Pages

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dólar fecha em leve alta, cotado a R$ 1,736


Moeda norte-americana subiu 0,34%.
Volume negociado na reta final dos negócios era de US$ 600 milhões.

O dólar se descolou do panorama externo e fechou em alta diante do real nesta segunda-feira (11), após uma sessão de volume atipicamente pequeno e marcada por ajustes técnicos.

A moeda norte-americana subiu 0,34%, para R$ 1,736.

De acordo com dados da câmara de compensação (clearing) da BM&FBovespa, o volume a cerca de meia hora do fim dos negócios era próximo a US$ 600 milhões. O dado exclui o leilão do Banco Central e algumas operações.

No exterior, enquanto o mercado de câmbio fechava no Brasil, o dólar tinha queda de 0,6% em relação a uma cesta com as principais moedas ainda em um reflexo do pessimismo com o mercado de trabalho norte-americano.

De acordo com Marcelo Oliveira, operador de câmbio da corretora BGC Liquidez, a virada do dólar no Brasil ocorreu após uma ligeira reação da moeda norte-americana no exterior, juntamente com a tentativa frustrada de se romper um suporte em torno de R$ 1,725 no mercado futuro.

Sem que o dólar encontrasse fôlego suficiente para aprofundar a queda, o mercado aproveitou o patamar relativamente baixo da taxa de câmbio para realizar ajustes, completaram outros profissionais de mercado.

"Havia player com posição vendida em dólar que aproveitou (a queda) e comprou um pouco, para ajustar e colocar no bolso", disse o operador de câmbio de uma corretora nacional, que preferiu não ser identificado.

A própria falta de liquidez foi atribuída à cotação relativamente baixa do dólar, a menor em quase uma semana.

De acordo com profissionais de mercado, a reação do governo desde o ano passado contra a valorização do real, com o tributo sobre o capital estrangeiro em ações e renda fixa e com a possibilidade de compra de dólares pelo Fundo Soberano, colocou um piso informal para o dólar a R$ 1,70.

"Você faria uma posição de venda a R$ 1,72, sabendo que ele não deve ir além de R$ 1,70?", exemplificou Oliveira.

Venezuela anuncia fundo de US$1 bi após desvalorização de moeda

CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou neste domingo a criação de um fundo de 1 bilhão de dólares para promover a substituição de importações, após a desvalorização da moeda local bolívar, na tentativa de diversificar a economia do país atingido pela recessão.

Na sexta-feira, Chávez anunciou uma taxa de câmbio de 2,6 bolívares por dólar para bens prioritários como alimentos e medicamentos. Para o comércio e as indústrias automotiva e têxtil, a taxa será de 4,3 bolívares por dólar.

A taxa de câmbio única fixa até a sexta-feira passada foi de 2,15 bolívares por dólar.

(Reportagem de Patricia Rondón Espín e Franco Daniel)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Economia aquecida deve liberar 'desejo represado' de consumo em 2010

Brasileiro deve renovar computador, celular e TV nos próximos meses.
Com mais crédito, consumidor adota 'estilo americano', diz especialista.

A expectativa de crescimento acima de 5% da economia em 2010 deve liberar o "desejo represado" dos consumidores brasileiros. Na lista de desejos do consumidor nacional estão a renovação de televisão, geladeira, telefone celular e do computador.

Segundo o Ibope, trocar a televisão está nos planos de 6,4% dos brasileiros para os próximos 12 meses. Isso quer dizer que mais de 6 domicílios de cada 100 que possuem televisão pretendem comprar um aparelho novo ao longo de 2010.

Nesta mesma comparação, diz o instituto, a taxa de renovação das geladeiras deve ficar em 5,7%, enquanto a dos telefones celulares e computadores devem marcar, respectivamente, 4,7% e 3,8%.

Com exceção do computador, presente em 48% das residências brasileiras, os demais produtos estão em praticamente todos os domicílios, segundo o Ibope: a presença das geladeiras é de 97%; a da televisão chega a 98%; e a do fogão marca 99%. A entidade diz que 74% dos brasileiros já têm telefone celular.

O especialista em finanças pessoais Conrado Navarro, responsável pela campanha de consumo consciente dos cartões de crédito Mastercard, diz que a nova classe média (ou classe C), que hoje já representa mais de 50% da população, ganhou acesso a uma nova gama de bens.

