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sábado, 9 de janeiro de 2010

Economia aquecida deve liberar 'desejo represado' de consumo em 2010

Brasileiro deve renovar computador, celular e TV nos próximos meses.
Com mais crédito, consumidor adota 'estilo americano', diz especialista.

A expectativa de crescimento acima de 5% da economia em 2010 deve liberar o "desejo represado" dos consumidores brasileiros. Na lista de desejos do consumidor nacional estão a renovação de televisão, geladeira, telefone celular e do computador.

Segundo o Ibope, trocar a televisão está nos planos de 6,4% dos brasileiros para os próximos 12 meses. Isso quer dizer que mais de 6 domicílios de cada 100 que possuem televisão pretendem comprar um aparelho novo ao longo de 2010.

Nesta mesma comparação, diz o instituto, a taxa de renovação das geladeiras deve ficar em 5,7%, enquanto a dos telefones celulares e computadores devem marcar, respectivamente, 4,7% e 3,8%.

Com exceção do computador, presente em 48% das residências brasileiras, os demais produtos estão em praticamente todos os domicílios, segundo o Ibope: a presença das geladeiras é de 97%; a da televisão chega a 98%; e a do fogão marca 99%. A entidade diz que 74% dos brasileiros já têm telefone celular.

O especialista em finanças pessoais Conrado Navarro, responsável pela campanha de consumo consciente dos cartões de crédito Mastercard, diz que a nova classe média (ou classe C), que hoje já representa mais de 50% da população, ganhou acesso a uma nova gama de bens.

Em tempos de expansão econômica, Navarro explica que o raciocínio do consumidor é de que as coisas devem continuar como estão. Desta forma, vai às compras, pois calcula que terá como honrar as compras que já fez. O problema, diz ele, é se as coisas não acontecerem como o planejado.

Sem reservas

Segundo Conrado, o brasileiro é um bom pagador, mas não tem reservas que permitam que os compromissos sejam honrados em períodos temporários de desemprego ou caso surjam gastos imprevistos, como uma doença.

O especialista prevê que, como ocorreu em 2009, o consumo das famílias deve voltar a "turbinar" o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. "O consumo é importante para a economia e deve ser estimulado, mas dentro da realidade das famílias."

Como o emprego deve se manter forte em 2010, o que deve garantir o fluxo de caixa para as famílias, a inadimplência tende a cair ao longo de 2010, de acordo com a empresa de monitoramento de crédito Serasa Experian.

"Neste ano, a inadimplência deve subir no início do ano, com as despesas com impostos [IPVA e IPTU] e escola [matrícula e material escolar], mas depois a expectativa é de queda", diz o assessor econômico da Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida.

Os dados mostram que, em novembro de 2009, mês em que os brasileiros recebem a primeira parcela do 13º salário, a inadimplência teve queda de 1,8% em relação a outubro. "Como houve o crescimento do emprego com carteira assinada, esse fato colaborou para o pagamento de dívidas. [...] A tendência para 2010 é também de indicadores menores", explica a entidade.

Ferramentas de consumo

Entre "ferramentas" que ajudaram na expansão do consumo nos últimos anos, o cartão de crédito apresentou forte crescimento: segundo o Ibope, um levantamento feito entre 2004 e 2005 mostrava que 48% dos brasileiros tinham acesso ao produto; uma pesquisa mais recente, encerrada em 2009, mostra que o "dinheiro de plástico" já está presente em 57% das residências.

"O parcelamento no cartão de crédito tomou o lugar do cheque pré-datado", explica o economista da Serasa Experian.

Segundo a empresa, o cartão de crédito aumentou sua participação no endividamento das famílias. As dívidas com cartão de crédito e financeiras representavam 36% do total da inadimplência em novembro de 2009. No mesmo mês do ano anterior, a participação do meio de pagamento nas dívidas era de 33,5%.

Para o consultor Conrado Navarro, embora o consumo leve em conta fatores emocionais, as famílias precisam deixar o sentimento de lado e questionar se o desejo de consumo combina com o padrão de vida e de renda da família.

