reais.

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio recuou de 43,5 por cento no fim de março de 2008 para 23,8 por cento nos três primeiros meses deste ano.

O banco encerrou o primeiro trimestre com ativos totais de 592 bilhões de reais, alta de 42,9 por cento sobre o ano passado.

(Por Alberto Alerigi Jr.; Edição de Vanessa Stelzer)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Em Israel, papa homenageia mortos no Holocausto

Por Philip Pullella

JERUSALÉM (Reuters) - Em visita a um memorial israelense aos 6 milhões de judeus mortos pela Alemanha nazista, o papa Bento 16 disse na segunda-feira que o sofrimento deles não deve ser negado nunca.

A mensagem era dirigida à irritação da comunidade judaica com relação ao bispo britânico Richard Williamson que negou o Holocausto.

No memorial de Yad Vashem, o papa de origem alemã disse ter vindo para honrar a memória dos judeus mortos na "horrível tragédia da Shoah", o termo hebraico para o Holocausto, ao qual chamou de atrocidade que desonrou a humanidade.

"Que os nomes dessas vítimas nunca pereçam. Que o sofrimento deles nunca seja negado, menosprezado ou esquecido", disse ele, como se estivesse orando.

O presidente do conselho de Yad Vashem, o rabino israelense Meir Lau, lamentou que o papa não tenha sido mais explícito.

"Certamente não houve desculpas expressadas aqui", afirmou ele. Não houve "expressão de empatia com o sofrimento".

O papa fez um discurso comovente, disse Lau, mas "ficou faltando alguma coisa. Não houve menção aos alemães ou nazistas que participaram da carnificina nem uma palavra de pesar".

Os comentários do papa ecoaram declarações feitas por ele em fevereiro sobre a polêmica de Williamson, nas quais disse a líderes judeus que "qualquer negação ou minimização desse crime terrível é intolerável".

Depois que o Segundo Conselho do Vaticano repudiou o conceito de culpa coletiva dos judeus pela morte de Cristo, há 45 anos, as relações têm sido assombradas pelo Holocausto e a questão sobre o que a Igreja fez, ou deixou de fazer, sobre isso.

Elas chegaram ao seu pior nível em janeiro, depois que o papa suspendeu a excomunhão de quatro bispos tradicionalistas, incluindo Williamson, que negou que 6 milhões de judeus tenham sido mortos.

O Vaticano disse não saber o suficiente sobre o passado do bispo britânico, e a igreja e líderes religiosos judeus esperavam que o assunto fosse encerrado com a visita ao Yad Vashem.

Antes que Williamson e outros bispos possam ser completamente readmitidos à Igreja, afirmou a Santa Sé, eles precisam aceitar os ensinamentos do Segundo Conselho do Vaticano, de 1962-1965, que exigiu respeito às outras religiões.

Em sua chegada um pouco mais cedo na segunda-feira, o pontífice sublinhou as diferenças políticas entre o Vaticano e o governo de tendência direitista de Israel ao expressar apoio a um Estado palestino.

JUVENTUDE HITLERISTA

Saudando o pontífice, o presidente de Israel, Shimon Peres, disse: "Os líderes espirituais podem abrir o caminho para os líderes políticos. Eles podem limpar os campos minados que obstroem a estrada para a paz".

"Os laços de reconciliação e entendimento estão agora sendo costurados entre a Santa Sé e o povo judeu", acrescentou Peres. "Nossa porta está aberta a iniciativas similares com o mundo muçulmano."

O entusiasmo entre os israelenses, no entanto, era pouco. Nascido na Bavária em 1927 como Joseph Ratzinger, o papa Bento 16 integrou a Juventude Hitlerista quando o alistamento era obrigatório.

Os biógrafos do pontífice dizem que ele nunca foi membro do partido nazista e sua família se opôs ao regime de Adolf Hitler.

Reiterando a política do Vaticano, ele também pediu por uma "resolução justa" para o conflito entre israelenses e palestinos "para que ambos os povos possam viver em paz em uma pátria própria, dentro de fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas".