Em tempos de expansão econômica, Navarro explica que o raciocínio do consumidor é de que as coisas devem continuar como estão. Desta forma, vai às compras, pois calcula que terá como honrar as compras que já fez. O problema, diz ele, é se as coisas não acontecerem como o planejado.

Sem reservas

Segundo Conrado, o brasileiro é um bom pagador, mas não tem reservas que permitam que os compromissos sejam honrados em períodos temporários de desemprego ou caso surjam gastos imprevistos, como uma doença.

O especialista prevê que, como ocorreu em 2009, o consumo das famílias deve voltar a "turbinar" o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. "O consumo é importante para a economia e deve ser estimulado, mas dentro da realidade das famílias."

Como o emprego deve se manter forte em 2010, o que deve garantir o fluxo de caixa para as famílias, a inadimplência tende a cair ao longo de 2010, de acordo com a empresa de monitoramento de crédito Serasa Experian.

"Neste ano, a inadimplência deve subir no início do ano, com as despesas com impostos [IPVA e IPTU] e escola [matrícula e material escolar], mas depois a expectativa é de queda", diz o assessor econômico da Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida.

Os dados mostram que, em novembro de 2009, mês em que os brasileiros recebem a primeira parcela do 13º salário, a inadimplência teve queda de 1,8% em relação a outubro. "Como houve o crescimento do emprego com carteira assinada, esse fato colaborou para o pagamento de dívidas. [...] A tendência para 2010 é também de indicadores menores", explica a entidade.

Ferramentas de consumo

Entre "ferramentas" que ajudaram na expansão do consumo nos últimos anos, o cartão de crédito apresentou forte crescimento: segundo o Ibope, um levantamento feito entre 2004 e 2005 mostrava que 48% dos brasileiros tinham acesso ao produto; uma pesquisa mais recente, encerrada em 2009, mostra que o "dinheiro de plástico" já está presente em 57% das residências.

"O parcelamento no cartão de crédito tomou o lugar do cheque pré-datado", explica o economista da Serasa Experian.

Segundo a empresa, o cartão de crédito aumentou sua participação no endividamento das famílias. As dívidas com cartão de crédito e financeiras representavam 36% do total da inadimplência em novembro de 2009. No mesmo mês do ano anterior, a participação do meio de pagamento nas dívidas era de 33,5%.

Para o consultor Conrado Navarro, embora o consumo leve em conta fatores emocionais, as famílias precisam deixar o sentimento de lado e questionar se o desejo de consumo combina com o padrão de vida e de renda da família.

"O planejamento [de uma poupança] é para ser feito durante os tempos em que a economia vai bem e a pessoa está empregada", diz o especialista. Segundo ele, dar vazão ao "desejo represado" de consumo, transformando em necessidade imediata a compra de uma televisão mais moderna, por exemplo, pode abrir a porta para o endividamento.

Além da economia

Além da questão do envidividamento, o consumo exagerado pode trazer impactos sociais e ambientais, de acordo com Hélio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

Com base em pesquisas feitas pelo instituto, ele diz que o brasileiro tende a consumir mais – e com menos critério – em 2010, por causa do aquecimento da economia. Ele diz que a "demanda reprimida" por certos produtos e a mudança de tecnologia em outros, como a televisão, devem estimular as compras.

Com a introdução das TVs LCD e LED, muita gente pensa em trocar os aparelhos de casa. Segundo Mattar, boa parte desses produtos deve virar lixo. "O brasileiro está mais próximo da sociedade americana de consumo do que da europeia. Uma das características do consumo consciente é comprar um bom aparelho, de maior vida útil. É o descartável versus durável", explica.

Entretanto, nem toda a tecnologia é maléfica, de acordo com o presidente do Instituto Akatu. "Vale sempre trocar o tangível pelo intangível. Substituir o CD pelo 'download' de música e o livro pelo Kindle é uma atitude consciente. Você produz menos material físico, causa menos descarte e evita muito custo e emissões com o transporte deste material físico", ressalta.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ibovespa retoma 70 mil pontos pela 1a vez desde junho/2008

Por Paula Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice do mercado acionário brasileiro superou os 70 mil pontos nesta segunda-feira, pela primeira vez desde o início de junho de 2008, acompanhando a alta das bolsas de valores internacionais.

Os ganhos aconteceram em meio a um otimismo renovado sobre a retomada global, após dados sobre atividade manufatureira nos Estados Unidos, China e Europa.

A fraqueza do dólar também abriu espaço para a procura por commodities, com o petróleo sendo impulsionado ainda por tensões geopolíticas, o que reforçou o viés ascendente nos negócios.