"O planejamento [de uma poupança] é para ser feito durante os tempos em que a economia vai bem e a pessoa está empregada", diz o especialista. Segundo ele, dar vazão ao "desejo represado" de consumo, transformando em necessidade imediata a compra de uma televisão mais moderna, por exemplo, pode abrir a porta para o endividamento.

Além da economia

Além da questão do envidividamento, o consumo exagerado pode trazer impactos sociais e ambientais, de acordo com Hélio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

Com base em pesquisas feitas pelo instituto, ele diz que o brasileiro tende a consumir mais – e com menos critério – em 2010, por causa do aquecimento da economia. Ele diz que a "demanda reprimida" por certos produtos e a mudança de tecnologia em outros, como a televisão, devem estimular as compras.

Com a introdução das TVs LCD e LED, muita gente pensa em trocar os aparelhos de casa. Segundo Mattar, boa parte desses produtos deve virar lixo. "O brasileiro está mais próximo da sociedade americana de consumo do que da europeia. Uma das características do consumo consciente é comprar um bom aparelho, de maior vida útil. É o descartável versus durável", explica.

Entretanto, nem toda a tecnologia é maléfica, de acordo com o presidente do Instituto Akatu. "Vale sempre trocar o tangível pelo intangível. Substituir o CD pelo 'download' de música e o livro pelo Kindle é uma atitude consciente. Você produz menos material físico, causa menos descarte e evita muito custo e emissões com o transporte deste material físico", ressalta.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ibovespa retoma 70 mil pontos pela 1a vez desde junho/2008

Por Paula Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice do mercado acionário brasileiro superou os 70 mil pontos nesta segunda-feira, pela primeira vez desde o início de junho de 2008, acompanhando a alta das bolsas de valores internacionais.

Os ganhos aconteceram em meio a um otimismo renovado sobre a retomada global, após dados sobre atividade manufatureira nos Estados Unidos, China e Europa.

A fraqueza do dólar também abriu espaço para a procura por commodities, com o petróleo sendo impulsionado ainda por tensões geopolíticas, o que reforçou o viés ascendente nos negócios.

O Ibovespa fechou em alta de 2,12 por cento, aos 70.045 pontos. O índice não superava a marca de 70 mil pontos desde o início de junho de 2008.

O volume financeiro da sessão somou 5,25 bilhões de reais.

"O dia começou animado pelos indicadores de China e Europa, mas o volume bem baixo tira um pouco do brilho", disse o estrategista de renda variável de uma importante corretora em São Paulo, que preferiu não ser identificado.

Pesquisas referentes a dezembro mostraram que a atividade fabril da zona do euro cresceu no maior ritmo em 21 meses e que o setor manufatureiro chinês expandiu-se para o maior patamar desde abril de 2004.

No início da tarde, foi divulgado que o setor manufatureiro norte-americano cresceu pelo quinto mês consecutivo em dezembro, com o índice que mede essa atividade atingindo 55,9, o maior nível desde abril de 2006.

O estrategista ponderou, contudo, que há dúvidas sobre o atual patamar em que se encontra o Ibovespa.

"O mercado começa a ficar mais apertado. Se não começarmos a ver revisão de expectativa de lucro das empresas para cima, o mercado pode começar a ficar meio caro. Vamos ter que escolher muito bem os ativos e setores este ano", argumentou.

Em relatório, a equipe do BTG Pactual citou justamente a expectativa de revisões para cima nas estimativas de analistas para os ganhos das empresas como uma das justificativas para sua visão de que as ações brasileiras sustentarão os ganhos.

Já a consultoria Lopes Filho avaliou que o comportamento gráfico do Ibovespa (dolarizado) induz à expectativa de que uma preparação de baixa está em desenvolvimento, mas ponderou que até o rompimento de pontos gráficos não há justificativa para vendas em posições mais longas.

"Existe a possibilidade de que (essa preparação) seja desfeita através de novas e seguidas altas", avaliaram os analistas da consultoria em relatório.

DÓLAR E GEOPOLÍTICA IMPULSIONAM COMMODITIES

O avanço generalizado das commodities deu suporte às bolsas externas e também ao mercado local, uma vez que boa parte do Ibovespa reflete o movimento de ações de empresas ligadas a matérias-primas.