Desde que assumiu como primeiro-ministro de Israel, em 31 de março, Benjamin Netanyahu não endossou a criação de um Estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, prioridade norte-americana e árabe.

De olho em bancos dos EUA, investidor da Bovespa embolsa ganhos

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Notícias de que alguns bancos dos Estados Unidos terão que levantar capital para pagar empréstimos ao governo, enquanto outros podem estar mais fracos do que se esperava, ditaram realização de lucros nos mercados de ações nesta segunda-feira, empurrando a Bovespa para baixo.

Em uma sessão de movimento mais fraco --4,12 bilhões de reais, o menor volume em duas semanas--, o Ibovespa registrou queda de 0,82 por cento, para 50.976 pontos.

Nos EUA, os bancos US Bancorp, BB&T e Capital One Financial anunciaram pela manhã que vão levantar quase 6 bilhões de dólares em ofertas de ações ordinárias para pagar recursos recebidos sob o programa de resgate do governo dos EUA.

Além disso, os investidores aparentemente não gostaram de saber que o Federal Reserve utilizou um método diferente do esperado para reduzir o déficit de capital de Citigroup, Wells Fargo e Fifth Third's, antes de divulgar os resultados dos testes de estresse, na semana passada.

"Essas notícias não são tão importantes, mas o mercado estava esperando um pretexto para realizar lucros", disse Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.

Em Wall Street, os índices Dow Jones e S&P 500 recuaram 1,8 por cento e 2,15 por cento, nesta ordem.

O mau desempenho das ações de bancos no mundo inteiro teve seus reflexos na bolsa paulista. Itaú Unibanco e Bradesco caíram 2,6 por cento, para 29,58 reais e 28,25 reais, respectivamente.

Na mesma mão, o segmento imobiliário, que vinha subindo forte nas últimas semanas, foi o que mais perdeu no Ibovespa, sob liderança de Gafisa, caindo 5,3 por cento, a 19,11 reais.

Na cola da queda do barril do petróleo, a ação preferencial da Petrobras cedeu 0,4 por cento, para 32,87 reais. A companhia divulga ainda esta noite seus resultados do primeiro trimestre.

As perdas do Ibovespa foram ligeiramente amortecidas por Usiminas, cuja ação preferencial subiu 2,6 por cento, para 35,90 reais. A siderúrgica mineira publica seu balanço trimestral na quarta-feira e analistas consultados pela Reuters preveem uma queda de 62 por cento no lucro ante mesmo período de 2008.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Bancos e desemprego menor nos EUA ditam 5ª alta seguida do Ibovespa

SÃO PAULO (Reuters) - A desaceleração no ritmo das demissões nos Estados Unidos e a maior clareza da situação de bancos do país com os resultados dos testes de estresse avivou o otimismo dos investidores, conduzindo a Bovespa à quinta alta seguida e ao maior nível em quase 8 meses.

Calibrado também pelo efeito da disparada das commodities sobre as blue chips Petrobras e Vale, o Ibovespa subiu 1,64 por cento, para 51.499 pontos, a maior pontuação desde 25 de setembro.

O giro financeiro da sessão foi de 7,47 bilhões de reais, também o maior movimento para sessões regulares desde 19 de setembro.

O noticiário do dia foi um prato cheio para os que avaliam que o pior da crise global ficou para trás. No plano econômico, o setor privado dos EUA eliminou 491 mil postos de trabalho em abril. Economistas esperavam uma redução de 650 mil empregos.

Ao mesmo tempo, um índice divulgado pela manhã apontou que a atividade no setor de serviços da zona do euro registrou a maior alta mensal desde dezembro de 2001 em abril.

Não fossem esses dados o suficiente, o mercado ainda enxergou com otimismo as primeiras notícias dos resultados dos testes de estresse que estão sendo aplicados em grandes bancos norte-americanos, que serão divulgados na quinta-feira.