O Ibovespa fechou em alta de 2,12 por cento, aos 70.045 pontos. O índice não superava a marca de 70 mil pontos desde o início de junho de 2008.

O volume financeiro da sessão somou 5,25 bilhões de reais.

"O dia começou animado pelos indicadores de China e Europa, mas o volume bem baixo tira um pouco do brilho", disse o estrategista de renda variável de uma importante corretora em São Paulo, que preferiu não ser identificado.

Pesquisas referentes a dezembro mostraram que a atividade fabril da zona do euro cresceu no maior ritmo em 21 meses e que o setor manufatureiro chinês expandiu-se para o maior patamar desde abril de 2004.

No início da tarde, foi divulgado que o setor manufatureiro norte-americano cresceu pelo quinto mês consecutivo em dezembro, com o índice que mede essa atividade atingindo 55,9, o maior nível desde abril de 2006.

O estrategista ponderou, contudo, que há dúvidas sobre o atual patamar em que se encontra o Ibovespa.

"O mercado começa a ficar mais apertado. Se não começarmos a ver revisão de expectativa de lucro das empresas para cima, o mercado pode começar a ficar meio caro. Vamos ter que escolher muito bem os ativos e setores este ano", argumentou.

Em relatório, a equipe do BTG Pactual citou justamente a expectativa de revisões para cima nas estimativas de analistas para os ganhos das empresas como uma das justificativas para sua visão de que as ações brasileiras sustentarão os ganhos.

Já a consultoria Lopes Filho avaliou que o comportamento gráfico do Ibovespa (dolarizado) induz à expectativa de que uma preparação de baixa está em desenvolvimento, mas ponderou que até o rompimento de pontos gráficos não há justificativa para vendas em posições mais longas.

"Existe a possibilidade de que (essa preparação) seja desfeita através de novas e seguidas altas", avaliaram os analistas da consultoria em relatório.

DÓLAR E GEOPOLÍTICA IMPULSIONAM COMMODITIES

O avanço generalizado das commodities deu suporte às bolsas externas e também ao mercado local, uma vez que boa parte do Ibovespa reflete o movimento de ações de empresas ligadas a matérias-primas.

O petróleo destacou-se com alta de 2,7 por cento e acima de 81 dólares o barril, após a Rússia decidir suspender o fornecimento de petróleo às refinarias de Belarus, por fracasso na negociação sobre o preço, segundo operadores. O fornecimento foi retomado.

Petrobras terminou com alta de 1,72 por cento, a 37,32 reais. Vale subiu ainda mais, 3,13 por cento, a 43,52 reais.

As blue chips dividiram o ranking de maiores participações nos ganhos do índice com Itaú Unibanco, que avançou 4,21 por cento, a 40,12 reais.

Notícias na imprensa internacional no fim de semana informavam que a instituição estaria considerando comprar participação em bancos britânicos. Ainda na noite de domingo, o Itaú Unibanco negou as informações.

Nesta segunda-feira passou a vigorar a nova carteira teórica do Ibovespa, quem tem como novidades os papéis de LLX Logística, MRV, OGX Petróleo e PDG Realty.

Entre as estreias, destaque para a queda de 5,48 por cento da PDG, a 16,40 reais, após anúncio de que fará uma oferta pública secundária de ações estimada em 1,94 bilhão de reais.

Nestlé compra divisão de pizza congelada da Kraft por US$3,7 bi

ZURIQUE, 5 de janeiro (Reuters) - O maior grupo alimentício do mundo, a Nestlé, está comprando o negócio norte-americano de pizzas congeladas da Kraft Foods por 3,7 bilhões de dólares e rejeitou fazer uma oferta pela Cadbury, anunciou a empresa nesta terça-feira.

A Nestlé, que esta semana vendeu sua participação de 52 por cento no grupo oftalmológico Alcon para a Novartis, por 28,1 bilhões de dólares, divulgou que os Estados Unidos são o maior mercado mundial de pizza com vendas de aproximadamente 37 bilhões de dólares.

Em um comunicado separado, a Nestlé também descartou fazer qualquer oferta formal pela britânica Cadbury.

O negócio de pizza da Kraft inclui marcas como a DiGiorno, Tombstone, California Pizza Kitchen, Jack's e Delissio. A Nestlé disse que as sinergias estão estimadas em 7 por cento das vendas e serão totalmente realizadas em cinco anos.