O petróleo destacou-se com alta de 2,7 por cento e acima de 81 dólares o barril, após a Rússia decidir suspender o fornecimento de petróleo às refinarias de Belarus, por fracasso na negociação sobre o preço, segundo operadores. O fornecimento foi retomado.

Petrobras terminou com alta de 1,72 por cento, a 37,32 reais. Vale subiu ainda mais, 3,13 por cento, a 43,52 reais.

As blue chips dividiram o ranking de maiores participações nos ganhos do índice com Itaú Unibanco, que avançou 4,21 por cento, a 40,12 reais.

Notícias na imprensa internacional no fim de semana informavam que a instituição estaria considerando comprar participação em bancos britânicos. Ainda na noite de domingo, o Itaú Unibanco negou as informações.

Nesta segunda-feira passou a vigorar a nova carteira teórica do Ibovespa, quem tem como novidades os papéis de LLX Logística, MRV, OGX Petróleo e PDG Realty.

Entre as estreias, destaque para a queda de 5,48 por cento da PDG, a 16,40 reais, após anúncio de que fará uma oferta pública secundária de ações estimada em 1,94 bilhão de reais.

Nestlé compra divisão de pizza congelada da Kraft por US$3,7 bi

ZURIQUE, 5 de janeiro (Reuters) - O maior grupo alimentício do mundo, a Nestlé, está comprando o negócio norte-americano de pizzas congeladas da Kraft Foods por 3,7 bilhões de dólares e rejeitou fazer uma oferta pela Cadbury, anunciou a empresa nesta terça-feira.

A Nestlé, que esta semana vendeu sua participação de 52 por cento no grupo oftalmológico Alcon para a Novartis, por 28,1 bilhões de dólares, divulgou que os Estados Unidos são o maior mercado mundial de pizza com vendas de aproximadamente 37 bilhões de dólares.

Em um comunicado separado, a Nestlé também descartou fazer qualquer oferta formal pela britânica Cadbury.

O negócio de pizza da Kraft inclui marcas como a DiGiorno, Tombstone, California Pizza Kitchen, Jack's e Delissio. A Nestlé disse que as sinergias estão estimadas em 7 por cento das vendas e serão totalmente realizadas em cinco anos.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Empresas brasileiras se valorizam 129% em 2009 e superam América Latina e EUA

Levantamento foi elaborado pela consultoria Economatica.
Na média da região, alta foi de 94,7%; nos EUA, ganho ficou em 28,1%.

O Brasil liderou a valorização de mercado das empresas listadas em bolsa em levantamento da consultoria Economatica que considera a América Latina e também os Estados Unidos. O valor de mercado das empresas nacionais subiu de US$ 533 bilhões para US$ 1,224 bilhão entre 31 de dezembro de 2008 e 28 de dezembro deste ano, o que representa uma alta de 129,6%.

A valorização das 304 empresas brasileiras analisadas supera a média da América Latina (valorização de 94,7%) e também os ganhos de valor das empresas norte-americanas, que subiram 28,1%. Entre os demais países da América Latina analisados separadamente, o melhor resultado foi do Peru (85,4%), enquanto o menor foi registrado na Venezuela (12%).

Entre os setores no Brasil, o destaque foi para a construção civil, que teve valorização de 368% no período analisado. Fortes ganhos também foram percebidos em papel e celulose (263%), seguros (241%) e softwares e dados (210%). Em termos absolutos, os maiores valores de mercado são dos setores de bancos (US$ 259,6 bilhões) e petróleo e gás (US$ 231,8 bilhões).

Juros ao consumidor em novembro atingem menor patamar em 15 anos

Os juros de empréstimos bancários para pessoa física são os menores desde julho de 1994, quando o Banco Central começou a série histórica. Em novembro, a taxa ficou em 43% ao ano, contra 44,2% em outubro. Para pessoa jurídica, os juros foram de 26%, os mais baixos desde fevereiro de 2008. Os dados foram divulgados nesta terça-feira.

A taxa média caiu para 34,9% a.a. (ao ano) em novembro, com reduções de 0,7 p.p. no mês --em outubro a taxa era de 35,6% ao ano, a maior desde julho-- e de 9,2 p.p. em 12 meses.