A Reuters e outras agências apuraram que alguns deles, como o Bank of America e o Citigroup terão que levantar mais capital. Mas para operadores do mercado, ficou a leitura de que essas necessidades são administráveis.

"Esse conjunto de coisas continuou munindo o investidor com otimismo", disse Nicholas Barbarisi, sócio e diretor de operações da Hera Investment.

Na bolsa paulista, ações ligadas a matérias-primas ditaram o tom do Ibovespa, mais uma vez sob liderança do setor de papel e celulose. Aracruz ficou na ponta, com disparada de 13,5 por cento, a 3,61 reais.

No ramo petroquímico, Braskem deu um salto de 10,1 por cento, a 7,61 reais, depois de a companhia ter anunciado pela manhã que encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de 10 milhões de reais.

Na esteira da alta do barril do petróleo para o maior nível em cinco meses, a ação preferencial da Petrobras subiu 1,47 por cento, a 32,55 reais.

E a preferencial da Vale ganhou 0,8 por cento, a 33,15 reais, após a notícia de que as importações de minério pela China bateram recorde em abril.

Na ponta contrária, a preferencial da TIM Participações destoou do conjunto do mercado, recuando 4,5 por cento, a 3,62 reais, após a empresa ter anunciado na terça-feira à noite que teve um prejuízo líquido de 144 milhões de reais no primeiro trimestre, uma perda 14,8 por cento maior do que a registrada no mesmo período do ano anterior.

(Edição de Eduardo Simões)

Dólar cai 1,72% e fecha no menor nível em seis meses

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, no menor patamar dos últimos seis meses, na esteira de um movimento de entrada de recursos no mercado doméstico. Como pano de fundo, as bolsas de valores operavam em território positivo.

A moeda norte-americana encerrou a sessão com desvalorização de 1,72 por cento, cotada a 2,112 reais para venda, menor nível de fechamento desde 4 de novembro, quando fechou a 2,111 reais para venda.

"O que se viu hoje foi muito recurso entrando, principalmente no comercial", avaliou o diretor de câmbio de uma corretora nacional que preferiu não se identificar.

Segundo ele, o ingresso de divisas observado nesta sessão, somado aos dados divulgados pelo Banco Central sobre o fluxo cambial de abril, reforçam a percepção positiva dos investidores com relação aos fundamentos da economia brasileira.

Números divulgados pelo BC nesta quarta-feira mostraram que o Brasil teve em abril o maior fluxo de entrada de recursos externos desde setembro do ano passado, mês que marcou o agravamento da crise internacional com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers.

O fluxo cambial no país fechou o mês passado positivo em 1,43 bilhão de dólares. Em setembro de 2008, o fluxo ficou positivo em 2,803 bilhões de dólares.

Em março, o fluxo cambial havia ficado negativo em 797 milhões de dólares.

A autoridade monetária também divulgou que a posição comprada dos bancos subiu para 1,258 bilhão de dólares no final de abril, ante 145,2 milhões de dólares no fim de março.

Ainda de acordo com o diretor de câmbio, como reflexo desses números positivos, as posições compradas de investidores estrangeiros - que, na prática, revelam uma aposta na alta da moeda norte-americana - diminuíram.

De acordo com os números mais recentes da BM&F, na terça-feira, essas posições compradas estavam em 2,5 bilhões de dólares, bem abaixo do valor máximo alcançado em março, de 14,3 bilhões de dólares.

No âmbito externo, as bolsas de valores dos Estados Unidos operavam em alta no fim da tarde por uma percepção positiva da economia, à medida que investidores apostavam que a falta de capital do setor bancário será administrável. Dados menos ruins do mercado de trabalho também agiam positivamente sobre o mercado acionário.

No Brasil, o principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa, exibia mais fôlego e avançava cerca de 1,5 por cento perto do fechamento.

No mercado de câmbio doméstico, de acordo com os últimos dados disponibilizados pela BM&F, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de 1,8 bilhão de dólares.

Ante uma cesta com as principais moedas globais, o dólar tinha leve queda de 0,3 por cento.

(Reportagem de José de Castro)