O estoque total de crédito alcançou R$ 1,389 trilhão, elevando-se 1,5% no mês e 14,9% em 12 meses. Como resultado, o saldo total dos empréstimos passou a representar 44,9% do PIB (Produto Interno Bruto), ante 44,6% em outubro e 38,9% em novembro de 2008.

Os empréstimos realizados com recursos livres, com participação relativa de 68,1% no total do sistema financeiro, atingiram R$ 945,9 bilhões, com crescimentos de 1,4% no mês e de 9,7% em relação a novembro do ano anterior.

Os empréstimos destinados às famílias totalizaram R$ 464,8 bilhões, após acréscimos de 1,3% no mês e de 18,9% em 12 meses, com destaque para operações de crédito pessoal e de aquisição de veículos --que tiveram elevações mensais de 1,2% e de 1,8%, respectivamente. As operações com cartão de crédito com incidência de taxa de juros registraram aumento mensal de 4,2%, devido ao aumento das compras de fim de ano.

Já os créditos contratados com pessoas jurídicas registraram elevação mensal de 1,5% --com o desempenho dos empréstimos concedidos com recursos domésticos--, saldo de R$ 423,8 bilhões e expansão de 2,4%. Entre as modalidades destinadas às empresas, continuou acentuado o desempenho das operações de capital de giro, com acréscimos de 3,2% no mês e 28,4% em 12 meses.

Em sentido contrário, os financiamentos lastreados em moeda estrangeira apresentaram retração mensal de 4,5%.

Inadimplência e "spread"

O nível de inadimplência teve mudança sutil no mês, de 8,1% em novembro, ante 8,2% em outubro, para pessoa física. Para pessoa jurídica a variação também foi sutil, chegando a 3,9% em novembro, contra 4% no mês anterior.

Com as menores taxas de juros da história, o mês de novembro apresentou crescimento total de 1,3% nas operações de crédito.

O "spread" bancário --diferença entre o que os bancos pagam para captar o dinheiro e os juros cobrados de seus clientes-- também apresentou queda, registrando 32,2% em novembro, contra 33,5% em outubro para pessoa física. Para pessoa jurídica a queda foi de 17,1%, contra 17,7% em outubro.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Vendas de veículos caem 14,5% em novembro ante outubro

SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no país recuaram 14,5 por cento em novembro ante outubro, para 251.720 unidades, mas subiram 41,5 por cento sobre igual mês de 2008.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

No acumulado de janeiro a novembro, as vendas totalizaram 2,848 milhões de unidades, expansão de 8,4 por cento ante os 11 primeiros meses do ano passado.

As vendas até novembro já superam as registradas em todo o ano de 2008, quando foram comercializadas 2,821 milhões de unidades.

Considerando apenas as categorias de automóveis e comerciais leves, as vendas foram de 238.504 unidades no mês passado, com queda de 15,2 por cento sobre outubro, mas avanço de 43,4 por cento na comparação com novembro do último ano --em linha com os números antecipados à Reuters mais cedo por uma fonte do setor.

A Fiat manteve a liderança em automóveis, com 25,92 por cento de participação de mercado em novembro, seguida por Volkswagen (24,63 por cento), GM (20,59 por cento) e Ford (8,38 por cento), de acordo com a Fenabrave.

(Reportagem de Georgia Jordan; Texto de Cesar Bianconi)

sábado, 28 de novembro de 2009

Otimismo com Brasil traz preocupação com "bolha" de investimento

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO, 28 de novembro (Reuters) - O clima de otimismo crescente em relação ao Brasil é um dos riscos apontados por profissionais do mercado que se reuniram neste sábado em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde discutiram o potencial do mercado acionário brasileiro e os planos de ter 5 milhões de acionistas em 2014, de uma base atual de 555 mil.

Temendo a formação de uma "bolha Brasil" que pode não se sustentar e atrapalhar os planos de finalmente, e mais uma vez, tentar formar um mercado acionário sólido no país, cerca de 300 analistas e dirigentes de empresas participaram do 1o Congresso do Instituto Nacional de Investidores.

"Hoje o que mais nos assusta é o ajuste fiscal, o principal risco do Brasil é achar que está tudo bem", disse o analista da Vince Partners Pedro Batista, palestrante do encontro. "O Brasil pode ser novamente campeão do mundo ano que vem (Copa 2010), mas tem que ter consciência que tudo pode mudar muito rápido", complementou.

Ele destacou entre fatores contrários ao desenvolvimento do mercado de ações os elevados gastos públicos mal feitos, a falta de uma reforma na previdência e o risco que traz a interferência do governo em casos como da Vale e da revisão das tarifas elétricas.

"Até que ponto o Estado pode interferir em empresas? Essa questão da Vale chamou a atenção dos investidores", afirmou Batista.

Desde o ano passado, quando demitiu 1.300 pessoas no início da crise financeira que abalou o mundo todo, a Vale foi alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a partir de então vem sendo pressionada a investir mais no país, principalmente em siderurgia, setor que havia afirmado que seria minoritária em todos os projetos.

Também no evento, o analista Pedro Rudge, da Leblon Equities, disse que o Brasil tem um espaço enorme para o mercado de ações e que nos últimos 30 anos nunca esteve em uma posição tão favorável para desenvolver o mercado.

Segundo ele, no entanto, existe um grande risco do Brasil virar uma bolha de investimento se não houver oferta suficiente de ações para atender a expectativa do investidor diante de tanta propaganda positiva.

"Para balancear essa demanda toda é necessário que haja oferta por parte das empresas, para acomodar essa demanda, é nisso que devemos focar", disse o analista.

Bem mais otimista, o diretor executivo de desenvolvimento e fomento da BM&FBovespa, Paulo de Sousa Oliveira Júnior, afirmou que o número de 5 milhões de acionistas é ousado mas compatível com o potencial do crescimento econômico do país.

"Hoje já tem 5 milhões de acionistas dos fundos de ações, já tem no Brasil 555 mil que estão apenas em São Paulo e Rio de Janeiro, então você tem os outros Estados e cinco anos de crescimento", explicou, ressaltando também que a BM&FBovespa conta com a entrada das classes B e C no mercado de capitais.

(Edição de Vanessa Stelzer)

domingo, 25 de outubro de 2009

Obama pressiona bancos a dar crédito a pequenas empresas

Por Patricia Zengerle

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, instou os bancos neste sábado a fazer mais empréstimos a pequenas empresas, e disse que seu governo fará tudo o que puder para pressionar nesse sentido.

"Está na hora dos bancos cumprirem suas responsabilidades para ajudar em uma recuperação mais abrangente, em um sistema mais seguro, e em uma prosperidade compartilhada de forma mais ampla", disse Obama em sua fala semanal no rádio.

"E nós vamos tomar todas as medidas apropriadas para encorajá-los a atender a essas responsabilidades".

Nesta semana, o governo tomou medidas para incentivar os empréstimos a pequenas empresas, oferecendo dinheiro público a pequenos bancos que atendem principalmente a esse setor com um custo menor do que havia sido feito anteriormente.

Obama lembrou que os bancos se beneficiaram do pacote de 700 bilhões de dólares de socorro às instituições financeiras, e disse que eles precisam devolver o favor.

O presidente também usou o programa de rádio para defender a reforma no sistema de saúde, principal prioridade na política interna, dizendo que o plano diminuiria os altos custos que dificultam o acesso de pequenas empresas a planos de saúde para seus funcionários.

Petrobras fecha acordo e paga R$2,06bi adicionais por Marlim

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras selou um acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Estado do Rio de Janeiro, aceitando fazer um pagamento adicional de 2,06 bilhões de reais pela participação especial no Campo de Marlim.

"As partes chegaram ao entendimento que contempla os argumentos jurídicos da Petrobras, no sentido de rever o método de cálculo adotado para atualização do valor devido, assim como sua quitação pela companhia", diz trecho de comunicado enviado pela Petrobras na noite de sexta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo a petroleira, o montante em discussão no processo era de aproximadamente 3,4 bilhões de reais, podendo chegar perto de 4 bilhões, devido ao critério de cálculo utilizado anteriormente pela ANP para atualização do saldo devedor.

Com a revisão, houve uma redução do saldo devido superior a 1,3 bilhão de reais, reduzindo-o o montante total para 2,06 bilhões de reais (aproximadamente 1,36 bilhão de reais após Imposto de Renda.

A proposta da Petrobras à ANP prevê a quitação da dívida em oito parcelas mensais de 258 milhões de reais, com a primeira vencendo em 30 de outubro. As demais serão reajustadas pela Selic. O parcelamento carece de aprovação da diretoria da ANP.

Desde 2007, a Petrobras contestava judicialmente a cobrança de pagamento adicional da ANP pelo Campo de Marlim. A empresa recorreu, mas perdeu na primeira e segunda instâncias da Justiça. A última decisão, proferida pelo Tribunal Regional Federal da Segunda Região em 30 de setembro.

Segundo o comunicado, com a proposta a Petrobras evita a chance de ser obrigada a pagar um valor ainda maior em caso de perda definitiva no processo, de ser executada de imediato e de ser inscrita na dívida ativa da União e no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do setor público Federal (Cadin).

"O pagamento em questão encerra definitivamente toda e qualquer discussão judicial e administrativa relacionada ao assunto", conclui a Petrobras.

(Reportagem e edição de Aluísio Alves)

(aluisio.pereira@thomsonreuters.com; 5511 5644-7712; Reuters Messaging: aluisio.pereira.reuters.com@thomsonreuters.net))

sábado, 17 de outubro de 2009

Bank of America e GE esfriam otimismo e Bovespa cai 0,75%

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Resultados trimestrais decepcionantes de grandes companhias norte-americanas esfriaram o otimismo dos investidores, levando a bolsa paulista à primeira baixa em seis sessões nesta sexta-feira.

O Ibovespa perdeu 0,75 por cento, para 66.200 pontos, pressionado sobretudo pelas perdas das ações de siderúrgicas e de bancos. O volume financeiro da sessão foi de 6,68 bilhões de reais.

A combinação dos relatórios do Bank of America e da General Eletric no terceiro trimestre --o primeiro reportando um prejuízo de 1 bilhão de dólares e o outro apurando receitas menores do que as projeções-- azedaram o ânimo do mercado.

"Os números vieram abaixo das expectativas, contrariando a tendência de outras empresas nesta semana, que surpreenderam positivamente", disse Álvaro Bandeira, diretor de renda variável da Ágora Corretora.

Por alguns instantes, os mercados chegaram a exibir alguma reação, logo depois do anúncio de que a produção industrial norte-americana cresceu 0,7 por cento em setembro, ante previsão de analista de avanço de 0,2 por cento.

Mas esse movimento foi logo dispersado com a informação de que o índice de confiança do consumidor, medido por Reuters e Universidade de Michigan, recuou para 69,4 na leitura preliminar de outubro, ante 73,5 no mês passado.

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,67 por cento, fechando abaixo do patamar de 10 mil pontos.

Por aqui, papéis de bancos, refletindo a má performance global do setor, e de siderúrgicas, alvos de realização de lucros, foram os que mais pressionaram o índice. No segmento financeiro, Banco do Brasil liderou a tendência, recuando 2,5 por cento, 31,24 reais.

Gerdau, a pior do Ibovespa, tombou 3,55 por cento, para 28,81 reais. Companhia Siderúrgica Nacional teve baixa de 1,7 por cento, cotada a 60,75 reais.

A alta das commodities e a disputa pelos contratos de opções permitiu que as blue chips tivessem perdas mais brandas. O papel preferencial da Vale recuou 0,1 por cento, saindo a 40,15 reais, enquanto a preferencial da Petrobras cedeu 0,55 por cento, para 36,40 reais.

O exercício de opções acontece na segunda-feira, dia em que o pregão passa a funcionar entre 11h e 18h, por ajuste ao horário de verão, que começa no Brasil neste final de semana.

Mesmo com a baixa nesta sexta-feira, o Ibovespa terminou a semana com alta acumulada de 3,3 por cento. No ano, o índice já subiu 76,3 por cento.

domingo, 4 de outubro de 2009

FMI diz que Brasil pode "instigar" o apetite dos investidores

ISTAMBUL (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) não poupou no domingo elogios à performance econômica do Brasil durante a crise econômica global, dizendo que seu retorno ao crescimento e às políticas fortes pode "instigar o apetite" de investidores.

Nicolas Eyzaguirre, diretor de Hemisfério Ocidental do FMI, disse que o Brasil deve recuperar-se da crise mais rapidamente que qualquer outro país latino-americano, beneficiando-se de uma retomada forte das exportações de commodities à Ásia e de sua política econômica forte anterior à crise.

"O Brasil vai instigar o apetite dos mercados de capitais devido à solidez de sua economia", disse Eyzaguirre. "O problema do Brasil é como administrar a abundância. O país provavelmente é o que está se recuperando no ritmo mais acelerado na região."

Ele declarou que a recuperação brasileira ganhará ímpeto se a recuperação da economia mundial não tropeçar e se os preços das commodities continuarem com sua tendência de alta.

Quando a crise começou, o Brasil apresentava uma posição fiscal forte, o que lhe permitiu aumentar seus gastos à medida que foi atingido pela recessão, com isso contrabalançando a queda. Além disso, o país possui grandes reservas de divisas, que funcionam como amortecedor da crise.

CHILE, PERU

Eyzaguirre disse que Peru e Chile estão entre os países latino-americanos que estão emergindo mais rapidamente da recessão. Para ele, o maior desafio para o Brasil, Peru e Chile provavelmente será como desmontar os planos de gastos a partir do momento em que a recuperação se consolidar.

"Provavelmente o desafio para esses países será encontrar uma saída ordeira das políticas fiscais expansionistas", disse ele. "Eles devem receber muitos fluxos de capitais nos próximos trimestres."

O FMI previu contração de 0,7 por cento na economia brasileira em 2009 e um retorno ao crescimento da ordem de 3,5 por cento no próximo ano. Alguns economistas preveem que em 2010 o Brasil já possa retornar com crescimento de até 5,5 por cento.

Para a América Latina como um todo, o FMI prevê contração de 2,5 por cento este ano e crescimento de 2,9 por cento em 2010.

(Reportagem de Axel Bugge)

Islândia diz que recebeu empréstimo de US$214 milhões da Polônia

ESTOCOLMO (Reuters) - A Islândia anunciou no domingo que assinou um acordo para receber da Polônia um empréstimo de 630 milhões de zlotys (214 milhões de dólares), acordado no ano passado como parte de um pacote internacional de socorro à ilha duramente atingida pela crise financeira global.

Em comunicado à imprensa, o Ministério das Finanças disse que o empréstimo será para 12 anos, com período de tolerância de cinco anos adicionais, e vai reforçar as reservas de divisas do país.

"O empréstimo polonês vem somar-se ao empréstimo de 2,1 bilhões de dólares concedido pelo FMI ... e foi concedido para apoiar o programa econômico do governo islandês e do FMI, iniciado para estabilizar a economia islandesa após a crise financeira", disse o ministério.

(US$1 = 2,946 zlotys poloneses)

(Reportagem de Omar Valdimarsson)

G7 pressiona por fortalecimento da moeda chinesa

Por Brian Love

ISTAMBUL (Reuters) - O G7 pediu neste sábado à China que fortaleça o iuan, mas não indicou como pode superar a resistência chinesa a sugestão ou solucionar outras tensões sobre cotações de moedas.

Os ministros das finanças do G7 e bancos centrais afirmaram, em comunicado após encontro em Istambul, que Pequim deve fortalecer sua controlada moeda para ajudar a corrigir os desequilíbrios no comércio global, que foi culpado por abastecer a crise global.

"Nós agradecemos o contínuo compromisso chinês de se dirigir a uma taxa cambial mais flexível, que deve levar à contínua valorização do Renminbi em termos efetivos e ajudar a promover um crescimento mais equilibrado na China e na economia mundial", afirmou o G7.

Mas a China, apesar dos insistentes pedidos, manteve a moeda praticamente estável contra o dólar desde que a crise financeira global começou a piorar em 2008.

A China não deu sinais neste sábado de que irá atender às pressões do G7.

"Nossa política cambial é muito clara", disse à Reuters Yi Gang, vice-presidente do banco central chinês, que está em Istambul para o encontro do Fundo Monetário Internacional.

Ele pontuou que a política continuará para enfatizar a estabilidade.

Quando perguntado se a China tem sofrido mais pressões de outros países para deixar o iuan se valorizar, ele disse: "continuaremos nossa atual política".